CÂMARA DOS DEPUTADOS

Audiência pública debate HIV/aids na população idosa

Incentivo à testagem por pessoas acima de 60 anos e tabus sobre a sexualidade nessa faixa etária foram temas da reunião

18.05.2018 - 20:04
04.11.2022 - 10:42

 

[node:title]O coordenador-geral de Ações Estratégicas em IST, Aids e Hepatites Virais do Departamento de IST, HIV e Hepatites Virais (DCCI),  Gerson Fernando Mendes Pereira, participou nesta quinta-feira (17), na Câmara dos Deputados, de uma audiência pública sobre aumento de casos de infecção de HIV em pessoas acima de 60 anos. A reunião foi convocada pela deputada federal Carmen Zanotto (PPS-SC) para a Comissão de Defesa das Pessoas Idosas.

Segundo o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2017, foram registrados 2.217 casos de aids no Brasil, em 2016, entre pessoas com 60 anos de idade ou mais. Em 2015, houve 2.152 casos. A taxa de detecção manteve-se estável com 9,3 casos para cada 100 mil habitantes em 2016; em 2015, a taxa era de 9 casos. Já nos casos de HIV, o Brasil apresentou 1.294 ocorrências em pessoas a partir dos 60 anos, em 2016, e 1.125, em 2015.

O representante do DCCI destacou que além do HIV, deve-se também ampliar o debate para a prevenção à sífilis e às hepatites B e C. “Essas doenças também são recorrentes nessa faixa etária, pois sabemos que as pessoas acima dos 60 anos mantêm relacionamento sexual e, portanto, correm riscos se não se prevenirem”, reiterou. Gerson lembrou ainda que hoje graças ao tratamento para o HIV, as pessoas estão vivendo mais e com qualidade de vida.

A presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, Valéria Lima Fernandes, citou a estratégia Prevenção Combinada – norte da atual resposta brasileira ao HIV – como uma bem-vinda ampliação das formas de se evitar o HIV. “E precisamos incentivar campanhas de testagem nas pessoas acima de 60 anos”, afirmou. Valéria destacou, ainda, que a pessoa infectada com HIV a partir dos 50 anos já é considerada idosa, devido ao seu quadro clínico. “O idoso com HIV tem maior risco de comorbidades, que ocorrem com até quatro vezes acima maior frequência neles do que entre pessoas não infectadas”.

A visão pejorativa sobre a expressão da sexualidade na velhice foi abordada pela coordenadora de Saúde da Pessoa Idosa da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Maria Cristina Hofmann. “Existe ainda uma educação repressora e preconceito da sociedade e dos próprios idosos quanto à atividade sexual”, afirmou. A coordenadora destacou que os profissionais de saúde precisam dialogar com as pessoas a partir dos 60 anos de idade e solicitar exames de sorologia para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis – e não se limitar apenam a detectar os sintomas, associando-os a outras doenças comuns nesta faixa etária.

Também participaram da audiência pública o presidente da ONG Amigos da Vida, Christiano Ramos, e o secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Rogério Ulson.

Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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Típo da notícia: Notícias do DCCI