Campanha: Homens que fazem Sexo com Homens (HSH) - 2002

Campanha: Homens que fazem Sexo com Homens (HSH) - 2002
Data da campanha: 
2002

 

O ministro da Saúde, Barjas Negri, e o coordenador nacional do Programa de DST e Aids, Paulo Teixeira, lançam a campanha de prevenção à aids voltada para os homossexuais. O objetivo é estimular o uso frequente da camisinha nas relações sexuais entre homens e reduzir o preconceito da sociedade, em particular entre profissionais de saúde e da educação e familiares, em relação às diferenças sexuais. 

Os grupos de homossexuais que trabalham em parceria com o Ministério da Saúde e pesquisadores nacionais e internacionais concordam em dizer que a discriminação e o preconceito levam o homossexual, principalmente os mais jovens, a se distanciar das fontes de informação. Isso dificulta a adoção de uma postura mais proativa na prevenção, colocando-os, dessa forma, em risco de infecção pelo HIV. 

Estudo do Ministério da Saúde mostra que homens que fazem sexo com homens têm 11 vezes mais risco de contrair o vírus da aids, se comparados com homens que mantêm relações sexuais apenas com mulheres. Atualmente, 0,4% da população heterossexual masculina está infectada pelo HIV, contra 4,5% dos que mantêm relações homossexuais. 

Apesar de ser um grupo com elevado grau de conhecimento sobre formas de contágio e prevenção - pesquisa da ABIA (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids) revela que 90% dos homossexuais conhecem as formas de contágio e prevenção -, após um período de redução de casos de aids entre homens que fazem sexo com homens, o número voltou a crescer. A partir de 1996 aumenta 4% ao ano (em 1996 foram 4.147 casos e, em 2001, 5.400 casos), notando-se essa elevação com mais intensidade entre os mais jovens (taxa de crescimento de 8,7% entre 15 a 24 anos; 3,4% entre 25 a 34 anos; 3,1% entre 35 e 44 anos). 

Dados do Boletim Epidemiológico de Aids indicam que, dos 222.356 casos de aids registrados pelo Ministério da Saúde desde o início da epidemia, 52.120 se referem à transmissão homossexual e à bissexual. E, desde 1996, quase a metade (49%) dos casos de infecção pela via sexual em homens com mais de 13 anos foi observada no grupo de homo/bissexuais masculinos. 

Com base nessas informações, o Ministério da Saúde desenvolveu uma campanha em três linhas estratégicas consideradas essenciais para a redução do preconceito e para o aumento do uso do preservativo:

  • A Campanha de Massa dirigida à população geral contará com uma peça para TV ("Respeitar as diferenças é tão importante quanto usar camisinha"), uma peça para Cinema ("Fantasias", produzida pela CE-DST/AIDS de SP) e anúncio em revistas de grande circulação ("Use camisinha com seu namorado" também é uma conversa de pai para filho).   
  • A intervenção direta com apoio da Sociedade Civil, na qual 80 grupos de homossexuais distribuirão material de prevenção (filme para salas de cinema frequentadas por homossexuais - "Exibicionista"; cartazes; filipetas; adesivos; chaveiro para sauna; baleiros com preservativo para bares e boates e, ainda, anúncios em formato de classificados em revistas segmentadas).   
  • Além disso, o Ministério da Saúde quer sensibilizar os profissionais de saúde e de educação para torná-los peças importantes na aceitação das diferenças de orientação sexual, atuando contra o preconceito e pela prevenção às DSTs e à aids. Serão distribuídos materiais para escolas (cartazes; fôlderes para professores e filme educativo para alunos) e para os serviços de saúde (cartazes e fôlderes para profissionais de saúde).

Resultados da Pesquisa de Retorno (Recall) da Campanha Nacional sobre Homossexuais veiculada nos meios de comunicação (TV e Revista) promovida pela Coordenação Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde e realizada pelo NEPAIDS (em formato powerpoint)