Testagem e vacina para hepatite B são destaques em Roda de Conversa
Movimento em prol da vacinação também foi ressaltado durante evento organizado pelo DCCI
A realização do teste para hepatites B e C e a defesa da vacinação frente às campanhas contra as vacinas que ganham adeptos na população foram destaques durante a Roda de Conversa da Secretaria de Vigilância em Saúde “Hepatites Virais, Desafios de Todos (as)”, realizada na quinta-feira (8), no auditório do edifício PO 700.
Promovido pela Secretaria de Vigilância em Saúde, o evento teve a participação do diretor do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), Gerson Pereira, e do responsável pela área de Hepatites Virais do DCCI, Gláucio Mosimann.
“O movimento anti vacina, que circula principalmente nas redes sociais, tem que ter como resposta um outro movimento, o Vacina Brasil. E este tem que ser forte, perene e institucionalizado”, afirmou Gláucio Mosimann, referindo-se ao movimento lançado pelo Ministério da Saúde que, por meio de ações integradas, protege a população das doenças já eliminadas e previne quanto a novos surtos. Gláucio Mosimann também alertou os profissionais da SVS para a importância das estratégias de vigilância e vacinação das hepatites virais, que era o objetivo da Roda de Conversa. “A gente tem que ir para nossas casas e ver quem já foi ou não vacinado. No caso de adultos, os não vacinados têm que fazer teste para hepatite B”, observou.
Gláucio Mosimann mostrou-se preocupado após verificar pesquisa interna realizada no DCCI, a qual constatou que 70% do quadro de pessoal está com cobertura vacinal da hepatite B, enquanto 15% não soube informar e outros 15% nunca tomou a vacina. “Na população em geral, só se tivermos 95% das pessoas vacinadas é que alcançaremos a nossa meta. No Departamento, que atua diretamente com as hepatites, temos um índice abaixo do pretendido”, disse.
O coordenador da área de hepatites do DCCI lembrou um caso familiar para exemplificar o quanto é necessária a preocupação com testagem e vacinação. Em 2014, ainda como residente em infectologia, em Florianópolis, ele atendeu ao próprio pai, que já apresentava quadro de lesão em grau 4 no fígado. “Ele, com 59 anos e saúde em dia, apresentou fortes dores no abdômen, mas descobrimos a lesão já em estágio avançado. Ele nunca havia feito teste para hepatite B. É inimaginável ter um paciente com lesão incurável sem jamais ter pedido o teste”, disse. Seu pai faleceu seis meses após ter sido detectado com hepatite B. “Provavelmente, ele nunca foi vacinado contra hepatite B. Por isso é importante que insistamos na testagem e na vacina”, disse.
Para o diretor do DCCI, Gerson Pereira, eventos como a Roda de Conversa, com o tema hepatites virais, contribuem para a expansão das informações sobre a doença entre os e as profissionais da SVS. “E, melhor ainda, é quando temos a felicidade de contar com um profissional como o Gláucio Mosimann, que em pouco tempo à frente da área já nos fez perceber as melhoras. Ele é respeitado não apenas no Departamento, mas no Brasil como um todo”, afirmou.
Ao final da explanação, Gláucio Mosimann respondeu às perguntas dos participantes da Roda de Conversa, que em sua maioria abordaram a periodicidade da vacina e esclareceram dúvidas sobre o período de cada dose.