Perguntas frequentes
O uso de álcool e outras drogas pode alterar seus sentidos e sua capacidade de decisão quanto ao uso do preservativo e de estratégias de proteção para uso de drogas. A redução de danos consiste em um repertório de cuidado, consituído de um conjunto de estratégias singulares e coletivas voltadas para as pessoas que usam, abusam ou dependem de drogas. Incluem-se nas estratégias de prevenção a recomendação do não compartilhamento de instrumentos e a utilização de materiais descartáveis, inclusive para o uso de silicone industrial e hormônios entre pessoas trans.
O acolhimento, a promoção da saúde e o cuidado nos serviços é um direito de todas as pessoas, independentemente do uso de álcool e outras drogas, silicone industrial e hormônios.
"PrEP" é a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV. A palavra "profilaxia" significa prevenir ou controlar a disseminação de uma infecção ou doença. O objetivo da PrEP é prevenir a infecção pelo HIV, caso ocorra exposição ao vírus. Isso é feito tomando diariamente uma pílula que contém dois medicamentos (tenofovir + entricitabina).
A medicação usada para a PrEP é uma combinação de duas drogas, o tenofovir e a entricitabina. Esses medicamentos funcionam bloqueando alguns “caminhos” que o HIV usa para infectar seu organismo. Se você tomar PrEP diariamente, a medicação pode impedir que o HIV se estabeleça e se espalhe em seu corpo. Se você não tomar os comprimidos todos os dias, pode não haver concentração suficiente do medicamento em sua corrente sanguínea para bloquear o vírus.
No Brasil, cerca de 40 mil pessoas são infectadas pelo HIV a cada ano. A epidemia de HIV tem afetado desproporcionalmente alguns grupos de pessoas, mais do que outros. A PrEP é mais uma opção de prevenção para as pessoas se protegerem do vírus causador da aids.
A PrEP não é para todos. Médicos(as) e enfermeiros(as) prescrevem a PrEP para pessoas que tenham maior chance de entrar em contato com o HIV por terem dificuldade ou não usarem preservativos nas relações sexuais, principalmente nas relações anais. Os públicos prioritários para PrEP são as populações-chave, que concentram a maior número de casos de HIV no país: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH); pessoas trans; trabalhadores(as) do sexo e parcerias sorodiferentes (quando uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não).
O simples pertencimento a um desses grupos não é suficiente para prescrição da PrEP. Ela poderá ser indicada para pessoas pertencentes aos grupos prioritários citados, que realizaram sexo anal ou vaginal sem preservativo nos últimos seis meses e/ou apresentaram episódios frequentes de IST ou ainda uso repetido da PEP.
Se você acha que pode ter alto risco para adquirir o HIV, fale com um profissional de saúde sobre a PrEP. Se você e o profissional concordarem que a PrEP pode lhe ajudar a se prevenir, será necessário fazer o teste anti-HIV, realizar exames de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e checar se seus rins e fígado estão funcionando bem, por meio de um exame de sangue. Se esses exames estiverem adequados, você poderá usar a PrEP.
Usar a PrEP vai demandar que você faça visitas regulares ao serviço de saúde, realize exames de acompanhamento para ver se seu organismo está reagindo bem aos medicamentos e busque sua medicação a cada três meses. Você deve tomar o comprimido todos os dias como prescrito e os profissionais de saúde irão orientar você sobre a melhor maneira de se lembrar de tomá-lo regularmente. Informe a eles se você tiver problemas para se lembrar de tomar o medicamento ou se você quiser parar de usar a PrEP.
Você não deve parar de usar preservativos porque está tomando a PrEP. Se a PrEP for tomada diariamente, ela protegerá você contra a infecção pelo HIV, mas não 100%. Os preservativos também oferecem uma grande proteção. A PrEP não protege de outras infecções sexualmente transmissíveis (tais como sífilis, clamídia e gonorreia), mas a camisinha pode preveni-las. Então, você terá mais proteção contra o HIV e outras infecções sexuais se você tomar a PrEP diariamente e usar preservativos durante as relações sexuais.
