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Avanços e inovações no combate ao HIV no Brasil

Cenário da epidemia no Brasil e as ações de tratamento e prevenção foram apresentados no Congresso HIV e Hepatites nas Américas

07.04.2017 - 16:29
04.11.2022 - 10:38

A participação dos jovens no Congresso HIV e Hepatites nas Américas foi destacada pela diretora do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), Adele Benzaken, na quinta-feira (06). “É uma oportunidade ímpar participar deste encontro científico, principalmente porque vejo muitos jovens na plateia, presença indispensável atualmente nos debates sobre HIV/Aids”.

Em seguida, apresentou um resumo do cenário brasileiro no enfrentamento ao HIV/Aids no país, com destaque para a atualização do protocolo de transmissão do HIV com a incorporação do medicamento dolutegravir.  “O novo medicamento, que foi incluído na rede pública de saúde, o SUS, a partir de janeiro, beneficiará cerca de 110 mil pacientes em 2017. Este é mais um avanço da saúde pública brasileira no tratamento ao HIV/Aids”, afirmou Adele Benzaken.

“A importância do serviço de notificação do HIV no Brasil, que teve início em 2013, tornou-se hoje um instrumento indispensável para o monitoramento desse agravo”, explicou a diretora. O tratamento das pessoas vivendo com HIV/Aids no país tem sido efetivo e eficiente ao longo desses anos e os os níveis de mortalidade estão estáveis, e que é um grande desafio mantê-lo estagnado e impedir o seu avanço. “A epidemia no Brasil é concentrada em populações-chave. Está em estudo a elaboração do protocolo de transmissão vertical. Por meio de lei editada em 1996, tornou-se obrigatório ao governo prover o tratamento das pessoas vivendo com HIV/Aids na rede pública de saúde, gratuitamente”, destacou.

Adele Benzaken afirmou que há muito para avançar e inovar no tratamento do HIV/Aids no Brasil e que a questão não se resume somente a tratamento. Envolve também um conjunto de ações e estratégias que precisam ser analisadas e inovadas. A diretora ditou que o Brasil é um país de dimensões continentais, o que exige um gerenciamento com visão ampla e planejamento estratégicos para cada região.

Na fase dos debates, Adele Benzaken enfatizou a importância de os países do Mercosul traçarem ações em parceria, principalmente no campo comercial, na aquisição de medicamentos, visando obter preços mais baixos em compra conjunta de grande quantidade.

“Os anos 90 nas Américas” foi o tema do painel realizado à tarde, sob a coordenação de Adele Benzaken, junto com Juan Sierra Madero, representante do México.  Especialistas da Argentina, Chile e Brasil abordaram a testagem, tratamento, adesão e retenção, e priorização ao tratamento de HIV/aids no contexto das metas 90-90-90.

O especialista Marcelo Losso, do México, destacou a testagem como elo contínuo de tratamento. Pedro Cahn, da Argentina, comentou a dimensão política e social da questão que envolve o tratamento do HIV em seu país.

Do Chile, Carlos Beltran, expôs a questão do aumento de novos casos em populações jovens, entre 15 e 29 anos, em seu país. Ele citou que os casos de HIV em pessoas acima de 50 anos também têm crescido. “Há necessidade e urgência de implementar novas estratégias para melhorar a adesão e retenção ao tratamento de jovens e pessoas acima de 50 anos”, afirmou Beltran. Mauro Schechter, do Brasil, enfatizou a importância de encurtar a distância entre o diagnóstico e tratamento. “Diagnóstico positivo, tratamento imediato”, disse. E ressaltou o papel do aconselhamento para fortalecer a vinculação ao tratamento.

Adele Benzaken ressaltou que é inconcebível ver que ainda há um alto número de mortalidade de pessoas vivendo com HIV. “Nos tempos atuais, quando há tratamento eficaz e gratuito disponível, isso é inaceitável. Esse é um grande desafio que precisa ser enfrentado hoje”, concluiu. 

O Congresso de HIV e Hepatites nas Américas 2017 ocorre até 8 de abril. No último dia do Congresso, a Diretora do DCCI fará a palestra com enfoque na ampliação do acesso ao tratamento da Hepatite C, as prioridades e superação de barreiras a esse agravo, com a participação de Estados Unidos e Argentina.

Assessoria de Comunicação
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis

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Típo da notícia: Notícias do DCCI