Informe C&T

198 Informe C&T no total
Edital/Chamamento:
Pesquisas Científicas - Set/2001
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Naila Janilde Seabra Santos
Instituição:
CRT/AIDS – Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
Período de Vigência:
2003 – 2004
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Instituto da Saúde da SES-SP (Wilza Vilella).
Introdução e Justificativa:
Este projeto pretende conhecer o comportamento sexual das mulheres, buscando informações sobre a sua vulnerabilidade no campo do comportamento, da parceria, das relações de gênero e do acesso aos serviços e insumos de saúde. Para sua realização será utilizado um estudo quanti-qualitativo com mulheres HIV+ atendidas em SAE e HIV negativas das cinco regiões brasileiras. O total da amostra será de 4.645, sendo 2.175 mulheres HIV positivas e 2.470 mulheres atendidas em serviços de Saúde da Mulher. Essas mulheres serão convidadas a preencher um questionário anônimo e estruturado. Para aprofundar essas questões, entre as mulheres HIV positivas, serão aplicadas entrevistas, em uma subamostra do universo das 2.175 mulheres, e realizados grupos focais.
Objetivos:
Conhecer o perfil das mulheres HIV positivas e as situações de vulnerabilidade feminina para o HIV no campo do comportamento sexual, das parcerias e do acesso aos serviços; Estudar as características sociodemográficas e comportamentais das mulheres HIV+ em serviços de referência para o atendimento de HIV/aids e das mulheres atendidas nos serviços de Saúde da Mulher.
Materiais e Métodos:
Estudo quali-quantitavivo realizado em serviços de referência para o atendimento de HIV/aids e em serviços de Saúde da Mulher, nas 5 regiões do Brasil. Serão utilizados dois questionários estruturados, um para cada grupo estudado, que serão auto-aplicáveis, contendo questões sobre características sociodemográficas, história sexual pregressa e atual, além de questões sobre assistência e tratamento. Para as mulheres HIV positivas será investigada a história da infecção e do diagnóstico do HIV e sobre as mudanças na vida sexual depois desse diagnóstico. As pessoas analfabetas serão incluídas apenas no estudo qualitativo. Após o cálculo das amostras, chegou-se a um total de 2.175 mulheres para as soropositivas e 2.470 para as mulheres atendidas nos serviços de Saúde da Mulher, considerando-se a possibilidade de perdas. As entrevistas em profundidade serão aplicadas em 50 mulheres soropositivas, sendo 10 mulheres por macrorregião. Tais entrevistas serão gravadas e transcritas na íntegra para posterior análise de conteúdo. Serão, ainda, realizados 10 grupos focais.
Resultados - Parciais ou Finais:
Pelo que se expôs, ainda não há dados disponíveis.
Palavras-Chave:
Mulheres HIV+. HIV. Vulnerabilidade. História sexual. Prevenção. Cuidados de saúde. Aids.
Edital/Chamamento:
Eventos
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Dirceu Bartolomeu Greco
Instituição:
Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Centro de Estudos em Imunologia e Imunodeficiências.
Período de Vigência:
2005 – 2005
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:
O VI Simpósio Brasileiro de Pesquisa em HIV/aids foi realizado de 28 de abril a 1º de maio de 2005 no Centro de Convenções da UFOP em Ouro Preto, Minas Gerais. O Simpósio Brasileiro de Pesquisa em HlV/aids já é um evento tradicional para a comunidade científica brasileira envolvida em diferentes questões de pesquisa clínica, epidemiológica e laboratorial, sendo realizado bianualmente desde 1995. Além dos pesquisadores brasileiros, participaram 10 pesquisadores estrangeiros de altíssimo gabarito, o que permitiu o contato entre pesquisadores e estudantes brasileiros com a comunidade científica internacional de pesquisa em aids. Foram discutidos temas como: desenvolvimento e avaliação de vacinas, desenvolvimento e resistência aos anti-retrovirais, imunologia e biologia molecular do HIV, transmissão vertical, epidemiologia, prevenção (incluindo a discussão sobre microbicidas). Houve apoio do PN-DST/AIDS, Fapemig, UFMG, UFOP além do apoio financeiro da indústria farmacêutica e de insumos para laboratório.
Objetivos:
Reunir profissionais de diversas instituições de pesquisa brasileiras para apresentação de trabalhos e discussão de projetos; Permitir a discussão de trabalhos sendo realizados em pesquisa de HIV/AIDS; Estimular colaborações entre institutos de pesquisa brasileiros; Estimular o interesse pela pesquisa em HIV/AIDS de estudantes brasileiros; Permitir o intercambio de informação entre cientistas brasileiros e estrangeiros; Expandir a pesquisa nas diversas áreas do conhecimento relacionados à infecção pelo HIV.
Materiais e Métodos:
Trata-se de um simpósio de 4 dias de duração, realizado em Ouro Preto, no Centro de Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto UFOP A escolha da cidade teve diversas razões: a acessibilidade ao local por pesquisadores e estudantes de diversas regiões do Brasil, com ótimo centro de convenção (de baixo custo), hotéis de diversos preços (acessível aos estudantes de graduação e pós-graduação) e, evidentemente, o ambiente agradável desta cidade histórica. A lista de pesquisadores brasileiros e estrangeiros é referência devido à participação dos mesmos em congressos da área e por importantes contribuições bibliográficas no estudo dos diversos aspectos da infecção pelo HIV/aids.
Resultados - Parciais ou Finais:
O VI Simpósio Brasileiro de Pesquisa em Aids cumpriu seus objetivos, levando para Ouro Preto quase 300 pessoas interessadas em pesquisa sobre a infecção pelo HIV/aids. Foi intensa a interação dos diversos grupos de pesquisadores brasileiros e estrangeiros e dos estudantes lá presentes. Houve a apresentação e discussão dos progressos nas áreas de prevenção, ética e direitos humanos, imunologia, virologia, clínica e epidemiologia.
Palavras-Chave:
Aids. Simpósio. Pesquisa.
Divulgação e/ou Publicações:

A divulgação foi feita no site do PN-DST/AIDS (www.aids.gov.br/simpaids) e os trabalhos apresentados (resumos e mesas redondas) nos anais do Simpósio.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Aluísio Augusto Cotrim Segurado
Instituição:
Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias.
Período de Vigência:
2004-2005
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Faculdades de Saúde Pública e de Medicina da USP.
Introdução e Justificativa:
O projeto se refere à elaboração de artigos científicos para publicação fora do País. Divide-se em duas etapas, sendo a primeira de elaboração de 16 artigos sobre pesquisas em aids realizadas no país, e a segunda a preparação de um número especial de Revista AIDS com as várias experiências de pesquisa em aids no Brasil. O objetivo é mostrar, para a comunidade internacional, as variadas e amplas ações voltadas ao conhecimento e ao combate da aids e da infecção pelo HIV realizadas no Brasil e apoiadas pelo PN-DST/AIDS.
Objetivos:
O projeto visou auxiliar os pesquisadores responsáveis na elaboração de artigos científicos para divulgação de resultados de pesquisas, por eles conduzidas em território nacional, nos periódicos estrangeiros de impacto. Dessa forma visou-se dar maior visibilidade da produção brasileira em HIV/aids no âmbito da comunidade científica internacional.
Materiais e Métodos:
A metodologia definida para o processo de elaboração dos artigos já vem sendo utilizada há alguns anos pelos pesquisadores envolvidos nesse projeto e tem se mostrado bastante eficiente. Consta de três momentos, partindo da seleção dos projetos participantes e da formação de grupos constituídos por dois ou três projetos e um orientador. Esses grupos irão trabalhar cada tema, elaborando os artigos e submetendo cada etapa produzida à revisão por pares. São realizados dois encontros de uma semana cada, em período integral. Nessas duas ocasiões são discutidos e redigidos os artigos. Em um terceiro encontro os artigos são submetidos à revisão por pares, sendo a primeira revisão por pares do Brasil e a segunda por pessoas de fora do país. Essas comissões de avaliação são compostas por pesquisadores nacionais e internacionais com experiência em produção de publicação de artigos assim como de avaliação dos mesmos. Após esse processo um conjunto de 16 artigos, em inglês, já submetidos à revisão de profissionais da área, tanto do Brasil como de fora, estarão prontos a serem submetidos à revista. A segunda etapa do projeto consta da reunião dos artigos da primeira fase com os textos submetidos diretamente ao grupo, pelos pesquisadores convidados. Assim, além dos 16 artigos preparados durante a primeira etapa, dos seminários, a coordenação do projeto reúne os artigos de pesquisadores convidados, com resulta-dos de pesquisas de excelência, e forma um conjunto de textos sobre as várias experiências do Brasil no combate à epi-demia de infecção pelo HIV.
Resultados - Parciais ou Finais:
A partir das discussões travadas durante o seminário, logrou-se concluir os artigos científicos com resultados das investigações conduzidas pelos pesquisadores. Após avaliação pelos editores responsáveis, os artigos foram selecionados para o suplemento especial da revista AIDS ou recomendados para publicação em outros periódicos do país ou do exterior.
Palavras-Chave:
Aids. Produção científica nacional. Publicação. Periódico de impacto.
Divulgação e/ou Publicações:

Aguarda-se a publicação do suplemento especial da revista AIDS.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Luiz Carlos Junior Alcântara
Instituição:
Fundação Oswaldo Cruz; Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz; Laboratório Avançado de Saúde Pública (Fiocruz/CPQGM/Lasp).
Período de Vigência:
2005-2006
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb); Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM); Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências (FBDC)/Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP).
Introdução e Justificativa:
A unidade de bioinformática do Lasp/CPqGM/Fiocruz foi instalada em 2004, contendo um servidor e 16 estações de trabalho com todos os programas necessários para a realização de pesquisa genética em HIV-1 e HTLV. Possui também um website contendo um banco de dados (separado por regiões gênicas) de todas as seqüências brasileiras do HIV-1 e do HTLV 1. Um banco de dados completo de seqüências de HIV-1 e HTLV está sendo desenvolvido utilizando a database HIVBaseTM. Todas as seqüências (novas e já publicadas no GenBank) estão sendo importadas, organizadas e analisadas, e novas informações (clínicas e epidemiológicas dos pacientes) estão sendo adicionadas. Estes resultados serão de grande utilidade para o desenvolvimento de vacinas/terapia do PN-DST/AIDS.
Objetivos:
Capacitação da unidade de Bioinformática do Lasp/CPqGM/Fiocruz em um Núcleo de Referência em Bioinformática para dar suporte ao PN-DST/AIDS do Ministério da Saúde na criação de um repositório de seqüências genéticas do HIV-1, ministrar treinamento específico em bioinformática a outros pesquisadores da rede e transferir esta tecnologia para outros núcleos emergentes de bioinformática no Brasil; Reforçar a unidade de bioinformática do Lasp/CPQGM/Fiocruz, com a criação de um núcleo de referência em bioinformática para análise de organismos emergentes (HIV-1 e HTLV-1) no Brasil, em especial o HIV-1; Criar um repositório de seqüências genéticas do HIV-1 e do HTLV-1, coordenando e dando suporte aos estudos de monitoramento destas infecções, polimorfismo viral, infecção recente, resistência aos anti-retrovirais e transmissão materno fetal; Desenvolver treinamento específico em bioinformática, treinando pesquisadores brasileiros em análise genética e evolutiva de patógenos humanos, com ênfase no HIV-1 e HTLV-1; Transferir tecnologia para outros núcleos emergentes de bioinformática no Brasil, ampliando a vigilância do polimorfismo genotípico do HIV-1 no âmbito do PN-DST/AIDS, principalmente em relação ao desenvolvimento de vacinas e resistência anti-retroviral; Selecionar seqüências nucleotídicas do genoma do HIV-1 de interesse estratégico para o desenvolvimento de vacinas, investigar o polimorfismo genético do HIV-1, relacionando este com o fenótipo dos isolados e o perfil epidemiológico desses variantes na população; Elaborar um algoritmo de resgate terapêutico subsidiando a terapia anti-retroviral a ser estabelecida nos serviços clínicos associados.
Materiais e Métodos:
O laboratório de bioinformática do Lasp/CPqGM/Fiocruz foi instalado entre o final de 2003 e início de 2004, contendo servidores e estações de trabalho com todos os programas necessários para a realização de pesquisa genética em HIV-1 e HTLV-I. A interface integrada para análise de seqüências do HIV-1 baseada no “GDE” foi instalada no servidor Linux, sendo acessada remotamente (via “network”) pelas estações de trabalho. A interface GDE contém programas de bioinformática necessários para edição, alinhamento e análises filogenéticas de seqüências retrovirais (de Oliveira et al., 2003). No website do laboratório há um banco de dados (separado por regiões gênicas) de seqüências brasileiras do HIV-1 e de seqüências do HTLV-1 provenientes de todo o mundo. Estes bancos de dados estão separados por nome do vírus, números de acessos, procedências, subtipos, referências bibliográficas, além dos respectivos alinhamentos e análises filogenéticas geradas no laboratório do LASP. Todas essas informações encontram-se disponíveis para download. O banco de dados completo de seqüências de HIV e HTLV será desenvolvido usando o programa HIVBase. Este programa permite ao usuário além de adicionar as seqüências ao banco de dados, complementar com informações epidemiológicas e clínicas dos pacientes. Como exemplo das informações que serão depositadas no banco de dados temos: informações sobre o paciente (idade, sexo, descendência), exames clínicos (carga viral e/ou pró­viral, contagem de CD4, doenças oportunistas, genotipagem), tratamento (droga utilizada, nível de resistência) e seqüências (região genética, subtipo, etc.). O banco de dados será desenvolvido junto ao PN-DST/AIDS e será adaptado para conter informações necessárias para o estudo de resistência e desenvolvimento de vacinas no nível nacional.
Resultados - Parciais ou Finais:
Implantação do website do laboratório de bioinformática hospedando informações sobre treinamentos, aplicações dos programas e métodos de análises de seqüências do HIV-1 e HTLV-1, distribuídas nos bancos de dados de seqüências e ferramentas da bioinformática para análise filogenética viral. Para construir um local de capacitação de bioinformática foram realizados cinco workshops no início do ano de 2004. Foram analisados isolados de HTLV 1 brasileiros, previamente publicados no GenBank, sendo possível estimar a prevalência de subgrupos do Brasil. Para investigar a caracterização molecular do HTLV 1 no Brasil, também analisamos os sítios potenciais do gene env. A análise dos sítios de Nglycolisação demonstrou que em 100% das seqüências estão compreendidos entre os aa 404-407, quando estudamos a gp46, e em 63,6% das seqüências entre os aa 140-143, 222-225, 244-247 e 272-275, quando estudamos a gp21. Na análise dos sítios de Nmiristilação, encontramos dois domínios localizados entre os aa 327-338 e 391-396 em 100% das seqüências correspondentes a gp46, e outro domínio entre os aa 97-102 em 63% das seqüências correpondentes à gp21. Após análises dos sítios de fosforilação de CK2, encontramos somente dois sítios, em 63% das seqüências, entre os aa 103-106 e 194-197, ambos pertencentes à gp21. As análises dos sítios de fosforilação de PKC mostraram dois domínios entre os resíduos 310-312 e 342-344, em 100% das seqüências, pertencentes ao gp46, enquanto que outro foi identificado entre os aa 109-111, em 63% das seqüências, correspondentes à gp21. Sobre as análises de regiões ENV e GAG do HIV-1, também fizemos a análise filogenética das 216 seqüências do gene gag do HIV-1 (p17 e p24) selecionados do GenBank usando métodos e 187 seqüências do gene env (gp120 e gp41) também obtidos do GenBank, e subtipados em estudos anteriores. A prevalência do subtipo B foi de 83%, enquanto os subtipos F e C foram de 11% e 4%, respectivamente. Os subtipos A e D e recombinantes B/F apresentaram escores mínimos de 1% (A e D) e 0,98% (B/F). A análise de sítio potencial de todos os peptídeos p17 brasileiros, oriundos do GenBank, foi executada e encontramos o sítio de fosforilação da proteína kinase C entre os aa 111-113 em 72%, sítio de amidação entre os aa 24-27 em 30%, sítio de Nglicolisação entre os aa 109-110 em 88%, sítio de fosforilação da caseína kinase 2 entre os aa 70-73 em 89% e sítio de Nmiristilação entre aa 49-54 em 88% das seqüências. As análises do peptídeo p24 demonstraram as seguintes freqüências dos sítios potenciais: sítio de fosforilação da caseína kinase 2 em 98% entre aa 48-51, 95% entre aa 72-75, 66% entre aa 112-113 e 78% entre aa 149-152; o sítio de Nmiristilação entre aa 60-6599% e aa 101-111 em 78%; e o sítio da proteína kinase C entre aa 2-7 em 100% das seqüências. As análises dos sítios potenciais de peptídeos gp41 foram realizadas e mostraram 100% de sítio de Nmiristilaçãoe entre aa 1.095-1.100, 7,84% entre aa 1.058-1.059 e entre aa 1.061-1.064, 100% de sítios de Nglicolisação entre aa 112-1.115, 98% entre aa 1128-1129 e aa 1140-1142, e 5.88% entre aa 1163-1166. O sítio de fosforilação da proteína kinase C foi encontrado em 100% entre aa 1.101-1.102, e 0,98% entre aa 843-845, aa 986-988, aa 1.051-1.053 e aa 1.064-1.066. Finalmente, analisamos a freqüência dos sítios potenciais do peptídeo gp120: 77,10%, sítio de fosforilação da caseína kinase 2 entre aa 682-685, 14,45% entre aa 735-738, 21,68% entre aa 751-754 e 25,30% entre aa 757-760, 16,87% do sítio de Nmiristilação entre aa 653-658, 8,40% entre aa 724-729, 16,87% entre aa 737-742 e 10,84% entre aa 752-760. As freqüências dos sítios de Nglicolisação foram 71,10% entre aa 880-881, 91,56% entre aa 894-897, 68,67% entre aa 707-710, 85,54% entre aa 713-716, 93,97% entre aa 718-719, 97,60% entre aa 749-752 e 45,80% entre aa 758-757. A freqüência de sítio de fosforilação da proteína kinase C foi 93,97% entre aa 721-723, 13,25% entre aa 724-726 e 40,96% entre aa 758-760.
Palavras-Chave:
HIV-1. Bioinformática. HTLV. Vacina.
Divulgação e/ou Publicações:

ALCÂNTARA, L.C.Jr. et al. Mapping the genetic characteristics of the HIV-1 and HTLV-1 strains in Brazil with the development of the viral bioinformatics laboratory at Salvador, Bahia, Brazil. Health Informatics Journal. Submited.

__. Mapping the genetic characteristics of the HIV-1 strains in Brazil with the development of the viral bioinformatics laboratory at Salvador, Bahia, Brazil (oral presentation). In: OFICINA EM HIV/AIDS EM VACINAS E MICROBICIDAS DO PN-DST/AIDS PARA O “FLANDERS BI¬LATERAL COOPERATION”, 1., 2004, São Paulo.

__. The Brazilian Aids program data management and sequence analysis (oral presentation). In: HIV DATA MANAGEMENT AND DATA MINING FOR ANTI-RETROVIRAL DRUG RESISTENCE WORKSHOP, 2004, South African. Medical Research Concil (MRC), Durban.

MIRANDA, A.C.A.M.; ALCÂNTARA, L.C.J; GALVÃO-CASTRO, B. The Genetic Characteristics Study of the Brazilian HTLV 1 Isolates Suggests the pre and Post-Colombian Origin of the Virus in this Country. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE HTLV NO BRASIL, 8., 2005, São Paulo. Trabalho Premiado como melhor trabalho em Epidemiologia e Saúde Coletiva.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Mark Drew Crosland Guimarães
Instituição:
FUNDEP – Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa; Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social.
Período de Vigência:
2003-2004
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Escola de Enfermagem e Faculdade de Farmácia da UFMG; Instituto de Psiquiatria da UFRJ; PN-DST/AIDS do Ministério da Saúde; Área Técnica de Saúde Mental do Ministério da Saúde.
Introdução e Justificativa:
Estudo de corte transversal preliminar com componentes quantitativo e qualitativo, tendo como principal objetivo avaliar e testar instrumentos para o estudo multicêntrico nacional sobre a prevalência da infecção pelo HIV, sífilis, hepatites B e C e os fatores associados com a positividade entre pacientes internados em hospitais psiquiátricos públicos e entre pacientes em acompanhamento em serviços substitutivos - Caps, em amostra representativa nacional. Os participantes foram submetidos a uma entrevista estruturada que abordou aspectos sociodemográficos, psicossociais, comportamentais, clínicos e aqueles relativos aos serviços. Dados complementares foram obtidos dos prontuários médicos. Foi avaliada a confiabilidade (interobservador, testereteste, splithalf) e validade de construto dos instrumentos. A análise quantitativa incluiu estimativa de Kappa, coeficiente de correlação, distribuição de freqüência, análise univariada e multivariada por meio do modelo de regressão logística binomial e polinomial. Foram estimados os odds ratios com intervalo de confiança 95%. A abordagem qualitativa incluiu entrevistas em profundidade abertas com pacientes dos centros envolvidos com a atenção à saúde de indivíduos portadores de sofrimento mental, procurando compreender o processo vivenciado pelos pacientes/profissionais durante o tratamento/acompanhamento. Os resultados do estudo preliminar serviram de subsídio para finalizar o protocolo do estudo multicêntrico nacional.
Objetivos:
Avaliar os instrumentos de coleta a serem utilizados no estudo multicêntrico (questionário semiestruturado, questionário de avaliação dos serviços e roteiro qualitativo) em dois serviços (um hospitalar e um substitutivo – Caps), no que se refere a sua confiabilidade e validade para perguntas selecionados, adequação à população, tempo de aplicação, forma de elaboração das perguntas, entre outros aspectos; Avaliar os procedimentos a serem utilizados no estudo multicêntrico para obtenção do termo de consentimento livre e esclarecido, o grau de participação e de recusas, bem como as condições clínicas e de autonomia dos participantes para responder ao questionário, em dois serviços (um hospitalar e um substitutivo – Caps); Avaliar o protocolo proposto para o estudo multicêntrico em seus aspectos operacionais, incluindo coleta de sangue, pesquisa de dados em prontuários e seleção da amostra em dois serviços (um hospitalar e um substitutivo – Caps); Avaliar o perfil sociodemográfico, de comportamento e situação de risco, e de atenção à saúde.
Materiais e Métodos:
Foi realizado estudo de corte transversal por um período de aproximadamente l mês. Durante este período, foram avaliados os instrumentos da pesquisa multicêntrica, nacional bem como o protocolo proposto. Foram selecionados para o piloto um hospital e um serviço substitutivo (CAPS), semelhantes aos centros do estudo principal. Informações sobre a atenção à saúde, incluindo aspectos clínicos, o perfil sociodemográfico e as características dos serviços foram coletadas retrospectivamente. Foi avaliada a confiabilidade (interobservador, testereteste, splithalf) e validade de construto dos instrumentos. A análise quantitativa incluiu estimativa de índice Kappa, coeficiente de correlação, distribuição de freqüência, análise univariada e multivariada por meio do modelo de regressão logística binomial e polinomial. A abordagem qualitativa incluiu entrevistas em profundidade e abertas com pacientes de alguns centros participantes procurando compreender o processo vivenciado pelos pacientes durante o tratamento.
Resultados - Parciais ou Finais:
Do total de 120 pacientes abordados, 14(12%) foram considerados não aptos a participar da pesquisa. Entre os 106 restantes, 90 (85%) aceitaram participar do estudo e assinaram o termo de consentimento, sendo 45(50%) em um hospital e 45(50%) em um CAPS. Entre os pacientes que responderam à primeira entrevista, 80 (89%) realizaram a reentrevista, 40 (50%) no CAPS e 40(50%) no hospital. Ao todo, 47 (59%) reentrevistas foram conduzidas pelo mesmo entrevistador e 33 (41%) por entrevistador diferente. Além disto, 76 (84%) realizaram coleta de sangue para as sorologias, sendo que 2 pacientes não aceitaram realizar a entrevista, somente a coleta do material. Assim, 63% (76/120) tiveram a entrevista e a coleta de sangue realizadas. Esse dado indica que a previsão inicial para o projeto principal de 40% de não participação está correta. A maioria dos participantes realizou a primeira entrevista logo na primeira tentativa em ambos os centros (93,4%). A comparação dos grupos participantes e não participantes mostrou diferença de participação somente em relação à idade. A não articipação foi maior entre aqueles mais velhos (> 35 anos) (72,4%), entre aqueles pacientes internados, com baixa escolaridade, e que moravam fora do município. A concordância observada variou de 55% a 100% para a variação intraobservador e de 54% a 100%, para a variação interobservador, mas, para ambas, a maior parte das concordâncias estiveram acima de 90%, o que indica uma boa confiabilidade observada.
Palavras-Chave:
DST. HIV. Aids. Saúde mental. Avaliação de serviços de saúde. Estudo piloto.
Divulgação e/ou Publicações:

