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2017 foi um ano de conquistas para a resposta brasileira ao HIV, às IST e às hepatites virais
RETROSPECTIVA
2017 foi um ano de conquistas para a resposta brasileira ao HIV, às IST e às hepatites virais
Entre os destaques estão a agenda de sífilis, a ampliação do tratamento para pacientes com hepatites, a inclusão de PrEP no SUS e a maior visibilidade para as questões que afetam a população trans
29.12.2017 - 15:13
última modificação:
04.11.2022 - 10:41
O ano de 2017 registrou avanços expressivos para a resposta brasileira ao HIV, às hepatites virais e às infecções sexualmente transmissíveis (IST). A seguir, alguns destaques.
No primeiro mês de 2017, em parceria com a campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) “Livres & Iguais”, o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DCCI) do Ministério da Saúde lançou o webdocumentário PopTrans em homenagem ao Dia de Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro. O filme – que apresenta seis brasileiros trans e sua relação com o Sistema Único de Saúde (SUS) – foi produzido pelo DCCI ao lado do Departamento de Apoio à Gestão Participativa (DAGEP/MS), da Rede Nacional de Pessoas Trans (RedeTrans), da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e do Instituto Brasileiro de Transmasculinidade (Ibrat).
Já o mês de fevereiro foi marcado pela tradicional campanha de Carnaval e pela chegada ao Brasil do medicamento antirretroviral dolutegravir – nova alternativa para pessoas vivendo com HIV, com menos efeitos colaterais. O medicamento é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que reduz o risco de transmissão do HIV, também dominou a pauta do Departamento a partir de maio de 2017 – quando o registro da droga (tenofovir e entricitabina) foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) submetido à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e por ela aprovada. A profilaxia passou a integrar o variado leque de alternativas da Prevenção Combinada, estratégia adotada pelo DCCI em 2013 como parte da celebrada resposta nacional ao HIV.
Em seguida, O DCCI dedicou-se ao Julho Amarelo e a uma variada agenda em torno do Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais – celebrado em 28 de julho. O mês de julho também foi marcado pela participação do Brasil, por meio do DCCI, na 9ª Conferência IAS sobre Ciência do HIV (IAS2017), em Paris, França. A conferência é o maior evento científico aberto sobre assuntos relacionados ao HIV/aids no mundo.
Setembro, por sua vez, abrigou o 11º Congresso de HIV/Aids e o 4º Congresso de Hepatites Virais (HepAids2 2017), realizados em Curitiba (PR) para debater os principais temas inerentes a esses agravos. Cerca de 3 mil pessoas – entre pesquisadores, profissionais de saúde e representantes da sociedade civil – participaram do evento. Durante o Congresso, o Departamento lançou seis protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas: Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos, Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, Profilaxia Pós-Exposição ao HIV, Manejo da Infecção pelo HIV em Crianças e Adolescentes, Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais, e Hepatite C.
Em outubro, como parte da agenda do Ministério da Saúde contra a sífilis, o DCCI anunciou o reforço em seu orçamento com emenda parlamentar de R$ 200 milhões para conter o avanço da doença. O Ministério assumiu a compra centralizada da penicilina. Foram destinados R$ 13,5 milhões para a aquisição de 2,5 milhões de ampolas de penicilina benzatina, para o tratamento da sífilis adquirida e em gestantes, além de 450 mil ampolas da penicilina cristalina, para tratar a doença em bebês. A quantidade garantirá o abastecimento da rede pública até 2019.
Em novembro, com enorme sucesso, o Brasil sediou a Cúpula Mundial de Hepatitis 2017 (World Hepatitis Summit 2017), reunindo pessoas do mundo inteiro para este que é o mais importante evento internacional a discutir a agenda de hepatites virais. Bienal, a Cúpula é realizada sempre em parceria de um país-sede (neste caso, o Brasil), a World Hepatitis Alliance (WHA) e a OMS. Esta foi a segunda edição do evento e marcou o protagonismo do Brasil também no campo das hepatites. A propósito: em 2017, o Ministério da Saúde passou a oferecer um novo tratamento para todas as pessoas diagnosticadas com hepatite C, independentemente do grau de comprometimento do fígado. Os medicamentos sofosbuvir, daclatasvir ou simeprevir, que apresentam cura de cerca de 90%, estão disponíveis nas unidades básicas de saúde, conforme solicitado pelos estados.
Ainda em novembro, o DCCI lançou o seu Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, com os resultados do ano de 2016 e primeiro semestre de 2017, até 30 de junho. O documento ampliou a gama de indicadores relacionados às pessoas em terapia antirretroviral (TARV), trazendo informações – além daquelas referentes à supressão viral – sobre a retenção e o abandono de tratamento.
O ano foi fechado com uma grande notícia para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro: a PrEP foi colocada à disposição em 36 serviços do SUS de 22 cidades brasileiras. Os serviços começaram a receber o medicamente no dia 18 de dezembro. Nesta primeira etapa da implantação, serão atendidos Amazonas (Manaus), Bahia (Salvador), Ceará (Fortaleza), Distrito Federal (Brasília), Minas Gerais (Belo Horizonte, Uberlândia, Juiz de Fora e Passos), Pernambuco (Recife), Paraná (Curitiba), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, Niterói e Duque de Caxias), Rio Grande do Sul (Porto Alegre), Santa Catarina (Florianópolis) e São Paulo (São Paulo, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São Bernardo do Campo e São José do Rio Preto). Neste primeiro momento, terão prioridade no acesso à PrEP as populações mais expostas ao risco de infecção pelo HIV: gays e outros homens que fazem sexo com homens; trabalhadoras do sexo; casais sorodiferentes (quando um vive com o vírus e o outro não); travestis e pessoas trans.
Além disso, conforme anunciado nas celebrações do Dia Mundial de Luta contra a Aids deste ano que termina, a cidade de Curitiba alcançou em dezembro a almejada Certificação de Eliminação da Transmissão Vertical do HIV do Ministério da Saúde, por estar agora livre dessa forma de transmissão do vírus.
Segundo a diretora do Departamento, “os avanços alcançados em 2017 nos impulsionam a enfrentar com coragem redobrada os desafios que ainda se apresentam na resposta às IST, ao HIV/aids e às hepatites virais”.
Assessoria de Comunicação
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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Típo da notícia: Notícias do DCCI