As relações de gênero nos assentamentos agrários no Ceará e no Paraná.

Edital/Chamamento: 
Estratégico

Pesquisador(es)

Pesquisador(es) Responsável(eis): 
Miriam Abramovay

Instituição

Instituição: 
UNESCO – Representação no Brasil.
Parcerias institucionais: 
Ministério do Desenvolvimento Agrário, Incra, FAO, UNESCO, Contag, MST.
Situação: 
Concluída

Introdução e Justificativa

Parte-se da idéia que existem restrições sociais e culturais para o exercício pleno da cidadania das mulheres nos assentamentos, cujas manifestações se expressam no âmbito econômico, social e político. Estas deficiências fortalecem a invisibilidade do trabalho produtivo feminino e o reduzido número de mulheres beneficiárias de terra no processo de reforma agrária. Dados do relatório preliminar apontam informações sobre a composição das famílias, os direitos da mulher, saúde e percepções de risco sobre aids.

Objetivos

Conhecer a visão do Incra a respeito das lideranças dos sindicatos e movimentos sobre a propriedade, papéis produtivos e sociais dos homens e das mulheres nos assentamentos rurais; Identificar a existência de lideranças femininas e masculinas e comparar as formas de poder, atuação e autonomia; Identificar o nível de participação dos homens e mulheres na produção, atividades sociais e políticas; Identificar a informação das mulheres sobre direitos e deveres perante a lei; Identificar informações, atitudes dos homens e mulheres sobre DST/aids.

Materiais e Método

Combinação de metodologias quantitativas e qualitativas. A primeira envolve análise documental sobre legislação, uso de questionários por amostras representativas por etapas em 46 assentamentos e 600 famílias selecionadas. A abordagem qualitativa envolve grupos focais e entrevistas individuais, visando identificar o sentido que os atores dão às suas práticas.

Resultados - Parciais ou Finais

O uso combinado de metodologias qualitativas e quantitativas mostra alguns importantes resultados. Dentre eles, a redução no número de membros das famílias, caracterizadas basicamente como nucleares e não como famílias extensas, sendo 93% da amostra. Do ponto de vista dos direitos, a pesquisa mostra que, formalmente, eles aparecem como iguais, e observam-se diferenças de percepção na oportunidade para exercê­los. No que se refere ao quesito saúde, existem diferenças de gênero nas formas de percepção de risco da aids, e a importância do uso de camisinha. Outras informações referem-se a câncer, gravidez na adolescência, virgindade, aborto, etc.
Palavras-Chave: 
Sistemas de produção familia. Divisão de trabalho. Relações de gênero. Masculinidade. Feminilidade. Prevenção de aids. Fatores sociais e culturais. Cidadania. Público. Privado. Saúde da mulher. Vulnerabilidade social.

Divulgação e/ou Publicações

RUA, M.G.; ABRAMOVAY, M. Companheiras de Luta ou “Coordenadoras de Panela?” As relações de gênero nos assentamentos rurais. Brasília: Ed. UNESCO, 2000.