GUIMARÃES, M. D. C. Estudo multicêntrico em HIV/AIDS e Saúde Mental. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PSIQUIATRIA, 23., 2005, Belo Horizonte. Relator do tema apresentado em Mesa Redonda intitulada “HIV/AIDS e Saúde Mental”.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Paulo Ricardo de Alencastro
Instituição:
Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul; Hospital Sanatório Partenon; Serviço de Atenção e Terapêutica em HIV/aids (SAT).
Período de Vigência:
2004 - 2005
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Lacen-RS; CDCT; CEARGS.
Introdução e Justificativa:
O projeto se propôs a preparar unidades do SUS da região metropolitana de Porto Alegre para participar de testes de eficácia com produtos vacinais ou microbicidas contra a aids. Este projeto pretende contribuir na obtenção de dados preliminares sobre a evolução clínica usual e favorecer a identificação e a organização da infraestrutura necessária a esta atividade. Ainda, acompanhar a evolução dos infectados em estudos mantendo um compromisso com os voluntários como uma necessidade de vigilância em saúde pública.
Objetivos:
Organizar e documentar o seguimento de indivíduos com diagnóstico recente de infecção pelo HIV que utilizam o serviço participante e testar a hipótese de que existe um impacto imunológico, definido aqui como o percentual de queda anual do número de linfócitos T CD4+ durante a infecção, distinta, entre indivíduos infectados por variantes HIV-1C em relação a indivíduos infectados com variantes HIV-1B.
Materiais e Métodos:
Desenho do estudo observacional, de acompanhamento de coorte, prospectivo com voluntários que consintam neste seguimento por consentimento esclarecido. A amostra foi de pacientes em seguimento no serviço associado SAT Sanatório Partenon conforme os procedimentos usuais, sendo convidados somente os que preencherem os critérios de inclusão com infecção recente ou até 200 casos incluindo aqueles com diagnóstico recente e CD4>400/mm3. Voluntários foram recrutados pelos médicos do serviço participante e colaboradores, sendo apresentados os detalhes do estudo e os que consentirem por escrito, após lerem atentamente ao consentimento informado, farão entrevista padronizada e seguirão plano de retornos regulares com o registro de dados clínicos laboratoriais em banco de dados específicos para o acompanhamento dos participantes deste estudo. Será utilizado o Consentimento Esclarecido após aprovação pelo Comitê de Ética das instituições participantes. Esses voluntários, caso consintam por consentimento obtido durante o seguimento, poderão ter também material biológico mantido no repositório de unidades públicas participantes para uso no desenvolvimento de estudos relacionados ao desenvolvimento de vacinas contra o HIV/aids. Critérios de inclusão: indivíduos infectados pelo HIV-1, com 18 anos ou mais, após lerem e assinarem o consentimento esclarecido e concordarem em participar do estudo. Exclusão: Gestantes; menores de 18 anos; indivíduos sob efeito de drogas, álcool ou com problemas psiquiátricos que os impeçam de decidir sobre a participação no estudo. Serão seqüenciados todos os casos de infecção recente e uma amostragem dos casos de infecção crônica selecionados, a partir da evolução clínica e laboratorial. Quantificação de Células CD4+ e CD8+ e estudo fenotípico celular por citometria de fluxo. A quantificação de marcadores de subpopulações celulares T CD4+ e T CD8+ será realizada seguindo as instruções do fabricante. Em uma parte da população em seguimento será realizada uma análise mais detalhada das características fenotípicas e funcionais destas células, envolvendo a determinação de parâmetros como a CD45RA CD45RO e marcadores de ativação celular de CD8+, CD62L HLADR e CD38. Resumidamente, as amostras serão coletadas em tubos com EDTA (ácido etilenodiaminotetracetico, Becton Dickinson, San Jose, CA, EUA) em temperatura ambiente, sendo adicionados a 100 pl de sangue total, 5 pl de anticorpo monoclonal conjugado com FlTC (isotiocianato de fluoresceina), Cy5 ou PE (ficoeritrina).
Resultados - Parciais ou Finais:
O Projeto de acompanhamento desta coorte de soropositivos está previsto para ter um seguimento de 2 anos, sendo que a primeira fase ocorreu entre novembro de 2004 e maio de 2005, e a segunda fase está em execução até dezembro de 2005. O recrutamento de voluntários iniciou em janeiro de 2005 e até setembro de 2005 haviam sido recrutados 63 pacientes sendo que 35 preencheram os critérios de inclusão e mais pacientes continuam sendo recrutados. Ainda não temos os resultados das genotipagens, pois o método in house está sendo implantado no CDCT Lacen-RS e teremos resultados no próximo mês. O estudo está em pleno andamento e coleta de dados, que ainda não podem ser analisados. O estudo necessita de continuidade de financiamento do PN-DST/AIDS com novo projeto pronto aguardando edital para ser apresentado e avaliado.
Palavras-Chave:
Patogênese viral. HIV. Aids. Coorte soropositivos.
Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Maria Inês de Moura Campos Pardini
Instituição:
Famespn – Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar.
Período de Vigência:
2005 – 2006
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:
A carga viral plasmática reflete a dinâmica da infecção pelo HIV-1, uma vez que quantifica as partículas virais que estão sendo produzidas e lançadas na circulação. Atualmente, registradas no Brasil, existem três metodologias disponíveis para a realização do exame de carga viral: RT – PCR (Amplicor HIV-1 MonitorTM – Roche Diagnostic Systems); NASBA (NuclisensTM HIV-1 QT BioMerrieux); Branched – DNA – Quantiplex – Bayer). Hoje existe nova tecnologia capaz de quantificar os resultados gerados em uma reação de PCR: o Real Time PCR uma alternativa para a determinação da carga viral, mas que ainda necessita de um estudo comparativo no que se refere à sensibilidade, especificidade e reprodutibilidade. O presente estudo busca verificar a equivalência das metodologias utilizadas em nível nacional, incluindo aqui a tecnologia do PCR em Tempo Real.
Materiais e Métodos:
PCR/Amplicor (Roche) – Nasba/Nuclisens (Bio Merrieux) – bDNA Quantiplex (Bayer) e PCR em Tempo Real – (fornecedor a definir). A fim de comparar os resultados obtidos utilizando PCR em tempo real com as três metodologias disponíveis no mercado nacional, serão realizadas análises estatísticas para comparação quantitativa (Análise de Medidas Repetidas) e qualitativa utilizando categorização da carga viral (Teste de Concordância). Plano de coleta dos dados: Coleta de sangue periférico de paciente assintomáticos e sintomáticos do Serviço Público de Saúde (SUS) obtidos no setor de coleta de cada uma das DIRs envolvidas no estudo. Tal coleta será realizada por profissional capacitado, funcionário do próprio setor. As amostras coletadas serão transportadas adequadamente, segundo as normas de biossegurança, até o Hemocentro de Botucatu, onde serão processadas pelos profissionais que já fazem parte dos Recursos Humanos do referido Hemocentro. O banco de dados ficará com o PN-DST/AIDS, que divulgará o estudo quando considerar oportuno.
Resultados - Parciais ou Finais:
A coleta de amostras de 500 pacientes da Região já foi realizada. As 3 tecnologias disponíveis no mercado já foram testadas simultaneamente e aguarda-se definição da metodologia de PCR em Tempo Real para conclusão do trabalho.
Palavras-Chave:
HIV. Carga viral plasmática. Quantificação de carga viral. PCR em tempo real. Comparação de tecnologias.
Edital/Chamamento:
Chamada de Pesquisa - 2004
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Paulo Eduardo Mangeon Elias
Instituição:
Cedec – Centro de Estudos de Cultura Contemporânea.
Período de Vigência:
18 meses
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Introdução e Justificativa:
Dada a importância dos Conselhos de Saúde na definição das políticas de saúde no País, o perfil da participação das organizações não governamentais de luta contra a aids nessas instâncias deliberativas assume importância crucial. Além disso, essa participação demanda dessas organizações a transição de uma prática política autônoma e descentralizada, regida por interesses específicos, para uma prática que busque uma possível conjunção de interesses a serem represen-tados nesses Conselhos. Daí por que a proposta desta pesquisa: averiguar, da perspectiva do controle social, a relação estabelecida entre esses movimentos e organizações sociais de luta contra a aids e o Estado (seu poder de pressão, as formas de negociação que pratica, suas fontes de legitimidade e os dilemas que enfrentam).
Objetivos:
Validação de metodologia de PCR em Tempo Real, em um estudo comparativo com as 3 tecnologias registradas e comercializadas no Brasil, no PN-DST/AIDS, com o intuito de ampliar o acesso e melhorar a qualidade de diagnóstico, tratamento e assistência.
Materiais e Métodos:
A pesquisa envolve levantamento bibliográfico sobre pesquisas que têm como objeto a participação e o controle social na saúde e nas demais políticas públicas sociais; levantamento de dados epidemiológicos sobre aids em estudos e nas publicações do Ministério da Saúde, para os municípios com maior concentração de casos serem um dos critérios de escolha de estudo de caso dos conselhos de saúde; levantamento de dados junto ao Fórum de ONG/aids e ao Setor de Articulação com a Sociedade Civil do PN-DST/AIDS e junto, eventualmente, aos próprios Conselhos de Saúde. Serão ainda levantadas informações junto aos representantes daquelas entidades, por meio de aplicação de questionários e entrevistas em profundidade, bem como por meio da observação das reuniões dos Conselhos de Saúde e da análise das atas de suas reuniões. As análises das atas e das reuniões permitirão reconhecer quem fala, de onde fala e, sobretudo, o quê se fala, podendo, portanto revelar formas de pressão e de legitimação de interesses específicos sustentados pelos distintos sujeitos sociais.
Resultados - Parciais ou Finais:
Ainda não há. Prevê­-se a publicação de artigos em revistas científicas; edição dos resultados da pesquisa em material impresso – livro ou apostila – para divulgação em centros de pesquisa e; divulgação para as entidades ligadas à área da saúde, tanto através dos documentos impressos quanto por meio de um seminário sobre o tema, a ser realizado pelo Cedec.
Palavras-Chave:
Controle social da aids no SUS. Luta contra a aids e organizações não governamentais. Aids e controle social no SUS.
Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Maria Inês Batistella Nemes
Instituição:
Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva.
Período de Vigência:
2004 - 2005
Situação:
Concluída
Introdução e Justificativa:
Em 2002, a equipe Qualiaids do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP realizou uma avaliação de 322 serviços em 7 estados brasileiros eleitos pelo PN-DST/AIDS. Essa pesquisa produziu um instrumento de avaliação – questionário Qualiaids – e um modelo de análise com potencial de aplicação periódica, capaz, portanto, de gerar indicadores para monitoramento. O questionário original Qualiaids e o modelo de classificação dos níveis de qualidade foram revistos e adaptados para a elaboração de uma versão eletrônica do questionário. Também foram incluídas recomendações para a organização dos vários componentes da assistência ambulatorial, baseados nos indicadores de qualidade utilizados na pesquisa, sob a forma de hyperlinks.
Objetivos:
Elaborar sistema de monitoramento da organização da assistência ambulatorial do PN-DST/AIDS; Adaptar o questionário e o modelo de análise da pesquisa Qualiaids; Elaborar instruções de melhor prática para a organização da assistência ambulatorial; Criar software para uso “online” do sistema.
Materiais e Métodos:
O desenvolvimento desse instrumento online baseou-se nas seguintes etapas: revisão do questionário Qualiaids; revisão do modelo de análise; elaboração das recomendações (hyperlinks); elaboração e teste do software; e, teste de aplicabilidade.
Resultados - Parciais ou Finais:
O aplicativo já pode ser acessado através do seguinte Endereço eletrônico: www.netsim.fm.usp.br/qa.
Palavras-Chave:
Avaliação da qualidade dos cuidados à saúde. Monitoramento da qualidade em saúde.
Divulgação e/ou Publicações:

NEMES, M.I.B. et al. Monitoramento da Qualidade da Organização da Assistência Ambulatorial do Programa Brasileiro de DST/Aids. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DST, CONGRESSO BRASILEIRO DE PREVENÇÃO EM DST E AIDS, CONGRESSO BRASILEIRO DE AIDS, 5./5./1., 2004, Recife.

SISTEMA Qualiaids. Disponível em: www.netsim.fm.usp.br/qa. Acesso em: 07 abr. 2006.

Edital/Chamamento:
Chamada de Pesquisa 2005 - 324/2005
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Mariane Martins Araújo Stefani
Instituição:
Universidade Federal de Goiás; Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública; Departamento de Imunologia, Microbiologia, Parasitologia e Patologia Geral.
Período de Vigência:
2003 – 2004
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:

Informações sobre a diversidade do HIV-1 na Região Centro-Oeste são ainda escassas. O grupo do IPTSP/UFG tem avaliado a diversidade genética do HIV-1 em diferentes subgrupos populacionais do Estado de Goiás e em pacientes de Cuiabá­-MT, empregando Ensaio de Mobilidade de Heteroduplex (HMA) para duas regiões do genoma viral: env e gag. Ampliação da amostragem e inclusão de isolados do Mato Grosso do Sul contribuirão para o mapeamento genético molecular do HIV-1 na Região Centro-Oeste, área distante do epicentro da epidemia de aids no Brasil. Estudos regionais visando avaliar a prevalência dos subtipos do HIV-1 e caracterizar por seqüenciamento recombinantes intersubtipos são importantes para saúde pública em razão do potencial impacto da diversidade viral nos testes sorológicos, de carga viral e nos ensaios de vacinas.

Objetivos:

Caracterizar subtipos de HIV-1 em isolados de pacientes dos estados de Goiás e de Mato Grosso; Determinar a prevalência dos subtipos de HIV-1 nas regiões env e gag para posterior seqüenciamento automatizado de isolados com “perfil híbrido” sugestivo de recombinação intersubtipos.

Materiais e Métodos:

As principais áreas de estudo foram as capitais dos estados de Goiás e Mato Grosso: Goiânia e Cuiabá, e os pacientes foram incluídos no estudo após assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Os pacientes HIV+/aids de Goiânia foram recrutados em dois centros de referência regionais para diagnóstico, tratamento de pacientes infectados pelo HIV: Hospital Anuar Auad (HAA/HDT/SUS) e Hospital Materno-Infantil (HMI/SUS). Em Cuiabá, os pacientes foram recrutados a partir da demanda espontânea do Lacen. Após responder a questionário padronizado para identificação de variáveis sociodemográficas foi realizada coleta de sangue venoso. As amostras biológicas foram estocadas a -80ºC e processadas para identificação dos subtipos do HIV-1 no Laboratório da Imunologia da Aids e da Hanseníase do IPT-SP/UFG. A identificação do subtipo do HIV-1 foi realizada empregando-se o Ensaio de Mobilidade de Heteroduplex nas regiões env e gag do genoma viral segundo protocolos e reagentes fornecidos pelo AIDS Reagent Program / National Ins-titutes of Health/USA (Heteroduplex Mobility Analysis HMA env subtyping Protocol version 5; HMA gag subtyping Protocol; www.aidsreagent.org).

Resultados - Parciais ou Finais:

Resultados da triagem molecular em ~300 isolados sendo ~250 do Estado de Goiás e ~50 do Estado do Mato Grosso por HMA env e gag indicaram marcante diversidade genética do HIV-1 nesses dois estados brasileiros. Em geral, em ambos os estados observamos predomínio do subtipo Benv/Bgag (~75%), seguido de padrão discordante Benv/Fgag (~10%) e outros padrões híbridos envolvendo, principalmente, os subtipos B e C ou subtipos B e D. No Estado de Goiás detectamos casos esporádicos de infecção pelos subtipos F e C “puros” (env/gag), enquanto estes não foram detectados em isolados do Mato Grosso. Ampliação da amostragem e inclusão de isolados do Mato Grosso do Sul contribuirão para melhor entendimento do mapeamento genético molecular do HIV-1 na Região Centro-Oeste.

Palavras-Chave:
Subtipos do HIV-1. HMA env/gag. Co-infecção.
Divulgação e/ou Publicações:

LINS, J.B.A. et al. Molecular screening of HIV-1 genetic diversity among children /adolescents and mothers. SIMPAIDS, 6.2005, Ouro Preto. Proceedings... Brasília: Ministério da Saúde, 2005. Abstract TL. 66, p.52.
PEREIRA, G.A.S. et al. HIV-1 Subtypes in Pregnant Women and Risk behaviors assessment in Central Brazil. SIMPAIDS, 6., 2005, Ouro Preto. Proceedings... Brasília: Ministério da Saúde, 2005. Abstract TL. 50, p.44.
Human Immunodeficiency Virus Type 1 (HIV-1) and Hepatitis C Virus (HCV) co-infection and viral subtypes at HIV testing center in Brazil. J Med Virol (in press).
Human Immunodeficiency Virus Type 1 (HIV-1) and Mycobacterium leprae co-infection: HIV-1 subtypes and clinical, immunologic, and histopathologic profiles in a Brazilian cohort. Am J Trop Med Hyg, v.71, n.5, p.679-684, 2004.
STEFANI, M.M. et al. Evidence of HIV-1 genetic diversity among pregnant women with AIDS or infected with HIV-1 in central Brazil. J Acquir Immune Defic Syndr, n.23, p.205-207, 2000.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Evely Marlene Pereira Koller
Instituição:
Univali – Fundação Universidade do Vale do Itajaí.
Período de Vigência:
2002 - 2004
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
PN DST/AIDS, Centers for Disease and Prevention, e UNESCO.
Introdução e Justificativa:
Itajaí tem uma população de 160.000 habitantes. Recebe diariamente uma população em torno de 700 caminhoneiros, que trazem e retiram mercadorias do porto. O município lidera nacionalmente a incidência para o HIV desde os anos 90. Essa pesquisa se propôs a conhecer e analisar situações de vulnerabilidade dos caminhoneiros com relação ao HIV/aids. Utilizou-se a metodologia de Avaliação Rápida e Pronta Resposta (RARE). Foram realizadas 46 entrevistas, 8 grupos focais e mapeamento de duas rotas de acesso ao porto, relacionadas com redes e cenas de risco para o HIV/aids. Os caminhoneiros acessados abordaram o tema do sexo desprotegido, uso de álcool e “rebites” (os proprietários de transportadoras fornecem anfetaminas a seus motoristas). Também está presente o estresse causado pelo excessivo número de horas trabalhadas, assédio de profissionais do sexo e dificuldades de acesso a serviços públicos de saúde.
Objetivos:
Analisar as situações de vulnerabilidade dos caminhoneiros, com relação às DST/aids, como e onde recebem informações sobre saúde, uso do preservativo, aceitabilidade do teste rápido, uso de álcool e drogas durante a jornada de trabalho, acesso a serviços públicos de saúde, atitudes de profissionais de saúde perante situação de mobilidade do caminhoneiro e que fatores contextuais contribuem para a maior vulnerabilidade dessa população.
Materiais e Métodos:
Na pesquisa foi utilizada a metodologia de “Análise Rápida e Pronta Resposta” (RARE – Rapid Assessment, Response and Evaluation). Essa metodologia possibilita a coleta e análise de dados que poderão ser utilizados tanto para planejar como para desenvolver políticas e intervenções em saúde, assim como permite a melhora de serviços preexistentes. Modelo de pesquisa simplificado (se comparado ao modelo tradicional) para identificar os diferentes níveis de comportamentos vulneráveis de uma determinada população, em um determinado espaço social, cultural e geográfico. Por ser uma metodologia extremamente eficaz e que permite a coleta de dados relevantes em um curto espaço de tempo, é adequada para situações nas quais a falta de recursos e/ou de tempo suficiente impedem a utilização de métodos de pesquisa mais convencionais.
Resultados - Parciais ou Finais:
Os caminhoneiros referem-se à abrangência do serviço de radioamador, sendo tal mídia a preferencial durante o trabalho na estrada, em detrimento de materiais escritos. Nesse sentido, recomendamos o incentivo à formação de radioamadores e radialistas para informações sobre drogas, sexualidade e divulgação de serviços de saúde disponíveis para essa população. Foi identificado um grande desconhecimento dos profissionais de saúde acerca das necessidades específicas de populações móveis, necessitando capacitação. São necessárias intervenções contínuas voltadas para a prevenção do HIV/aids e demais IST, já que ações esporádicas e desarticuladas não conseguem diminuir a vulnerabilidade da categoria. É necessário estender e intensificar as intervenções direcionadas aos profissionais do sexo, principalmente aos que trabalham ao longo das rodovias e não costumam ter acesso a intervenções visando à prevenção do HIV/aids e demais IST. Ainda predominam os conceitos de “grupos de risco” e referências à epidemia de aids que estão desatualizadas e fundamentadas em crenças. As campanhas para tal população precisam contemplar essa lacuna e retomar aspectos básicos da epidemia. Caso o teste rápido venha a ser implantado, enfatiza-se a importância do aconselhamento pré e pós-teste e do sigilo ético, nos moldes já praticados em CTA de todo o país.
Palavras-Chave:
Caminhoneiros. Acesso a serviços de saúde. Anfetaminas.
Divulgação e/ou Publicações:

KOLLER, E.M.P. Rotas do HIV/Aids: resultados de um estudo qualitativo com caminhoneiros de Itajaí­SC. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DST, CONGRESSO BRASILEIRO DE PREVENÇÃO EM DST E AIDS, CONGRESSO BRASILEIRO DE AIDS, 5./5./1., 2004, Recife. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. v.1.

KOLLER, E.M.P. et al. Routes of HIV/AIDS: Assessing the use of amphetamine like among truck drivers in Southern Brazil. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON THE REDUCTION OF DRUG RELATED HARM, 15., 2004, Melbourne.

__. Routes of HIV/AIDS: results of a Rapid Assessment study among truck drivers in Itajai, Southern Brazil. In: INTERNATIONAL AIDS CONFERENCE, 15., 2004, Bangkok; MALTA, M. et al. A qualitative assessment of long distance truck drivers’ vulnerability to HIV/AIDS in Itajaí, Southern Brazil. Aids Care, 2005 (Submitted).

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Ezio Távora dos Santos Filho
Instituição:
Grupo Pela Vidda – Rio de Janeiro.
Período de Vigência:
1999 - 2000
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Fiocruz/RJ; Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro; Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro.
Introdução e Justificativa:
O projeto teve por objetivo traçar um diagnóstico das dificuldades que os setores de emergência dos hospitais da Rede Pública de Saúde no Município apresentavam para dar atendimento e encaminhamento adequados às pessoas com sintomas relativos à infecção pelo HIV, bem como verificar os obstáculos enfrentados pelas pessoas que se identificavam como doentes de aids para receber tratamento de emergência. Pretendia-se subsidiar estratégias adequadas a serem implantadas nesses setores para um melhor atendimento, visando futuras intervenções. O projeto foi inspirado nas queixas dos clientes e voluntários do Projeto Rio Buddy ao levarem seus clientes (pessoas vivendo com aids) com intercorrências. A pesquisa foi feita em nove emergências de hospitais municipais, estaduais e federais na cidade do Rio de Janeiro.
Objetivos:
Realizar uma análise qualitativa do atendimento às pessoas vivendo com HIV e aids nos setores de emergência dos hospitais do SUS no Município do Rio de Janeiro, visando subsidiar a elaboração de novas propostas de estratégias e futuras intervenções, tais como aperfeiçoamento dos procedimentos e a atualização de profissionais de saúde relativamente ao atendimento dessa população específica.
Materiais e Métodos:
O estudo foi baseado nos princípios da Pesquisa Estratégica proposta por Bulmer, que, segundo Minayo (1992), se volta para problemas da realidade e, ainda que não vise necessariamente soluções práticas, lança luz sobre seus aspectos para que se tenha um melhor conhecimento e que se possam avaliar políticas. A análise, de caráter qualitativo,focalizou a realidade do atendimento da emergência hospitalar, procurando caracterizar como ocorre o seu processo, identificar seus limites de atuação e configurar as dificuldades e as possibilidades para um atendimento adequado. Com base no princípio de amostra de pesquisa qualitativa e em critérios de distribuição geográfica, tais como perfil das unidades de saúde (atendimento a clientelas distintas e oferta de diferentes serviços), e administração (federal, estadual ou municipal, com serviços terceirizados ou não), foram selecionadas nove unidades de saúde com emergências para a aplicação, por seis diferentes pesquisadores, de entrevistas semi-estruturadas, por meio de roteiro, e observação de dois plantões de emergência de cada unidade, com consulta a prontuários e outros documentos administrativos. Foram entrevistados gestores e/ou administradores, plantonistas, responsáveis de setor e pacientes em todas as unidades.
Resultados - Parciais ou Finais:
As informações fornecidas pelos entrevistados, bem como as observações dos pesquisadores geraram dados em três eixos temáticos: “Destacando aspectos do cenário da emergência”; “Mantendo distância dos portadores de HIV/aids”; “Buscando uma saída para a abordagem de HIV/aids na emergência”. Os dados apontam que as emergências não estão necessariamente estruturadas para atender ao grau de complexidade a que se propõe trazer uma resolutividade. Além disso, foi observada falta de profissionais em quase todas as unidades, servidores que não cumprem integralmente sua carga horária alegando insatisfação, condições de trabalho e nível salarial. Em todas as unidades foram verificadas práticas que promovem a subnotificação, principalmente pelo não reconhecimento, em muitos casos feito de forma deliberada, da sorologia ou da indicação pelo quadro clínico apresentado pelo paciente. Mais de 80% dos profissionais de saúde entrevistados disseram já ter passado por pelo menos um treinamento sobre HIV/aids. A maioria dos profissionais de saúde alegou conhecer os sintomas das doenças correlatas, mas muitos consideram não ser a emergência o espaço adequado para atendimento dessa população. Indica-se contínuo treinamento e sensibilização dos profissionais para o tema.
Palavras-Chave:
HIV/aids. Projeto Rio Buddy. Emergências. Atendimento em HIV/aids. Assistência. SUS.
Divulgação e/ou Publicações:

Elaboração de estratégias de monitoramento dos serviços públicos de saúde por voluntários dos Projetos Buddy (acompanhamento domiciliar gratuito, de base voluntária), particularmente dentro da Rede Buddy Brasil, pelo Grupo Pela Vidda/RJ e pelo Grupo Arco-Íris de Conscientização Homossexual.

SANTOS FILHO, E.T. Apresentação de dados preliminares dos resultados da pesquisa durante discussão em mesa redonda sobre assistência comunitária. In: LA CONFÉRENCE INTERNATIONALE SUR LA PRISE EN CHARGE EXTRAHOSPITALIÈRE ET COMMUNAUTAIRE DES PERSONNES VIVANT AVEC LE VIH/SIDA, 4., 1999, Paris; SANTOS FILHO, E.T. et al. A qualitative study on care for PWAs in emergencies revealing demand for a new epidemiological surveillance strategy in Brazil. In: INTERNATIONAL AIDS CONFERENCE, 13., 2001, Durban (RSA). Proceedings... Durban: International AIDS Society, 2001. v.1, p.423. Abstract TuPeC3445.

