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OMS destaca o protagonismo do Brasil por introdução de dolutegravir no tratamento do HIV
IAS2017
OMS destaca o protagonismo do Brasil por introdução de dolutegravir no tratamento do HIV
País é citado como exemplo pela Organização Mundial da Saúde durante sessão da 9ª Conferência IAS sobre Ciência do HIV (IAS 2017), em Paris
24.07.2017 - 11:33
última modificação:
04.11.2022 - 10:40
PARIS – Em 2016, Brasil e Botswana tornaram-se os dois primeiros programas nacionais de tratamento de HIV a anunciar a introdução – em larga escala – do medicamento antirretroviral dolutegravir (DTG) para o tratamento de primeira linha do HIV. No último domingo, 23, em Paris, durante a 9ª Conferência IAS sobre Ciência do HIV (IAS 2017), o fato foi destaque na sessão What’s New in HIV Treatment: WHO Guidelines on advanced HIV disease, accelerated ART initiation and transitioning to new regimens (Quais as novidades no tratamento do HIV: diretrizes da OMS sobre HIV avançado, início precoce de tratamento antirretroviral/TARV e transição a novos regimes) – na qual a Organização Mundial da Saúde apresentou destaques de suas guidelines sobre antirretrovirais e lançou o relatório “Transição a Novos Medicamentos Antirretrovirais em Programas de HIV: considerações clínicas e programáticas”, que também traz o Brasil como exemplo.
“A decisão de incorporar o dolutegravir teve de levar em consideração o orçamento nacional, as evidências científicas e a sustentabilidade, para – e isso é o mais importante – fornecer o melhor tratamento para os brasileiros vivendo com HIV”, disse a diretora do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), Adele Benzaken, após apresentar, a convite da OMS, um panorama do HIV/aids em Brasil. A diretora falou do aumento no número de pacientes em TARV no Brasil (“o tratamento para todos começou em dezembro de 2013 e assim, em maio de 2017, temos mais de 500 mil pacientes em TARV no país); e do sistema nacional de monitoramento de antirretrovirais (ARV) que está em curso, entre outros temas.
“A propósito, no Brasil, os serviços de saúde, os medicamentos antirretrovirais, os preservativos, a testagem e a genotipagem são públicos, sem qualquer custo aos pacientes”, lembrou a diretora – reiterando que “incorporar o dolutegravir está em consonância com os princípios do nosso Sistema Único de Saúde: universalidade, integralidade e equidade”.
DOLUTEGRAVIR – Ao citar o Brasil, o relatório da OMS explica que, em setembro de 2016, o Ministério da Saúde negociou uma redução de 70% no preço original do DTG, poupando US$ 1,1 milhão – e que, recentemente, atualizou suas diretrizes nacionais de tratamento para recomendar o DTG como terapia preferencial de primeira linha para pessoas virgens de tratamento (exceto mulheres grávidas e com TB), bem como terapia de terceira linha para pessoas já em tratamento.
O dolutegravir foi adquirido em quantidades suficientes para atender cerca de 100 mil pessoas vivendo com HIV ao longo de um ano, e a primeira distribuição do medicamento começou em janeiro deste ano. Em junho de 2017, cerca de 38 mil pessoas vivendo com HIV (PVHA) estavam usando regimes contendo DTG; destas, 24 mil estão usando DTG como TARV inicial, e 14 mil estão usando o medicamento em regimes de terceira linha. “Para 2017, esperamos ter 300 mil pacientes em dolutegravir”, disse a diretora Adele Benzaken.
O relatório da OMS relata que o Brasil implementou um protocolo de monitoramento de toxicidade em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio de um questionário eletrônico padronizado a ser preenchido mensalmente, no momento da dispensa de medicamentos, para relatar possíveis reações adversas relacionadas ao uso do DTG. O questionário inclui o tipo, a duração e a gravidade de uma potencial reação adversa (de uma lista padrão da OMS com 5 mil opções), dados clínicos e laboratoriais básicos de antes do uso do medicamento, uso concomitante de medicamentos além dos ARV (incluindo produtos à base de plantas e suplementos) e ocorrência de doenças oportunistas e outras comorbidades durante o uso do DTG. Em seguida, o médico ou farmacêutico registra todos esses dados on-line, por meio do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM) no momento da dispensação dos medicamentos, mas o questionário também pode ser impresso para preenchimento em casa, antes da coleta dos ARV.
O projeto começou em abril de 2017 e foi inicialmente implementado em dez grandes centros de tratamento de HIV no Brasil. Uma análise preliminar detalhada dos resultados desses questionários será concluída quando o sistema alcançar 10 mil questionários registrados. Planeja-se que o sistema de monitoramento de toxicidade do DTG seja expandido a todo o país durante a segunda metade de 2017. Com a disponibilidade do questionário em todos os serviços de HIV, o programa de aids brasileiro prevê a inclusão de cerca de 25 mil a 30 mil novos pacientes no sistema de monitoramento de toxicidade nos próximos três meses.
Mais informações em http://www.ias2017.org/.
Assessoria de Comunicação
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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Típo da notícia: Notícias do DCCI