Tenofovir passa a ser recomendado para gestante com hepatite B
Objetivo é uso do medicamento para prevenir a transmissão da doença ao bebê durante a gestação ou parto
Já recomendada pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical do HIV, Sífilis e Hepatites virais (PCDT PT), a oferta do tenofovir 300 mg para gestantes, com o objetivo de diminuir o risco da transmissão vertical da hepatite B, passa a ser recomendada por meio da Nota Informativa Nº 35/2019, anunciada dia 12 de julho. O PCDT está disponível em http://www.aids.gov.br/pcdt.
Todas as crianças nascidas de mães com hepatite B devem receber associação de vacina para a doença e a imunoglobulina humana anti-hepatite B preferencialmente nas primeiras horas de vida. O risco de desenvolver uma infecção crônica pelo vírus da hepatite B é maior se for adquirido em idade precoce, cerca de 90% quando infectados no período perinatal até seis meses de idade e, de 20 a 60%, entre seis meses e cinco anos. Entre aqueles que adquirem hepatite B quando criança, aproximadamente 25% desenvolve câncer de fígado ou cirrose hepática quando adultos.
A indicação do uso do tenofovir 300mg à gestante em situação crônica de hepatite B ocorre em período entre 28 e 32 semanas de gestação. A equipe de saúde que atender a gestante nesse quadro clínico deve avaliar o estado de vacinação para hepatite B às meninas e mulheres, oferecer a vacina e completar o esquema vacinal e, se for o caso, oferecer a testagem para esse agravo.
Cabe, ainda, checar o estado vacinal para hepatite B, preferencialmente na primeira consulta de pré-natal, no primeiro trimestre gestacional. Caso a mulher não tenha histórico de vacinação, realizar a testagem e completar o esquema vacinal.
DADOS - De acordo com o Boletim Epidemiológico Hepatites Virais 2019, foram registrados 1.301 casos de hepatite B em gestantes, em 2018. A maior concentração está nas mulheres grávidas com idade entre 20 e 39 anos, com 1.148 casos. Dentre a provável fonte de infecção, a transmissão vertical apresentou 340 novos casos.
A hepatite B é a segunda maior causa de óbitos entre as hepatites virais. De 2000 a 2017, foram registrados 15.033 óbitos relacionados a esse agravo; desses, 54,8% tiveram a hepatite B como causa básica, em sua maior parte na região Sudeste (41,5%). No entanto, a região Norte foi a que apresentou os maiores coeficientes de mortalidade em todo o período, chegando a 0,4 óbito por 100 mil habitantes em 2017.