Complicações
Quais são as complicações da hanseníase?
As complicações da hanseníase, muitas vezes, se confundem com a evolução do próprio quadro clínico da doença. Muitas dependem da resposta imune dos indivíduos acometidos, outras estão relacionadas com a presença do M. leprae nos tecidos e, por fim, algumas das complicações estão ligadas às lesões neurais características da hanseníase.
Complicações diretas
São aquelas decorrentes da presença do bacilo na pele e outros tecidos, principalmente em quantidades elevadas, como é o caso dos pacientes multibacilares com alta carga bacilar.
Complicações devido à lesão neural
São decorrentes do comprometimento sensitivo e motor, e, quando não tratadas oportunamente, podem levar à limitação funcional (incapacidade). Uma complicação decorrente de lesão neural também pode limitar ou inviabilizar a participação do indivíduo em espaços sociais e comunitários, visto que a dor neuropática e as incapacidades podem impedir a realização de algumas atividades como a locomoção, realizar atividades manuais finas e a prática de alguns esportes.
Complicações devido às reações
São alterações do sistema imunológico, que se expressam por meio de manifestações inflamatórias agudas e subagudas, ocorrendo com maior frequência nos casos multibacilares, durante ou depois do tratamento com Poliquimioterapia Única (PQT-U)
Sinais e sintomas como febre alta, dor no trajeto dos nervos, surgimento de lesões da pele (placas ou nódulos) e piora do aspecto de lesões que já existiam previamente são denominadas reações hansênicas ou estados reacionais.
Para o estado reacional é imprescindível determinar o tipo de reação (tipo 1 ou tipo 2) para estabelecer o tratamento adequado. Para as reações tipo 1 utiliza-se a prednisona.
Nas reações de tipo 2, as manifestações clínicas são a neurite e o Eritema Nodoso Hansênico (ENH), podendo também ocorrer a manifestação de ambas as reações. O ENH é tipo de reação mais frequente nas pessoas acometidas pela hanseníase e caracteriza-se por apresentar nódulos subcutâneos dolorosos, acompanhados ou não de febre, dores articulares e mal-estar generalizado, com ou sem espessamento e dor de nervos periféricos (neurite). Para as reações de tipo 2 utiliza-se a talidomida.
Entretanto, nos casos em que houver reação crônica ou subintrante, e que não responderem à talidomida, recomenda-se a clofazimina. Recomenda-se ainda a pentoxifilina como esquema terapêutico alternativo para as reações tipo 2.
Mais informações sobre a talidomida podem ser vistas no campo Tratamento medicamentoso: http://www.aids.gov.br/pt-br/hanseniase/tratamento