Os recursos para o estudo do vírus Zika foram liberados pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (25), conforme convênio firmado com a Fundação de Medicina Tropical do Amazonas Dr. Heitor Vieira Dourado.

As análises serão realizadas entre adultos do sexo masculino e feminino com idade a partir dos 18 anos, ao longo de um período de 12 meses.

A identificação e o recrutamento dos participantes voluntários ocorrerão nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) situadas próximas às áreas de intervenção do estudo, além dos Ambulatórios da Fiocruz no Rio de Janeiro, do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães da Fiocruz de Recife e do Ambulatório da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, de Manaus.

O protocolo do estudo, denominado “Persistência do Vírus Zika nos Fluidos Corporais de Pacientes com Infecção pelo Vírus Zika” - ZIKABRA, foi aprovado pelos órgãos reguladores de ética em pesquisa com seres humanos: o Conselho Nacional de Saúde (Conep) do Ministério da Saúde e o Ethical Review Board (ERB) da OMS.

O projeto tem parcerias com as instituições Walter Reed Army Research Institute, a OMS/Opas e o Wellcome Trust. É apoiado pelo DCCI econta também com a participação da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB) e da Coordenação Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços (CGDEP), SVS/MS.

De acordo com os argumentos expostos no projeto, o estudo visa analisar o comportamento do vírus Zika em compartimentos biológicos do corpo, para obter uma compreensão mais detalhada da cinética da infecção. Dessa forma, os resultados ajudarão a conceber medidas eficientes para a prevenção da transmissão do vírus. 

O vírus Zika já foi detectado em sangue, urina, sêmen, líquido cefalorraquidiano, saliva, líquido amniótico e leite materno. Na maioria dos indivíduos infectados, o vírus é detectado no sangue. Também se descobriu que o vírus persiste por mais tempo na urina e no sêmen, e a transmissão sexual do Zika foi recentemente documentada. 

Outro ponto da pesquisa visa também explorar a possível relação existente entre o hospedeiro e os fatores ambientais, bem como as coinfecções – com dengue, Chikungunya, HIV, sífilis, hepatite B (HBV), hepatite C (HCV), vírus Oropouche (Bunyavirus), vírus Mayaro e febre amarela (checar o status de imunização) – em relação à duração e persistência do vírus em fluidos corporais. Os testes de HIV, sífilis, HBV e HCV serão fornecidos pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, com base nos algoritmos de diagnóstico recomendados pelo DCCI.

Realização de testes laboratoriais 

Os testes laboratoriais das amostras serão realizados na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro-RJ e de Recife-PE, no Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães e na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), em Manaus-AM. Exames laboratoriais suplementares serão realizados no Instituto de Pesquisa Walter Reed Army em Bethesda, Maryland, USA.

Fundação de Medicina Tropical do Amazonas

Em 1970, um grupo de estudantes criou uma instituição que tinha como objetivo diagnosticar e tratar as doenças tropicais no Amazonas. Em 1979, a entidade transformou-se no Instituto de Medicina Tropical de Manaus, ampliando suas funções para desenvolver pesquisa científica e contribuir para a formação dos recursos humanos nas áreas de doenças tropicais. As ações desse Instituto contribuíram para a consolidação da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, que hoje é um centro de referência da Região Norte do país, principalmente na Amazônia Ocidental.

Assessoria de Comunicação
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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