Informe C&T
198 Informe C&T no total
Centro de diagnóstico virtual para o estudo das manifestações oculares da aids.
Edital/Chamamento:
Pesquisas Científicas - Set/2001
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Cristina Muccioli
Instituição:
Unifesp – Universidade Federal de São Paulo.
Período de Vigência:
2002 - 2003
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
FMUSP – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; McGill University – Canadá.
Introdução e Justificativa:
Tal pesquisa visa ao desenvolvimento, estruturação e coordenação de “Centro de Diagnóstico e Treinamento Virtual” especializado em manifestações oculares da aids, com finalidade de avaliar e fazer diagnóstico de doenças oculares, bem como orientações terapêuticas. Objetiva ainda o atendimento local e à distância de pacientes com diagnóstico de infecção pelo HIV. Contará com aparelhamento especializado na aquisição, recebimento e envio de imagens fundoscópicas via internet. O Centro de Diagnóstico Virtual inicialmente drenará pacientes de centros satélites na região metropolitana da cidade de São Paulo, com ampliação posterior a atendimento de pacientes no Estado de São Paulo e na seqüência, pacientes de todo País.
Objetivos:
Formação de Centro Diagnóstico Virtual especializado no estudo das doenças oculares secundárias à aids. Formação de centros de capacitação profissional para estabelecimento de rede de informação com hospitais ou clínicas associadas; estabelecimento de centros de referência virtual para diagnóstico e intercâmbio de informações médicas; realização de exames de anatomia patológica, efetuados em centros de referência nacional (Departamento de Oftalmologia da Unifesp) e internacional (McGill); criação de programas de busca de pacientes com aids que necessitem de avaliação freqüente através da telemedicina; indicar e encaminhar para tratamento clínico e cirúrgico, quando pertinentes, no setor de aids do Departamento de Oftalmologia da Unifesp/EPM.
Materiais e Métodos:
A avaliação dos pacientes incluídos no estudo prospectivo constará de passos consecutivos, a saber: aferição da acuidade visual dos pacientes; exame oftalmológico completo de segmento anterior; exame oftalmológico completo de segmento posterior; estabelecimento do diagnóstico; proposição de tratamento; documentação fotográfica (imagens eletrônicas), responsável por documentação diagnóstica, seguimento e avaliação de progressão. Os dados de pacientes externos ao Centro serão enviados via internet e as imagens processadas. As imagens serão enviadas de acordo com o protocolo estabelecido pelo Centro.
Resultados - Parciais ou Finais:
De acordo com análises dos dados resultantes da pesquisa parcial, a concordância diagnóstica observada na consultoria, em relação ao “padrão ouro”, foi de 73,5% para ambos os consultores. Sugestão de tratamento e/ou conduta não foi possível em 8% dos casos para o consultor A, e em 10,4% para o consultor B. A falta de dados clínicos (Kappa: 0,8) e a má qualidade das imagens (kappa: 0,74) foram os motivos com maior concordância em relação às dificuldades para conclusão da consultoria. A teleoftalmologia, através de consultoria por método assíncrono, foi eficaz para o diagnóstico de doenças infecciosas e inflamatórias oculares, em pacientes com ou sem aids. A falta de dados clínicos detalhados e a má qualidade das imagens enviadas foram os principais fatores limitantes para a conclusão da consultoria. A partir deste estudo serão possíveis o aprimoramento do formulário de consultoria e a implantação de Serviço de Teleoftalmologia no Departamento de Oftalmologia – Unifesp/EPM.
Palavras-Chave:
Aids. Telemedicina. Oftalmologia. HIV. Teleoftalmologia. Citomegalovirus. Uveite.
Divulgação e/ou Publicações:
Desenvolvimento do site: http://www.saudeparavoce.com.br/interoftalmo/pagprincipal.htm.
