Emoção marca encerramento de curso de formação de jovens lideranças em Brasília
Na Casa da ONU, em Brasília, Jorge Chediek – representante máximo do Sistema ONU no Brasil – falou aos 50 participantes do treinamento
“Cada um de nós é fundamental para construir um mundo melhor – um mundo que aceite a diversidade, que respeite os direitos humanos, e em que a gente possa controlar epidemias que estão muito relacionadas à nossa sociedade”, disse nesta segunda-feira (11/05) o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV) do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, durante o encerramento do primeiro Curso de Formação de Jovens Lideranças – Ativismo e mobilização social para a resposta e controle do HIV/aids.
A cerimônia foi realizada na Casa da ONU, em Brasília, em evento que lembrou o Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia – celebrado no dia 17 de maio – e que contou também com as presenças do coordenador-residente do Sistema Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek.
O treinamento – fruto de uma parceria entre o DDAHV, o Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV/Aids (Unaids), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) – foi realizado entre os dias 7 e 11 de maio, em Brasília, apenas para os 50 participantes selecionados e convidados.
Em comum, os selecionados têm idade entre 18 e 26 anos e o envolvimento com o ativismo – e a maioria integra as populações-chave consideradas prioritárias pelo DDAHV para o enfrentamento à epidemia de HIV/aids: gays, outros HSH, travestis, transexuais e profissionais do sexo. Outros trabalham com pessoas que usam drogas e redução de danos e alguns, ainda, integram outras duas populações consideradas vulneráveis: a de negros e indígenas.
Segundo Fábio Mesquita, “o curso superou as nossas expectativas”: “Sabemos que ele terá um impacto grande na militância e na capacidade que temos como sociedade brasileira”. O diretor agradeceu a todos pela participação e pelos esforços que virão, em continuidade ao trabalho iniciado no curso. “Vamos nos encontrar muitas vezes nesta luta por um mundo melhor”, completou, sob aplausos.
“Estou aqui na Casa da ONU para demonstrar nossa solidariedade pessoal e institucional com toda forma de combate a este preconceito inaceitável”, disse, em seu discurso, Jorge Chediek.
EMOÇÃO – O encerramento foi marcado por forte emoção – os participantes agradeceram a oportunidade oferecida e aproveitaram para se despedir uns dos outros – e pela discussão sobre os próximos passos a serem tomados na construção do ativismo consciente em HIV/aids.
“Acho que o curso foi um divisor de águas na vida de todos nós: entramos talvez imaturos, inseguros, e saímos como jovens líderes, conscientes, que precisam apenas de visibilidade e de oportunidade para falar”, disse o participante Onofre Malta Netto, 25, de São João de Meriti (RJ), ativista e enfermeiro na atenção primária em sua cidade, que participa de ações voltadas a pessoas em situação de vulnerabilidade social na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. “Esta foi uma experiência muito embrionária, muito visceral: eu desconstruí todos os meus conceitos e preconceitos para que, a partir da vivência com vocês, eu pudesse me transformar – e serei eternamente grato a todos vocês”, garantiu.
De acordo com a participante Gabriely Nascimento Varela, 20, de Natal (RN), “o curso foi maravilhoso para todo mundo”. “Saímos daqui com muita vontade de fazer algo, mesmo sabendo que haverá muita dificuldade pela frente – porque a gente tem de acreditar que vai conseguir, mesmo que seja utopia: são as utopias que nos movem, e precisamos correr atrás delas”, disse.
PROGRAMAÇÃO – No sábado (09/05), a programação do curso contou com as seguintes atividades: “Vivência teatral e sua aplicabilidade social” (Cristina Albuquerque/Unicef); “Ativismo e direitos humanos” (Ângela Pires/Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos); “Direitos humanos e populações-chave” (Andrey Lemos/DDAHV e Rafaelly Wiest/ABLT, entre outros); “Conceitos de vulnerabilidade e risco do HIV/Aids” (Ana Ferraz/CPAS/DDAHV); e “(des)Construindo gênero e sexualidades” (Carina Bernardes e Elisiane Pasini/CPAS/DDAHV) – entre dinâmicas e atividades de integração.
No domingo, (10/05), após uma atividade de aquecimento, a programação incluiu as atividades “Experiências de ativismo juvenil” (Caio Oliveira/UNICEF, entre outros); “Comunicação: estratégias para lidar com a mídia” e “Mídias sociais e ativismo” (ambas com Marcelo Oliveira/ASCOM/DDAHV e Daniel de Castro/ASCOM/Unaids, e convidados); e uma oficina de comunicação.
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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