Enfrentamento da sífilis na tríplice fronteira
Argentina, Paraguai e Brasil debatem estratégias para ações articuladas nessa região
Representantes dos programas de infecções sexualmente transmissíveis da Argentina, do Paraguai e do Brasil se reuniram nesta terça-feira (18) no Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, para debater estratégias para o enfrentamento da sífilis na região da tríplice fronteira.
Brasil, Argentina e Paraguai apresentaram o panorama atual da sífilis em seus respectivos territórios. Especificamente na região da tríplice fronteira, os municípios de Foz do Iguaçu (Brasil) e Ciudad del Leste (Paraguai) apresentam taxas de prevalência de sífilis superiores às respectivas médias nacionais.
O município de Puerto Iguazú, na Argentina, não possui fonte de informação para estimativa da prevalência de sífilis, mas estima-se que essa taxa seja muito similar à encontrada nos outros dois municípios da fronteira Brasil-Paraguai-Argentina. A alta prevalência de sífilis na região motivou esse encontro, em que ficou acordada a construção de um plano de enfrentamento para o agravo na tríplice fronteira.
O representante do Ministério da Saúde da Argentina, Jesse Maid, relatou que os diferentes sistemas de registro relacionados à sífilis no país estão em fase de integração. Maid ressaltou a importância de fortalecer os comitês de fronteira, reforçar os trabalhos de prevenção combinada e promover o uso de testes rápidos na região.
As representantes do Paraguai, Miriam Godoy Villalba e Alma Maria Barboza, do Ministério da Saúde Pública e do Bem-Estar Social, mencionaram que o país está informatizando os registros de notificação da sífilis, com o intuito de diminuir a subnotificação. Miriam Godoy citou, em sua apresentação, que desde 2010 os serviços de saúde do Paraguai dispõem de testes rápidos para sífilis, em especial, para as mulheres grávidas, desde a primeira consulta, e que as estratégias nacionais de enfrentamento à epidemia de sífilis adquirida e sífilis congênita estão concentradas no diagnóstico e tratamento oportuno da infecção, principalmente, na região de fronteira com o Brasil, Alto Paraná.
A diretora do DCCI, Adele Benzaken, apresentou o panorama epidemiológico da sífilis no Brasil e os principais desafios e estratégias do enfrentamento da epidemia. Adele Benzaken argumentou sobre a necessidade de desenvolver estratégias articuladas para o enfrentamento da sífilis na tríplice fronteira, com ações específicas voltadas para os grupos mais afetados pelo agravo.
Fernando Bornay Linares, professor titular de parasitologia da Universidade Miguel Hernández de Elche, da Espanha, apresentou uma ação bem-sucedida no combate à alta prevalência de sífilis congênita na população Mbya Guarani, na província de Misiones, na Argentina. “Agora é só monitorar e manter os serviços de saúde vigilantes nessa região”, ressaltou.
Proposta de Oficina de Prevenção Combinada em Itaipu para países do Mercosul
Em maio de 2017, aconteceu a reunião presencial da Comissão Intergovernamental de HIV/Aids do Mercosul em Buenos Aires. Nesse encontro, discutiu-se a necessidade de se estabelecer uma agenda comum entre os países, no âmbito dos comitês de fronteiras. Nesse contexto, um dos principais destaques e encaminhamentos do encontro foi a proposta brasileira de realizar uma oficina de prevenção combinada no segundo semestre de 2017, em Foz do Iguaçu, na estrutura de Itaipu Binacional, quando o Brasil assumirá a presidência do bloco. A oficina será ministrada para gestores municipais e sociedade civil das cidades de fronteiras.
Participaram da reunião: Rafael Gomes França, da Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde (AISA) do Ministério da Saúde do Brasil; Fernando Jorge Bornay Linares, da Universidade Miguel Hernández de Elche, da Espanha; Miriam Godoy Villalba e Alma Maria Barboza, do Ministério da Saúde Pública e do Bem-Estar Social do Paraguai; Jesse Maid, do Ministério da Saúde da Argentina, além de representantes das áreas de assistência e tratamento, laboratório, prevenção e articulação social, ações estratégicas, informações estratégicas e cooperação internacional do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (Brasil).
Assessoria de Comunicação
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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