__. Um estudo qualitativo sobre o atendimento aos pacientes com aids nas emergências dos hospitais da rede do SUS na Cidade do Rio de Janeiro suscitando uma nova estratégia de vigilância epidemiológica no Brasil. In: FÓRUM 2000 - FÓRUM E CONFERÊNCIA DE COOPERAÇÃO TÉCNICA HORIZONTAL DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE EM HIV/AIDS E DST, 1./2., 2000, Rio de Janeiro. Proceedings... Brasília: Ministério da Saúde, 2000. v.1, p.40.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Ligia Regina Sansigolo Kerr Pontes
Instituição:
CETREDE – Centro de Treinamento e Desenvolvimento.
Período de Vigência:
2004 - 2005
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Department of International Health; Tulane University School of Public Health and Tropical Medicine.
Introdução e Justificativa:
Trata-se de um estudo de caso de controle entre mulheres soronegativas, soropositivas para o HIV e mulheres vivendo com aids, realizado em Fortaleza-CE no Hospital São José de Doenças Infecciosas. Considerando-se que as mulheres com HIV têm uma contaminação mais recente que aquelas com aids, os resultados abaixo mostram que a proporção de mulheres laqueadas entre as soropositivas decresceu, em relação àquelas que já apresentavam aids, possivelmente pela diminuição da probabilidade de transmissão vertical. Poder-se-ia sugerir que outros fatores mais complexos parecem ser hoje mais importantes na determinação da infecção, pois escolaridade e estar empregada não se mostraram significativos e ter parceiro fixo não impede a mulher de se tornar soropositiva.
Objetivos:
Conhecer os fatores de risco associados à aids e à infecção pelo HIV em mulheres de Fortaleza-CE.
Materiais e Métodos:
Foi realizado um estudo de caso de controle onde uma mulher foi definida como caso de aids se atendida pelo HSJ – Hospital São José, de acordo com as definições do Ministério da Saúde, e um caso de HIV positivo, que foi definido como sorologia positiva para HIV sem sintomatologia. Um controle foi definido com uma mulher que procurou o HSJ como acompanhante de um paciente sem diagnóstico de aids ou com queixas não relacionadas à aids, com sorologia negativa para HIV. Foram aplicados questionários estruturados contendo perguntas sobre aspectos socioeconômicos, comportamento sexual, uso de drogas, conhecimento sobre aids, etc. Como resultado preliminar, foi realizada uma análise bivariada para avaliar as variações significativas entre casos de aids versus controle e casos de HIV positivo versus controle.
Resultados - Parciais ou Finais:
Foram entrevistadas 290 mulheres com aids, 82 com HIV positivo sem sintomatologia e 210 controles. Um percentual bem mais elevado de mulheres com aids (39% x 30%; p=0,046) referiu ser laqueada em comparação com as que faziam con-troles. Para aquelas vivendo com HIV positivo, este indicador não deu significância (30% x 38%; p=0,203). Comparando-se os casos de aids aos controles, uma proporção significativamente maior de mulheres não estava trabalhando (22% x 37%; p
Palavras-Chave:
Aids. HIV. Mulheres. Caso controle.
Edital/Chamamento:
Pesquisas Científicas - Abr/2002
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Janeth de Oliveira Silva Naves
Instituição:
Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico na Área de Saúde.
Homepage:
Período de Vigência:
2005 - 2006
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
UnB – Pós-graduação em Ciências da Saúde; Gerência de DST/Aids da Secretaria de Estado de Saúde do DF; Conselho Federal de Farmácia.
Introdução e Justificativa:
As DST constituem um grave problema de saúde pública e, segundo estimativas da OMS, muitos portadores não buscam tratamento em serviços de saúde. Os farmacêuticos são numerosos e se constituem nos profissionais de saúde mais acessíveis para o público em geral. Em todo o mundo, a farmácia comunitária é um importante local de busca por atendimento primário em saúde, inclusive para problemas complexos de saúde, como as DST. Portanto, esses estabelecimentos devem ser considerados como importantes locais de intervenção para o estabelecimento de parcerias que objetivam o controle e a prevenção de doenças.
Objetivos:
Conhecer as motivações que levam os usuários de medicamentos a buscar as drogarias, em primeiro lugar, e não os serviços de saúde, para solucionar problemas de saúde como as DST; Descrever e discutir as práticas dos trabalhadores de farmácias diante de um possível portador de DST; Conhecer as características dos trabalhadores das farmácias, sua forma de remuneração e os treinamentos mais freqüentes que recebem; Avaliar o grau de conhecimento dos balconistas com relação à DST e anti-bioticoterapia em drogarias da rede privada. Implementar medidas educativas em DST/aids para balconistas das drogarias em estudo e avaliar a efetividade dessa intervenção; Promover a melhoria da qualidade do atendimento das farmácias em relação às demandas de DST em Brasília e Taguatinga.
Materiais e Métodos:
Estudo de intervenção em amostra aleatória sistemática de 70 farmácias de Brasília e Taguatinga, distribuídas em grupo de intervenção e controle. Utilizou-se o método do cliente simulado, no qual 20 estudantes de farmácia da UnB e UCB, simulando sintomas de DST, visitaram as farmácias para identificar e descrever as práticas dos trabalhadores das farmácias, antes e depois de uma intervenção educativa. Cada farmácia foi visitada por três pesquisadores diferentes. Realizar a aplicação de questionário aos balconistas e farmacêuticos para conhecer as suas características e avaliar o grau de conhecimento dos trabalhadores das farmácias sobre DST; identificar os treinamentos mais freqüentes que recebem e a composição dos seus salários. Foi elaborado material educativo, em parceria com o Conselho Federal de Farmácia e a realização de intervenção educativa sobre DST, em parceria com a Gerência de DST/Aids da SES-DF, para os trabalhado-res das farmácias do grupo de estudo. A intervenção educativa compreendeu um ciclo de palestras, abordando os conhecimentos importantes em aconselhamento, transmissão, epidemiologia e prevenção das DST; antibioticoterapia e resistência bacteriana; legislação vigente e responsabilidade social do farmacêutico e do balconista; estrutura da SES com relação ao atendimento de DST. Foram elaborados e distribuídos às farmácias materiais didáticos informativos, para divulgação de conhecimentos e orientações importantes em DST. Para auxiliar no desenho inicial da pesquisa, foram realizados três Grupos Focais com pacientes do Hospital Dia, da Asa Sul, para verificar a prática de auto-medicação e tratamento de DST em farmácias da rede privada.
Resultados - Parciais ou Finais:
Os Grupos Focais revelaram que a busca de tratamento para DST nas farmácias é freqüente, bem como a indicação de medicamentos pelos trabalhadores das farmácias. O principal motivo apontado para essa busca é a insatisfação com a qualidade dos serviços de saúde, a demora, a baixa resolutividade e a baixa qualidade do atendimento médico no SUS, classificado como superficial e desumano. As comissões sobre as vendas representam uma proporção significativa dos salários, e é freqüente a prática de treinamentos oferecidos pela indústria farmacêutica a esses trabalhadores. No grupo de intervenção, 74,1% das visitas de cliente simulado resultaram em indicação de medicamentos antes e 73,1% depois da intervenção. No grupo controle, foram 70,2% antes e 75,3% depois. No total da amostra, 79,6% dos atendimentos feitos por balconistas resultaram em indicação de medicamentos, ao passo que 36,4% dos atendimentos feitos por farmacêuticos também resultaram em indicação. A freqüência de recomendação para o tratamento de parceiros sexuais apareceu em 4,7% dos atendimentos. Foi recomendado o uso de preservativos em 9,4% das visitas. O encaminhamento para o médico ocorreu em 32,1% dos atendimentos. Os farmacêuticos recomendaram a procura de um serviço de saúde cerca de 6 vezes mais do que os balconistas.
Palavras-Chave:
Orientação farmacêutica. Doenças sexualmente transmissíveis. Prevenção. Farmácia. Farmacêutico.
Divulgação e/ou Publicações:

NAVES, J.O.S. Guides to help community pharmacists in HIV/AIDS counseling. In: WORLD CONGRESS OF PHARMACIST AND PHARMACEUTICAL SCIENCES. CONGRESS OF FIP, 65., 2005, Cairo.

__. Orientação farmacêutica para DST nas farmácias do DF: um estudo de intervenção. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE PAULISTA DE SAÚDE PÚBLICA, 2005, Santos.

__. Orientação farmacêutica para DST: uma proposta de sistematização. Revista Ciência e Saúde Coletiva – Abrasco. Artigo aprovado em 2005, com a data de publicação/volume a serem confirmados.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Neide de Souza Praça
Instituição:
Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem.
Período de Vigência:
1999 - 2000
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:
Continua crescente o número de casos de transmissão do HIV em mulheres que, na maioria, encontram-se na fase reprodutiva do ciclo vital. Entrevistando 384 puérperas internadas em duas maternidades filantrópicas do município de São Paulo, a pesquisa apresenta a percepção dessas mulheres em relação ao risco de infecção pelo HIV. O estudo confirma a relevância dos fatores culturais para a progressão da epidemia, indicando que as mulheres pouco conhecem do comportamento extra lar de seus companheiros, sendo reduzido o número das entrevistadas que se consideram, e a seus companheiros, como passíveis de infecção pelo HIV. Vale acrescentar que embora informadas acerca da aids, esse fato não as leva a adotar medidas efetivas de proteção.
Objetivos:
Verificar a percepção de risco de infecção pelo HIV de puérperas internadas em duas maternidades do município de São Paulo; Identificar o conhecimento sobre aids de puérperas internadas em duas maternidades filantrópicas do município de São Paulo; Identificar o risco de puérperas em contrair HIV/aids por via sexual; Identificar pontos críticos que subsidiem o planejamento de programas de educação para a saúde.
Materiais e Métodos:
Estudo descritivo, exploratório, de corte transversal, cujo tamanho da amostra foi definido, estatisticamente, em 384 puérperas, internadas em duas maternidades filantrópicas do município de São Paulo (Hospital Santa Marcelina e Amparo Maternal), as quais atenderam aos seguintes critérios de inclusão: puérperas internadas após 12 horas de pós-parto, independente do tipo de parto, que não apresentavam doenças crônicas ou sorologia positiva para o HIV, que tiveram recém-nascido vivo, que estavam sendo atendidas pelo convênio SUS e que concordaram em participar do estudo. Foi dada atenção aos aspectos éticos, tendo o projeto sido aprovado por Comissão de Ética em Pesquisa, e todas as entrevistadas assinaram o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Pesquisa Científica”. Foi realizado um estudo piloto com 10 puérperas internadas no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. A coleta de dados foi realizada de janeiro a março de 2000, simultaneamente nos dois campos, empregando um formulário para o levantamento de dados sociodemográficos, práticas de saúde, conhecimentos sobre aids, comportamentos e percepção de risco para o HIV. Os achados foram analisados estatisticamente.
Resultados - Parciais ou Finais:
O estudo possibilitou confirmar a relevância dos fatores culturais envolvidos na progressão da transmissão do HIV em mulheres. A informação sobre aids está presente, mas não é suficiente para a adoção de medidas preventivas. Foi encontrada associação estatística significativa entre percepção de risco de infecção pelo HIV e mulheres mais jovens, mulheres que acreditam que o homem e a mulher, mesmo casados, têm comportamentos de lazer semelhante aos solteiros, mulheres que acreditam que o companheiro pode ter aids no futuro, mulheres que não vivem em união estável e mulheres que já tiveram Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST. A análise multivariada identificou que a mulher que se percebe com risco é aquela que não está em união conjugal, que apresentou DST em algum momento de sua vida e que acredita que o homem casado, fora de casa, diverte-se da mesma maneira que o homem solteiro. O estudo possibilitou, também, identificar o comportamento da clientela para a prevenção e a manutenção de sua saúde. Os resultados mostraram discreta influência das campanhas de orientação sobre a percepção de risco da mulher, bem como a necessidade de intensificação de atividades que promovem o envolvimento do casal e do adolescente na prevenção de infecção pelo vírus da aids.
Palavras-Chave:
Saúde da mulher. Aids. Síndrome da imunodeficiência adquirida. Puerpério. HIV.
Divulgação e/ou Publicações:

PRAÇA, N.S.; LATORRE, M.R.D.O. Percepção de puérperas para o risco de infecção pelo HIV. In: CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE INFECÇÃO PELO HIV EM MULHERES E CRIANÇAS, 4., 2002, Rio de Janeiro. Proceedings... Rio de Janeiro: Informed Eventos, 2002. p.39.

__. Saúde sexual e reprodutiva com enfoque na transmissão do HIV: práticas de puérperas atendidas em maternidades filantrópicas do município de São Paulo. Revista Brasileira de Saúde Materno-Infantil, v.3, n.1, p.61-74, 2003.

PRAÇA, N.S.; LATORRE, M.R.D.O.; HEARST, N. Factors associated with risk perception among hospital postpartum women. Revista de Saúde Pública [on-line], Oct. 2003, v.37, n.5, p. 543-551. Disponível em: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102003.... Acesso em 24 out. 2003.

__. Fatores associados à percepção de risco de infecção pelo HIV por puérperas internadas. Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.37, n.5, p.543-551, 2003.

PRAÇA, N.S.; LIMA, V.L.L. Conhecimento e ações de puérperas na prevenção do câncer cérvico-uterino. Revista Paulista de Enfermagem, São Paulo, v.22, n.2, p.149-157, 2003.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Evely Marlene Pereira Koller
Instituição:
UNIVALI – Fundação Universidade do Vale do Itajaí.
Período de Vigência:
1996 - 1996
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
PN DST/AIDS.
Introdução e Justificativa:
O presente trabalho teve por objetivo avaliar o conhecimento da transmissão, prevenção, comportamento sexual e hábitos de vida, bem como identificar o índice de prevalência de soropositivo para teste de ELISA/Imunofluorescência, na população carcerária do presídio de Itajaí­/SC. A amostra foi constituída por 176 detentos, sendo o teste ELISA/VDRL realizado em 100% dessa população. Foi aplicado um questionário a 146 presidiários, perfazendo 82,9% dos reclusos em estudo. Grande parte dos detentos possui conhecimento a respeito da transmissão do HIV. A maioria já utilizou bebidas alcoólicas e um número expressivo já consumiu drogas inaladas ou injetáveis. Uma grande parcela dessa população não utiliza preservativo, alegando que o mesmo diminui o prazer do ato sexual. Observou-se a prevalência de 7% de positividade ao teste de VDRL e 19,9% em relação ao teste ELISA.
Objetivos:
Este trabalho teve por objetivos avaliar o conhecimento sobre a transmissão, prevenção, comportamento sexual, uso de drogas injetáveis e também identificar o índice de prevalência de soro positivo para VDRL e teste ELISA/Imunofluorescência, da população carcerária do Presídio de Itajaí­/SC.
Materiais e Métodos:
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de corte transversal, utilizando-se análise quantitativa, a qual inclui a aplicação de uma entrevista e a coleta de sangue para análise. Os testes ELISA e VDRL foram realizados em todos os internos no período de maio a junho de 1996, perfazendo um total de 176 exames. O teste de Imonufluorescência foi realizado nos casos de positividade do ELISA. Para traçar o perfil dos presidiários, a amostra constituiu-se de 146 detentos. A coleta de dados de identificação e conhecimento sobre alguns aspectos das DST/aids foi realizada simultaneamente com o exame de sangue no período de maio a julho de 1996. Todos os aspectos éticos quanto à realização do estudo foram observados. A comunicação dos resultados do exame aos detentos realizou-se em julho de 1996 e os resultados de Imunofluorescência para ELISA positivo, após 45 dias da data de entrega deste último. Os dados foram lançados no software EPIINFO 5.0 e analisados após confecção das tabelas simples com freqüência absoluta e relativa.
Resultados - Parciais ou Finais:
Os resultados evidenciaram aspectos que permitiram algumas conclusões pertinentes à pergunta de pesquisa. Os dados de identificação demonstraram que 92.0% dos detentos eram do sexo masculino; com uma faixa etária de 20 a 39 anos (59,0%), sendo a maioria procedente do Estado de Santa Catarina (68,5%), residindo 15 anos ou mais no município de Itajaí (45,2%). Um número significativo dos detentos referiu possuir somente o primeiro grau (75,0%), muitos tendo abandonado a escola para trabalhar (48,6%), ou por vontade própria (28,1%). Os dados apontaram que 53,1% dos detentos consumiam bebidas alcoólicas diariamente; 63,0% utilizavam maconha regularmente e 23% referiram usar drogas injetáveis, sendo que destes, 57,6% compartilhavam seringas com seus companheiros (antes da detenção). Observou-se, ainda, que 44,5% dos detentos praticavam relações sexuais com múltiplos parceiros e a não utilização de preservativos era de 34,2%. Ao ser questionada a opinião sobre o uso do preservativo durante a relação sexual, 54,1% afirmaram que o mesmo diminui o prazer e 43,8% referiram utilizá­lo para evitar a contaminação do HIV. Quanto aos exames laboratoriais realizados neste estudo, observou-se uma prevalência de 7% reagentes ao teste de VDRL. O teste ELISA teve como resultado reagente 23,9% e a Imunofluorescência confirmou 19,9% de resultados reagentes.
Palavras-Chave:
Presídio. Aids. Prevenção.
Divulgação e/ou Publicações:

KOLLER, E.M.P. et al. Perfil da População Carcerária de Itajaí/­SC. Revista Alcance, Itajaí­/SC, p.19-24, 1998.

__. Perfil da População Carcerária de Itajaí/­SC e prevalência para a sífilis/HIV. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PREVENÇÃO DAS DST/AIDS, 1997, Brasília. Proceedings... Brasília: Ministério da Saúde, 1997. p.71.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Kátia Maria Guimarães de Andrade
Instituição:
Universidade de Brasília, Núcleo de Estudos em Saúde Pública – Nesp.
Período de Vigência:
2000 - 2002
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Fundação Hemocentro de Brasília; Laboratório de Retrovirologia da Universidade Federal de São Paulo; Núcleo de Estudos da Prostituição – NEP-RS; Grupo Dignidade (Curitiba-PR); Universidade do Vale do Itajaí (Itajaí­-SC); Mulher e Saúde - Musa, Belo Horizonte-MG; Fórum de ONG do Estado do Rio de Janeiro; Associação de Prevenção à Aids - Para, São Luiz-MA; Associação de Prevenção à Aids - Amazonas , João Pessoa-PB; Associação Sergipana de Prostitutas - ASP, Aracajú­-SE; Coordenações Estaduais e/ou Municipais de DST/AIDS das Unidades da Federação - UF, e Municípios dos sítios investigados; Centros de Testagem e Aconselhamento das UF e Municípios investigados.
Introdução e Justificativa:
Este estudo teve como objetivo dimensionar e qualificar as ações de informação, educação e comunicação em saúde, implementado por organismos governamentais e organizações não governamentais – ONG, junto à população de mulheres profissionais do sexo, voltadas para a redução da infecção pelo HIV e outras DST. A pesquisa buscou analisar as estruturas e os processos das intervenções, investigar as situações de vulnerabilidade das mulheres profissionais do sexo e a repercussão, entre elas, dessas ações, em termos de percepção de risco, mudança de atitudes, individuais e coletivas, e efetividade na adoção da prática de sexo seguro.
Objetivos:
Dimensionar e qualificar o resultado das ações de informação, educação e comunicação em saúde, implementadas por organismos governamentais e ONG, em termos da redução da incidência da infecção pelo HIV e outras DST, da adoção de práticas sexuais e/ou de uso de drogas de forma segura e de empoderamento, direcionados a profissionais do sexo, mediante a comparação de grupo submetidos e não submetidos à intervenção; Descrever e analisar a estrutura e o processo de intervenção educativa implementada pelos projetos de prevenção das DST e aids voltados às profissionais do sexo, em suas estratégias, métodos, modalidade e veículos; Conhecer e analisar as situações de vulnerabilidade das profissionais do sexo, inseridas e não inseridas em projetos específicos de intervenção educativa, com relação à infecção pelo HIV e outras DST; Conhecer a repercussão dos projetos de intervenção na população-alvo, em termos de percepção de risco, mudança de atitudes individuais e coletivas, além do grau de empoderamento, em grupos com e sem intervenção educativa; Estabelecer uma linha de base para estudo seqüencial de impacto mediante a execução de inquéritos seriados com o oferecimento de vários exames, de modo a permitir a comparação da prevalência de HIV, sífilis, vírus das hepatites B e C e incidência do HIV, em grupos expostos e não expostos à intervenção educativa.
Materiais e Métodos:
A pesquisa utilizou métodos quantitativos e qualitativos. Como instrumento para a abordagem quantitativa, foi utilizado um inquérito sorológico para HIV, sífilis e hepatites B e C, associado a um questionário CAP – conhecimentos, atitudes e práticas. Para a abordagem qualitativa, foram empregadas as técnicas de grupo focal e entrevistas individuais em profundidade. Os sujeitos do estudo eram compostos de mulheres profissionais do sexo com mais de 18 anos, há pelo menos seis meses trabalhando no comércio sexual. No grupo de intervenção, foram incluídas as profissionais do sexo que recebiam ações de intervenções dos projetos selecionados, pelo menos há seis meses. O grupo de comparação foi formado por profissionais do sexo que nunca receberam intervenção similar. Todas as mulheres, para serem incluídas na pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A amostra para realização da investigação sobre conhecimento, atitudes e práticas foi composta por 167 mulheres, por projeto, do grupo que sofre intervenção; 167 mulheres, por projeto, para o grupo de comparação. No caso específico do Rio de Janeiro, foram 250 mulheres, profissionais do sexo, que não receberam intervenção, para estabelecimento de linha de base. Foram realizados seis grupos focais por sítio, mantendo a média de dez participantes por grupo. Foram realizadas seis entrevistas individuais em profundidade por sítio.
Resultados - Parciais ou Finais:
A idade média das profissionais do sexo é de 20 a 29 anos, representando 47% dessa população. Em segundo lugar, estão as mulheres entre 30 e 49 anos (41%). Cerca de 8% das mulheres têm entre 17 e 19 anos. Quanto à escolaridade: 67% das mulheres não completaram o 1º grau e 8% nunca estudaram. Renda média: 60% das profissionais ganham entre 1 e 4 salários mínimos; 7% ganham menos de 1 salário mínimo e 14% recebem 8 salários mínimos ou mais. A renda é menor no Nordeste: 17% ganham menos de 1 salário mínimo.Tempo de profissão: 57% estão na profissão há menos de 5 anos, 20% têm entre 5 e 9 anos de trabalho e 23% têm 10 anos ou mais na profissão. Freqüência de programas: 65% das mulheres fazem entre 1 e 10 programas semanais; 25% fazem de 11 a 30 programas por semana e 10% mais de 30 programas por semana. Sobre DST e aids, o uso do preservativo com o cliente (últimos 6 meses): no geral, 67% das mulheres fazem uso consistente do preservativo com seus clientes. Mas o consumo é maior entre as mulheres acessadas por projetos de prevenção (74%) do que entre as mulheres que não recebem informações diretamente (60%). Uso do preservativo com o companheiro (últimos 6 meses): 20% das mulheres usam preservativos com seus parceiros. A freqüência de uso do preservativo, nesse caso, é a mesma das mulheres de uma forma geral, segundo pesquisa sobre o Comportamento Sexual do Brasileiro, realizada em 1999. Mais uma vez, a prevenção é maior entre as mulheres acessadas por projetos: 24% contra 16% das mulheres que não têm acesso direto às intervenções. Teste do HIV: 43% das profissionais fizeram o diagnóstico do HIV. A média de diagnóstico da população brasileira é cerca de 20%. O número de testes sobe para 50% entre as prostitutas que participam das intervenções e cai para 37% entre as que não participam. Consultas de rotina em unidades de saúde: 40% das profissionais fazem exame ginecológico preventivo. Média que sobe para 46% entre as que participam de projetos, contra 35% das mulheres não acessadas. Sorologia para o HIV: A prevalência do HIV entre as profissionais do sexo foi de 6%. Estudo realizado em São Paulo, em 1996, mostrou um índice três vezes maior: 18%. A prevalência do HIV entre profissionais do sexo é menor que o encontrado, por exemplo, entre presidiárias de Minas Gerais, em 1998 (15%). Também é menor que entre homossexuais (11%, em São Paulo, em 1997). A taxa de prevalência entre pro-fissionais do sexo no Brasil é menor do que no Canadá (15%), China (10%) e Tailândia (19%) e está acima da Índia (5%) e Argentina (4%). A prevalência do HIV na população brasileira é de 0,65% e, entre mulheres, 0,48%.
Palavras-Chave:
Avaliação. Efetividade. Educação em saúde. Prevenção. Profissionais do sexo. Prevalência. Incidência.
Divulgação e/ou Publicações:

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria Executiva, Coordenação Nacional de DST/AIDS. Avaliação da efetividade das ações de prevenção dirigidas às profissionais do sexo, em três regiões brasileiras. Brasília: Ministério da Saúde, 2003.

GUIMARÃES, K. Apresentando dados parciais da Pesquisa de Avaliação da Efetividade das Ações de Prevenção em DST/HIV/Aids Dirigidas às Profissionais do Sexo, em Três Regiões Brasileiras. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PREVENÇÃO DAS DST E AIDS, 4., 2001, Cuiabá.

__. Characterization of health education practices addressed to female Commercial Sex Workers – CSW, in Brazil. In: INTERNATIONAL AIDS CONFERENCE, 14., 2002, Barcelona. Proceedings... Barcelona: International AIDS Society, 2002. p.176.

__. Comercializando fantasias - A representação social da prostituição, dilemas da profissão e a construção da cidadania. Revista Estudos Feministas, 2006 (no prelo).

__. Nas casas, nas esquinas e nos bares da vida: um estudo sobre práticas educativas para a prevenção das DST/HIV/Aids, dirigidas às prostitutas e desenvolvidas por ONG de movimentos sociais. Tese (Doutorado) - Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília, 2005.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Waleska Teixeira Caiaffa
Instituição:
Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Medicina, Departamento de Clínica Médica.
Período de Vigência:
1999 - 2000
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Fiocruz; Fundação Hemominas; Nupad – Núcleo de Apoio Diagnóstico da UFMG; e os Projetos de Redução de Danos envolvidos nas pesquisas; PRD Florianópolis/SC: Cristiane Martins Rinaldi, Ioná Maria Cardoso, Emerson Silva dos Santos, Doraci Padilha, Rosemar Carmosina, Mário Henrique Cardoso; PRD Gravataí­/RS: Rosa Maria Bittencourt Mayer, Dílson Conceição Strossi, Tatiana Cristina da Silva Grever, Iara Maria da Silva, Daniel Josué Machado Lisboa; PRD Itajaí/­SC: Rosálie Kupka Knoll, Sílvio de Mello, Fabiana da Silva, Guiomar Carolina Barros Gomes, Roseli Izete Junkes, Sabrina Iara Tomaz, Walter Luiz Vargas Júnior; PRD Porto Alegre/RS: Mirtha Delia Sendic Sudbrack, Márcia Rejane Colombo, Patrícia Franciosi Ritter dos Reis, Alessandro Rodrigues Paixão, Paula Beatriz Güths, Rodrigo Santos Rosa, Deivez Edú Mello Dominguez, Vera Rodrigues, Ana Maria da Silva, Tânia Regina Oliveira Telles, Arlem Silva de Brás, Maria Luisa dos Santos, Maria Leda Brasil Lopes; PRD Salvador/BA: Tarcísio Matos de Andrade, Jacy Amaral Freire de Andrade, Rosentina Z. Coelho, Jucélia Maria Moreira; PRD São José do Rio Preto/SP: Elza Maria Alves Ferreira, Cleusa Martins, Marinésia Decândio, Ivani Lucy Dias, Maria Urço, Afonso Carlos Guimarães, Karina Casseb.
Introdução e Justificativa:
A pesquisa teve por objetivo avaliar a efetividade das intervenções de redução de danos no controle e/ou prevenção da infecção pelo HIV/aids e outros patógenos veiculados pelo sangue e estabelecer a situação de base dos usuários de drogas injetáveis participantes de quatro PRDs apoiados pelo PN-DST/AIDS. O conjunto das informações epidemiológicas e comportamentais, coletadas durante os quatro anos de estudo, possibilitou a criação de um modelo de avaliação das intervenções dos PRDs.
Objetivos:
Avaliar a efetividade das estratégias de redução de danos e estabelecer a situação de base dos UDIs participantes dos PRDs apoiados pelo PN-DST/AIDS; Estimar o número dos UDI (recém-acessados ou já clientes) por meio da técnica de captura recaptura e caracterizá­lo quanto: ao perfil sociodemográfico; aos padrões de comportamento quanto ao uso de drogas; à freqüência e uso dos serviços do PRD e de outros serviços médico ambulatoriais; aos padrões de comportamento sexual; Caracterizar as ações de redução de danos dos PRD; Estimar a incidência da infecção pelo HIV, hepatite C, HTLV-I e II, sífilis e hepatite B; Desenvolver, preliminarmente, um estudo sobre a circulação de seringas distribuídas; Realizar estudo de monitoramento das seringas.
Materiais e Métodos:
Foram utilizadas duas metodologias: uma quantitativa e outra qualitativa, nas seis cidades eleitas para esta pesquisa, a saber: Porto Alegre/RS, Gravataí­/RS, Florianópolis/SC, Itajaí­/SC, Salvador/BA e São José do Rio Preto/SP. O estudo quantitativo constou de um inquérito soro-epidemiológico com entrevistas (na qual foi utilizado instrumento simplificado e revisado desenvolvido pelo Projeto Ajude I) e coleta de sangue em polpa digital, utilizando-se papel de filtro, além de estudo que empregou a técnica de captura recaptura para a estimação do número de clientes de um PRD. Utilizou-se tam-bém instrumento de avaliação das atividades dos PRDs e uma metodologia específica para o controle de entrada e saída das seringas marcadas. O estudo qualitativo constou de entrevistas semi-estruturadas gravadas e transcritas para avaliar os conteúdos simbólicos expressos nos depoimentos. O estudo comparou tais modelos explicativos construídos por usuários sob a ação dos agentes dos PRDs e aqueles de usuários recém-acessados. Os UDIs convidados foram identificados de forma sigilosa e confidencial e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, de acordo com a Resolução nº 196/96, do Ministério da Saúde.
Resultados - Parciais ou Finais:
Foram realizadas 459 entrevistas de maio a agosto de 2000, na 1ª fase, e 409, na 2ª fase, de setembro de 2000 a fevereiro de 2001, totalizando 868 entrevistados para o estudo do perfil epidemiológico. Também na 2ª fase, em três PRDs (Porto Alegre, São José do Rio Preto e Salvador), foram realizadas mais 177 entrevistas para o estudo de estimação do número de UDIs (Estudo de Captura e Recaptura), totalizando 1.046 entrevistas. Resultados preliminares indicaram que 83% dos entrevistados mantiveram relações sexuais com o sexo oposto, dos quais 72,9% (n=273) mantiveram parcerias regulares nos últimos seis meses. Porém, desses, apenas 42,7% declararam ter usado preservativos na maioria ou em todas as vezes com seus parceiros regulares, ao passo que 57,2% usaram menos da metade das vezes ou nenhuma vez. Dos 57,4% que tiveram parcerias eventuais (n=211), apenas 64,7% usaram preservativos na maioria das vezes ou em todas as vezes, contra 35,2% que declararam não ter usado nenhuma vez ou menos da metade das vezes. Dos 33 entrevistados que tiveram relações homossexuais nos últimos seis meses, 36% mantiveram parceria regular (12); desses, 45,5 utilizaram preservativo na maioria das vezes ou em todas as vezes, ao passo que 54,5 não utilizaram nenhuma vez ou menos da metade das vezes; 26 tiveram relações homossexuais com parceiros eventuais (78,7%) e desses 45,8 usaram o preservativo na maioria das vezes ou em todas as vezes, contra 54,2% que relataram não ter usado preservativo nenhuma vez ou menos da metade das vezes. Como resultado sorológico, foi constatado que 41,5% são HIV+, estando o maior número deles na Cidade de Porto Alegre, com 77,1% (190) de HIV+ e o menor índice em Salvador, com 6,3% (8). Os outros quatro municípios da pesquisa registraram os seguintes índices: São José do Rio Preto, 38% (30); Itajaí 40% (20); Florianópolis 31,7% (13) e Gravataí, 46,2% (18).
Palavras-Chave:
Usuários de drogas injetáveis. UDI. HIV. Hepatite C. Hepatite B. HTLV.
Divulgação e/ou Publicações:

CAIAFFA, W.T.; BASTOS, F.I. (Eds.). Suplemento de Redução de Danos, Cadernos de Saúde Pública, 2006. Apoio PN-DST/AIDS (em fase de preparação final).

