Conselho Regional de Farmácia realiza primeiro simpósio sobre ISTs do ano
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O auditório do Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal (CRF-DF) estava em sua lotação máxima para o Simpósio "A Atuação do Farmacêutico no Combate a Sífilis, HIV e Hepatites Virais", realizado na terça-feira (06), em parceria com o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) do Ministério da Saúde (MS) e a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC).
Na abertura do evento esteve presente o diretor substituto do DCCI, que também é coordenador de Vigilância e Prevenção de IST, Aids e Hepatites Virais, do MS, Gerson Fernando Mendes Pereira. Mais de 80 profissionais foram conferir a proposta do Simpósio, que foi alertar o profissional sobre a atuação frente aos pacientes com diagnósticos de Doenças Sexualmente Transmissíveis.
Para a conselheira regional, Drª Carmem Solange, o evento foi produtivo, pois em tão pouco tempo houve atualizações, capacitações, troca de informações e divulgação de importantes ferramentas de trabalho e foi uma oportunidade de o MS conhecer o trabalho feito pelos farmacêuticos no DF. “Trabalho este que extrapola a logística, o suprimento de insumos e medicamentos e se estende à assistência, ao cuidado. E essa prática também acontece no que se refere às ISTs”, observa.
Missão
Além dos eixos de atuação do farmacêutico, muito se falou sobre a primeira missão de qualquer profissional da área de saúde. “Despir de preconceitos para na hora do atendimento a esse paciente ou cliente o farmacêutico ser humano e profissional ao mesmo tempo, porque trabalhar com as doenças infecciosas é trabalhar com nosso lado humano”, diz a tecnologista de Vigilância em Doenças Transmissíveis, do quadro do Ministério da Saúde, Dra. Daniela Soares.
A farmacêutica-bioquímica, Drª Pâmela Gaspar, ministrou palestra sobre diagnóstico de sífilis. Além de ficar satisfeita com o fato de o CRF/DF ter abraçado a ideia de preparar os farmacêuticos para esse atendimento, observou a inclinação do público para o tema. “Achei que foi ótima a participação. O público bem interessado. Foi realmente um prazer compartilhar esse momento com a classe farmacêutica”, disse a palestrante.
Para a presidente da autarquia, Drª. Gilcilene Chaer, as orientações sobre a sífilis foi um dos momentos mais importantes do simpósio, pois vem crescendo o número de casos da doença em Brasília. “O farmacêutico deve estar apto a orientar sobre os testes, sobre os possíveis sinais de sintomas e como elas devem proceder em caso de suspeita de um diagnóstico”, enfatizou a farmacêutica que também é Dra. em Ciências da Saúde. Neste sentido, como avaliou o conselheiro federal pelo DF, Dr. Forland Oliveira, “quem ganha com isso é a sociedade que está cada vez mais contando com serviços de saúde na farmácia comunitária com profissionais qualificados, sempre atualizados e de acesso mais fácil e rápido”, ponderou.
Inquietações
A Dra. Andreia Apolinário, formada há cinco anos, optou pelo simpósio porque busca por atualizações que a posicionem melhor no mercado de trabalho. “É um tema que gera um pouco de desconforto, mas é preciso saber mais sobre ele para vencer essa barreira e estar preparada para atender os pacientes”, revelou. Para a farmacêutica, a inquietação do público com o tema enriqueceu o evento. “Suscitou muita participação e os levantamentos polêmicos logo no início mostraram o quanto nós farmacêuticos estamos empenhados com esse atendimento e sabemos que seremos demandados nele”, explicou.
Apolinário se referia à Drª Liliana Correa, que pediu fala sobre o assunto antes mesmo da primeira palestra começar. “Minha preocupação é com o nosso preparo para lidar com este paciente. Como abordar? Como proceder nesse acolhimento?”, questionou.
As intervenções ao longo do dia mostraram a preocupação com o acolhimento dos clientes que optarem por comprar o kit de teste rápido em Farmácias e Drogarias – produto já disponível no comércio brasileiro. “Muito provavelmente, se esse cliente leva o teste para casa e o resultado é positivo, ele vai retornar cheio de dúvidas e o profissional não vai poder recebê-lo com ar de espanto. Daí a importância da busca por conhecimentos sobre as doenças e os tratamentos existentes”, explica a Dra. Daniela Soares enfatizando ainda que o autoteste não é um produto da rede pública de saúde. “O farmacêutico tem que se empoderar dessa responsabilidade de encaminhar esse cliente para as linhas de cuidado no SUS, e para isso tem que conhecer a estrutura que o sistema público dispõe para atendimento dessas pessoas, e se empoderar de conhecimentos para sustentar o atendimento a esse paciente”, defende a tecnologista de Vigilância em Doenças Transmissíveis, ao justificar a relevância do encontro do dia.
A presidente do CRF/DF reconhece que, apesar da proposta do simpósio ter sido mais ampla, o Conselho está empenhado na qualificação do profissional que vai lidar com o paciente que optar pelo autoteste. “O trato com o cliente que opte pelo autoteste é uma das nossas preocupações porque quando ele retornar ao estabelecimento será apenas ele e o farmacêutico e não podemos deixar de oferecer um atendimento de excelência e com propriedade sobre o assunto”, ressalta a presidente.
Formação continuada
Além de ficar atento a agenda de eventos do CRF/DF, os farmacêuticos podem seguir a dica da Dra. Daniela Soares e através do endereço www.telelab.aids.gov.br participarem dos cursos de formação continuada oferecidos pelo Ministério da Saúde. Os cursos são destinados aos profissionais da área de saúde que querem aprimorar os conhecimentos para melhor atender aos pacientes com ISTs.
Fonte: Ascom/CRF/DF