FINAMOR, L.P. Teleoftalmologia como auxílio diagnóstico nas doenças infecciosas e inflamatórias oculares: validação de método assíncrono de consultoria. Tese (Doutorado) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, 2004.
FINAMOR, L.P.; MUCCIOLI, C. Teleoftalmologia como auxilio diagnóstico nas doenças infecciosas e inflamatórias oculares. Revista da Associação Médica Brasileira, 2005 (Prova em Printer).
MUCCIOLI, C.M.D. et al. Teleophthalmology: Brazilian Experience and Future Directions. In: YOGESAN, K. et al. (Eds). Teleophthalmology, Springer-Verlag, 2006. (no prelo).
FINAMOR, L.P. Teleoftalmologia como auxílio diagnóstico nas doenças infecciosas e inflamatórias oculares: validação de método assíncrono de consultoria. Tese (Doutorado) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, 2004.
FINAMOR, L.P.; MUCCIOLI, C. Teleoftalmologia como auxilio diagnóstico nas doenças infecciosas e inflamatórias oculares. Revista da Associação Médica Brasileira, 2005 (Prova em Printer).
MUCCIOLI, C.M.D. et al. Teleophthalmology: Brazilian Experience and Future Directions. In: YOGESAN, K. et al. (Eds). Teleophthalmology, Springer-Verlag, 2006. (no prelo).
Identificação de polimorfismos em epítopos relevantes para vacinas contra o HIV/aids em infecções incidentes pelo Vírus da Imunodeficiência Humana tipo 1.
Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Rosangela Rodrigues
Instituição:
Instituto Adolfo Lutz.
Homepage:
Período de Vigência:
2004 - 2004
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
Área de desenvolvimento de ferramentas em bioinformática e metodologias laboratoriais da UnB (Marcelo Brígido); Lasp – Fundação Gonçalo Muniz – Fiocruz-BA (equipe de Bernardo Galvão e Luis Alcântara); Centros Municipais e Estaduais de Referência em DST/Aids (São Paulo: CR-Ubatuba, CR-Ribeirão Preto, CRP-MSP-Sapopemba, Instituto Emílio Ribas, Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; Paraná: CR-Curitiba; Santa Catarina: CR-Florianópolis, CR-SMS-Itajaí; Rio Grande do Sul: CRP-MPA, Hospital Partenon); Laboratórios Municipais e Estaduais de Referência em DST/Aids (São Paulo: Hemocentro de Ribeirão Preto, Dep. Sorologia IAL, Lab. Imunologia Incor; Paraná: Lab. Municipal – SMS de Curitiba; Santa Catarina: Lacen-SC, Lab. Municipal SMS Itajaí; Rio Grande do Sul: Lab. Municipal – PMPA, Lacen-RS, CDCT-Fesp).
Introdução e Justificativa:
Sistemas computacionais para análises de dados biológicos, DNA e aminoácidos têm sido utilizados para o entendimento de informações relacionadas à patogênese e à dinâmica evolucional de doenças, constituindo importantes instrumentos científicos. O seqüenciamento genético de regiões do HIV para determinação de polimorfismos em epitopos virais relevantes para a resposta imunológica em regiões genômicas relacionadas aos mecanismos patogênicos da infecção, associando os a informações clínicas e epidemiológicas, determinando sua prevalência e evolução, indicando sítios preferenciais de resposta eficaz, é uma importante contribuição às estratégias de desenvolvimento de microbicidas e vacinas contra o HIV/aids.
Objetivos:
Analisar molecularmente isolados de pacientes com infecção recente pelo HIV para determinação de polimorfismos em epítopos virais para subsidiar o desenvolvimento de microbicidas e vacinas contra o HIV/aids.
