PrEP

Oficina discute formas de comunicação sobre PrEP entre Gays e outros HSH

Objetivo é melhorar a informação sobre a compreensão da profilaxia na prevenção combinada e a adesão ao tratamento

19.11.2018 - 16:56
04.11.2022 - 10:43

 

[node:title]O Departamento de Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DCCI) do Ministério da Saúde realizou nesta sexta-feira (16), em Brasília, a Oficina de Comunicação sobre PrEP com foco em Gays e outros HSH. O evento contou com a participação de 25 jovens, em sua maioria usuários da Profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) e que fazem parte de entidades ou possuem alguma relação com ativismo social.

A oficina teve como propósito potencializar a comunicação sobre PrEP com vistas a melhorar a educação e informação sobre a profilaxia para que haja melhor compreensão sobre sua implementação no contexto da prevenção combinada.

Além da PrEP, os participantes tiveram oportunidade de dialogar e esclarecer dúvidas com técnicos e consultores sobre prevenção combinada – uso de preservativos, Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP), testagem, tratamento, redução de danos, entre outras.

Outro tema discutido, a partir da estratégia da prevenção combinada, foram as questões sociais e estruturais que permeiam essa temática, como a discriminação e o estigma, autonomia sobre o próprio corpo e violência, por exemplo. Fatores que muitas vezes contribuem para que o direito à saúde seja cotidianamente violado.

A metodologia contou com apresentações sobre a implementação da PrEP no Brasil e no mundo, com dados sobre a adesão e indicadores de redução de riscos. “No Brasil os dados são muito positivos. De 82% que começaram o tratamento, 60,9% aderiram fielmente à PrEP”, afirma o médico infectologista Ricardo Vasconcelos, do Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes HIV/Aids da Faculdade de Medicina da USP (SEAP/FMUSP).

Ricardo ainda demonstrou sua preocupação em certas populações que ainda possuem índice elevado em relação a epidemia de HIV/aids. Para ele “devemos nos atentar para os jovens de 15 a 24 anos e população trans, pois os índices têm crescido a cada ano e verifica-se que o grande problema é a prevenção. Existem diversas formas de prevenção, mas os jovens não utilizam, contraindo não somente o HIV como outras IST. As pessoas trans também estão vulneráveis, pois se expõem ao risco diariamente”, afirma.

A discussão sobre a melhor linguagem e estratégias de comunicação para fazer chegar a informação sobre a PrEP e demais formas de prevenção ao HIV e outras IST também foram a pauta da oficina.

A equipe de comunicação do DCCI buscou identificar a linguagem mais próxima da realidade, considerando os diferentes contextos de vulnerabilidade e os diversos espaços em que circulam.

Também foram apresentadas sugestões dos participantes que serão subsidiadas para futuras ações estratégicas do departamento e também foram identificados os mecanismos e as possibilidades de melhorar a comunicação da PrEP nas populações-chave.

A PrEP – A profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) consiste no uso diário de antirretrovirais por pessoas não infectadas pelo HIV, com intuito de reduzir o risco de infecção pelo vírus antes das relações sexuais. O uso correto reduz em mais de 90% o risco de infecção pelo HIV.

A PrEP é indicada para pessoas que sejam mais vulneráveis ao HIV, como pessoas trans, trabalhadores(as) sexuais, gays e outros HSH e casais sorodiferentes, desde que tenham práticas sexuais de risco acrescido.

A eficácia da proteção está relacionada à adesão, sendo necessária a tomada diária das doses indicadas. A PrEP deve ser combinada com outras medidas de prevenção, como o uso de preservativos e gel lubrificante.

Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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