CAIAFFA, W.T. et al. Estimation of the Number of Injeting Drug Users – IDUs, Attending an Outreach Syringe Exchange Program – SEP, and the Infection with Human Immunodeficiency Virus – HIV, and Hepatitis C Virus – HCV: The Ajude Brasil Project. Journal of Urban Health, Estados Unidos, v.80, n.1, p.106-114, 2003.

__. Practices Surrounding Syringe Acquisition And Disposal: Effects of Syringe Exchange Programs –SEP, from Different Brazilian Regions: The Ajude Brasil II Project. International Journal of Drug Policy, Grã­Bretanha, Londres, v.14, p.365-371, 2003.

__. The Dynamics of the Human Immunodeficiency Virus – HIV, Epidemics in South of Brazil: Increasing Role of Injecting Drug Users – IDU. Clinical Infectious Diseases, Estados Unidos, v.15, n.37, p.71-81, 2003.

CAIAFFA, W.T.; PROETTI, F.A. Ecological analyses and the evaluation of needle and syringe programmes. International Journal of Drug Policy, Grã­Bretanha, Londres, v.14, p.359-360, 2003.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
José da Rocha Carvalheiro, Mary Jane Paris Spink
Instituição:
CRT/AIDS – Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
Período de Vigência:
1994 - 2001
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
PN-DST/AIDS do Ministério da Saúde e UNAIDS.
Introdução e Justificativa:
Estudo epidemiológico e sociocomportamental da incidência de HIV em uma coorte aberta de homens que fazem sexo com homens. O estudo consistiu no acompanhamento de voluntários a cada seis meses, que eram submetidos à sorologia para hepatite B, HIV e sífilis e a um questionário sobre práticas, comportamento e identidade sexual. Nessas oportunidades, os voluntários passavam por sessões de aconselhamento para prevenção das DST e aids. Atividades paralelas ao estudo eram realizadas com o objetivo de oferecer informações sobre comportamento sexual, prevenção e outros temas de interesse da população-alvo.
Objetivos:
Conhecer o número de novos casos de infecção pelo HIV (incidência) em homens que fazem sexo com homens; Conhecer fatores de risco da população-alvo; Desenvolver estratégias de aconselhamento e prevenção diante da especificidade da população-alvo; Criar capacidade técnica para a implementação de ensaios clínicos vacinais.
Materiais e Métodos:
O estudo foi desenhado com metodologia de coorte aberta. O acompanhamento dos voluntários ocorreu a cada 6 meses, com aplicação de entrevista sociocomportamental, exame clínico direcionado para sinais e sintomas de DST e a realização de sorologia para HIV, sífilis e hepatites B e C. Os voluntários, ao completarem 3 anos de acompanhamento de rotina e de entrevistas, a sorologia e o exame clínico passavam a ser realizados anualmente. Os seguintes critérios de inclusão foram adotados: ser homem que pratica sexo com outros homens, ser maior de 18 anos, não infectado pelo HIV e não ter sido usuário de drogas injetáveis nos últimos 6 meses. Todos os voluntários assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido anterior à entrada no estudo. O trabalho de campo foi inicialmente desenvolvido no Instituto Clemente Ferreira, na Praça Roosevelt, região central da cidade, posteriormente transferido para as instalações do Programa Estadual de DST e Aids. Dispunha-se de duas salas para entrevistas e exame clínico, uma sala para coleta de sangue e administração de vacina para hepatite B, uma sala para os arquivos com os prontuários dos voluntários, uma sala de recepção e uma pequena sala de reuniões. Na parte de trás do prédio havia um jardim, que servia de local de espera ou palco de atividades em grupo. Algumas atividades paralelas aconteceram no auditório do CRT/AIDS. As atividades eram desenvolvidas de segunda a sexta, das 14 às 20 horas. Para a captação de novos voluntários, utilizaram-se estratégias como: divulgação do projeto no Coas Henfil; divulgação na imprensa; anúncios em jornais; distribuição de materiais (folhetos, vale-camisinhas, cartazes, etc.); intervenção face a face; e recrutamento por snowball.
Resultados - Parciais ou Finais:
A idade das pessoas acompanhadas variou de 18 a 76 anos, com média de 28 e mediana de 27 anos. Mais de dois terços tinham menos de 30 anos de idade. A escolaridade da população estudada mostra-se bastante elevada, com apenas 14,2% com menos de 2º grau completo e cerca de 45,8% dos voluntários referindo terem tido acesso à universidade. Quando analisada a distribuição da renda individual dos voluntários, observou-se que a renda média foi de 887,9 reais, variando de 20 a 13.000 reais. A renda média familiar foi de 863,9 (mediana 650,0). Quando perguntado aos voluntários qual a sua cor, a grande maioria auto-denominou-se branco (61,5%), pardos (30,0%), negros (7,3%) e amarelos ou asiáticos (0,7%), de acordo com a classificação étnica utilizada pelo IBGE. Em relação ao estado civil, a grande maioria dos voluntários é solteira (81%), apenas uma pequena porcentagem refere viver maritalmente, entre os quais 12% vivem com um homem e apenas 1% refere ser casado com mulheres. Quanto à coabitação, pouco mais da metade (52%) mora com os pais ou família, 9% moram com o parceiro, 21% com amigo e apenas 15% referiram morar sozinhos. No que se refere à utilização de serviços de saúde, mais da metade dos voluntários (53%) utiliza a rede pública, 23% referem possuir seguro saúde particular ou oferecido pelas empresas onde trabalham e somente 12% referiram utilizar serviços médicos privados. Sobre comportamento sexual dos voluntários do Projeto Bela Vista, baseado nos dados coletados na primeira entrevista sociocomportamental, a grande maioria referiu ter relações sexuais apenas com homens (79%) ou quase sempre com homens (15%). Uma pequena parcela da amostra (6%) refere relações sexuais igualmente com homens e mulheres. A idade da primeira experiência sexual, referida pelos voluntários, e não caracterizada, necessariamente, pela penetração, foi com 17 anos, variando de 3 a 44 anos (mediana 17 anos). Quando perguntado sobre a busca de parceiros, os locais mais utilizados pelos voluntários para este fim foram, entre outros, os bares e as boates. A grande maioria (78,0%) dos voluntários referiu ter parceiros fixos e ocasionais ao mesmo tempo, variando a freqüência. Uma pequena parte tem exclusivamente parceiros fixos (12,5%) e outra apenas ocasionais (9,5%). As práticas mais referidas foram receber e fazer sexo orogenital (80,7% e 70,1%, respectivamente), penetrar o ânus (75,9%) e ser masturbado ou masturbar parceiro (68,0 e 61%, respectivamente). As práticas mais realizadas com parceiros fixos e ocasionais são também as mesmas, porém, em diferente ordem de preferência. Do total de voluntários, 8% referiram ter tido relação sexual com parceiro portador de sinal ou sintoma sugestivo de DST, nos últimos seis meses, e cerca de um terço deles referiu não ter usado preservativo nessas relações.
Palavras-Chave:
Epidemiologia. Homossexualidade. Prevenção. HIV. Aids.
Divulgação e/ou Publicações:

BRASIL. Ministério da Saúde/SVS/PN-DST/AIDS. Bela Vista e Horizonte: Estudos Epidemiológicos e Comportamentais entre Homens que Fazem Sexo com Homens. Brasília: Ministério da Saúde, 2000. (série avaliação 5). Disponível em: http://www.aids.gov.br/avalia5/home.htm. Acesso em: 26 abr. 2006.

Edital/Chamamento:
Pesquisas Científicas - Set/2001
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Inesita Soares de Araújo, Janine Miranda Cardoso
Instituição:
Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Informação Científica e Tecnológica – CICT, Departamento de Comunicação e Saúde
Período de Vigência:
2002 - 2003
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Fiocruz, UFRJ e SMS RJ.
Introdução e Justificativa:
O modo como os indivíduos e os grupos sociais interpretam a doença e as situações de risco interferem de forma significativa na forma como se apropriam das soluções de prevenção e controle. Em conseqüência, interferem concretamente na efetividade das políticas e estratégias em curso. Considera-se, portanto, que soluções encontradas pela própria população, integrada à sua cultura e cotidiano, apresentam potencialmente melhores condições de aceitação e disseminação. Para uma aproximação a essa realidade, a pesquisa buscou combinar a ação de diagnóstico e avaliação com uma ação de estímulo e apoio a uma experiência local de planejamento de estratégias de proteção da epidemia de aids. Desenvolvida em parceria, conjugou-se um forte componente interinstitucional e interdisciplinar, ao articular diversas instâncias de produção e socialização de saberes e práticas.
Objetivos:
Contribuir para o aprimoramento das intervenções públicas que visam a mobilização de redes sociais para a prevenção e controle do HIV/aids, no contexto mais amplo de fortalecimento do SUS e das estratégias de promoção à saúde; Desenvolver uma metodologia de avaliação da comunicação em processos de intervenção social, compatível e capaz de ser incorporada na dinâmica dos serviços de saúde; Conhecer e tornar mais visível o modo como grupos específicos lidam com a epidemia da aids, como se apropriam e fazem circular a comunicação que é veiculada por instituições públicas e privadas; Capacitar profissionais de saúde nessa metodologia de avaliação, no curso da pesquisa; Analisar a incorporação das estratégias de comunicação e de mobilização social nos postos de saúde e nos módulos de saúde da família; Oferecer aos planejadores e gestores da saúde coletiva subsídios que permitam aprimorar suas estratégias de comunicação para o enfrentamento da aids e de outros agravos.
Materiais e Métodos:
O estudo foi fundamentado na Semiologia dos Discursos Sociais, valendo-se também da teoria das mediações culturais e de metodologias de mobilização social. Buscando uma análise comparativa, estabeleceram-se os seguintes passos metodológicos: o mapeamento das redes de produção de sentido; a mobilização social – formação dos grupos de produtores sociais, o apoio e acompanhamento das estratégias propostas pelos jovens; a conversão das estratégias em textos analisáveis; análise discursiva; discussão dos resultados preliminares; atividades de socialização dos resultados finais.
Resultados - Parciais ou Finais:
A força dos contextos influenciou decisivamente no desenvolvimento e nos resultados da pesquisa, impondo dinâmicas e resultados radicalmente diferentes em Curicica (efetiva mobilização – I Gincana de Adolescentes, atividades lúdicas e informativas – e produção de estratégias – vídeo Jovens em Ação) e em Lins de Vasconcelos, onde a cena social inviabilizou a efetivação das estratégias propostas pelos jovens (grafitagem, concurso de música, bingo). A análise discursiva constatou o predomínio das campanhas oficiais, mas também diferentes visões da doença e seus contextos de transmissão, fundadas em várias oposições sociais, econômicas, culturais. A pesquisa reforçou que, entre os adolescentes, as opiniões e escolhas se fazem, principalmente, no plano coletivo; a percepção de risco também é absolutamente contextual e nem sempre percebido como negativo. Identificou-se a ausência e o forte poder mobilizador das informações sobre a “Aids local”, que promovam interrelações com a vida das pessoas, não apenas com sua prática sexual. Evidenciou-se, sobretudo, a urgência de que as instituições abram espaço para as estratégias de comunicação que, mais do que oferecer informações padronizadas, favoreçam canais de expressão e permitam uma escuta atenta do que pensa, como vive e age a população, na prevenção epidemiológica e na saúde como um todo. O método favorece o fortalecimento dos víncu-los do serviço de saúde com a comunidade, mas exige flexibilidade e agilidade, difíceis no cotidiano dos serviços de saúde, fora de uma situação “extraordinária” como a da pesquisa.
Palavras-Chave:
Aids. Políticas públicas. Comunicação. Avaliação. Mobilização social.
Divulgação e/ou Publicações:

BRASIL, Ministério da Saúde/Fiocruz. Promoção da saúde e prevenção do HIV/aids no município do Rio de Janeiro: uma metodologia de avaliação para políticas públicas e estratégias de comunicação. Relatório de pesquisa, Rio de Janeiro, jul. 2003. (Organização e texto: ARAÚJO, I. et al.92 p.). Para solicitar exemplares, também da versão popular do relatório, contatar as Coordenadoras.

CARDOSO, J.M.; ARAÚJO, I. Espaços de interlocução e expressão, espaços de pesquisa: alguns resultados de uma pesquisa de avaliação da comunicação na prevenção da Aids. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DST, 5., 2004, Recife.

__. Comunicação e Saúde: um método de Avaliação. In: CONFERÊNCIA LATINOAMERICANA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE, 3., 2002, São Paulo. Menção Honrosa.

__. Contextos: os desafios de um método de pesquisa da comunicação na prevenção da Aids. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 3., 2005, Florianópolis.

__. O que se diz, como se diz, o que se cala: uma avaliação da prática comunicativa na prevenção da Aids. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SAÚDE COLETIVA, 7., 2003, Brasília.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Felicia Reicher Madeira
Instituição:
Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados.
Período de Vigência:
2002 - 2004
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo; Vigilância Epidemiológica do Programa Estadual DST/Aids – VEPE-DST/AIDS; PN-DST/AIDS do Ministério da Saúde; Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura-Unesco.
Introdução e Justificativa:
Com o propósito de melhorar a qualidade das informações produzidas sobre a epidemia de aids no Estado de São Paulo, a Vigilância Epidemiológica do Programa Estadual DST/Aids – VEPEDST/AIDS, e a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados-Seade, estabeleceram uma parceria para a realização de um projeto pioneiro no Brasil, com a finalidade de recuperar todos os casos de aids ocorridos no Estado. Essa recuperação baseou-se nas informações sobre óbitos coletadas e processadas pelo Seade, em que houve menção de aids entre as causas de morte nas declarações de óbito, desde o início da epidemia na década de 80 (séc. XX) até o presente momento. Este projeto contou com financiamento da Unesco, por intermédio do PN-DST/AIDS, do Ministério da Saúde. Assim, os óbitos por aids foram localizados e relacionados aos dados de casos notificados de aids no Estado de São Paulo. Foi possível, então, informar o óbito para os casos que já estavam notificados, e também notificar o caso a partir do óbito, quando isso não foi feito.
Objetivos:
Resgatar os óbitos por aids ocorridos no Estado de São Paulo de 1982 a 1999 e criar uma rotina informatizada de resgate contínuo dos óbitos por aids ocorridos naquele Estado a partir de 2000; Avaliar a subnotificação de casos de aids por meio da vinculação entre o Sistema de Estatísticas Vitais, da Fundação Seade, e o SVE de Aids, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; Recalcular, ano a ano, os indicadores de mortalidade e letalidade por aids no Estado de São Paulo e em suas regiões; Analisar a história da epidemia da aids no Estado, considerando o banco de dados construído neste projeto.
Materiais e Métodos:
Construção de banco de dados de aids, a partir da base de dados de óbitos do Seade, em que não constam os nomes dos pacientes. Localização das Declarações de óbitos originais desses casos no arquivo de documentos demográficos do Seade. Digitação dos nomes dos pacientes na base de óbitos por aids do Seade. Cruzamento desse banco com o banco Sinan do Programa Estadual DST/AIDS, por meio de um sistema informatizado desenvolvido especialmente para esse fim. Os casos já notificados ao SVE, porém sem a informação de óbito, foram atualizados no Sinan. Os casos que não constavam do Sinan foram notificados após investigação. Quando tal investigação não foi possível por algum motivo, esses casos foram notificados usando como critério a declaração de óbito. Cálculo, ano a ano, dos coeficientes de mortalidade e letalidade por aids, para todo o Estado e para as regionais de saúde. Cálculo e análise dos coeficientes de incidência de aids para o Estado e suas regionais. Implantação de rotina informatizada para a vinculação dos bancos.
Resultados - Parciais ou Finais:
O resultado principal foi a elaboração de uma base de dados mais completa e consistente sobre os casos notificados de aids e as mortes decorrentes dessa doença, possibilitando a estimativa de indicadores de letalidade mais próximos da realidade. No momento em que foi realizado o relacionamento entre os dois bancos de dados, a base de notificação de aids contava com 117.629 casos e a base de óbitos totalizava 73.198 casos de aids, referentes ao intervalo de 1985 a 2002. Foram vinculados 62.345 pares entre as duas bases, sendo que em 6.852 casos a base do SinanAids não apresentava notificação do óbito, e em 5.731 casos, a data do óbito estava incorreta. Além disso, a base do Seade continha 10.853 casos de mortes por aids no Estado que não haviam sido notificados no SinanAids. Esses resultados permitiram atualizar e melhorar a qualidade da base SinanAids e recalcular os indicadores de letalidade por aids para todo o Estado de São Paulo. Os resultados deste trabalho pioneiro confirmaram a importância de relacionar as informações contidas em diferentes bases de dados sobre aids, para alcançar um conhecimento mais próximo da realidade e a ampliação do potencial de análise e de cruzamento das variáveis. O projeto resultou em uma parceria entre as instituições diretamente envolvidas, o que permitirá a continuidade das atividades, e na consolidação de uma metodologia de trabalho que poderá ser utilizada em outras Unidades da Federação.
Palavras-Chave:
Aids. Óbitos por aids. Sistema de informação. Vinculação de bancos. Subnotificação da aids.
Divulgação e/ou Publicações:

SANTOS, N.J.S. Integração das bases de dados de óbitos do Seade e de casos notificados de Aids do Sinan. In: OFICINA DE RELACIONAMENTO ENTRE BANCOS DE DADOS PARA A AVALIAÇÃO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA AIDS, 1., 2003, Brasília. Ministério da Saúde.

WALDVOGEL, B.C. A experiência do Estado de São Paulo no relacionamento de bases de dados para o estudo da Aids; Vinculação entre a base dom Seade e do Sinan. In: OFICINA DE RELACIONAMENTO ENTRE BANCOS DE DADOS PARA A AVALIAÇÃO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA AIDS, 2., 2003, São Paulo. Fundação Seade.

WALDVOGEL, B.C. et al. Pesquisa pioneira recupera casos de Aids no Estado de São Paulo: integração das bases Sinan-Aids e do Seade. Boletim Epidemiológico CRT-DST/Aids-CVE, São Paulo, ano XXIII, n.1, out. 2004.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Bernard François Couttolenc
Instituição:
Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública.
Período de Vigência:
2002 - 2003
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:
Apesar de sua importância epidemiológica, do custo das ações desenvolvidas e dos indícios de sucesso, o programa brasileiro de combate ao HIV/aids, e mais ainda o componente central da terapia anti-retroviral, ainda carece de avaliações sistemáticas quanto a seu custo e impacto. Este estudo teve como objetivo contribuir para essa avaliação, por meio do desenho de uma metodologia apropriada e da medição dos custos e impactos passíveis de quantificação com base nos sistemas de informação existentes. A metodologia utilizada consistiu na análise crítica dos sistemas de informação existentes e de sua adequação à estimação e ao monitoramento de custos e impactos, bem como da identificação e discussão dos componentes do custo da TARV e do seu impacto. Para os custos, foram utilizados os bancos de dados do MS/DATASUS e informações parciais de custo de serviços de saúde disponíveis na literatura. Para o impacto, foram utilizados os bancos de dados nacionais de mortalidade e morbidade (SIM, Sinan, Siclom, etc.). Foram assim estimados para três períodos – 1986-1990, 1991-1996 e 1996-2000 – o custo com medicamentos ARV, o custo de tratamento ambulatorial e o custo com internação hospitalar; as mudanças nos indicadores epidemiológicos e a carga da doença por HIV/aids. As dificuldades metodológicas e limitações de dados foram discutidas sistematicamente. Finalmente, esses resultados parciais foram utilizados para uma aplicação limitada da técnica de análise custo-efetividade, estimando-se o custo por óbito evitado e o custo por ano de vida ganho (ajustado por incapacidade). Os valores obtidos sugerem um custo baixo do programa brasileiro na experiência internacional e nos resultados alcançados, com razão custo/ano de vida ajustado da ordem de 3.000 a 4.000 dólares.
Objetivos:
Determinar os custos e impactos da utilização das terapias ARV no tratamento das pessoas portadoras do HIV e doentes com aids no Brasil; Identificar e estimar preliminarmente os custos com o tratamento/assistência às pessoas com HIV/aids, incluindo o uso das terapias ARV e o tratamento das doenças oportunistas; Identificar e estimar preliminarmente os custos sociais, no seu aspecto epidemiológico e econômico associados ao HIV/aids; Desenvolver e aplicar uma metodologia de análise custo efetividade que, utilizando-se dos dados decorrentes dos objetivos anteriores, permita avaliar o custo e os impactos das políticas empreendidas pelo Ministério da Saúde no combate ao HIV/aids; Desenhar um sistema nacional de registro e monitoramento, no âmbito do SUS, dos gastos e impactos associados ao HIV/aids e seu controle e tratamento, permitindo o acompanhamento dos custos e impactos das ações empreendidas; Desenvolver um plano para a capacitação de profissionais de saúde visando a implantação e utilização do sistema de monitoramento, com foco na sua utilização no processo decisório nas três esferas do SUS.
Materiais e Métodos:
A abordagem metodológica se baseia em dois quadros de referências principais: a análise custo efetividade e a análise de carga da doença. A primeira permite identificar e mensurar os diversos custos e impactos associados com políticas públicas, enquanto que a segunda permite estimar o impacto epidemiológico da doença e das políticas de controle. As duas metodologias se complementam, já que a carga da doença vem se firmando como medida preferida de estimação das conseqüências epidemiológicas de uma doença, sendo também um elemento necessário da estimação dos seus custos econômicos e na mensuração da efetividade das políticas de combate a doenças específicas.
Resultados - Parciais ou Finais:
Os sistemas de informação relacionados ao HIV/aids sofrem limitações importantes, entre as quais a subnotificação de casos e de óbitos, a ausência ou imprecisão das informações sobre características do paciente, o atraso na atualização dos sistemas e, principalmente, a multiplicidade de sistemas paralelos não integrados e não compatíveis. Os dados analisados confirmam uma tendência à diminuição da mortalidade a partir de 1995 e sua posterior estabilização entre 10 e 11 mil óbitos por ano, com uma mudança importante na sua distribuição por região e sexo. Essa clara reversão da curva ascendente da mortalidade, coincidente com a introdução dos esquemas de tratamento com anti-retrovirais, não pode, entretanto, ser associada diretamente ao tratamento, em função de outros fatores que podem também ter influenciado nessa evolução. A prevalência da doença, em crescimento constante, foi estimada em 150.000 para 2002. A carga total da doença, medida em Anos de Vida Perdidos (descontados à taxa de 5%), passou de 150.211, no período 86-90, para 688.575, no período 91-95 e 783.544 anos de vida perdidos no período 1996-2000. A mortalidade contribuiu para a carga total da doença com uma proporção declinante, de 85% no 1º período, 84% no 2º período e 51% no 3º período. O custo anual de tratamento por paciente portador de HIV/aids foi estimado em US$ 4113 no 1º período, caindo para US$ 2987 no 2º período, e US$ 3541 no 3º período. Ademais, a composição desse custo mudou completamente, com o declínio acentuado do custo por internação e crescimento do custo com medicamentos. O custo médio por óbito evitado foi estimado em US$ 43.500 no 2º período, em relação ao 1º, e em US$ 33.800, no 3º período. Apesar da imprecisão dos dados disponíveis para essas estimativas, elas sugerem um custo por morte evitada bastante inferior ao de países industrializados.
Palavras-Chave:
HIV. Anti-retrovirais. Impacto. Custo de tratamento. Análise custo-efetividade.
Edital/Chamamento:
Pesquisas Científicas - Set/2001
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Heloísa Helena de Souza Marques
Instituição:
Faculdade de Medicina da USP, Instituto da Criança do Hospital das Clínicas.
Período de Vigência:
2002 - 2003
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Faculdade de Saúde Pública da USP (Bernard François Couttolenc e Maria do Rosário Dias de Oliveira Latorre); Centro de Vigilância Epidemiológica/SES/SP (Ana Maria Aratangy Pluciennik).
Introdução e Justificativa:
Esta pesquisa desenvolveu metodologia para estudar o custo do atendimento de crianças expostas ou infectadas pelo HIV matriculadas em hospital universitário do município de São Paulo. Foram levantados os prontuários de todas as crianças e anotados os insumos/procedimentos utilizados por cada criança num determinado espaço de tempo (em princípio, seis meses). Esses insumos/procedimentos foram valorizados monetariamente. As crianças foram classificadas em expostas ou infectadas. As infectadas, por sua vez, foram classificadas de acordo com o estágio de evolução clínica. Os custos foram analisados separadamente, para cada grupo, em cada modalidade de atendimento (ambulatório, internação, hospital dia) e de acordo com a categoria de despesa: medicamentos, exames de laboratório, recursos humanos, etc.
Objetivos:
Desenvolver metodologia para estimar o custo da atenção à saúde por patologia; Avaliar os custos diretos da atenção à saúde da criança exposta ao HIV através da mãe e acompanhada no Icr do HC-FMUSP; Avaliar os custos diretos da atenção à saúde da criança infectada/doente de aids acompanhada no Icr do HCFMUSP.
Materiais e Métodos:
Todos os prontuários das crianças expostas em acompanhamento (112 crianças) e das crianças infectadas acompanhadas no Icr (179 crianças) naquele ano foram levantados e cada procedimento realizado anotado na planilha individual previamente identificada. A cada procedimento foi apropriado um custo, utilizando como base o Sistema de Custeio por Absorção, instrumento este devidamente reconhecido e utilizado na maioria dos hospitais brasileiros. Este sistema compreende a apuração de todos os custos e despesas incorridos na atividade hospitalar, estruturados por meio dos Centros de Custos, propiciando a obtenção dos custos dos serviços por intermédio da unidade de diária, taxa de sala, consultas, exames, etc. Dessa forma, será possível a obtenção somente da informação de custos de cada componente do tratamen-to. Para se obter o custo do tratamento de cada paciente foi necessário adaptar e detalhar o sistema às necessidades da pesquisa. Os insumos e procedimentos utilizados foram também valorizados com base no preço de mercado, possibilitando assim as comparações com outros serviços.
Resultados - Parciais ou Finais:
Foram analisadas 291 crianças, sendo que 112 eram expostas ao HIV (39%), e 179 infectadas (73 foram classificadas como sendo das categorias leve ou moderada e as restantes, da categoria grave). 52% eram do sexo feminino, sendo que a maioria com 24 meses ou mais de idade (média=72,1 meses, mediana=53,0 meses, variação: 5,7 a 247,2 meses). O custo médio anual do atendimento ambulatorial foi de R$ 5.021,16 para os infectados, incluindo o consumo real de medicamentos que correspondeu a 62% do custo total, oriundo principalmente dos anti-retrovirais; os custos anuais médios de ambulatório foram de R$ 6.047,28, R$ 3.714,45 e R$ 948,63, respectivamente, para os pacientes graves, leves/moderados e para as crianças expostas. O custo médio anual do atendimento em hospital dia para os infectados foi de R$ 7.469,63, incluindo o consumo real de medicamentos [78% do custo total, referente, principalmente, ao uso dos anti-retrovirais (58%) e pelo uso da gamaglobulina endovenosa (42%)]. O custo médio anual por internação para os infectados foi de R$ 19.295,80, onde o maior item de custos foi representado pelas diárias, com 81,8% do total. O custo total estimado de tratamento da criança infectada pelo HIV/aids foi de R$ 8.092,71 por ano.
Palavras-Chave:
Custo. Criança. HIV. Aids. Transmissão vertical.
Divulgação e/ou Publicações:

MARQUES, H.H.S et al. Cost of care to children with HIV/AIDS or exposed to the virus in a teaching hospital in São Paulo, Brazil. In: INTERNATIONAL AIDS CONFERENCE, 15., 2004, Bangkok. MedGenMed, v.6, n.3,2004. Abstract TuPe5463.