Materiais e Métodos:
Foram analisadas seqüências genômicas das regiões pol e gag obtidas a partir de estudos observacionais e prospectivos de 34 amostras de indivíduos com evidências de infecção recente pelo HIV ou infecção prevalente sem exposição a medicamentos anti-retrovirais (ARV) provenientes do Estado de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Informação genética, a partir de vírion ou provírus, foi obtida por seqüenciamento genético após retrotranscricão (no caso de víron) e PCR “Nested”. Controle de qualidade e análises de bioinformática foram realizadas com softwares do Instituto Adolfo Lutz e outros como Paup, Philip e Simplot. Os dados obtidos foram comparados com epítopos caracterizados e descritos em Los Alamos Database. Disponível em: http://hivweb.lanl.gov/content/immunology/index.html
Resultados - Parciais ou Finais:
Não foi observada resistência primária aos ARV no gene pol, entretanto códons com polimorfismos foram freqüentes, sobretudo associados a variantes nãoB do HIV-1. As análises preliminares da região gag para epítopos caracterizados (LANL) demonstraram polimorfismos que podem ter repercussões no reconhecimento antigênico. Na região p24 do gag, os epitopos ATLEEMMTA e VKNWMTETLL apresentaram maior conservação tanto em amostras B como nãoB, diferindo o primeiro em 1 aa em 3/26 seqüências do HIV-1 B e 2/8 HIV-1 nãoB analisadas; e o segundo em 3/26 e 5/8, porém na sua maioria a mesma variação E>D (acido glutâmico para aspártico). Outro epítopo, RMYSPTSI, embora com 5/26 e 6/8 com modificações, estas são quase exclusivamente na mesma posição Treonina>Valina, resultando na modificação de um aa polar neutro para um apolar, hidrofóbico, com potencial repercussão na ligação do epitopo. Tais análises podem subsidiar a seleção, para testes físicoquímicos e imunológicos, com peptídeos selecionados a partir da realidade epidemiológica nacional, com eventual inclusão em produtos vacinais para uso em nosso meio. Informações sobre a prevalência de HLA em isolados brasileiros são importantes para contextualizar as observações destas análises.
Palavras-Chave:
Pacientes com infecção recente pelo HIV.
Divulgação e/ou Publicações:
BRIGIDO, L.F. et al. Molecular Characteristics of HIV Type 1 Circulating in São Paulo, Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses, v.21, n.7, p.673-682, Jul 2005.
SOUZA, L.O. et al. Evaluation of CTLs epitopes among HIV-1 gag regions in naïve and recent infected patients. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA EM HIV/AIDS, 6., 2005, Ouro Preto.
SOUZA, L.O. et al. Evaluation of CTLs epitopes among HIV-1 gag regions in naïve and recent infected patients. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA EM HIV/AIDS, 6., 2005, Ouro Preto.
Avaliação Nacional da Dispensação de Medicamentos às PVHA.
Edital/Chamamento:
Estratégico
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Maria Auxiliadora Oliveira
Instituição:
Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Departamento de Ciências Biológicas, Núcleo de Assistência Farmacêutica.
Homepage:
Período de Vigência:
2004 - 2006
Situação:
Concluída
Parcerias institucionais:
PN-DST/AIDS do Ministério da Saúde.
Introdução e Justificativa:
A dispensação de medicamentos é o componente da assistência farmacêutica que tem como finalidade contribuir diretamente para o uso racional, prevenindo eventuais problemas de prescrição, aconselhando o paciente quanto a cuidados de armazenamento e administração, informando sobre as reações adversas e precauções, verificando a qualidade e integralidade dos medicamentos fornecidos. Este estudo aborda dois aspectos: a qualidade da dispensação de ARV e medicamentos para infecções oportunistas, focalizando aspectos relativos à estrutura disponível (recursos materiais e humanos) e aos processos (serviços e atividades) pertinentes à produção dos efeitos esperados; e, a avaliação de efeitos, em termos da satisfação dos usuários com o processo de dispensação e o uso racional, incluindo a adesão ao tratamento.
