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Estudo inédito revela prevalência nacional do HPV em pessoas com idade entre 16 e 25 anos
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Estudo inédito revela prevalência nacional do HPV em pessoas com idade entre 16 e 25 anos
Os dados foram apresentados ao Ministério da Saúde e servirão como linha de base para avaliar a vacinação de HPV no país.
24.05.2018 - 10:21
última modificação:
04.11.2022 - 10:45
Estudo epidemiológico sobre a prevalência nacional de infecção pelo Papilomavírus (HPV) foi apresentado nessa terça-feira (22), em Brasília. Denominado POP-Brasil, o projeto foi realizado pelo Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, em parceria com o Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), com recursos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).
O estudo verificou a prevalência do HPV- e seus diferentes tipos- em 6.387 amostras válidas, o que representa prevalência de 53,6% HPV entre a população que participou do estudo, sendo que o HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer presente em 35,2% dos participantes. A prevalência de HPV geral na população feminina pesquisada foi de 54,6% e na masculina, de 51,8%.
Os dados revelam que a prevalência do HPV mostra-se maior na Região Nordeste, com 58,09%, e na região Centro-Oeste com 56,46%. Na Região Norte o índice é de 53,54%, no Sudeste 49,92%, e na região Sul 49,68%.
Dos jovens entrevistados, 15,7% referiram fumar cigarros, 72,4% relataram já terem feito uso de bebidas alcoólicas e 31,6% de drogas, ao longo da vida.
Em relação às infecções sexualmente transmissíveis (IST), 13,8% referiram a presença prévia de uma dessas doenças ou apresentaram resultado positivo no teste rápido para HIV ou sífilis. A idade média do estudo foi de 21,6 anos, e 56,8% se autodeclaram pardos.
O estudo envolveu a participação de 217 profissionais, em 119 Unidades Básicas de Saúde, em 27 capitais. Foram entrevistados 8.626 homens e mulheres de 16 a 25 anos de idade –e que utilizam o SUS – em todas as capitais do país.
A médica epidemiologista do Hospital Moinhos do Vento, Eliana Wendland, que conduziu os estudos, explicou que as coletas de amostras foram realizadas entre 2016 e2017. A escolha de faixa etária de 16 a 25 anos de idade foi em razão de que essa população ainda não havia sido vacinada para o HPV. Eliana ressaltou que em 2020 será feita outra coleta de amostragem para analisar a mudança na prevalência desse vírus e o impacto da vacinação.
O Secretário de Vigilância em Saúde, Osnei Okumoto, participou do evento, e destacou: “Os resultados desse estudo servirão de base para ações inovadoras para prevenção do HPV. Esse estudo nos dá visibilidade de uma amostragem importante para fortalecer a imunização em relação ao HPV”.
A Diretora do DCCI, Adele Benzaken, destacou que este estudo é inédito e que foi elaborado com a participação ativa do Ministério da Saúde. “O nosso objetivo é criar linha de base para daqui a três, cinco anos medirmos o impacto da vacinação, estabelecendo assim bases de comparações futuras e avaliação da efetividade da vacinação de HPV no país”.
A Diretora do DCCI ressaltou a importância de construir novas ações para ampliar a vacinação nessa faixa etária e levar conhecimento a todos os jovens sobre os cuidados e prevenção ao HPV. “ O DCCI não faz somente planos, faz ações efetivas contra todas as IST, envolvendo todos os parceiros do Ministério da Saúde e a sociedade civil”.
Prevenção Combinada - Adele observou que a questão que se refere ao HPV já está no contexto da estratégia de ações da Prevenção Combinada. “Além do enfoque em IST, HIV/Aids e hepatites virais, a Prevenção Combinada também inclui a imunização do HPV. Hoje, nós podemos dizer que implantamos todas as atividades voltadas para o cuidado integral da saúde”.
Confira aqui tudo sobre a Prevenção Combinada
A Coordenadora Substituta do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Ana Goretti Kalume Maranhão, expos que a vacinação contra o HPV começou em 2014, e que já foram distribuídas até 2018 mais de 34 milhões de doses da vacina.
A cobertura vacinal de HPV para meninas de 9 a 14 anos, de 2013 até maio de 2018, foi de 79,4% na primeira dose, e na segunda dose 52,9%. Para os meninos de 11 a 14 anos, no período de 2017 até maio de 2018, a cobertura foi 33% na primeira dose, e na segunda dose foi de 8%. “A meta para até dezembro é distribuir mais de 5 milhões de vacinas HPV”, afirmou Ana Goretti.
O QUE É HPV – O vírus do papiloma humano, do inglês human papiloma virus, provoca uma infecção sexualmente transmissível denominada HPV. O vírus ataca, especialmente as mucosas – oral, genital ou anal – tanto em mulheres como nos homens. Em curto prazo, a infecção não apresenta qualquer tipo de sintoma. Em longo prazo, o diagnóstico geralmente aparece quando a infecção já provocou o surgimento desses cânceres.
O Ministério da Saúde adotou a vacina quadrivalente, que protege contra o HPV de baixo risco (tipos 6 e 11, que causam verrugas anogenitais) e de alto risco (tipos 16 e 18, que causam câncer de colo uterino).
VACINAÇÃO - A vacina funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pela pessoa vacinada, a presença desses anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo. Essa vacina é destinada exclusivamente à utilização preventiva e não tem ainda efeito demonstrado nas infeções pré-existentes ou na doença clínica estabelecida.
A população-alvo prioritária da vacina HPV é a de meninas na faixa etária de 9 a 14 anos, que receberão duas doses com intervalo de seis meses, e pessoas vivendo com HIV na faixa etária de 9 a 26 anos, que receberão três doses.
Outro aspecto relevante é que a vacina HPV quadrivalente é segura e os eventos adversos pós-vacinação, quando presentes, são leves e autolimitados.
Estiveram presentes na reunião a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Federação Brasileira da Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FREBRASGO), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia das Doenças do Papilomavírus Humano (INCT-HPV), Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), Instituto Nacional do Câncer (INCA), Sociedade Brasileira de DST da Universidade Federal Fluminense, Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTGIC), Conselho Federal de Medicina (CFM), Hospital Moinhos de Vento, Coordenação Nacional da Saúde do Homem (CNSH), Organização Panamericana de Saúde (OPAS), Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Mais informações sobre HPV confira aqui.
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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