__. Cost of care to children with HIV/AIDS or exposed to the virus in a teaching hospital in São Paulo, Brazil. JIAS, Genebra, International AIDS Society, v.11, n.1, 2004.

__. Custos da atenção à saúde a crianças expostas ao HIV através da mãe (pôster). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EPIDEMIOLOGIA, 6., 2004, Recife.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Dirceu Bartolomeu Greco
Instituição:
Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Medicina e Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias.
Período de Vigência:
1994 - 2005
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Ministério da Saúde e Unesco.
Introdução e Justificativa:
O Horizonte é uma coorte que avalia a incidência da infecção do HIV na população de homossexuais e bissexuais masculinos soronegativos em Belo Horizonte. Os voluntários foram avaliados por meio de questionário psicossocial, testes laboratoriais e consulta clínica semestrais. Essa periodicidade possibilita o conhecimento da vulnerabilidade do grupo em relação ao HIV e dá subsídios para as ações preventivas. Atualmente, 464 voluntários são acompanhados. A taxa de incidência para o período 1994-2005 foi de 1,92/100 pessoas ano, para 24 meses de seguimento. O impacto do trabalho preventivo e o acompanhamento sistemático dos voluntários foram os principais responsáveis pela baixa incidência da infecção pelo HIV no grupo. No entanto, ainda há recorrência a condutas de risco, dada as 44 soroconversões ocorridas. Foram obtidos novos conhecimentos em relação aos determinantes das situações de risco para a infecção pelo HIV e forma de diminuí­las e sobre ética relacionada a pesquisas com vacinas. Além disso, os voluntários tiveram informações e espaço para discussão para facilitar a tomada de decisão autônoma sobre sua eventual participação em testes com vacinas candidatas anti-HIV.
Objetivos:
Determinar a prevalência e incidência da infecção pelo HIV. Avaliar a possibilidade de acompanhamento em longo prazo da coorte; Determinar o impacto do aconselhamento/intervenção educativa na incidência da infecção; Avaliar a disposição/ motivação dos voluntários para participação em futuros ensaios clínicos de vacinas anti-HIV; Discutir os aspectos técnicos e éticos de possíveis ensaios clínicos com vacinas candidatas anti-HIV.
Materiais e Métodos:
Desde setembro de 1994 vinha sendo mantida coorte aberta com homens que fazem sexo com outros homens, HIV negativos, com idade a partir de 18 anos, residentes na região metropolitana de Belo Horizonte. Os voluntários foram recrutados por meio da mídia e por estratégias específicas. Os candidatos, após assinatura de consentimento livre e esclarecido, foram avaliados semestralmente, conforme protocolo específico (entrevista individual, aconselhamento pré­teste, exames laboratoriais, aconselhamento pós teste e consulta clínica). Os exames solicitados (hemograma, sorologia para HIV, sífilis e hepatites e carga viral) foram realizados pelo Laboratório Central do Hospital das Clínicas/UFMG e no Laboratório DIP/UFMG. Os instrumentos utilizados para a coleta dos dados foram: questionário entrevista semi estruturado contendo questões sobre as práticas sexuais, uso de drogas e conhecimentos sobre vacinas; questionário para avaliação clínica; técnicas qualitativas como grupos focais, entrevistas em profundidade, as quais foram realizadas, periodicamente, para aprofundamento das análises quantitativas; e oficinas de sexo mais seguro e psicodrama. Os participantes receberam a assistência médica necessária, preservativos, gel lubrificante, auxílio transporte e alimentação. Aqueles que se infectaram pelo HIV durante a permanência naquela coorte, foram acompanhados pela mesma equipe do Projeto no CTR Orestes Diniz.
Resultados - Parciais ou Finais:
Até setembro/2005, 1.033 voluntários foram entrevistados (triagem). Oitenta e cinco voluntários apresentaram o teste anti-HIV positivo à admissão e não foram elegíveis. Dos 948 voluntários restantes, 44 soroconverteram-se. Atualmente, 464 voluntários estão em acompanhamento no Projeto. A taxa de incidência para o período 1994-2005 foi de 1,92/100 pessoas ano, para 24 meses de seguimento. Observou-se ainda a redução da prática sexual desprotegida, o aumento da prática de sexo oral e o aumento da prática sexual desprotegida com parceiras fixas entre os bissexuais. Quanto à participação em ensaios de vacinas anti-HIV, a análise quantitativa mostrou que 51,6% seriam voluntários para testes, principalmente por motivos humanitários (59%) e para se prevenir da infecção (24%). Entre os 28% que não participariam, a principal razão foi o medo de ser infectado (40%) e não terem informações suficientes (23,8%). Entre os indecisos (28%), a participação se prendeu à necessidade de informações mais precisas (57%), medo dos efeitos colaterais (33%) e medo de serem infectados (16%). Na análise qualitativa, os voluntários manifestaram espontaneamente disposição para participar, motivados também pela solidariedade e altruísmo. Entretanto, o total esclarecimento sobre as questões que estão ligadas ao teste (garantia de não contaminação, segurança quanto a possíveis efeitos colaterais, amparo, benefícios, normas éticas) é a condição sine qua non para a sua efetiva adesão.
Palavras-Chave:
Estudo de coorte. HIV. Vacinas anti-HIV. Incidência. Prevenção. HSH.
Divulgação e/ou Publicações:

CARNEIRO, M. et al. Design, implementation and evaluation at entry of a prospective cohort of homosexual and bisexual HIV negative men in Belo Horizonte, Brazil: Project Horizonte. Journal of Aids and Human Retovirology, v.12. n.9, p.113-118, 2000.

__. Determinants of human immunodeficiency virus (HIV-1). Prevalence in homosexual and bisexual men screened for admission to a cohort study of HIV negatives in Belo Horizonte, Brazil: Projeto Horizonte. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.98, n.6, p. 325-329, 2003.

GRECO, D. B. HIV clinical trials in developing countries. Bulletin of Medical Ethics, Londres, v.150, p.22-23, 1999.

__. The ethics of research in developing countries: correspondence. The New England Journal of Medicine, v.343, n.5, p.362-362, 2000.

LIGNANI JÚNIOR, L. et al. Sexually transmitted diseases in homosexual and bisexual males from a cohort of HIV negative volunteers (Project Horizonte), Belo Horizonte, Brasil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.95, n.6, p.783-785, 2000.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Lilian de Mello Lauria
Instituição:
Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
Período de Vigência:
2002 - 2004
Situação:
Concluída
Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Maria Bernadete Falcão da Silva
Instituição:
PN-DST/AIDS – SVS; MS.
Período de Vigência:
Julho a dezembro 2000
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:
Estudo qualitativo realizado com a técnica de grupo focal com os profissionais de saúde que possuem a responsabilidade de preencher os campos da ficha de notificação de aids do Sinan. Onze cidades do Estado de São Paulo e 11 do Estado do Rio de Janeiro foram representadas por um profissional de saúde da área para compor os dois grupos focais. O primeiro grupo focal aconteceu na cidade do Rio de Janeiro e o segundo na cidade de São Paulo. O estudo objetivou identificar as motivações subjetivas de cada profissional na hora do preenchimento da ficha do Sinan, segundo os seus relatos, a fim de detectar se havia incoerência de entendimento do conceito de múltiplos parceiros no ato da coleta de dados e/ou no preenchimento da ficha de notificação de aids.
Objetivos:
Descrever o processo de preenchimento da ficha do Sinan e identificar possíveis incoerências conceituais no ato da notificação, com especial atenção para o conceito de múltiplos parceiros.
Materiais e Métodos:
Este estudo foi realizado com técnica de investigação qualitativa, por meio de grupos focais. Dois Estados foram eleitos para a pesquisa, Rio de Janeiro e São Paulo, por registrarem os maiores números de casos de aids do Brasil, até o ano de 2000. Em cada Estado, foram selecionados 11 municípios que indicavam possuir os maiores registros de casos de aids. A escolha dos municípios buscou também configurar a heterogeneidade geográfica do seu respectivo Estado. Dessa forma, o grupo focal do Rio de Janeiro ficou assim constituído: 2 profissionais do Município do Rio de Janeiro e 1 profissional de cada um dos demais municípios: Niterói; Petrópolis; Volta Redonda; São João de Meriti; Duque de Caxias; Nova Iguaçu; São Gonçalo; Belford Roxo; Campos e Cabo Frio. São Paulo contou com a seguinte representação: 2 profissionais do Município de São Paulo e um de cada município: Santos; Bebedouro; Campinas; São José do Rio Preto; Santo André; Sorocaba; Osasco; São José dos Campos; Bauru e Araraquara. No Rio, o grupo focal aconteceu em 2 de outubro de 2000, com duração de 3 horas e os participantes consentiram ter suas falas gravadas em áudio. O grupo focal de São Paulo ocorreu em 4 de outubro, a entrevista durou 4 horas e meia e o grupo também permitiu a gravação.
Resultados - Parciais ou Finais:
As equipes estão compostas de forma variada, desde as mais completas, como as multidisciplinares, quanto as menores, formada por apenas um médico. Tal falta de homogeneidade na composição da equipe gera diferentes procedimentos de acolhimento do paciente HIV positivo ou vivendo com aids. As equipes multidisciplinares revelaram-se como as que melhor conseguem acolher o paciente e ao mesmo tempo notificar com boa qualidade de informação. A maioria dos serviços ali representados trabalha com busca ativa de prontuários para coletar os dados para notificação. Os participantes registraram insatisfação com a falta de notificação dos casos assintomáticos. Os campos da ficha com maior dificuldade de preenchimento foram os seguintes: data exata do diagnóstico; raça; ter tido relações sexuais com parceiro sabidamente HIV positivo e todos os campos sobre o comportamento de risco do paciente e do parceiro. Quanto ao conceito de múltiplos parceiros, não houve consenso entre os grupos focais. No Rio de Janeiro foram identificados três conceitos diferentes e em São Paulo, quatro. Esses diferentes conceitos são frutos de visões subjetivas a respeito do que seja múltipla parceria, que tanto pode ser considerada dentro do tempo de incubação do vírus (10 anos em média) quanto em diferentes linhas de tempo (6 meses, 12 meses, 3 anos) em caso de monogamia seriada.
Palavras-Chave:
Ficha do Sinan. Ficha de notificação de aids. Múltiplos parceiros. Notificação compulsória. Parceria múltipla.
Divulgação e/ou Publicações:

FALCÃO, B. Avaliação do preenchimento da ficha de notificação de aids-Sinan: “Uma abordagem qualitativa.” In: Boletim Epidemiológico DST/AIDS 2001, Rio de Janeiro, p.23-30, mar. 2001. Disponível em: http://www.saude.rj.gov.br/dstaids/BolDST.pdf. Acesso em: 30 de mar. 2006.

__. Avaliação do preenchimento da ficha de notificação de aids-Sinan: uma abordagem qualitativa. In: REUNIÃO NACIONAL DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA – PN-DST/AIDS, 1., 2001, Brasília.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Conhecimentos e informações em DST/HIV e Aids: um recurso para a resposta nacional. Série Estudos Pesquisas e Avaliação nº 4. Brasília, DF, 2003.

Edital/Chamamento:
Concorrência Sítio de Vacinas
Pesquisador(es) Responsável(eis):
José Clecildo Barreto Bezerra
Instituição:
Universidade Federal de Goiás; Instituto de Patologia Tropical e Saúde Publica - Setor de Parasitologia.
Período de Vigência:
2004 - 2005
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Casa Ser Cidadão, Fundação de Desenvolvimento Comunitário de Goiânia – Fumdec, e Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.
Introdução e Justificativa:
A pandemia de HIV tem características próprias, principalmente relacionadas ao comportamento sociocultural das populações atingidas. Faltam dados sobre a prevalência de HIV/DST e de doenças infectocontagiosas em populações específicas, demonstrando-se a relevância de estudos para a avaliação de prevalência e correlação com as doenças infectocontagiosas e parasitárias em uma população de moradores e/ou em situação de rua em Goiânia-GO. Além do conhecimento da interface dessa população especial em relação às doenças parasitárias e infecciosas, busca-se disponibilizar o acesso à informação e aos serviços em saúde. Essa população, além dos problemas sociais, apresenta o fator de não acesso aos exames de saúde no sentido da não apropriação ou conhecimento do SUS. O projeto poderá fornecer parâmetros para as Políticas Públicas de Saúde.
Objetivos:
Estimar a prevalência do HIV/DST em grupo de indivíduos moradores de rua e/ou em situação de rua com as principais doenças infectocontagiosas e parasitoses oportunistas; Caracterizar práticas de risco para infecção HIV/DST em relação à triagem sociocomportamental do grupo, estimando-se o risco da população-alvo descrita; Fornecer parâmetros para as políticas públicas de saúde, buscando a inclusão social da população-alvo em programas de assistência.
Materiais e Métodos:
A triagem dos participantes está sendo realizada pelas assistentes social da Fumdec/Prefeitura Municipal de Goiânia, após abordagem realizada na rua e/ou no atendimento espontâneo dos indivíduos que procuram a Casa Ser Cidadão. A entrevista é realizada com enfoque nos dados sociocomportamentais. Após o esclarecimento dos objetivos do projeto, os indivíduos são direcionados ao IPTSP/UFG para a coleta do material biológico. São coletados, de todos os indivíduos, amostras de sangue, fezes, escarro e secreção urogenital, para análise. As secreções do trato genitourinário e o escarro são coletados com suab estéril e/ou em frascos apropriados para a realização da pesquisa de Trichomoníase e do bacilo da tuberculose através de: Baciloscopia – coloração especial para identificação de Bacilos Álcool Ácido Resistente - BAAR; coloração especial em esfregaços fixados corados pelos corantes de Leishman e/ou Giensa, para a identificação do Trichomonas vaginalis; para o levantamento de prevalência dos parasitos entéricos oportunistas (Cryptosporidium sp; Isospora sp; Cyclspora sp; Microsporídeos) são coletadas três amostras de fezes pelos métodos de Hoffman, Baermann e Faust; e colorações pelo método de Kinyoun e pelo método de Ziehl Neelsen modificados.
Resultados - Parciais ou Finais:
Dados de 2004 registram o total de 554 adultos moradores de rua abordados, 174 encaminhados ao IPTSP/Projeto. Os encaminhamentos realizados pela Fumdec eram os mais diversos, tais como: para empregos, confecção de documentos, recuperação de drogados, abrigos, denúncias à justiça, etc. As pessoas encaminhadas compunham o perfil característico da proposta do projeto, isto é, eram moradores de rua ou em situação de rua; Conseguiu-se junto à Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia a destinação de um posto de saúde, determinado a triagem e a continuação de acompanhamento/tratamento quando necessários; Houve algumas reportagens (televisão e jornais) sobre a relevância do projeto, apoiado pelo Ministério da Saúde/Unesco; O projeto com essa população especial vem apoiando outras iniciativas, procurando estimular o combate à pobreza e à exclusão social, acreditando-se que a atuação e a qualificação diferenciada da equipe proponente contribuirá para a análise das diferentes situações e na dinamização dos processos de participação ou inclusão seja social, seja ao sistema de saúde pública.
Palavras-Chave:
AIDS. DST. Diagnóstico laboratorial. Doenças infecto­contagiosas. Moradores de rua. Parasitoses oportunistas.
Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Ana Lúcia Teles Rabello
Instituição:
Fundep – Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa.
Período de Vigência:
2002 - 2003
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Fiocruz e CNPq.
Introdução e Justificativa:
Para estudar a ocorrência de infecção por Leishmania spp. em portadores de HIV, atendidos em centros de referência de Minas Gerais, foram avaliados 381 pacientes atendidos em três centros de referência: Hospital das Clínicas e Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, e Hospital Universitário de Montes Claros. Foram realizados: Reação de Imunofluorescência Indireta – Rifi – com antígeno solúvel de L.amazonensis (5%de positivos); ELISA com antígeno solúvel de L. chagasi (17% positivos) e com antígeno recombinante K39 (0,8% de positivos); e detecção de DNA de Leishmania spp., por meio da reação em cadeia da polimerasePCR (7% de positivos). Dados epidemiológicos, demográficos, clínicos e laboratoriais de cada paciente foram obtidos dos prontuários médicos. Três critérios definiram os fatores de risco para a infecção: positividade de pelo menos um dos exames realizados; presença de anticorpos; e presença de DNA de Leishmania spp. Usando análise multivariada em relação aos três critérios adotados, ser classificado com aids, de acordo com o CDC, foi a única variável que permaneceu associada com odds ratio de 2,4 para o critério 1, odds ratio de 4,3 para o critério 2 e odds ratio de 7,4 para o terceiro critério. Entre os pacientes com exames inicialmente positivos para infecção por Leishmania spp., reavaliados após 9 a 20 meses, não se observou o aparecimento de sinais ou sintomas sugestivos de Leishmaniose e todos os exames, incluindo-se a reação de Montenegro, tornaram-se negativos. Os achados sugerem que a terapêutica anti-retroviral pode ser efetiva para impedir o desenvolvimento de Leishmaniose em pacientes portadores de HIV/aids.
Objetivos:
Avaliar a ocorrência de co-infecção Leishmania/HIV em pacientes portadores de HIV, em Belo Horizonte-MG, por meio de busca ativa de casos, utilizando métodos não-invasivos de diagnóstico da Leishmaniose visceral; Determinar a freqüência da infecção por Leishmania spp. em indivíduos infectados pelo HIV em Centro de Referência para HIV em Belo Horizonte; Descrever características epidemiológicas e clínicas da co-infecção nos pacientes co-infectados; Avaliar evolução clínica e resposta terapêutica ao tratamento convencional da Leishmaniose visceral, associado à terapêutica anti-retroviral.
Materiais e Métodos:
Foram incluídos no estudo pacientes adultos (idade superior a 15 anos) infectados pelo HIV. Foram avaliados 381 pacientes, sendo 198 do Hospital das Clínicas e 66 do Hospital Eduardo de Menezes, ambos em Belo Horizonte e 117 em Montes Claros. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa das instituições envolvidas. Os indicadores laboratoriais de presença da infecção por Leishmania/HIV são: imunofluorescência com antígeno solúvel de L. amazonensis; ELISA com antígeno solúvel de L. chagasi; ELISA com o antígeno recombinante K39 e detecção de DNA de Leishmania spp. Por meio da reação em cadeia da polimerase. Para a identificação dos fatores de risco para a infecção, foi necessário definir três critérios de infecção: foram incluídos indivíduos com positividade em pelo menos um dos exames realizados; incluíram-se os indivíduos com exames positivos para a detecção de anticorpos (detecção de anticorpos séricos utilizando imunofluorescência com antígeno solúvel de L. amazonensis; ELISA com antígeno solúvel de L. chagasi e com antígeno recombinante K39); e presença de DNA de Leishmania spp., por meio da PCR. Os dados epidemiológicos, demográficos, clínicos e laboratoriais dos pacientes foram obtidos a partir da análise dos prontuários médicos.
Resultados - Parciais ou Finais:
A busca de infecção por Leishmania spp em pacientes infectados pelo HIV em Centros de Referência de Belo Horizonte e Montes Claros revelou positividade de 7% para a detecção de DNA em sangue periférico, pela reação em cadeia da polimerase, 17% de positividade da detecção de anticorpos, pela técnica de ELISA com antígeno L. chagasi, 5% para a técnica de Rifi e 0,8% pela técnica de ELISA, utilizando-se antígeno rK39, sendo que, entre as variáveis demográficas, laboratoriais e clínicas, a única que permaneceu constante e independentemente associada à infecção por Leishmania spp. foi a definição de aids (p = 0,000). Entre os pacientes com exames inicialmente positivos para infecção por Leishmania spp. e reavaliados entre 9 e 20 meses, não se observou sinais ou sintomas de Leishmanioses, sugerindo que a terapia anti-retroviral combinada pode ter papel protetor à evolução para a doença em pacientes portadores de HIV/aids.
Palavras-Chave:
Leishmaniose visceral. HIV. Co-infecção Leishmania. HIV.
Divulgação e/ou Publicações:

ORSINI, M.; RABELLO A. Identificação de parasitos em hemocultura de paciente portador de co-infecção Leishmania spp/HIV, forma cutânea. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA TROPICAL, 36., 2000, São Luís.

ORSINI, M. et al. Co-infecção Lehsmania – HIV: Busca ativa em pacientes infectados pelo vírus HIV. In: REUNIÃO ANUAL DE PESQUISA APLICADA EM DOENÇA DE CHAGAS, REUNIÃO ANUAL DE PESQUISA APLICADA EM LEISHMANIOSES, 17./5., 2001, Uberaba.

ORSINI, M. et al. Identification of Leishmania chagasi from skin in Leishmania/HIVco-infection: a case report. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasil, v.35, n.2, p.259-262, 2002.

RABELLO, A.; ANDRADE, M.O.; DISCH, J. Co-infecção Leishmania/HIV. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasil, n.31, sup.3, p.81-91, 1998.

RABELLO, A.; ORSINI, M.; DISCH, J. Leishmania/HIV co-infection in Brazil: an appraisal. Annals of Trop. Med. & Parasitology, suppl.1, p.S17-S28, 2002.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Solange Aparecida Nappo
Instituição:
Universidade Federal de São Paulo-Unifesp; Escola Paulista de Medicina-EPM; Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas – Cebrid; Associação Fundo de Incentivo à Psicofarmacologia.
Período de Vigência:
2000 - 2002
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
CRT/AIDS da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo; Prosan – Associação Pró­Saúde Mental; Programa Municipal de DST/AIDS de São José do Rio Preto.
Introdução e Justificativa:
Por meio de metodologia quantitativa e qualitativa, este estudo investigou a possível relação entre o uso de crack e o desenvolvimento de comportamentos de risco para o contágio de DST/HIV/aids, assim como buscou detectar as principais motivações para a adoção de práticas inseguras por parte das dependentes, objetivando, dessa forma, gerar subsídios para as ações de prevenção destinadas a essa população. As usuárias de crack, em função da compulsão pela droga, vendiam o corpo por droga ou por dinheiro para comprá­la. Chegavam a 9 programas por noite com parceiros diferentes. Por estarem sob “fissura”, perdiam o poder de negociação com o cliente e se sujeitavam a práticas onde as regras básicas para um sexo seguro não eram colocadas em prática, tornando-as uma população de alto risco em relação às DST/aids.
Objetivos:
Verificar possíveis interações entre o uso de crack, práticas inseguras e a infecção pelo HIV e outras DST; Detectar a prevalência de HIV, sífilis e hepatites B e C junto a usuários de crack; Detectar a vulnerabilidade de usuários de crack à infecção pelo HIV; Detectar as principais motivações a práticas inseguras em relação ao HIV/DST/aids, oferecendo subsídios para a adoção de medidas preventivas a essa população.
Materiais e Métodos:
A metodologia é composta de duas partes. A primeira trata-se de investigação de caráter qualitativo, com o propósito de entender como se processa o fenômeno a partir da visão dos usuários a respeito do mesmo, assim como identificar todas as situações que propiciam o eventual comportamento de risco em relação às DST/aids. Foi feita uma amostra composta de 80 mulheres usuárias e ex-usuárias de crack. A segunda investigação, com caráter quantitativo, que tem como objetivo principal dimensionar o problema do ponto de vista de prevalência, além da obtenção de dados sociodemográfico e comportamentais e de estudo sorológico para HIV, sífilis e hepatites B e C comparada a uma amostra de usuários de cocaína aspirada com as mesmas características. Amostra composta de 102 voluntários, sendo 60 usuários de crack e 42 usuários de cocaína aspirada.
Resultados - Parciais ou Finais:
Qualitativos: mulheres usuárias de crack utilizam a venda do corpo para conseguir a droga ou dinheiro para comprá­la. São incentivadas a se prostituir tanto pelos traficantes (que as consideram boas pagadoras) como pelos parceiros (que acreditam que a forma de elas obterem dinheiro tem “menos” risco). A busca de “cliente” ocorre sob o efeito da droga, o que faz com que percam o poder de negociação, realizando o ato sexual por uma quantia irrisória e as obrigando a vários programas por noite. As regras para a prática de sexo seguro não são colocadas em prática, seja pela total incapacidade de exigirem o uso de preservativo por parte do cliente ou pela negativa deste em usá-­lo. As mulheres engravidam nesses programas sexuais, gerando uma prole indesejável, e que é abandonada. Por não serem prostitutas clássicas e, dessa forma, não terem intimidade com a profissão, sofrem toda sorte de violência. O cachimbo caseiro que confeccionam não as protege do calor necessário para o crack sublimar, fazendo com que os lábios sofram queimaduras que mais tarde transformam-se em feridas, expondo-as a risco na realização de sexo oral. O preconceito sobre essas mulheres as acaba afastando de qualquer possibilidade de reintegração social.
Palavras-Chave:
Crack. DST. Aids. Sexo inseguro. Prostituição. Droga. Mulheres e crack.
Divulgação e/ou Publicações:

Comportamento de risco de mulheres usuárias de crack em relação às DST/AIDS, Cebrid, 2004.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Maria de Fátima Costa Alves
Instituição:
Universidade Federal de Goiás; Faculdade de Medicina, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública; Departamento de Microbiologia, Imunologia, Parasitologia e Patologia Geral.
Período de Vigência:
2001 - 2002
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:
Esta pesquisa teve como objetivos determinar a prevalência e os fatores de risco para a infecção por C. trachomatis bem como por N. gonorrhoeae, em jovens do sexo masculino que se apresentaram para o serviço militar, no ano 2000, na 1ª Circunscrição no município de Goiânia. O estudo comportamental foi realizado quantitativamente, por meio de questionário auto-aplicável. No presente estudo, o diagnóstico da infecção clamidial foi realizado em amostra de urina, empregando-se ensaio imunoenzimático-EIA, e a reação em cadeia de polimerase-PCR.
Objetivos:
Determinar a prevalência de infecção por C. trachomatis e N. gonorrhoeae em jovens do sexo masculino que se apresentaram para o serviço militar, no ano 2000, na 1ª Circunscrição de Goiânia; Determinar os possíveis fatores de riscos para essas infecções; Identificar as características sociodemográficas associadas àquelas infecções; Identificar os comportamentos sexuais de risco associados àquelas infecções.
Materiais e Métodos:
A amostra foi constituída por 1.104 jovens do sexo masculino, representativa da população de aproximadamente 6.000 conscritos da 1ª Circunscrição de Goiânia. Os dados sociodemográficos foram coletados por intermédio de questionário auto-aplicável confidencial. A coleta de urina para os exames laboratoriais foi realizada pelo próprio participante, após instrução. Uma alíquota foi utilizada para pesquisa de clamídia e gonococo por meio de PCR e a outra para realização de EIA para clamídia.
Resultados - Parciais ou Finais:
A prevalência da infecção por Chlamydia trachomatis pela PCR foi de 5,0% (IC 95% 3,37,3). Esses dados foram obtidos em 627 participantes, selecionados aleatoriamente. A prevalência de Neisseria gonorrhoeae foi de 1,9 %. Os fatores significativamente associados à infecção clamidial foram o uso inconsistente do preservativo e ter mais de dois parceiros sexuais nos últimos 2 meses.
Palavras-Chave:
Chlamydia trachomatis. Neisseria gonorrhoeae. Prevalência. Adolescentes e jovens. Fatores de risco.
Divulgação e/ou Publicações:

ALVES, M.F.C. et al. Detection of Neisseria gonorrhoeae in genitourinary specimens from asyntomatic men and women by a PCR assay. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA, 21, 2001, Foz do Iguaçu. Proceedings... Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Microbiologia, 2001. p.102.

