DCCI recebe pessoas vivendo com HIV para falar sobre adesão ao tratamento
Depoimentos serão gravados em vídeo e irão compor campanha a ser lançada no fim do ano
Vamos falar sobre como é a vida com HIV? Esse foi o tema da reunião realizada – na última segunda-feira (18) – entre pessoas vivendo com HIV e parte do corpo técnico do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DCCI) do Ministério da Saúde. O grupo veio a Brasília para participar das gravações de uma nova campanha sobre a adesão ao tratamento antirretroviral (TARV) e direcionada às pessoas vivendo com HIV. A previsão de lançamento da campanha, que será veiculada nas redes sociais, é novembro de 2018.
Antes do início das gravações, o grupo foi recepcionado pela diretora do DCCI, Adele Benzaken, que agradeceu a disponibilidade de cada um em participar voluntariamente da campanha. Durante a reunião, Adele também destacou os objetivos dessa ação de comunicação. “A partir do relato de vida de vocês, gostaríamos de mostrar de forma sensível como é viver com HIV; queremos falar diretamente com as pessoas que vivem com o vírus, ajudá-las a trabalhar sua autoestima e a superar o estigma e o preconceito que, infelizmente, ainda estão muito presentes na sociedade e nos relacionamentos”, disse.
A diretora do DCCI explicou ainda que a abordagem da campanha vai além do conceito de estar indetectável significar não transmitir o HIV. “Precisamos falar abertamente de questões que podem dificultar e também ajudar no tratamento, como o fato de que muitos escondem sua sorologia por medo da reação de amigos ou parceiro(a), e a importância de se ter uma rede de apoio para seguir com o tratamento”, disse Adele Benzaken.
Os protagonistas da campanha são pessoas vivendo com HIV escolhidas por serem influenciadoras digitais – ou formadores de opinião – e referências em adesão ao tratamento antirretroviral. O grupo é formado por três mulheres e quatro homens: Rafaela “Rafuska” Queiroz, jovem negra, psicóloga e ativista, infectada por transmissão vertical; Vanessa Bezerra, ativista amazonense que vive com HIV há 28 anos e tem três filhos; Ariadne Ribeiro; mulher trans, doutoranda pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que descobriu sua sorologia aos 18 anos de idade; Lucas Martins, jovem paranaense de 23 anos, que recentemente assumiu publicamente sua sorologia; Léo Cezimbra, educador físico e youtuber que descobriu sua sorologia depois dos 30 anos; e Geovanni Lima e Jeandro Borba, casal sorodiferente – quando um vive com HIV e o outro, não – que divide com seus seguidores no youtube o dia-a-dia de um relacionamento sorodiscordante.
PARA ALÉM DO I=I – O principal objetivo da terapia antirretroviral é manter a boa saúde e recuperar a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV. O uso regular e correto dos medicamentos diminui significativamente a quantidade de vírus circulante no corpo da pessoa vivendo com HIV e, consequentemente, o número de internações e infecções por doenças oportunistas. Com a terapia antirretroviral, pessoas vivendo com HIV têm expectativa de vida semelhante à de pessoas que vivem sem o vírus. Além do impacto positivo sobre a saúde e a qualidade de vida, há um consenso crescente entre cientistas de que pessoas que alcançam a carga viral indetectável não transmitem o HIV sexualmente – donde a expressão I=I (indetectável é igual a intransmissível).
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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