Objetivos:
Avaliar a qualidade da dispensação de medicamentos anti-retrovirais (ARV) e medicamentos para infecções oportunistas (MIO) no Brasil, focalizando os aspectos de estrutura e processo, bem como os resultados relativos à satisfação dos usuários, considerando os principais fatores do contexto organizacional que influenciam essas relações.
Materiais e Métodos:
Estudo de casos múltiplos com níveis de análise imbricados (pesquisa sintética), considerando as três esferas de governo envolvidas no processo. Revisão da literatura sobre conceitos e medidas de satisfação (paciente, cliente, usuário, consumidor). A documentação existente sobre o programa e a experiência acumulada pelo grupo na avaliação de serviços farmacêuticos permitiram a construção de um modelo lógico (ML), cujos eixos, as dimensões de disponibilidade, oportunidade e adequação, permitem articular acesso a medicamentos, satisfação e organização de serviços. O ML orientou a seleção dos indicadores e a construção dos formulários de coleta de dados sobre os serviços, seus profissionais e os usuários do programa. Esses instrumentos foram validados mediante consulta a membros de ONGs usuários do programa, discussão com gestores e estudo piloto. Os dados foram coletados em 10 estados (Alagoas, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins), selecionados pela magnitude da epidemia e por amostragem intencional. A seleção dos municípios e unidades de saúde foi realizada por amostragem aleatória ponderada pelo volume de atendimento. Além de gestores, prescritores e dispensadores, foram entrevistadas cerca de 1.400 pessoas vivendo com HIV/aids que recebem medicamentos em unidades públicas dispensadoras de medicamentos.
Resultados - Parciais ou Finais:
No que se refere ao componente serviços, na dimensão oportunidade observou-se que o tempo médio de trajeto da residência até à UD foi de 68,4 minutos e o tempo médio de espera no balcão da farmácia para ser atendido foi de 10,9 minutos. Quanto à disponibilidade, observou-se a existência 81,1% dos itens traçadores verificados. Não foram encontrados itens com validade vencida nas UDs visitadas. Quanto à adequação de produtos e práticas profissionais, 61,9% dos registros do estoque correspondiam à contagem física. Observou-se 60% de atendimento aos itens de verificação quanto ao ambiente físico e higiene e 20,5% dos usuários declararam ter sido orientados pelos profissionais dispensadores e 50,8% das prescrições atendidas estavam completas. No que se refere ao componente de satisfação do usuário, a dimensão com menor nota média foi oportunidade, composta pela subdimensão, conveniência, 67,2 (±0,9). No que diz respeito aos componentes dessa subdimensão, escolha de provedores e tempo despendido pelo usuário receberam as piores notas, sendo 39,7 (±2,2) e 58,4 (±1,6) respectivamente. Estes resultados oferecem subsídios para a discussão dos elementos que dificultam o acesso dos usuários a unidade dispensadora e a seu tratamento. Já organização do serviço foi o componente melhor avaliado, 90 (±0,7). A dimensão melhor avaliada foi a disponibilidade de ARV, com nota média 77,4 (±1,5). A dimensão adequação (inclui qualidade técnica da dispensação, qualidade técnica do medicamento, ambiência e aspectos interpessoais) recebeu como nota média 73,4 (±0,8). Aspectos interpessoais mostraram a pior performance, 70,8 (±1,0). Este resultado está relacionado à estrutura ina-dequada das unidades dispensadoras que não propicia um atendimento com privacidade.
Palavras-Chave:
Pessoas vivendo com HIV e aids em tratamento anti-retroviral.
Divulgação e/ou Publicações:
ESHER, A.F. et al. Satisfação do Usuário e Responsividade do Programa Nacional de Dispensação de Medicamentos para o Tratamento da Aids no Brasil: Discutindo Importantes Dimensões. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 3., 2005, Florianópolis. O trabalho recebeu Menção Honrosa no Congresso. Informações disponíveis em: http://www.abrasco.org.br/. Acesso em: 19 abr. 2006.