ARAÚJO, A.G. et al. Comportamento sexual de jovens que se apresentam para o serviço militar, na 1ª Circunscrição de Goiânia, no ano 2000. In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA NA UFG, 9, 2001, Goiânia. Proceedings... Goiânia: Editora da UFG, 2001.

FIORAVANTE, F.C.R.et al. Prevalence of Chlamydia trachomatis in Brazilian military conscripts. Sexually Transmitted Diseases. EUA, v.32, n.3, p.165-169, 2005.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Fábio Moherdaui
Instituição:
Ministério da Saúde – Unidade III.
Período de Vigência:
2003 - 2005
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Agência de Cooperação Alemã - GTZ; Fundação Alfredo da Matta/Manaus (Adele Benzaken); Sociedade Brasileira de DST – Regional Ceará (Telma Alves Martins); Associação AAVE/Goiânia (Isolina Assis); Fundação Universitária José Bonifácio/RJ (Luiza Cromack); Instituto Universidade e Empresa/Uniemp (Elizabete Onaga); e Centro de Estudos de Aids do RS/CEARGS (Letícia Nolde).
Introdução e Justificativa:
Estudo multicêntrico, executado em seis capitais (Manaus, Fortaleza, Goiânia, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre), que determinou: em gestantes, do sexo masculino e em homens e mulheres com sintomas e/ou sinais de DST, as prevalências de HIV, sífilis, gonorréia, clamídia, tricomoníase, herpes simples 2, HPV, hepatites B e C. Em homens e mulheres com sintomas e/ou sinais de DST, nas respectivas síndromes, as freqüências relativas de gonorréia, clamídia, sífilis, herpes simples, cancro mole, tricomoníase, vaginose bacteriana, candidíase e os principais subtipos de HPV de alto e baixo risco de câncer, além dos fatores de risco para aquisição das diferentes DST nessas populações.
Objetivos:
Prover informações para uma linha de base sobre a distribuição das principais DST; Introduzir novos métodos e capacitar laboratórios de saúde pública e serviços na utilização de novos testes para DST; Revalidar o método de manejo sindrômico das DST; Determinar, em industriários, as prevalências de sífilis, gonorréia, clamídia, tricomoníase, hepatites B e C, herpes simples 2 e, em gestantes, as mesmas, além de HPV e HIV; Determinar, em homens e mulheres com sintomas e/ou sinais de DST, as prevalências de HIV, sífilis, gonorréia, clamídia, tricomoníase, herpes simples 2, HPV, hepatites B e C, além das freqüências relativas de cada infecção em sua respectiva síndrome.
Materiais e Métodos:
Estudo transversal, multicêntrico, com componentes descritivos e analíticos, executado em seis capitais do País. Em cada cidade foi identificado e implementado um laboratório de saúde pública, foram identificados duas clínicas de pré­natal e dois serviços de referência para DST e selecionadas as indústrias com o perfil definido para o alcance da amostra de industriários. Em cada serviço participante, foram treinados profissionais para o acolhimento dos participantes (gestantes e portadores de DST), realização da triagem, realização de entrevista para as orientações, assinatura dos termos de consentimento, preenchimento dos questionários, atendimento clínico e coleta dos materiais biológicos. As equipes volantes responsáveis pelas ações nas indústrias foram compostas por profissionais previamente treinados para a realização de palestras de promoção à saúde, prevenção de DST e aids e orientações e esclarecimentos sobre o estudo, assinatura dos termos de consentimento, preenchimento do questionário específico, orientações para a auto-coleta de urina e coleta de sangue. Plano de coleta e análise de dados.
Resultados - Parciais ou Finais:
As prevalências das Infecções de Transmissão Sexual/ITS, investigadas nos industriários foram as seguintes: sífilis (2,2%); herpes genital tipo 2 (12,5%); hepatite C (0,6%); hepatite B (0,9%); gonorréia (0,9%); e clamídia (3,5%). Do total de gestantes estudadas, 73% apresentavam, ao exame clínicoginecológico, algum tipo de corrimento; 5.5% apresentavam ulcerações genitais; 4.2% verrugas genitais; 2.7% vesículas genitais e 1.7% linfadenopatia. Devido às alterações hormonais que ocorrem no período gestacional, há um favorecimento ao desenvolvimento de vaginites e vaginoses. Na população estudada, encontrou-se uma prevalência de 29.4% de candidíase e 34.9% de vaginose bacteriana. As prevalências ITS foram as seguintes: sífilis (1.9%), herpes genital (22.7%), hepatite C (0,6%), hepatite B (0,5%), HIV (0.5%), gonorréia (1.5%), clamídia (9.3%), HPV alto e médio risco (33.4%), HPV baixo risco (17.4%).
Palavras-Chave:
DST. Sífilis. Gonorréia. Clamídia. Tricomoníase. Hepatites. Herpes. HPV e HIV.
Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Mark Drew Crosland Guimarães
Instituição:
Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social.
Período de Vigência:
1999 - 2000
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Grupos de Investigação de sífilis congênita.
Introdução e Justificativa:
Estudo de corte transversal nacional e multicêntrico, realizado em 2000, com amostra aleatória probabilística de puérperas, tendo como critério de elegibilidade as gestantes admitidas para parto ou curetagem em 24 maternidades cadastradas pelo PN-DST/AIDS até 1999. O objetivo geral foi determinar a prevalência do VDRL positivo entre puérperas atendidas nestes centros e avaliar os fatores associados com essa positividade. As participantes responderam a uma entrevista com perguntas semi-estruturadas, após assinarem termo de consentimento, e os serviços foram avaliados com questionário aplicado pelo coordenador local. Após a entrevista, foi coletada alíquota de sangue para realização de exames VDRL e FTA-ABS. O evento considerado para análise foi a positividade para o VDRL, qualquer diluição, e confirmado pelo FTA-ABS. Na análise estatística foi estimado o odds ratio – OR, com intervalo de confiança de 95% por meio de regressão logística.
Objetivos:
Descrever o perfil sociodemográfico e de atendimento pré­natal das puérperas participantes, incluindo diagnóstico e tratamento anterior de sífilis; Determinar a associação entre a prevalência de sífilis e as características sociodemográficas e de atendimento pré­natal das puérperas participantes; Avaliar a estrutura dos serviços (pré­natal e maternidades) envolvidos no estudo.
Materiais e Métodos:
Estudo multicêntrico nacional de corte transversal com duração de um mês, desenvolvido em 2000, em centros hospitalares e/ou ambulatoriais denominados Grupos de Investigação de Sífilis Congênita – Gisc, cadastrados pelo PN-DST/AIDS. As instituições foram selecionadas aleatoriamente com ponderação proporcional ao número de partos/curetagem por mês para compor a amostra. Considerando uma prevalência média de sífilis entre as puérperas estimada em 3%, nível de precisão de 0,6% e nível de confiabilidade de 5%, estimou-se a amostra de puérperas em 3.233. O processo de amostragem foi aleatória simples, com dois critérios básicos: a) somente incluir na grade amostral centros que tenham tido média me-sal de partos ou curetagem por aborto > 50; b) incluir pelo menos um centro por UF desde que seguissem o critério “a”. A seleção das puérperas ocorreu no momento da admissão, seguindo lista pré­definida para evitar transtornos ao atendimento. Mulheres admitidas em processo de ameaça de aborto (ou aborto evitável) não foram incluídas por não se poder garantir a sua futura condição de puérpera ou de vítima de um possível aborto por sífilis. Foram coletados 5 ml de sangue para a realização dos exames específicos (VDRL e FTA-ABS) e aplicada entrevista semi-estruturada para verificar as características sociodemográficas, de atendimento ao pré­natal, de história de sífilis e outras DST, bem como condições do parto, e questionário para avaliar os serviços participantes. A análise incluiu avaliação descritiva e estimativa da prevalência do VDRL positivo com intervalo de confiança de 95%. A análise univariada e multivariada foi desenvolvida por meio do modelo de regressão logística com obtenção dos odds ratios com intervalo de confiança de 95%.
Resultados - Parciais ou Finais:
Da amostra inicial foi coletado sangue de 2974 puérperas e foram realizadas 3047 entrevistas. A prevalência de VDRL positivo foi de 1,7% (IC 95% = 1,2% - 2,2%). A maioria das puérperas era de cor parda (49,7%), solteira (61,1%), tinha tido somente um parceiro sexual no ano que precedeu a entrevista (88,4%) e apresentava idade no momento da entrevista entre 20 e 29 anos (54,7%), tendo sido a menor idade 13 anos e a maior 46 anos. O perfil socioeconômico indicou que 74,3% tinham até oito anos de escolaridade formal, 58,5% eram donas de casa, 49,5% não tinham relato de renda, considerando o último mês de trabalho. 45,9% das puérperas relataram renda familiar no último mês entre 2 e 3 salários mínimos. A idade da primeira gravidez também predominou na faixa etária de 16 a 20 anos (53,7%). Também chama a atenção uma importante parcela das puérperas que tiveram a primeira gravidez com 15 anos ou menos (12,9%). Entre aquelas que relataram gravidez anterior (n=1974) – 36,4% – afirmaram ter perdido pelo menos uma das gravidezes, sendo 159 (22,2%) perdas provocadas e 77,8% espontâneas. Quanto ao uso de algum método contraceptivo em toda a vida, 76,8% afirmaram já ter utilizado algum, enquanto que 60,0% afirmaram já ter utilizado contraceptivo oral e apenas 46,0% relataram o uso de preservativo masculino por seus parceiros em toda a vida. Chama a atenção a alta proporção de atividade sexual durante a gravidez atual (89,4%), a maioria com apenas um parceiro, e o não uso de preservativo masculino nessas relações (88,7%). A análise multivariada mostrou que renda familiar
Palavras-Chave:
Sífilis. Puérperas. VDRL. Prevalência.
Divulgação e/ou Publicações:

FRANÇA, E. et al. Estudo Nacional de soroprevalência de sífilis entre puérperas: (II) Avaliação dos serviços participantes. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PREVENÇÃO DE DST/AIDS, 4., 2001, Cuiabá. Proceedings... Brasília: Ministério da Saúde, 2001. v.1, p.668.

GUIMARÃES, M.D.C. Estudo de soroprevalência de sífilis entre puérperas: Um estudo multicêntrico nacional (apresentação oral). In: FORUM 2000 - FORUM E CONFERÊNCIA DE COOPERAÇÃO TÉCNICA HORIZONTAL DA AMÉRICA LATINA E CARIBE EM HIV/AIDS E DST, 1./2., 2000, Rio de Janeiro.

GUIMARÃES, M.D.C.; OLIVEIRA, E.C. Estudo nacional de soropositividade de sífilis entre puérperas: (I) Fatores associados à positividade. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PREVENÇÃO DE DST/AIDS, 4., 2001, Cuiabá. Proceedings... Brasília: Ministério da Saúde, 2001. v.1, p.393.

GUIMARÃES, M.D.C.; OLIVEIRA, E.C.; RODRIGUES, C.S. Estudo Nacional de soroprevalência de sífilis entre puérperas: oportunidade perdida de intervenção (Resumo). Revista Brasileira de Epidemiologia, v.1, sup. esp., p.512, 2002.

RODRIGUES, C.S.; GUIMARÃES, M.D.C. Grupo Nacional de Estudo da Sífilis Congênita – GNESC. Positividade para sífilis em puérperas: ainda um desafio para o Brasil. Revista Panam Salud Publica - Panam. J. Public Healt, Washington, USA, v.16, n.3, p.168-175, 2004.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Francisco Inácio Pinkusfeld Monteiro Bastos
Instituição:
Fundação Oswaldo Cruz.
Período de Vigência:
1999 - 2000
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Organização Mundial da Saúde – OMS; CNPq e FAPERJ.
Introdução e Justificativa:
Inquérito epidemiológico acerca dos comportamentos de risco de Usuários de Drogas Injetáveis – UDI, em face da infecção pelo HIV e respectivas taxas de infecção. Ampliação das perspectivas de comparações diacrônicas (entre diferentes momentos da “cena” de uso e da epidemia) e permissão de estudar, de forma preliminar, por se tratar de estudo seccional, a intensidade e a natureza do fenômeno de transição entre diferentes vias de consumo, a ser complementado por análises longitudinais. Permite-se também avaliar novos fatores de risco para o HIV, hepatites virais e HTLV, subsidiando as intervenções preventivas.
Objetivos:
Avaliar comportamentos de risco e taxas de infecção pelo HIV e outros patógenos de transmissão sangüínea e/ou sexual entre UDI, ex-UDI e usuários sem história de uso de injetável, na região metropolitana do Rio de Janeiro; Mensurar, para a população do estudo, conhecimentos, atitudes e práticas associados à infecção pelo HIV e outros patógenos de transmissão parenteral e/ou sexual. Inserir o Brasil em um Estudo Multicêntrico, que compara dados referentes a 13 cidades do mundo.
Materiais e Métodos:
Dados coletados na região metropolitana do Rio de Janeiro, contemplando uma amostra mínima de 400 entrevistas, amplamente ultrapassada no estudo efetivo, que recrutou mais de 600 entrevistados. Aplicação de instrumento padronizado, elaborado pela Coordenação internacional do estudo (Nova York), devidamente traduzido e adaptado ao contexto brasileiro, além de abreviado (por decisão consensual da equipe do Rio de Janeiro e a partir de dois pequenos estudos piloto). Após entrevista de aconselhamento, convite a todos os participantes a terem amostras de sangue coletadas, para testes sorológicos quanto à presença do HIV (ELISA e Western Blot); hepatites B (antiHBC, HbsAg, AntiHBs), C, delta/D, além de HTLV I/II (ELISA), analisadas pela Fundação Oswaldo Cruz. Procedimentos de biologia molecular, não incluídos no protocolo base da OMS, decididos de comum acordo entre os laboratórios de referência da Fiocruz e o investigador principal. Resultados laboratoriais entregues em caráter individual e confidencial, durante sessão de aconselhamento pós-teste.
Resultados - Parciais ou Finais:
Chama a atenção o expressivo declínio das taxas de infecção, para o conjunto de patógenos sob análise, com especial relevância do declínio da prevalência da infecção pelo HCV, agente da hepatite viral do tipo C (e marcador biológico de exposição parenteral) e da baixa incidência estimada para a infecção pelo HIV (por meio da utilização do algoritmo de testagem STAHRS, combinando testes sorológicos habituais e menos sensíveis), além da baixa prevalência da infecção pelo HIV. O declínio observado, em relação aos achados anteriores, na mesma localidade, e dizendo respeito à mesma população, sugere uma combinação de saturação deste segmento populacional; mudança espontânea de comportamento, no sentido de comportamentos de menor risco; e reflexos positivos da atuação dos programas preventivos. As mudanças comportamentais disseram respeito, especialmente, a uma redução substancial da freqüência de injeção de cocaína, especialmente entre os UDI mais jovens/com menor tempo de uso, o que fala a favor de uma oportunidade ótima de intensificar as ações de prevenção, incorporando novas estratégias, como a vacinação para a hepatite B.
Palavras-Chave:
Usuários de drogas injetáveis. UDI. Cocaína. Brasil. Epidemias declinantes. HIV/AIDS. Hepatites virais.
Divulgação e/ou Publicações:

BASTOS, F.I. et al. A. Is human immunodeficiency virus/acquired immunodeficiency syndrome decreasing among Brazilian injection drug users? Recent findings and how to interpret them. Mem Inst Oswaldo Cruz, v.100, n.1, p.91-96, Feb. 2005 [Review].

BASTOS, F.I.; TELLES, P.R.; HACKER, M. Uma década de pesquisas sobre usuários de drogas injetáveis & HIV/AIDS no Rio de Janeiro. Parte I: “Rumo a uma epidemia sob controle?”. In: BRASIL. A contribuição dos estudos multicêntricos frente à epidemia de HIV/aids entre UDI no Brasil (Série Avaliação 8), p.49-78. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. Disponível em: http://www.aids.gov.br/avalia8/index.htm. Acesso em: 26 abr. 2006.

HACKER, M.A. et al. The role of “longterm” and “new” injectors in a declining HIV/AIDS epidemic in Rio de Janeiro, Brazil. Subst Use Misuse, v.40, n.1, p.99-123, 2005.

TEIXEIRA, S.L. et al. HIV-1 infection among injection and exinjection drug users from Rio de Janeiro, Brazil: prevalence, estimated incidence and genetic diversity. J Clin Virol, v.31, n.3, p.221-226, Nov. 2004.

TELLES, P.R. et al. Uma década de pesquisas sobre usuários de drogas injetáveis & HIV/AIDS no Rio de Janeiro. Parte II: “Uma agenda para a ação, a experiência carioca”. In: BRASIL. A contribuição dos estudos multicêntricos frente à epidemia de HIV/aids entre UDI no Brasil (Série Avaliação 8), p.79-94. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. Disponível em: http://www.aids.gov.br/avalia8/index.htm. Acesso em: 26 abr. 2006.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Fábio Caldas de Mesquita
Instituição:
Iepas – Instituto de Estudos e Pesquisas em Aids de Santos.
Período de Vigência:
1999 - 2000
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Organização Mundial da Saúde; University of California Berkeley; Secretaria Municipal de Saúde de São Vicente.
Introdução e Justificativa:
O presente projeto foi desdobramento da Fase I do Estudo Multicêntrico da OMS de HIV e outras doenças de transmissão parental entre usuários de drogas injetáveis, desenvolvido em fase de campo em 1991/1992. Nesta parte (II), foi desenvolvido um novo Estudo Epidemiológico Seccional, que se tornou comparável a outros cortes seccionais no Brasil (Fase I: 91/92) e Projeto Brasil (95 e 96), além da comparação com Salvador e Rio de Janeiro que também participaram desta parte do Estudo. Os dados finais foram comparados aos dados de 21 cidades do mundo, dentro da Fase II do Projeto da OMS.
Objetivos:
Determinar os comportamentos de risco e as taxas de infecção pelo HIV e hepatites B e C entre usuários de drogas injetáveis, ex-UDI e usuários de drogas sem história de uso injetável, assim como outras conseqüências adversas para a saúde do uso de drogas, na Região Metropolitana da Baixada Santista.
Materiais e Métodos:
Dados coletados na Região Metropolitana de Santos, perfazendo o total de 400 entrevistas: 108 usuários de drogas injetáveis (utilizando via injetável nos últimos seis meses); 100 ex-injetáveis (não tendo utilizado via injetável nos últimos seis meses) e 192 que usam outras drogas que possam vir a ser injetadas. A análise dos dados foi realizada pela Universidade da Califórnia Berkeley e os exames laboratoriais foram realizados no Laboratório Central da Secretaria Municipal de São Vicente, seguindo o padrão estabelecido no protocolo original da OMS. Aplicação de instrumento padronizado a todos os entrevistados, elaborado pela Coordenação internacional do estudo (Nova York), devidamente traduzido e adaptado, contendo seções sobre: dados sociodemográficos; informações sobre saúde; conhecimentos acerca de DST/aids; consumo de álcool e outras drogas; práticas sexuais e uso de preservativos. Convite a todos os participantes, após entrevista de aconselhamento, a terem amostras de sangue coletadas, a fim de serem testados quanto à presença do HIV (ELISA); hepatites B (HBC, antiHBsAg), HCV (anticorpos antiHCV – segunda geração) e HTLV (ELISA); os dois últimos exames realizados pela FIOCRUZ (do Rio de Janeiro e de Salvador) tendo como laboratório de referência o Laboratório da Patologia da Facudade de Medicina da USP.
Resultados - Parciais ou Finais:
O estudo aqui apresentado foi analisado em comparação com outros dois cortes seccionais (fase I OMS e Projeto Brasil) no tocante aos UDIs. Os UDIs apresentaram-se como sendo 79% homens; 63% entre 25 e 40 anos de idade; 89% com no máximo 9 anos de educação formal; e somente 14% com emprego formal. Em 95% a droga de uso injetável principal foi cocaína. O compartilhamento de seringas era de 24%, e esse foi o dado de maior mudança. Houve ainda uma diminuição da freqüência de uso de drogas. Nos fatores de risco associados ao consumo de drogas houve melhora do padrão de comportamento atribuído a dois fatores principais: o sucesso das estratégias de redução de danos e a mudança do padrão de consumo de drogas provocada – na época do estudo – ao aumento do consumo de crack. Não houve mudança no comportamento sexual em uma década de estudos, colocando para os projetos de redução de danos (PRDs) o desafio de também promover sexo seguro. As taxas de soroprevalência do HIV caíram em uma década de 63% (91) 65% (95) para 42% (1999 – presente estudo). A queda consistente com a diminuição do comportamento de risco foi também biologicamente consistente com a queda de soroprevalência de hepatite C, respectivamente, de 75% (91); 77% (95) para 44% (1999).
Palavras-Chave:
UDI. IDU. HIV. Aids. HIV/AIDS among IDUs. HIV/AIDS entre usuários de drogas injetáveis. Drogas injetáveis.
Divulgação e/ou Publicações:

JARLAIS, D.D. et al. Longterm trends in three high HIV soroprevalence epidemics: IDUs in Bangkok, Thailand: New York City, USA and Santos, Brazil. In: INTERNATIONAL AIDS CONFERENCE, 13., 2000, Durban.

MESQUITA, F.C. Aids entre usuários de drogas injetáveis na última década do Século XX, na Região Metropolitana de Santos; Estado de São Paulo – Brasil. Tese (Doutorado) - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 2001.

MESQUITA, F.C. et al. Overdoses among cocaine drug users in Brazil. Addiction, Inglaterra, v.96, n.12, p.1809-1813, 2001.

__. Trends of HIV infection among injecting drug users in Brazil in the 1990´s – The impact of changes in patterns of drug use. Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes and Human Retrovirology (Jaids), Estados Unidos, v.28, n.3, p.298-302, 2001.

