DCCI substitui lopinavir por atazanavir no tratamento do HIV/aids
A medida tem por objetivo melhorar a qualidade do tratamento dispensado às pessoas que vivem com HIV
O Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle dos das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde (DCCI) irá substituir o medicamento lopinavir/ritonavir – mais conhecido por Kaletra® – pelo atazanavir/ritonavir para pessoas vivendo com HIV/aids acima de 12 anos de idade. Considerado obsoleto, o lopinavir está sendo excluído dos principais protocolos internacionais devido à alta toxicidade e aos efeitos colaterais tais como intolerância gastrintestinal e aumento do risco cardiovascular, além da posologia mais complexa, que requer o uso de quatro comprimidos ao dia. Nota técnica divulgada nesta quinta-feira (6) a todas as coordenações estaduais traz as informações técnicas para a substituição.
“Essa troca é benéfica para o paciente, pois o uso de medicações com melhor tolerabilidade, menor toxicidade e de fácil ingestão melhora a qualidade de vida do paciente e prolonga sua vida. Isso é fundamental para as pessoas que fazem uso de medicamentos ao longo do tempo, como é o caso das pessoas vivendo com HIV”, afirma a diretora DCCI, Adele Benzaken.
O atazanavir e o darunavir, medicamentos que serão utilizados na substituição, apresentam melhor posologia e menos efeitos colaterais em comparação ao lopinavir. O atazanavir é um inibidor de protease com dose única diária.
Pacientes que não possam fazer a troca para o atazanavir poderão ter seu medicamento substituído pelo darunavir, considerado o inibidor de protease mais moderno. Devem fazer a troca do lopinavir pelo darunavir pacientes com histórico de intolerância ao atazanavir, com histórico de doença renal ou com exposição prévia ao atazanavir sem reforço de ritonavir com resistência virológica.
Pacientes que se encontram em tratamento para tuberculose com uso de rifampicina e lopinavir ou em tratamento para hepatite C em uso de daclatasvir e lopinavir, poderão ser mantidos em lopinavir enquanto durar o tratamento para tuberculose ou hepatite C. Após o término desses tratamentos, deverão ter o lopinavir substituído por atazanavir ou darunavir, conforme critérios estabelecidos pelo DCCI.
TROCA – A troca do lopinavir pelo atazanavir como preferencial, ou darunavir de forma alternativa, deve ser feita para as pessoas com carga viral indetectável nos últimos seis meses, com boa adesão e sem manifestação clínica de falha imunológica.
A substituição deve ser feita de forma a não causar nenhum prejuízo terapêutico ou clínico aos pacientes. Por isso, antes da troca, é necessário fazer a revisão completa do histórico do uso do antirretroviral do paciente, incluindo resposta virológica, toxidades associadas e resultados de genotipagens anteriores. A realização de exame de genotipagem deve ser feita apenas para aqueles pacientes que apresentem carga viral detectável há mais de seis meses no esquema atual.
Essa revisão é fundamental para que a substituição seja feita de forma segura, sem causar prejuízos ao paciente. É importante também que o profissional de saúde esclareça aos seus pacientes os reais benefícios da troca, a fim de se evitarem transtornos emocionais e estresse às PVHIV diante da troca de medicação.
Os estabelecimentos de saúde devem priorizar as consultas para troca do lopinavir pelo atazanavir ainda em julho de 2017.
Acesse a Nota Informativa Nº 59 de julho de 2017 com a recomendação sobre a recomendação da substituição de Lopinavir/ritonavir 200mg/50mg (LPV/r) por Atazanavir/ritonavir 300mg/100mg (ATV/r).
Assessoria de Comunicação
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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