PREVENÇÃO E CUIDADO

Ministério da Saúde lança Campanha Nacional de Combate às Sífilis Adquirida e Congênita em 2021

Boletim Epidemiológico divulgado pela Pasta apontou uma taxa de detecção de 54,5 casos de sífilis adquirida para cada 100 mil habitantes

14.10.2021 - 17:16
04.11.2022 - 10:44

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Mesmo enfrentando a pandemia da Covid-19, o Governo Federal mostra que segue vigilante a outras doenças graves e prevalentes no Brasil. Exemplo disso é que o Ministério da Saúde lançou na tarde desta quinta-feira (14), a Campanha Nacional de Combate à Sífilis em 2021. O Boletim Epidemiológico da doença, divulgado pela Pasta durante o evento, apontou que em 2020 foram registrados 115.371 casos de sífilis adquirida, 61.441 de sífilis em gestantes e 22.065 de sífilis congênita com 186 óbitos.

A campanha vem para alertar sobre a importância da prevenção e do tratamento precoce. O público-alvo inclui gestantes e seus parceiros, homens e mulheres entre 20 e 35 anos. Em 2020, 38,8% das notificações de sífilis adquirida ocorreram em indivíduos entre 20 e 29 anos, e 56,4% das gestantes também tinham essa idade. Além disso, 56,4% das crianças que nasceram com sífilis congênita vieram de mães com idade entre 20 e 29 anos.

Dados do estudo realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) apontam uma redução de 26,5% na taxa de detecção de casos de sífilis adquirida em 2020, se comparados com 2019. O documento mostra que a cada 100 mil habitantes, 54,5 testaram positivo para sífilis adquirida. A maior parte das notificações ocorreu em indivíduos entre 20 e 29 anos de idade. Em 2019, o Brasil chegou a identificar 74,2 a cada 100 mil pessoas.

“Quando observamos as notificações, a gente vê claramente que houve um pico de casos de Sífilis no ano de 2018. Mas, de 2019 a 2020, assistimos a uma considerável queda nos registros. E aí, exaltamos a atuação da Atenção Primária que tem feito o diagnóstico rápido da doença e encaminhado para o tratamento correto e adequado. Isso significa que o SUS está dando uma resposta cada vez mais rápida em relação a essa doença”, contou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros.

Ainda que tenha tratamento e cura, a Sífilis pode levar o paciente a graves complicações, inclusive ao óbito. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a sífilis atinge mais de 12 milhões de pessoas em todo o mundo. Uma de suas manifestações mais danosas é a sífilis congênita, com 1,6 milhões de casos. No caso de mulheres grávidas acometidas pela doença, por exemplo, o diagnóstico tardio ou a falta do tratamento adequado pode levá-la ao abortamento, rematuridade, baixo peso da criança ao nascer e morte fetal, problemas comuns em casos de sífilis congênita.

“A Atenção Primária tem grande papel quando se trata de Sífilis. Isso porque é na ponta que identificamos casos e encaminhamos para o tratamento especializado. Por isso, é importante que grávidas e seus parceiros testem para a doença trimestralmente. O diagnóstico precoce da Sífilis é benéfico para a mãe, para o pai e, principalmente, para o bebê. Isso porque a detecção rápida e o devido tratamento podem reduzir as chances de a criança nascer prematura, com incapacidades permanentes e complicações graves ou simplesmente nascer sem vida. Por muitos anos faltou remédio para tratamento dessa doença, mas esse Governo não deixou faltar em nenhum momento”, contou o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara.

Ações de combate à Sífilis

Na tentativa de barrar a disseminação da doença, o Governo Federal vai realizar uma série de atividades para conscientização a população a se prevenir das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s). Para deixar o atendimento SUS ainda mais especializado, o Ministério da Saúde lança ainda o Guia para Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis, com inclusão da Sífilis nessa segunda edição. Além disso, a Pasta lança a atualização do manual técnico para diagnóstico de sífilis.

Serão distribuídos, ainda, Fluxogramas para Manejo Clínico das IST e realizará um curso sobre a Atenção Integral às Pessoas com IST, realizado em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com a finalidade de oferecer qualificação profissional a distância, com acesso aberto, gratuito e autoinstrucional, de forma a fortalecer o SUS em sua capacidade de enfrentamento às IST mesmo em momentos adversos.

Diagnóstico e tratamento no SUS

O Ministério da Saúde reforça que a principal arma contra a doença é o uso de preservativo durante a relação sexual. Para identificar casos de forma precoce e encaminhar o paciente para o Sistema Único de Saúde (SUS), o Governo Federal realiza testagem de diagnóstico gratuito para a sífilis. Em 2020 foram distribuídos 7,2 milhões de testes rápidos e 6,6 milhões até setembro de 2021.

Os pacientes diagnosticados com a doença são encaminhados imediatamente para o serviço especializado em saúde para realizar o tratamento, também gratuito, inclusive durante o pré-natal (em caso de grávidas). Para isso, até setembro de 2021 foram 966 mil frasco-ampolas de penicilina benzatina e 113 mil frascos-ampolas de penicilina cristalina/potássica.

“Só em 2020, o investimento em testes foi em R$ 17,2 milhões. E, até setembro deste ano, foram mais de R$ 22,9 milhões em testes. Precisamos destacar ainda que não se pode falar em deficiência de penicilina no País. Temos medicamentos suficientes para tratar todo cidadão que for diagnosticado com a doença. Só em tratamento de sífilis adquirida, investimos mais de R$ 7,95 milhões e mais de R$ 1,02 milhão para tratamento de sífilis congênita. Essa é a força do nosso Sistema Único de Saúde”, destacou o secretário Arnaldo.

A Sífilis

A sífilis é uma doença silenciosa e de caráter sistêmico. Ela é causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida por contato sexual. Pode ser transmitida também na gestação ou parto, causando consequências como aborto, natimorto, parto prematuro, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor, lesões de pele e malformações, com mortalidade em torno de 40% nas crianças infectadas. A bactéria que causa a Sífilis pode permanecer no corpo da pessoa por décadas para só depois manifestar-se novamente.

Quem possui sífilis pode apresentar diversas manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária).

A manifestação inicial é uma ulcera no local de entrada da bactéria, geralmente na região genital, que sara sozinha. Ainda manifestações iniciais incluem erupções/manchas no tronco, nas mãos e pés; placas e lesões em mucosas. Esta fase pode ser acompanhada de sintomas inespecíficos como febre baixa, mal-estar e cefaleia. Se a doença não for tratada pode evoluir para estágios mais graves acometendo o sistema nervosos central e cardiovascular.

Para acessar a apresentação da coletiva de lançamento, clique aqui.

Para acessar o Boletim Epidemiológico de Sífilis, clique aqui.

Para acessar a Campanha de Sífilis 2021, clique aqui.

Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis

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Apresentação Sífilis 202121.53 MB
Típo da notícia: Notícias do DCCI