Edital/Chamamento:
Pesquisas Científicas - Abr/2002
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Beatriz Gilda Jegerhorn Grinsztejn
Instituição:
Fundação Oswaldo Cruz; Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas.
Período de Vigência:
2002 - 2003
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:
Trata-se de uma pesquisa cujo objetivo principal foi o estudo da Incidência de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), tendo como população-alvo a coorte de mulheres infectadas pelo HIV, implementada em 1996, no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, estendendo um estudo prévio, seccional, que descreve a prevalência de DST e lesões pré­invasivas no colo uterino de mulheres HIV+. Os procedimentos do estudo incluiram: entrevista comportamental e exame ginecológico, composto de colposcopia e coleta de material para T. vaginalis, Candida sp, Vaginose bacteriana, HPV, Sífilis, Hepatites B e C, N. gonorrhoea, C. trachomatis e Colpocitológico.
Objetivos:
Estimar a incidência de infecções sexualmente transmissíveis em uma coorte de pacientes infectadas pelo HIV no Rio de Janeiro. Estimar a persistência da infecção pelo HPV e seus genótipos nessa coorte.
Materiais e Métodos:
Trata-se de estudo longitudinal, com recuperação de dados de prontuário e respectivos espécimes das visitas já realizadas a partir do momento de inclusão das pacientes na coorte, contando ainda com um componente prospectivo, com coleta de novos dados sociodemográficos, além de novos espécimes. Como era uma coorte aberta, com pacientes em acompanhamento desde 1996, analisamos todos os pontos de observação já obtidos, bem como os espécimes coletados a cada visita e estendemos a observação com a respectiva coleta de espécimes até dezembro de 2002. Foi desenvolvida uma análise de sobrevida, com a construção de curvas segundo a técnica de Kaplan Meyer, avaliadas quanto à (des)igualdade das distribuições da sobrevida referentes aos diferentes fatores, através do teste logrank. Em seguida, foi desenvolvida uma análise multivariada por meio de modelos de riscos proporcionais de Cox, incorporando análises em que observações registradas em t2 contemplavam a evolução anterior, ou seja, violavam o pressuposto da independência das sucessivas observações e levavam em conta a dimensão temporal (modelos de Cox tempo dependentes).
Resultados - Parciais ou Finais:
Uma coorte aberta de mulheres infectadas pelo HIV foi estabelecida no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas – Fiocruz, no Rio de Janeiro, a partir de 1996, com o objetivo de caracterizar a história natural da infecção pelo HIV nesta população. Apresentamos a seguir os resultados da linha de base desta coorte, com as características sociodemográficas e achados referentes ao diagnóstico de ISTs diagnosticadas na primeira visita. A análise dos dados longitudinais está sendo processada. Foram incluídas neste estudo 458 mulheres, entre maio de 1996 e março de 2004. A mediana de idade foi 34 anos, 60% das pacientes tinham nível de escolaridade até a oitava série do ensino fundamental e 50% tinham uma renda familiar de até R$ 500,00. Uma história de violência doméstica foi relatada por 28% das mulheres e abuso sexual por 24%. Algumas ISTs mostraram-se pouco prevalentes, tais como a infecção por clamídia (2% metodologia de ligase chain reaction LCR) e gonococo(0,8%LCR) e outras tais como vaginose bacteriana (20 %), hepatite B (18%) e infecção pelo HPV (51% metodologia captura híbrida HC Digene) mostraram prevalências consideravelmente elevadas, sendo que a infecção pelo HPV mostrou-se ainda mais prevalente (58%) no subgrupo de mulheres com contagem de linfócitos CD4 abaixo de 200 células/mm3. As mulheres infectadas pelo HIV necessitam que o atendimento ginecológico regular e qualificado faça parte da sua rotina de tratamento, para que o diagnóstico e tratamento das infecções genitais bem como a prevenção da progresão das lesões cervicais associadas ao HPV possam ser implementados.
Palavras-Chave:
HIV. HPV. DST.
Divulgação e/ou Publicações:

GRINSZTEJN, B. et al. Assessing Sexually Transmitted Infections in a Cohort of Women Living with HIV/AIDS, in Rio de Janeiro, Brazil. [Shorttitle: STIs among HIV+ women in Rio de Janeiro, Brazil]. Accepted: International Journal of STD and AIDS, 2005.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Maria Amélia de Sousa Mascena Veras
Instituição:
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Período de Vigência:
2002 - 2003
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
PN-DST/AIDS do Ministério da Saúde; Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids, SES/SP; Programa Municipal de DST/Aids da SMS/SP; Faculdade de Saúde Pública da USP; Divisão de Epidemiologia da Universidade da Califórnia Berkeley; e, Departamento de Saúde Pública de São Francisco, CA.
Introdução e Justificativa:
A terapia anti-retroviral altamente ativa (HAART) promoveu um impacto importante na morbimortalidade da aids nos últimos anos. No Brasil, o tratamento encontra-se em uso por cerca de 150 mil pacientes com aids. O acesso e adesão ao tratamento não são homogêneos, o que determina a necessidade de monitorar a qualidade da assistência e a resposta dos pacientes. As taxas de mortalidade por aids têm sido utilizadas para avaliar o impacto das medidas de controle. Neste estudo, o objetivo foi identificar fatores preditores de óbito entre adultos com aids em São Paulo. Estudo de caso controle com 174 homens e 104 mulheres, e igual número de controles pareados por gênero. Foram analisados fatores demográficos e clínicos, disponíveis nos registros médicos.
Objetivos:
Identificar fatores demográficos e clínicos associados ao risco de morte entre pacientes com aids na cidade de São Paulo; Comparar as diferentes regiões do município quanto aos padrões observados.
Materiais e Métodos:
Estudo caso controle pareado por sexo. Casos: óbitos por aids com 13 ou mais anos de idade, de residentes do município de São Paulo, em 2000. Controles: paciente de aids, com 13 anos ou mais, do mesmo sexo que o caso. Critério de inclusão de casos: ter sido notificado como aids antes do óbito. Critério de inclusão de controles: estar vivo quando da inclusão. Critério de exclusão para casos e controles: Óbitos em menores de 13 anos e/ou não residentes no município de São Paulo.
Resultados - Parciais ou Finais:
Um total de 278 casos (174 homens e 104 mulheres) e o mesmo número de controles pareados por sexo foram incluídos neste estudo. A média de idade foi 39 anos e não diferiu entre casos e controles. Os casos tinham escolaridade menor do que os controles (67,1% e 59,2% com escolaridade inferior ao ensino médio, respectivamente), embora tal diferença não fosse estatisticamente significante. Os casos residiam em regiões de estratos socioeconômicos mais baixos (41% contra 31% dos controles, p
Palavras-Chave:
Tratamento anti-retroviral. Mortalidade. HIV. Aids. Acesso a drogas. Caso controle pareado.
Divulgação e/ou Publicações:

VERAS, M.A.S.M. et al.AIDS mortality in the era of highly active anti-retroviral therapy in Brazil. Manuscrito submetido para publicação (ainda sem parecer).

__. Fatores preditores de óbito entre portadores de HIV/aids no município de São Paulo (apresentação oral). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EPIDEMIOLOGIA - ABRASCO, 6., 2004, Recife.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Mauricio Teixeira Leite de Vasconcellos
Instituição:
Contratação individual por Termo de Referência.
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:
Esta pesquisa buscou produzir resultados sobre as taxas de cobertura de pré­natal e de testagem e aconselhamento anti-HIV durante as consultas de pré­natal, além de produzir elementos para subsidiar as políticas e intervenções concebidas dentro do projeto de Fortalecimento do programa de redução da transmissão vertical do HIV no Brasil. A escolha das áreas de pesquisa foi feita com base em diversos critérios, tais como a dimensão populacional, o número de casos de aids, os recursos já disponíveis.
Objetivos:
Estimar as proporções de cobertura de aconselhamento e testagem para o HIV na população de puérperas atendidas e o pré­natal na rede própria/conveniada do SUS nos municípios do Rio de Janeiro e Duque de Caxias-RJ, de São Paulo, Santos e Sorocaba-SP, Curitiba-PR, Florianópolis e Itajaí­SC, Porto Alegre e Uruguaiana-RS, Campo Grande-MS e Distrito Federal.
Materiais e Métodos:
Será realizado um estudo de corte transversal por um período de aproximadamente 45 dias, durante o qual será determinada a proporção de cobertura de aconselhamento e testagem para o HIV durante o pré­natal na rede própria/conveniada do SUS nos municípios participantes do estudo. Os 12 municípios de sete estados que compõem a amostra foram escolhidos levando-se em consideração: a gravidade da epidemia na população feminina, a realização prévia de treinamento de multiplicadores pelo Ministério da Saúde e o desejo e a existência de infraestrutura organizacional no Programa de DST/Aids local para conduzir ou participar do estudo. Os municípios selecionados respondem por 41,6% e 41,3% do total de casos de aids notificados até agosto/99 em mulheres e em crianças (perinatal), respectivamente. Amostra probabilística de puérperas que tiveram filho nascido vivo e pelo menos uma consulta de pré­natal no município de pesquisa. A amostra é aleatória estratificada com alocação proporcional ao número de partos (pagos pelo SUS) de cada maternidade do município. O tamanho da amostra foi calculado para estimar a proporção de casos de testagem anti-HIV do município, com um erro relativo de 10% e nível de confiança de 95% em cada município. Critérios para inclusão: ter recebido pelo menos uma consulta de pré­natal no município de localização da maternidade; filho nascido vivo; ser maior de 18 anos de idade ou casada (unida); menor de 18 anos não casada (unida) cujos pais concordem com a participação e assinem junto com ela o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido”; ter concordado em participar do estudo e assinado o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido”. Critérios para exclusão: não ter recebido serviços de pré­natal no município de localização da maternidade; ter abortado, dado à luz a natimorto ou a RN que faleceu após o nascimento; não assinar o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido”; estar sem condições clínicas de ser entrevistada ou que dificulte o entendimento do estudo; mulheres menores de 18 anos que não sejam casadas (unidas) cujos pais, por qualquer motivo, não assinem com ela o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido”. A coleta de dados será realizada a partir de entrevistas pessoais, com questionário anônimo estruturado.
Edital/Chamamento:
Pesquisas Científicas - Abr/2002
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Maria Jasylene Pena de Abreu
Instituição:
Fundação de Dermatologia Tropical e Venerologia Alfredo da Matta – Fuam.
Período de Vigência:
2002 - 2003
Situação:
Concluída
Introdução e Justificativa:
Nos países em desenvolvimento as DSTs situam-se entre as cinco maiores causas de procura por serviços médicos. No Brasil, de acordo com o Manual de DST do Ministério da Saúde, os dados epidemiológicos existentes são insuficientes para fazer inferências para o país como um todo. No Amazonas essa realidade não é diferente. O Parque do Jaú, localizado a 200 km a noroeste de Manaus, de acordo com informações obtidas pela Fundação Vitória Amazônica, tem como um dos principais problemas queixas ginecológicas, somadas às dificuldades de acesso aos serviços de saúde pela distância geográfica, iniciação sexual precoce, multiplicidade de parceiros sexuais, ausência de ação educativa e inexistência de preservativos no comércio local. O desenvolvimento da pesquisa permitirá conhecer o perfil epidemiológico das DSTs nessas comunidades e iniciar ações de prevenção primária e secundária, além de sensibilizar as autoridades políticas e de saúde para a implementação de programas de ações sistemáticas e de saúde pública.
Objetivos:
Estudar o perfil epidemiológico das DST em comunidade do Parque do Jaú, na região Amazônica; Realizar levantamento sobre o nível de conhecimento, atitudes e práticas sexuais das mulheres do Parque do Jaú; Estimar a prevalência de DST sintomáticas na população feminina de 15 a 45 anos; Estimar a prevalência de infecções assintomáticas por sífilis, HIV, clamídia e gonorréia na população feminina entre 15 a 45 anos; Realizar tratamento específico para cada síndrome ou infecção etiológica assintomática diagnosticada e promover ações educativas individuais e coletivas; Fornecer informações epidemiológicas básicas para medir a eficácia de implementações de futuros programas, específicos de controle das DST; Identificar os métodos contraceptivos utilizados ou não na comunidade, e contribuir na implementação de um planejamento familiar mais eficaz e adequado à realidade local; Estimar o número de partos, óbitos no parto, abortos e natimortos ocorridos na comunidade.
Materiais e Métodos:
Estudo de corte seccional com componentes descritivos e analíticos. Será aplicado um questionário sobre conhecimento, crenças, atitudes e práticas para identificação da realidade local. Será preenchido um formulário para cada mulher participante sobre sua sintomatologia e passado recente associado às DST; será realizado exame ginecológico com coleta de amostra para cultura de gonococo, imunofluorescência para clamídia, exame a fresco e bacterioscopia para tricomonas, cândida, vaginose bacteriana e colpocitologia oncótica; será colhida amostra de 0,7 ml de sangue para realização de VDRL e anti-HIV; de acordo com a anamnese e exame ginecológico, serão utilizados procedimentos do protocolo de Abordagem Sindrômica do Ministério da Saúde e aplicação do tratamento correspondente, de forma gratuita e supervisionada, estendendo-se aos parceiros sexuais quando possível; será oferecido atendimento médico de acordo com os resultados obtidos; os dados de inquérito serão processados e tabulados utilizando-se o programa EpiInfo versão 6.04.
Palavras-Chave:
Prevalência. DST. Gênero. Comportamento. Prevenção. Comunidade.
Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Maria Luiza Bezerra Menezes
Instituição:
Centro de Estudos, Pesquisas e Apoio ao Cisam.
Período de Vigência:
2001 - 2002
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:
O estudo foi transversal e de validação de teste diagnóstico em 400 gestantes submetidas a exame ginecológico, teste das aminas, coleta de conteúdo vaginal para exame microscópico a fresco e por coloração de Gram e coleta de urina para pesquisa de Chlamydia trachomatis (CT) e Neisseria gonorrhoeae (NG) pela técnica de reação em cadeia da ligase. Observou-se prevalência de 58% de corrimento vaginal, 32,3% de vaginose bacteriana, 61,3% de candidíase vaginal, 9,8% de tricomoníase e 7,8% de cervicite. A associação de infecções foi observada em 21,6% das gestantes. O fluxograma de corrimento vaginal mostrou fraca validação para cervicite; ótima validação para candidíase, tricomoníase e vaginose bacteriana, quando se emprega a microscopia; regular para vaginose bacteriana, mas fraca para tricomoníase, quando emprega a associação do corrimento vaginal presente ao teste das aminas; e sofrível para tricomoníase e fraca para VB e candidíase ao adotar apenas o corrimento vaginal presente.
Objetivos:
Determinar, em mulheres gestantes que realizam primeira consulta no pré­natal no Cisam: Prevalências de cervicite por CT e NG, tricomoníase, VB e candidíase vaginal; e, a validação do fluxograma de corrimento vaginal para o diagnóstico de cervicite por CT ou NG, tricomoníase, VB e candidíase vaginal por meio da sensibilidade, especificidade, valor preditivo, razão de verossimilhança e índice de Youden.
Materiais e Métodos:
Às mulheres que aceitaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi aplicado um questionário para levantar dados sociodemográficos, ginecológicos, obstétricos e sobre a parceria sexual. Em seguida foram encaminhadas para exame ginecológico com testes das aminas (teste do KOH ou do cheiro ou de Whiff) e coleta de exsudato de fundo de saco vaginal para exame a fresco e bacterioscopia (gram). Por fim, coletou-se amostra de urina para hibridização molecular para clamídia e gonococo. A amostra de exsudato de fundo de saco vaginal foi enviada para análise do gram em laboratório local do próprio Cisam. E a amostra de urina foi centrifugada imediatamente após a coleta no laboratório local, e o sedimento armazenado em congelador enviado ao laboratório conveniado que realizou o processamento da técnica do LCR para CT e NG. 400 gestantes que foram à primeira consulta de pré­natal no Cisam, participaram da pesquisa. Critério de exclusão: pacientes que tinham consultado, na gestação, outras clínicas de pré­natal ou DST; pacientes que tinham iniciado o pré­natal após a 28ª semana de gestação e; pacientes que não desejassem continuar participando da pesquisa. Utilizou-se a seguinte fórmula: N = Z*Z (P(1-P))/ D*D, onde N= tamanho da amostra, Z= 1,96 para erro alfa de 0,05 e intervalo de confiança (IC) de 95%. P= proporção esperada D= semi amplitude do intervalo de confiança.
Resultados - Parciais ou Finais:
Observou-se prevalência de 58% de corrimento vaginal, 32,3% de vaginose bacteriana, 61,3% de candidíase vaginal, 9,8% de tricomoníase e 7,8% de cervicite. A associação de infecções foi observada em 21,6% das gestantes. Observou-se baixa sensibilidade, VPP e RVP do fluxograma e constatou-se que o índice de Youden foi fraco para cervicite, independentemente de se empregar o fluxograma em todas as gestantes ou só naquelas que de fato apresentavam corrimento vaginal. Quanto à tricomoníase, o fluxograma de corrimento vaginal mostrou-se com especificidade, VPP e RVP baixos e índice de Youden sofrível ou fraco quando, respectivamente, se emprega o ramo do fluxograma que adota apenas o critério do corrimento vaginal presente e quando se associa esta constatação ao teste das aminas positivo. A sensibilidade mostrou-se menor quando se empregam dois critérios. A validação do fluxograma de corrimento vaginal para a VB mostrou-se com valores aceitáveis de sensibilidade, especificidade, VPP, VPN, RVP, RVN, acurácia e índice de Youden, quando se emprega o critério da associação do corrimento vaginal presente com o teste das aminas positivo, mas especificidades VPP e RVP baixos, e índice de Youden fraco quando se adota apenas o corrimento vaginal presente como diagnóstico. Para a candidíase o fluxograma de corrimento vaginal ao adotar o ramo que não incorpora recursos laboratoriais mostrou-se com baixa sensibilidade e RVP, e índice de Youden sofrível, apesar da acurácia, especificidade, VPP e VPN terem revelado valores aceitáveis.
Palavras-Chave:
Candidíase. Tratamento. Vulvovaginite. Diagnóstico. Neisseria gonorrhoeae. Richomonas vaginalis. DST. Vaginose bacteriana. Candidíase vulvovaginal.
Divulgação e/ou Publicações:

MENEZES, M.L.B. Freqüência de Infecções Sexualmente Transmissíveis e Validação do Fluxograma de Corrimento Vaginal em gestantes do Cisam. Tese (Doutorado em Tocoginecologia) - Universidade Estadual de Campinas, 2003.

__. Prevalência de Infecções Cervico-vaginais e Validação do Fluxograma de Corrimento Vaginal em Gestantes. In:CONGRESSO BRASILEIRO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA, 50., 2003, Recife. Proceedings... Recife: Febrasgo e Sogope, 2003.

MENEZES, M.L.B.; FAUNDES, A.E. Validação do Fluxograma de Corrimento Vaginal em Gestantes. Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Rio de Janeiro, v.16, n.1, p.38-44, 2004.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Milda Jodelis
Instituição:
PN-DST/AIDS – SVS; MS.
Período de Vigência:
abril/2001
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:
A “múltipla parceria” é um dos campos do conjunto de informações sobre antecedentes epidemiológicos dos casos de aids que devem ser informados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan). Outros estudos já indicaram que há grande variação no conceito de “múltipla parceria” adotado pelos profissionais responsáveis pela notificação dos casos de aids. Assim, com esta pesquisa, aplicada junto a profissionais da Vigilância Epidemiológica da aids de todo o País, buscava-se conhecer a definição por eles adotada para esse conceito com o objetivo de estabelecer uma normatização para o conceito. Os resultados obtidos reafirmaram a grande falta de convergência das opiniões.
Objetivos:
Conhecer a opinião/definição adotada por profissionais da Vigilância epidemiológica da aids para o conceito de “múltiplos parceiros”, informação constante da Ficha de notificação de casos de aids – Sinan.
Materiais e Métodos:
Questionário para auto-preenchimento aplicado junto a profissionais de serviços de vigilância Epidemiológica da aids de todo o País, participantes da Reunião Nacional de Vigilância Epidemiológica realizada em Brasília em abril de 2001. No questionário indagou-se sobre os valores atribuídos às variáveis: “número de parceiros” e “tempo”. A amostra foi de 65 profissionais (entre 100 participantes do evento).
Resultados - Parciais ou Finais:
Há grande dispersão nos conceitos de múltipla parceria, especialmente em termos do período de tempo que a caracterizaria. Os prazos variaram de “1 dia” até “15 anos”, com concentrações em “1 ano” (33%), “período de 1 a 6 meses” (29%) e “10 anos” (22%). Em relação ao número de parceiros, as respostas variaram entre 2 e 10 parceiros, com maiores concentrações em “mais de um parceiro” (26%) – na verdade uma categoria que engloba todas as demais – e “2 parceiros” (21%).
Palavras-Chave:
Vigilância epidemiológica da aids. Ficha de notificação de casos de aids. Sinan. Múltipla parceria. Antecedentes epidemiológicos de casos de aids.
Divulgação e/ou Publicações:

Apresentação dos resultados na Reunião Nacional de Vigilância Epidemiológica – Brasília, abril de 2001.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
João Luiz Grandi
Instituição:
CRT/AIDS – Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
Período de Vigência:
1999 - 2001
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:
Foi realizado um estudo de coorte observacional aberta, desenhado a partir de um levantamento de dados por entrevista de um estudo transversal com prostitutos masculinos, recrutados inicialmente por seus pares. O estudo procurou avaliar se a distribuição sistemática de preservativos de látex e de aconselhamento para práticas mais seguras de sexo neste grupo populacional podem reduzir as taxas de soroconversão da infecção por HIV, sífilis e hepatite B entre travestis que exercem a atividade de prostituição.
Objetivos:
Identificar os fatores de risco para a soroconversão do HIV e a sua associação com a freqüência da positividade de sífilis e hepatite B entre travestis prostitutos; Determinar o tempo decorrido entre o ingresso no estudo e a positividade do teste anti-HIV de acordo com as características sociodemográficas; Descrever a associação entre a freqüência da positividade para sífilis e hepatite B de acordo com a soroconversão para o HIV; Analisar a adoção das práticas de sexo seguro, através do número de intervenções educativas realizadas e a quantidade de preservativos de látex distribuídas no período, com as taxas de incidência de sífilis, hepatite B e HIV; Descrever o nível de conhecimento adquirido sobre DST/aids entre os indivíduos ao longo do seguimento.
Materiais e Métodos:
Adotou-se como definição de travesti: indivíduo que se utiliza de roupas femininas e injeção de hormônios e ou silicone para o processo de feminilização para a prática de prostituição de rua. Foi realizado um mapeamento dos locais da prostituição travestida de rua por meio das informações dos próprios entrevistados, procurando-se assim identificar todos os pontos em que ela ocorre, favorecendo o alcance da pesquisa a representantes de todas as áreas geográficas da área metropolitana da Cidade de São Paulo. Optou-se como base de cálculo para este estudo a população de homossexuais masculinos do Projeto Bela Vista de São Paulo, pela falta de estudos de incidência na literatura entre travestis ou com a população de prostitutos masculinos. Assumindo o tamanho do intervalo de confiança (IC) de 10%, o cálculo final foi de uma amostra de 139 indivíduos e, considerando uma perda de sujeitos ao longo do tempo, optou-se por trabalhar com 150 travestis. Critérios para inclusão na amostra: Todos os indivíduos HIV negativos nos últimos 12 meses, que estão cadastrados no serviço de orientação à prostituição masculina do CRT/DST/AIDS, foram convidados a participar do estudo de soroconversão, onde eram oferecidos voluntariamente novos testes para o HIV, VDRL e HbsAg. Também como critério de legibilidade para o ingresso na coorte considerou-se a referência de no mínimo seis meses de atividade de prostituição travestida anterior à procura pelo estudo. A coleta de dados foi realizada de maneira anônima e confidencial, sendo que cada entrevistado recebeu um cartão numérico – senha, para identificação dos testes sorológicos e interligação com o instrumento de coleta de dados (entrevista). A senha foi fornecida no primeiro contato do entrevistado com o entrevistador e tanto a entrevista quanto a coleta de sangue foram realizadas pelo mesmo entrevistador. Todos os exames, quer positivo, quer negativo, foram entregues individualmente, seguidos de orientação. Foi garantido o acompanhamento médico ambulatorial a todos os indivíduos que registraram positividade para HIV, hepatite B e sífilis.
Resultados - Parciais ou Finais:
Os travestis acompanhados durante o período do estudo eram adultos jovens, de baixa escolaridade e, em sua grande maioria, imigrantes, com pouco tempo de residência em São Paulo. Iniciaram precocemente a vida sexual ativa e a prostituição; metade da amostra refere parceiro sexual fixo, com os quais mantém relações de maior risco do que com os clientes. Referiram um alto consumo de drogas em geral, mas baixo abuso de injetáveis, e, um grande número de Infecções de Transmissão Sexual/ITS no passado, principalmente sífilis e corrimentos uretrais. A soroconversaão do HIV foi de 6,7% ao longo do tempo. O estudo demonstra que aconselhamento e distribuição de insumos para práticas mais seguras tendem a favorecer uma diminuição das taxas de infecção. Foram explicativas da regressão logística para o HIV: o tempo de prostituição, uso de droga injetável e sífilis pregressa. Em relação à Hepatite B observou-se que a doença encontrava-se em franca expansão neste grupo populacional.
Palavras-Chave:
HIV. Sífilis. Hepatite B. Travestis.
Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Amilcar Tanuri
Instituição:
Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Biologia; Departamento de Genética; Laboratório de Virologia Molecular Animal.
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:
Com o advento de novas drogas anti-retrovirais (ARV) e da terapia que utiliza combinações destas drogas (coquetel anti-aids) o tratamento da aids tornou-se muito mais eficaz e possibilitou uma sobrevida de maior qualidade aos pacientes com aids. Por outro lado, o desenvolvimento de resistência viral aos ARV é uma das principais causas de falha terapêutica e a maior ameaça à eficácia desses medicamentos. O mecanismo que leva ao aparecimento dos vírus resistentes é a grande variação genética do HIV. A pesquisa, através de genotipagem de amostras soropositivas colhidas em 23 CTAs do País, pretende acompanhar a circulação de cepas do HIV-1 resistentes aos anti-retrovirais.
Objetivos:
Estudar a circulação de amostras multirresistentes nos indivíduos recém infectados. A identificação de indivíduos recém infectados (
Materiais e Métodos:
Nesta primeira fase, o projeto está sendo desenvolvido com amostras de 23 CTAs, selecionados devido ao volume de amostras HIV+ identificadas por ano e por estarem distribuídos em todo o território nacional (n amostral = 2.000). Os pacientes que voltarem para colher uma segunda amostra nos CTA para confirmar a sorologia para HIV terão um tubo de sangue c/EDTA colhido, assim como uma pequena alíquota de soro da 1ª coleta e remetido, juntamente com uma cópia do questionário epidemiológico, para o Laboratório do Hospital Pedro Ernesto (Uerj, RJ). Esse laboratório será responsável pela execução da sorologia “detuned” a fim de identificar as amostras com soroconversão recente e remeterá as amostras para os 4 laboratórios responsáveis pela realização dos testes de genotipagem (Laboratório de Virologia Molecular – UFRJ; Laboratório de Imunologia – Fiocruz; Laboratório de Retrovirologia – Ufesp e Instituto de Biologia do Exército – IBEX). A sorologia “detunned” é uma nova tecnologia desenvolvida para identificar os pacientes que foram infectados há menos de 129 dias. O método considera o baixo título de anticorpos anti-HIV produzido pelo indivíduo na fase inicial da infecção. A técnica se baseia na diluição do soro a ser pesquisado e, se esta diluição alta não apresentar reação sorológica, é uma evidência de que a quantidade de anticorpos nesse indivíduo é baixa e o mesmo está com menos de 129 dias de infecção. A genotipagem do HIV é feita com utilização de um seqüenciador automático de DNA, uma máquina de última geração que, através de raios laser, pode decifrar todo o código genético dos dois importantes genes virais responsáveis pela resistência às drogas (transcriptase reversa – TR e protease – prt). Devido à alta sensibilidade desse exame pode-se evidenciar misturas de vírus selvagens (não mutantes) e mutantes.
Palavras-Chave:
Retrovírus do HIV. Sorologia detuned. Mutações do retrovírus HIV. Genotipagem do HIV. Resistência do HIV frente aos anti-retrovirais.
Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Mary Jane Paris Spink
Instituição:
PUC/SP – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Período de Vigência:
2002 - 2002
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
PN-DST/AIDS – SVS; MS.
Introdução e Justificativa:
O objetivo deste projeto é entender o papel da Comissão Nacional de Aids (Cnaids) na estruturação da política nacional para enfrentamento da epidemia de aids, considerando sua especificidade como instância de diálogo entre Governo e sociedade civil. Para a consecução deste objetivo analisamos documentos relacionados à Cnaids (atas das reuniões, portarias ministeriais e relatórios do PN-DST/AIDS) assim como entrevistamos e obtivemos depoimentos de pessoas diretamente envolvidas com a mesma (membros da Comissão, direção do PN-DST/AIDS, secretários executivos da Cnaids).
Objetivos:
Entender o papel da Cnaids na estruturação da política nacional de aids considerando sua especificidade como instância de diálogo entre Governo e sociedade civil; Historiar a criação da Cnaids; Analisar suas formas de atuação; Historiar seu impacto na luta contra a aids; Entender seu papel como instância de diálogo com a sociedade civil.
Materiais e Métodos:
O levantamento e análise de dados incluiu as seguintes atividades: revisão da literatura sobre participação da sociedade civil em conselhos na área da saúde, sobre políticas governamentais na luta contra a aids e sobre o perfil epidemiológico da aids no País em uma perspectiva histórica; análise dos documentos do PN-DST/AIDS de apresentação do Programa Nacional de combate à aids; análise comparativa dos Regimentos do Conselho Nacional de Saúde e da Cnaids; análise dos temas e resoluções constantes das 61 Atas (da data da criação da Cnaids a 2001); análise da composição da Cnaids e participação de seus membros no período em estudo; análise dos depoimentos de todos os membros da Cnaids nas cinco temáticas abordadas – “Há quanto tempo é membro da Comissão”; “que instituição representa”; “como foi nomeado (a) membro da Comissão”; “qual a contribuição da Cnaids na luta contra a aids” e “como vê sua participação nesta Comissão”; análise das entrevistas com o Coordenador do PN-DST/AIDS, secretária do Gabinete, Secretários Executivos da Cnaids, representantes do “Núcleo Histórico”, chefia da Unidade de Articulação com ONG e um representante de ONG.
Resultados - Parciais ou Finais:
A pesquisa gerou um relatório que foi apresentado aos membros da Cnaids em duas ocasiões – maio de 2002 e janeiro de 2003. Os comentários e correções foram incorporados e o produto final foi publicado pelo PN-DST/AIDS com ampla divulgação. Essa análise serviu de subsídio para a definir novos rumos para a Cnaids. Passou a ser, também, um documento histórico para a consulta de segmentos amplos da população, especialmente ativistas da área de DST/aids e pesquisadores voltados à análise de políticas públicas da Saúde.
Palavras-Chave:
Cnaids. Controle socia. Políticas públicas. DST. Aids. Memória social.
Divulgação e/ou Publicações:

SPINK, M.J.P. Psicologia Social e Saúde (Conferência). In: ENCONTRO NACIONAL DE PSICÓLOGOS DA ÁREA HOSPITALAR, 10., 2003, São Paulo. Associação Brasileira de Psicologia da Saúde e Hospitalar.