Sim, diversos estudos mostraram que a PrEP reduz o risco de adquirir o HIV. A PrEP foi testada em vários estudos com homens que fazem sexo com homens, homens que fazem sexo com mulheres e mulheres que fazem sexo com homens. Todas as pessoas nesses estudos: (1) fizeram teste de HIV no início da pesquisa para ter certeza de que não estavam infectadas pelo HIV; (2) concordaram em tomar um comprimido de PrEP diariamente; (3) receberam orientações sobre sexo seguro; (4) foram testadas regularmente para infecções sexualmente transmissíveis (IST); e (5) receberam preservativos regularmente.
Os homens que fazem sexo com homens que receberam PrEP tiveram, em média, 44% menos chances de adquirir a infecção pelo HIV. Entre os homens que disseram ter tomado a maioria dos medicamentos diariamente, a PrEP reduziu o risco de infecção pelo HIV em 73%, em alguns casos chegando até 92%, dependendo da adesão ao medicamento.
Entre os casais sorodiferentes de homens e mulheres (onde um parceiro tinha HIV e o outro não), aqueles que receberam PrEP tiveram 75% menos chance de serem infectados. Entre aqueles que disseram ter tomado a maioria dos comprimidos diários, a PrEP reduziu o risco de infecção pelo HIV em até 90%.
Os estudos indicam que é seguro tomar a PrEP. Algumas pessoas tiveram efeitos colaterais, como dor de estômago ou perda de apetite, mas estes foram leves e geralmente passaram no primeiro mês. Algumas pessoas também tiveram uma leve dor de cabeça. Não foram observados outros efeitos adversos graves. Se você iniciar a PrEP, deve informar a seu médico se sentir esses ou outros sintomas de forma grave ou não, se eles não passarem.
Se você faz sexo anal, a PrEP leva 7 (sete) dias para proteger você do HIV. Por isso, espere esse tempo para alcançar a proteção ideal do medicamento nessa região do corpo.
No tecido vaginal, o medicamento demora mais para alcançar a concentração ideal de proteção. Por isso, se estiver começando a tomar PrEP hoje, espere 20 (vinte) dias para ter relações vaginais.
Não. Você deve discutir este assunto com seu médico. Há vários motivos que fazem as pessoas pararem de tomar a PrEP. Se o risco de contrair infecções pelo HIV diminuir por causa das mudanças que ocorrem em sua vida (redução do número de parcerias, uso consistente do preservativo etc.) você pode querer parar de tomar PrEP. Se você achar que não quer tomar um comprimido todos os dias ou muitas vezes se esquece de tomar os comprimidos, outros métodos de prevenção podem funcionar melhor para você. Se você tiver efeitos colaterais da medicação que interferem na sua vida ou se os exames de sangue mostrarem que o seu corpo não está reagindo bem à PrEP, o médico pode interromper essa profilaxia.
Não. A PrEP é a combinação de dois medicamentos e não funciona da mesma forma que uma vacina. Quando você toma uma vacina, ela pode proteger você por muitos anos. Já a PrEP, para fazer efeito, deve ser tomada todos os dias para proteger do HIV. A PrEP não funciona se você parar de tomá-la.
A PrEP está disponível em serviços específicos habilitados para oferecer a profilaxia. Veja aqui a lista de endereços.
A PEP – Profilaxia Pós-Exposição – é o uso de medicamentos antiretrovirais por pessoas após terem tido um possível contato com o vírus HIV em situações como: violência sexual; relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha), acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico). Para funcionar, a PEP deve ser iniciada logo após a exposição de risco, em até 72 horas; e deve ser tomada por 28 dias. Você deve procurar imediatamente um serviço de saúde que realize atendimento de PEP assim que julgar ter estado em uma situação de contato com o HIV. É importante observar que a PEP não serve como substituta à camisinha.
Já a PrEP – Profilaxia Pré-Exposição ao HIV – é o uso preventivo de medicamentos antes da exposição ao vírus do HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com vírus. A PrEP, deve ser utilizada se você acha que pode ter alto risco para adquirir o HIV.
A PrEP não é para todos e também não é uma profilaxia de emergência, como é a PEP. Os públicos prioritários para PrEP são as populações-chave, que concentram a maior número de casos de HIV no país: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH); pessoas trans; trabalhadores/as do sexo e parcerias sorodiferentes (quando uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não).
O autoteste, assim como os demais testes rápidos ofertados no SUS, devem ser realizados após o período de janela imunológica. Clique aqui para saber mais sobre janela imunológica.
