Campanha de Carnaval: Pela camisinha não passa nada. Use e confie - 2004
Por que o tema do Carnaval será novamente a promoção ao preservativo?
Historicamente, o Ministério da Saúde promove o preservativo durante o período de Carnaval por meio de campanha de comunicação de massa e da distribuição extra de preservativos para o período de festas. Já existe até uma expectativa por parte da própria população em relação a essa ação. Das três campanhas de massa promovidas pelo Ministério da Saúde durante o ano, a campanha de preservativos para o Carnaval é definitivamente a mais lembrada pela população.
Esta não é uma tentativa de rebater as declarações da Igreja Católica de que o preservativo não é seguro contra o vírus da aids?
Não. A campanha foi elaborada após análise da pesquisa comportamental encomendada ao IBOPE em 2003 que sinalizou que aproximadamente 15% da população sexualmente ativa (cerca de 14 milhões de pessoas) não acreditam totalmente na eficácia do preservativo. Ainda prevalece a crença de que o preservativo pode deixar passar o vírus da aids ou rasgar durante a relação sexual. Nesse sentido, informação e orientação direta à respeito da segurança do preservativo, quando usado de maneira correta e consistente, aumentará a confiança no produto, ampliando o uso e a proteção à população.
Então os índices de uso do preservativos são considerados baixos?
Não. Os índices de uso do preservativo no Brasil estão na média de países considerados desenvolvidos. Entretanto, apesar das insistentes campanhas de promoção ao preservativo, a sua utilização depende de diversos fatores, inclusive do conhecimento sobre as formas de uso e sobre a segurança do preservativo.
O preservativo possui poros?
Não. Sempre houve um grande questionamento em torno da existência de poros nos preservativos em decorrência da própria matéria-prima utilizada na sua fabricação, o látex. Entretanto, esta hipótese não se confirmou nas duas mais importantes pesquisas que buscavam detectar poros naturais nos preservativos. Na mais recente delas, datada de 1993, do National Institute of Health (NIH) / Estados Unidos, utilizou-se um microscópio eletrônico para ampliar os preservativos duas mil vezes e nenhum poro foi encontrado, mesmo quando os preservativos foram esticados. Outro estudo, datado de 1989 pelo The Consumers Union, demonstrou que nenhuma das marcas de preservativos mais utilizadas no mundo apresentavam poros (mais de 40 foram testadas). Nesse estudo, a microscopia eletrônica também foi utilizada nos preservativos esticados, mas com a magnificação de X 30.000, na qual é possível observar partículas do tamanho do HIV, e novamente não houve confirmação de poros.
Mas mesmo não tendo poros, existe a possibilidade do preservativo estourar.
A grande maioria das pesquisas sobre o rompimento do preservativo durante a relação sexual indica que a possibilidade de ocorrer um rompimento não chega a 5% dos preservativos utilizados. A pesquisa realizada pelo The Consumer Union detectou índices de rompimento do preservativo inferiores a 1%. Os problemas de rompimento são atribuídos muito mais ao uso incorreto, à inexperiência, do que à qualidade do preservativo em si. Outros fatores também interferem no rompimento do preservativo como uso de lubrificantes contraindicados para uso junto com o látex, o armazenamento incorreto e a reutilização da camisinha.
Então a campanha também pretende ensinar a usar o preservativo?
Sim. Esta é uma das mensagens contidas na campanha. O filme e as peças que serão distribuídas durante o Carnaval, trarão informações sobre como colocar o preservativo corretamente. Este ano a parceria com estados, organizações não governamentais e universidades, que já fazem um trabalho reconhecido de oficinas de sexo seguro durante o Carnaval nos locais de maior concentração de foliões, foi intensificada, possibilitando maior atenção ao aspecto educativo.
O preservativo gratuito, distribuído pelo Ministério da Sáude, é tão confiável quanto os preservativos de marcas que estão à venda no Brasil?
A confiança no preservativo que é distribuído e comercializado no Brasil deve partir de um único referencial, o selo do Inmetro. Se a embalagem contiver este selo, existe a garantia de que o preservativo está certificado no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação em conformidade com as prescrições da resolução RDC nº 3 da Anvisa e a portaria do Inmetro nº 50, de 28/03/2002, que estabelecem requisitos para esse produto, seja ele distribuído gratuitamente ou comercializado. Os preservativos brasileiros, tanto os fabricados no Brasil quanto os importados, são considerados produtos de certificação compulsória pelo Inmetro e pela Anvisa.
Por que a campanha pretende atingir somente os homens, se muito se fala atualmente sobre a vulnerabilidade das mulheres frente ao HIV/aids?
Porque os homens são os maiores consumidores do preservativo. A mesma pesquisa do IBOPE indica que 65% dos preservativos vendidos no Brasil são adquiridos por homens, contra 35% das mulheres. Queremos reforçar a responsabilidade deles no controle da epidemia, já que são os maiores compradores. Mas, apesar da campanha ter como público-alvo os homens, ela foi pré-testada por públicos femininos e teve grande aceitação. Acreditamos, assim, que ela será entendida e assimilada também pelas mulheres, que cada vez mais assumem um papel ativo na adoção do preservativo como prática sexual segura.
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Carnaval Axé (MP3, 944.49 KB) | 944.49 KB |
Carnaval Frevo (MP3, 924.49 KB) | 924.49 KB |
Carnaval Samba (MP3, 929.8 KB) | 929.8 KB |
Cartaz (JPG, 2 MB) | 2 MB |
Outdoor (JPG, 18.73 KB) | 18.73 KB |
Praguinha (JPG, 17.72 KB) | 17.72 KB |
Ventarola (JPG, 15.35 KB) | 15.35 KB |