__. Universidade e Aids (Conferência). In: SIMPÓSIO UNIVERSIDADE E AIDS: O ESTADO DA QUESTÃO, 1., 2002. Faculdade de Ciências da Religião e Fórum de Reflexão e Parceria para Projetos em HIV/aids, Universidade Metodista de Piracicaba.

SPINK, M.J.P.; GALINDO, D.; GARCIA, M. A Comissão Nacional de Aids: A Presença do Passado na Construção do Futuro. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância de Saúde/Programa Nacional de DST e Aids, 2003.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Cláudia Maria de Paula Carneiro
Instituição:
PN-DST/AIDS – SVS; MS.
Período de Vigência:
1999 - 2000
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:
No período 1999 – 2000 a Rede de Direitos Humanos em HIV/aids (RDH), na época, área do PN-DST/AIDS Ministério da Saúde, financiou junto a ONG nas 5 regiões do Brasil, 24 projetos de assessorias jurídicas para as Pessoas Vivendo com HIV/aids (PVHA). Essas assessorias foram demandadas a fornecer dados sobre o atendimento efetuado à população-alvo, no que se refere a uma caracterização dos atendidos: faixa etária, grau de escolaridade, domicílio, tipo de questão jurídica abordada e encaminhamento dado. Esta demanda surgiu da necessidade da RDH avaliar a efetividade do trabalho, ao tempo em que com esse levantamento poder-se-ia envidar esforços para o desenvolvimento de políticas públicas e/ou ações de combate às recorrentes condutas violadoras dos direitos das PVHA.
Objetivos:
Conhecer quais as principais demandas jurídicas das Pessoas Vivendo com HIV/aids e seus familiares; Desenvolver políticas públicas ou ações, locais e/ou nacionais, que promovessem a defesa e garantia dos direitos humanos ameaçados ou violados das PVHA.
Materiais e Métodos:
Questionário para auto-preenchimento enviado às 24 assessorias jurídicas implantadas em ONG parceiras. Criação de um programa específico para introdução dos dados, o qual gerou gráficos demonstrativos de resultados.
Resultados - Parciais ou Finais:
Entre os 3.914 atendimentos jurídicos relatados pelas ONGs que responderam à pesquisa, três grandes temas retratam mais de metade das consultas; 31% são atendimentos na área de Tratamento (solicitação de medicamentos); 16% são atendimentos/aconselhamento na área de Relação Trabalhista; 12% são atendimentos/aconselhamento na área de Seguridade Social; Os demais treze aspectos (“pensão alimentícia”, “presidiários”, “FGTS”, “civil”, “discriminação HIV”, “planos e seguro saúde”, “sangue/contaminação”, “comercial”, “sucessões”, “imobiliário”, “danos morais”, “ética médica”, “laboratório/testagem”, “aborto”, “seguro de vida”, “adoção”, “reforma militar” e “imposto de renda da pessoa física”) constituem-se em menos de 5% dos atendimentos.
Palavras-Chave:
Pessoas vivendo com HIV/aids. Direitos humanos. Assessoria jurídica.
Divulgação e/ou Publicações:

CARNEIRO, C. Análise quantitativa e qualitativa das questões de Direitos Humanos na epidemia do HIV/aids no Brasil – 1999/2000. In: FORUM 2000 - FÓRUM E CONFERÊNCIA DE COOPERAÇÃO TÉCNICA HORIZONTAL DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE EM HIV/AIDS E DST, 1./2., 2000, Rio de Janeiro.

CARNEIRO, C.; COSTA FILHO, R. Análise quantitativa e qualitativa das questões de Direitos Humanos na epidemia do HIV/aids no Brasil – 1999/2000. In: INTERNATIONAL AIDS CONFERENCE, 13., 2000, Durban.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Miriam Abramovay
Instituição:
UNESCO – Representação no Brasil.
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Ministério do Desenvolvimento Agrário, Incra, FAO, UNESCO, Contag, MST.
Introdução e Justificativa:
Parte-se da idéia que existem restrições sociais e culturais para o exercício pleno da cidadania das mulheres nos assentamentos, cujas manifestações se expressam no âmbito econômico, social e político. Estas deficiências fortalecem a invisibilidade do trabalho produtivo feminino e o reduzido número de mulheres beneficiárias de terra no processo de reforma agrária. Dados do relatório preliminar apontam informações sobre a composição das famílias, os direitos da mulher, saúde e percepções de risco sobre aids.
Objetivos:
Conhecer a visão do Incra a respeito das lideranças dos sindicatos e movimentos sobre a propriedade, papéis produtivos e sociais dos homens e das mulheres nos assentamentos rurais; Identificar a existência de lideranças femininas e masculinas e comparar as formas de poder, atuação e autonomia; Identificar o nível de participação dos homens e mulheres na produção, atividades sociais e políticas; Identificar a informação das mulheres sobre direitos e deveres perante a lei; Identificar informações, atitudes dos homens e mulheres sobre DST/aids.
Materiais e Métodos:
Combinação de metodologias quantitativas e qualitativas. A primeira envolve análise documental sobre legislação, uso de questionários por amostras representativas por etapas em 46 assentamentos e 600 famílias selecionadas. A abordagem qualitativa envolve grupos focais e entrevistas individuais, visando identificar o sentido que os atores dão às suas práticas.
Resultados - Parciais ou Finais:
O uso combinado de metodologias qualitativas e quantitativas mostra alguns importantes resultados. Dentre eles, a redução no número de membros das famílias, caracterizadas basicamente como nucleares e não como famílias extensas, sendo 93% da amostra. Do ponto de vista dos direitos, a pesquisa mostra que, formalmente, eles aparecem como iguais, e observam-se diferenças de percepção na oportunidade para exercê­los. No que se refere ao quesito saúde, existem diferenças de gênero nas formas de percepção de risco da aids, e a importância do uso de camisinha. Outras informações referem-se a câncer, gravidez na adolescência, virgindade, aborto, etc.
Palavras-Chave:
Sistemas de produção familia. Divisão de trabalho. Relações de gênero. Masculinidade. Feminilidade. Prevenção de aids. Fatores sociais e culturais. Cidadania. Público. Privado. Saúde da mulher. Vulnerabilidade social.
Divulgação e/ou Publicações:

RUA, M.G.; ABRAMOVAY, M. Companheiras de Luta ou “Coordenadoras de Panela?” As relações de gênero nos assentamentos rurais. Brasília: Ed. UNESCO, 2000.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Moacir Wuo
Instituição:
CEETPS - Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza.
Período de Vigência:
1999 - 2000
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Ministério da Saúde; UNESCO.
Introdução e Justificativa:
Este estudo procurou caracterizar os Programas ou as Atividades de Prevenção à Aids para Alunos desenvolvidos nas Escolas Técnicas Estaduais do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, e determinar os fatores que influenciaram as interrupções ou descontinuidades desses programas ou atividades ao longo dos anos letivos de 1995 a 1997. A hipótese formulada foi a da inexistência de um planejamento escolar efetivo voltado para a prevenção da aids, devido à ausência de política explícita da direção da escola, associada à ausência de capacitação e treinamento dos professores.
Objetivos:
Caracterizar e analisar as atividades de prevenção à aids desenvolvidas nas Escolas Técnicas do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza.
Materiais e Métodos:
Questionários auto-aplicáveis, anônimos, com questões abertas e fechadas, compostos de termo de autorização e consentimento. As questões abertas analisadas seguem a proposta de análise de conteúdo de Bardin (1978) e Navarro e Diaz (1995). O EpiInfo foi utilizado para tabulação e análise de dados das questões fechadas.
Resultados - Parciais ou Finais:
Foi registrada a ocorrência de regularidade nas ações de prevenção à aids nos anos de 1996 a 1999, sendo que a freqüência média do período de 1998 a 1999 foi acima de 80%. Houve predominância de atividades de tipo expositivas, centradas nos aspectos médicos e biológicos da aids, com participação de profissionais de saúde e de ONGs. Os diretores que atuam há mais tempo demonstraram serem mais resistentes a assumir responsabilidades para o desenvolvimento de programas de prevenção em suas unidades e indicaram os professores e os alunos como os mais interessados nas atividades de prevenção à aids. Estes diretores indicaram questões de ordem financeira como as que impediram ou dificultaram a continuidade ou a realização de atividades de prevenção. Dentre os professores, os que participaram de programa de capacitação promovido pelo Ceeteps/Ministério da Saúde, demonstraram maior segurança e conscientes na indicação da necessidade das atividades de prevenção nas escolas, também apresentaram maior capacidade de argumentação técnica para justificar essas necessidades e angariar apoio da comunidade escolar. Os resultados indicaram que diretores e professores, em geral, estariam mais propensos a aviar um programa de prevenção do que a assumir as responsabilidades e riscos de planejar e desenvolver um programa em suas unidades de ensino. Pode-se considerar como um ganho, mesmo com o desenvolvimento de atividades de prevenção pouco estruturadas e não atendendo às exigências e orientações pedagógicas. A prevenção ainda não atingiu o status de matéria importante para a formação do aluno e para ser incorporada na praxe escolar. Esta situação parece configurar a tradição cultural campanhista da Saúde Pública do Brasil.
Palavras-Chave:
Escola. Prevenção. Programas Escolares.
Divulgação e/ou Publicações:

WUO, M. Atividades de Prevenção à Aids Nas Escolas: Visão de Diretores e Professores. In: FÓRUM 2000 - FÓRUM E CONFERÊNCIA DE COOPERAÇÃO TÉCNICA HORIZONTAL DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE EM HIV/AIDS E DST, 1./2., 2000, Rio de Janeiro. Proceedings... Brasília: Ministério da Saúde, 2000. v.II, p.678.

WUO, M., GUZZO, R.S.L. A escola e a prevenção à Aids: como professores e diretores avaliam os programas? Revista Temas de Psicologia da SBP, v.10, n.3, p.211-220, 2002.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Ana Maria de Oliveira
Instituição:
Universidade Federal de Goiás; Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública; Departamento de Imunologia e Patologia Geral.
Período de Vigência:
2001 - 2002
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (Nádia Maciel Bomtempo); Hospital de Doenças Tropicais da Secretaria de Estado da Saúde de Goiânia (Fernanda G. Pereira Rossi); e, Departamento de Enfermagem e Fisioterapia da Universidade Católica de Goiás (Mª Eliane Liégio Matão).
Introdução e Justificativa:
A Abordagem Sindrômica das DST preconizada pelo Ministério da Saúde (MS), constituido-se numa estratégia eficiente, uma vez que interrompe a cadeia de transmissão e evita novas ocorrências. O Estudo é quantitativo, realizado junto aos profissionais médicos da rede pública municipal de saúde de Goiânia que atendem DST, com o objetivo de avaliar em que medida os mesmos estão engajados no diagnóstico, tratamento e prevenção às DST. Participaram 117 profissionais especialistas em clínica geral, urologia e ginecologia e obstetrícia. Os resultados demonstraram que, sob a ótica desses sujeitos, a prática dos mesmos enquadrava-se como boa ou ótima. Revelou ainda que muitos não consideravam a possibilidade dos usuários apresentarem DST, o que pode ser apontado como certo desconhecimento ou não valorização quanto aos agravos, bem como no que se refere à obrigatoriedade ética e legal da notificação dos agravos, uma vez que 47,8% não a registram. Salienta-se que o número de profissionais não “sensibilizados” para as DST, principalmente entre as gestantes, é preocupante, uma vez que estão presentes em uma parcela considerável da clientela.
Objetivos:
Descrever o perfil dos profissionais e avaliar a “sensibilidade” de médicos, clínicos gerais, ginecologistas e urologistas que atendem em serviços públicos, em relação ao diagnóstico, tratamento, notificação e prevenção das DST. Entende-se sensibilidade como a capacidade diagnóstica e a forma de abordagem do tema DST na prática da clínica diária.
Materiais e Métodos:
A Coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de instrumento tipo questionário, contendo perguntas abertas e fechadas. Previamente à sua aplicação, obteve-se a listagem nominal dos sujeitos, bem como a unidade de sua lotação. Foram pesquisados o universo total de clínicos gerais, ginecologistas e urologistas lotados nas 50 UBSs de Goiânia. Os aplicadores do instrumento foram todos os alunos de cursos da área da saúde, especificamente do quinto ano de medicina da UFG e do 10º período de enfermagem da UCG, pertencentes à Liga de DST durante o ano de aplicação do estudo. Os dados foram coletados de março a maio de 2001. O banco de dados foi construído e analisado pelo Programa EpiInfo versão 6.0.
Resultados - Parciais ou Finais:
Dentre os principais resultados obtidos, verificou-se que os sujeitos estavam habilitados para o exercício da especialidade de atuação, demonstraram estar satisfeitos com a área de opção, mas não com a remuneração e as condições de trabalho. Em média atendiam entre 11 e 15 pacientes no período de 4 horas. Quanto à abordagem acerca da atividade sexual, esta não era feita de modo rotineiro pelos profissionais em geral, sendo que a análise desse item a partir da variável sexo demonstrou que profissionais do sexo feminino abordavam mais essa temática (62,1%) do que os do sexo masculino (33%). No que se refere à realização do exame físico do paciente, esta não era prática adotada de modo sistemático entre a totalidade dos integrantes desse grupo: dos clínicos, 33,3% nunca o realizou, nem mesmo quando havia queixa por parte do usuário. Outro resultado relevante foi a não-consideração por parte de 29,9% dos participantes quanto à possibilidade de DST na vigência da gestação. Nos casos em que o diaganóstico de DST estava estabelecido, 85% utilizaram o esquema preconizado pelo MS para o tratamento do agravo.
Palavras-Chave:
Abordagem sindrômica. DST. Médicos x DST.
Divulgação e/ou Publicações:

OLIVEIRA, A.M. et al. Avaliação da sensibilidade dos médicos para Abordagem Sindrômica das Doenças Sexualmente Transmissíveis, nas Unidades Básicas de Saúde de Goiânia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE INFECTOLOGIA, 13., 2003, Goiânia. Resumo publicado no The Brazilian Journal of Infectious Diseases, v.7, suppl.1, p.S35, Aug 2003.

Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Denise da Rocha Tourinho
Instituição:
Núcleo de Estudos em Saúde Pública.
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra – MST.
Introdução e Justificativa:
O relatório apresenta informações descritivas e analíticas sobre as formas de vida nos assentamentos e acampamentos do MST dos diversos estados da federação, com ênfase nas condições sanitárias da população, seu perfil epidemiológico e principais conhecimentos, atitudes e práticas com relação ao processo saúde doença, em particular as DST/aids, bem como as particularidades nos hábitos de vida dessa população.
Materiais e Métodos:
Inquérito nacional de morbimortalidade realizado em amostra representativa de domicílios de famílias de assentamentos e acampamentos ligados ao MST. Foram utilizados os seguintes instrumentos de coleta de dados: ficha de família, ficha de morbidade, ficha de morbidade crônica, ficha sobre saúde da mulher, ficha sobre pré­natal, ficha sobremortalidade, ficha sobre hábitos e comportamentos. A amostra total foi de 4.347 famíllias assentadas e 3.560 famílias acampadas, representativas para os estados e regiões. Foram adotados os seguintes parâmetros: prevalência máxima de 50% (p = 0,5), erro amostral
Resultados - Parciais ou Finais:
A maioria dos resultados apresentados são de caráter descritivo entre os quais se destacam os seguintes: perfil da população acampada; condições de vida das famílias; formas de produção; organização e comercialização da produção; morbidade crônica; tipo de atenção à saúde; mortalidade, sendo as causas externas em primeiro lugar, seguidas das doenças cardiovasculares e neoplasias; uso de métodos anticoncepcionais; conhecimentos sobre prevenção e transmissão das DST/aids; uso de cigarro e bebidas alcoólicas; formas de uso e freqüência de preservativo
Palavras-Chave:
Assentamento. Acampamento. Reforma agrária. Educação. Saúde. Planejamento familiar. Trabalhadores rurais. Amamentação. Gravidez. Preservativo. Meios de prevenção. Meios de transmissão da aids. Hábitos. Comportamentos. MST.
Divulgação e/ou Publicações:

Livro.

Edital/Chamamento:
Chamada de Pesquisa 319/2009
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Maria Inês Batistella Nemes
Instituição:
Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Medicina Preventiva.
Período de Vigência:
2002 - 2003
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
.
Introdução e Justificativa:
Trata-se de uma pesquisa avaliativa que objetivou medir e analisar a adesão ao tratamento anti-retroviral em ambulatórios do sistema público de saúde que apresentem diferentes padrões de qualidade da assistência (segundo a análise prévia da qualidade dos serviços realizada na pesquisa “Avaliação da qualidade da assistência ambulatorial nos serviços públicos de atenção à aids no Brasil”). A principal finalidade deste projeto foi a de avaliar fatores relacionados à adesão, entre eles os da qualidade dos serviços, de modo a contribuir para otimizar as intervenções de aprimoramento da adesão ao tratamento e da qualidade da assistência.
Objetivos:
Estimar o risco para não-adesão segundo características tecnológicas e de qualidade dos serviços; Estimar o risco para não-adesão segundo características relacionadas com o indivíduo e com o tratamento.
Materiais e Métodos:
Foram entrevistados 1.972 pacientes provenientes de 322 serviços localizados em 7 estados brasileiros. Foram considerados aderentes todos o que tomaram 95% ou mais do total de comprimidos que deveriam ser ingeridos nos 3 dias que antecederam a entrevista.
Resultados - Parciais ou Finais:
A taxa de aderência obtida foi de 73%. Foram analisadas variáveis relacionadas às características do tratamento, do paciente e dos serviços. Em relação ao tratamento, foi constatado que regimes complexos são preditores de não-aderência (o número de pílulas é um preditor que combina questões também relacionadas ao regime a ao tempo de tratamento). Sexo, idade, nível educacional e risco de transmissão (hetero/homo/usuários de drogas) utilizadas como variáveis do paciente. O nível educacional abaixo de dois anos de escolaridade formal foi o único preditor de não aderência. Também houve um pequeno efeito protetor da idade, entre os maiores de 45 anos. Em relação aos serviços, as taxas de adesão obtidas foram semelhantes entre serviços dos estados menos e mais desenvolvidos. Os serviços pequenos, com menos de 100 pacientes de aids, mostram maior risco de não-adesão.
Palavras-Chave:
Adesão do paciente ao tratamento da aids.
Divulgação e/ou Publicações:

NEMES, M.I.B.; CARVALHO, H.B.; SOUZA, M.F.M.S. Anti-retroviral therapy adherence in Brazil. AIDS, v.18, suppl 3, p.S15-20, 2004.

NEMES, M.I.B. et al. Evaluation of Brazilian AIDS Program: HAART adherence and quality of care. In: INTERNATIONAL AIDS CONFERENCE, 15., 2004, Bangkok. Proceedings... Bangkok: International AIDS Society, 2004. v.2, p.51.

Edital/Chamamento:
Pesquisas Científicas - Set/2001
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Edna Maria Vissoci Reiche
Instituição:
Universidade Estadual de Londrina; Centro de Ciências da Saúde; Departamento de Patologia Aplicada; Análise Clínicas e Toxicológicas.
Homepage:
Período de Vigência:
2001 – 2003
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
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Introdução e Justificativa:

A epidemia causada pelo HIV-1 é crescente no Brasil e pouca informação sobre os fatores genéticos do hospedeiro relacionados à susceptibilidade e resistência à infecção pelo HIV-1 na população brasileira tem sido relatada. Um polimorfismo na região conservada 3’ não transcrita (3’UTR) do gene que codifica a quimiocina fator 1, derivado do estroma da medula óssea (SDF1), tem sido associado tanto com uma maior resistência à infecção e com o retardo da progressão da infecção pelo HIV-1 como com uma maior progressão para aids e morte por essa doença. Realizou-se um estudo transversal com o objetivo de determinar as prevalências do polimorfismo genético do SDF1 e do alelo mutante SDF13’A em 1.061 indivíduos divididos em quatro grupos: 136 controles saudáveis, doadores de sangue fidelizados do Hemocentro Regional de Londrina-PR (Grupo 1), considerados de baixo risco de infecção pelo HIV-1; 147 indivíduos expostos ao HIV-1, mas não infectados, considerados de alto risco de infecção pelo auto-relato de comportamento sexual e/ou uso de drogas injetáveis com compartilhamento de seringas e agulhas com indivíduos infectados pelo HIV-1 (Grupo 2); 161 pacientes infectados pelo HIV-1, soroprevalentes, ambulatoriais, assintomáticos e com contagem de células T CD4+ ≥ 350/mm3 (Grupo 3) e 617 pacientes infectados pelo HIV-1, soroprevalentes, ambulatoriais ou internados, com os sintomas da doença e/ou contagem de células T CD4+ < 350/mm3 (Grupo 4). Os indivíduos dos grupos 2, 3, e 4 eram provenientes de vários centros especializados de atendimento de DST de Londrina e região do Estado do Paraná, atendidos no Período de setembro de 2001 a dezembro de 2003. O DNA genômico foi extraído de células do sangue periférico criopreservadas e o gene do SDF1 foi amplificado pela reação em cadeia da polimerase (PCR). Os produtos da PCR foram submetidos à digestão enzimática utilizando-se Msp I ou Hpa II e analisados pelo método do polimorfismo do comprimento do fragmento de restrição (RFLP). Os produtos de digestão enzimática foram avaliados pela eletroforese em gel de agarose 2% e coloração com brometo de etídio ou pela eletroforese em gel de acrilamida 10% e coloração com prata.

Objetivos:

Determinar o polimorfismo genético do SDF 1 (ausência de mutação SDF 1 wild type, mutação em heterozigoze SDF 1/ SDF 13´A, mutação em homozigoze SDF1 3´A/ SDF1 3´A) em pessoas infectadas e não infectadas por HIV; Determinar o polimorfismo genético do SDF 1 em candidatos a doadores de sangue do Hemocentro Regional de Londrina, PR; Determinar o polimorfismo genético do SDF 1 em pessoas não infectadas por HIV, porém com comportamento de risco para infecção por esse vírus; Determinar o polimorfismo genético do SDF 1 em pessoas infectadas por HIV, assintomáticas de aids; Determinar o polimorfismo genético do SDF 1 em pacientes com aids.

Materiais e Métodos:

A amostra foi obtida de forma seriada, por conveniência de tempo e local, de pessoas atendidas no Hemocentro Regional de Londrina; no Centro de Orientação e Apoio Sorológico (COAS), alocados no Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho, Londrina; pessoas atendidas no Hospital Universitário e Ambulatório do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Londrina. A amostra foi constituída por indivíduos adultos, de ambos os sexos e com idade maior de 13 anos, divididos em quatro grupos: Grupo 1 – doadores de sangue fiéis ao Hemocentro Regional de Londrina, com sorologias negativas para: doença de Chagas; sífilis; hepatite C; hepatite B; HTLV I e II; HIV e com concentrações séricas normais de alinina aminotransferase (ALT). Grupo 2 – pessoas HIV negativo com comportamento de risco para esse tipo de infecção. Grupo 3 – pessoas infectadas por HIV, assintomáticas, com contagem de células CD4 + > 400 células/ mm³. Grupo 4 – pacientes com aids, segundo os critérios do CDC, 1993, e contagem de células CD4+ < 200 células/mm³. O estudo do polimorfismo genético do SDF 1 foi realizado nos indivíduos dos Grupos 1, 2, 3 e 4, através de análise do polimorfismo no comprimento dos fragmentos de restrição (RFLP) após digestão enzimática do produto obtido da reação em cadeia da polimerase (PCR), segundo técnica descrita na literatura (Winkler <i>et al</i>., 1998).

Resultados - Parciais ou Finais:

As freqüências da mutação em homozigose do SDF13’A foram de 3,7%, 6,1%, 4,3% e 5,3%, entre os grupos 1, 2, 3 e 4, respectivamente (p=0,5120). A freqüência geral do alelo mutante SDF13’A foi de 0,1984 e não apresentou diferença significativa entre os quatro grupos analisados (p=0,2744). A freqüência do alelo SDF13’A obtida nessa amostra poderia ser explicada pela estrutura étnica heterogênea da população brasileira e confirma a distribuição global do polimorfismo genético do SDF1. Os resultados obtidos reforçam a hipótese de que o alelo SDF13’A, isoladamente, pode não prevenir o risco de infecção pelo HIV-1. A presença de outros polimorfismos genéticos poderia exercer uma influência adicional ou sinérgica com o polimorfismo genético do SDF1 para a vulnerabilidade à infecção pelo HIV-1 e para os diferentes espectros de evolução da infecção nos indivíduos atendidos em Londrina e região do Estado do Paraná.

Palavras-Chave:
Fatores genéticos de risco. Polimorfismo genético. Fator 1 derivado do estroma da medula óssea (SDF1). Vírus da Imunodeficiência Humana tipo 1 (HIV-1). Síndrome da imunodeficiência adquirida (aids). Quimiocinas.
Divulgação e/ou Publicações:

REICHE, E.M.V. et al. Frequencies of the stromal cell derived factor 1 chemokine (SDF1) genetic polymorphism and SDF13’A allele in human immunodeficiency virus type 1 in non infected and infected individuals. In: MEETING OF THE BRAZILIAN SOCIETY OF IMMUNOLOGY, 28., 2003, Rio de Janeiro.

__. Frequencies of the stromal cell derived factor 1 chemokine (SDF1) genetic polymorphism and SDF13’A allele in human immunodeficiency virus type 1 in non infected and infected individuals. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA EM HIV/AIDS, 5., 2004, Rio de Janeiro.

__. SDF1 genetic polymorphism in healthy individuals, in HIV-1 exposed but uninfected patients, and in HIV-1 infected patients from Brazilian population. In: MEETING OF THE BRAZILIAN SOCIETY OF IMMUNOLOGY, 29., 2004, Minas Gerais.

__. Sociodemographic and epidemiological characteristics associated with the human immunodeficiency virus type 1 (HIV-1) infection in HIV-1 exposed but uninfected individuals, and in HIV-1 infected patients from a southern Brazilian population. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, São Paulo, v.47, n.5, Sept.-Oct. 2005 (in press).

__. The effect of SDF1 genetic polymorphism in the clinical course of HIV-1 infection. In: MEETING OF THE BRAZILIAN SOCIETY OF IMMUNOLOGY, 29., 2004, Minas Gerais.