Além disso, se a relação de risco ocorreu em até 72 horas (3 dias), você deve procurar uma unidade de saúde, relatar a situação e verificar se é indicado fazer uma profilaxia pós exposição (PEP) ao HIV. Clique aqui para obter mais informações sobre PEP.
Os autotestes possuem desempenho semelhante aos demais testes rápidos realizados no SUS. No entanto, resultados indeterminados ou inconclusivos, falso-reagentes ou falso-não reagentes, podem ser obtidos com a utilização de qualquer teste ou metodologia.
É importante que as condições de armazenamento e realização do teste obedeçam às instruções descritas pelo fabricante.
Não é recomendada a realização do autoteste por pessoas conhecidamente soropositivas que estejam recebendo ou que tenham recebido terapia antirretroviral, pois podem ocorrer resultados falso-não reagentes.
Não. Um kit de autoteste de HIV só pode ser usado uma vez, por um único indivíduo. Não é possível reutilizá-lo. Após utilização, descarte o autoteste conforme as recomendações do fabricante.
Não. O autoteste de HIV detecta apenas o anticorpo contra o HIV. O autoteste de HIV não pode rastrear outras IST, como herpes, sífilis, clamídia, gonorreia ou hepatites virais.
Uma exposição de risco pode levar a várias infecções diferentes; nesse caso, fazer apenas o autoteste de HIV pode ser insuficiente. Portanto, é importante a realização de outros testes para detectar as demais IST. O SUS oferece gratuitamente a testagem e tratamento para outras IST e hepatites virais, além dos demais componentes da prevenção combinada (mais informações aqui). Procure um serviço de saúde.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o autoteste como um processo no qual uma pessoa coleta sua própria amostra (fluido oral ou sangue) e, em seguida, realiza um teste e interpreta o resultado, sozinho ou com alguém em quem confia.
Todos os indivíduos com um resultado reagente no autoteste devem realizar testes adicionais com um profissional capacitado, utilizando um fluxograma de diagnóstico completo e validado.
O autoteste deve resultar de uma escolha livre e autônoma da pessoa em questão. É importante lembrar que ninguém deve ser forçado a realizar um autoteste.
O autoteste representa mais um passo frente aos esforços para aumentar a autonomia do indivíduo, descentralizar os serviços e criar uma demanda de testes de HIV entre as pessoas não alcançadas pelos serviços ou que precisam ser testadas com mais frequência devido à exposição contínua ao risco.
Os resultados isolados do autoteste não podem ser utilizados para o diagnóstico definitivo. Se o resultado do autoteste for reagente (positivo), procure um serviço de saúde para realizar testes complementares, conforme preconizado pela Portaria nº 29, de 17 de dezembro de 2013, que aprova o Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV.
O autoteste de HIV, assim como os demais testes rápidos ofertados pelo SUS, detecta os anticorpos produzidos pelo corpo humano em resposta a infecção pelo HIV e não o vírus que causa o HIV. O período entre a infecção pelo HIV e a detecção desses anticorpos é denominado janela imunológica. Durante o período da janela imunológica os testes poderão apresentar resultados não reagentes (negativos), mesmo que a pessoa esteja infectada, portanto, atente-se a este período. Clique aqui para mais informações acerca da janela imunológica.
Os anticorpos podem estar presentes tanto no sangue, quanto no fluido oral. Dessa forma, existem autotestes que utilizam como amostra o sangue e outros que utilizam como amostra o fluido oral.
Ser testado é a única maneira de saber se você foi infectado com o HIV. Quando mais cedo tiver início o tratamento, maior será a expectativa de vida e menor o risco de transmissão.
O SUS fornece acompanhamento e tratamento gratuitos para o HIV. Mais informações aqui.
O teste pode ser realizado a qualquer momento, em um local de escolha do usuário. Para facilitar sua leitura e sua realização, é importante que o local seja iluminado. Não é necessário estar em jejum para realizar o autoteste.
É importante que o kit seja mantido e o teste realizado nas condições indicadas pelo fabricante. Durante a reação do teste, uma linha colorida de controle deve aparecer. Se a linha controle não aparecer, o teste deve ser descartado e um novo teste deve ser realizado.
É importante respeitar rigorosamente o tempo mínimo e máximo de leitura do resultado indicada na bula. O resultado não deve ser interpretado nem antes e nem depois desse período.