SÍFILIS NÃO

Curso capacita apoiadores para o combate à sífilis em cem municípios brasileiros

Ação faz parte de parceria entre o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte

19.03.2018 - 18:27
04.11.2022 - 10:41

 

[node:title]Começou nesta segunda-feira (18/03), em Natal (RN), um curso de formação para 52 apoiadores selecionados para atuarem no Projeto de Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção – fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde (por meio do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis/DCCI), o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Até sexta-feira (23/03), os participantes – profissionais selecionados que vão atuar para a implementação do projeto em todo o país – vão se aprofundar em questões relacionadas à pesquisa e a intervenções relacionadas ao agravo.

O Projeto de Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção se apoia em quatro categorias de cooperação – vigilância; gestão e governança; cuidado Integral e educomunicação – e prioriza cem municípios, entre eles as capitais estaduais e outras cidades em que a epidemia de sífilis é extremamente grave. (Veja aqui a lista completa de municípios prioritários.)

Os apoiadores selecionados têm curso superior completo em diversas área do conhecimento – e atuarão como mediadores entre a gestão e os serviços de saúde de estados e municípios para a elaboração do plano de trabalho local de implementação do projeto, considerando o perfil epidemiológico e as necessidades de cada região, as atividades executadas, o monitoramento de trabalhos e a avaliação de resultados. Também participarão da implantação dos comitês de investigação para prevenção da transmissão vertical de HIV e sífilis e da formação e apoio para a operacionalização do Grupo de Acompanhamento Local (Gal).

CAMINHO – Na abertura do curso de formação, a diretora do DCCI, Adele Benzaken, citou uma frase do poema Cantares, de Antônio Machado: “Caminante, no hay camino, se hace camino al andar”. “Quero dizer que não há caminho; ele se constrói”, disse. “É isso o que esperamos de vocês nos territórios em que cada um irá atuar nesse imenso país”, acrescentou. A diretora deixou claro que as expectativas em relação aos resultados do projeto são grandes – e que os apoiadores são peças fundamentais nesse processo. “Não temos formulas prontas, mas é necessário que vocês saibam onde estávamos e onde queremos chegar”, disse. Em seguida, Adele ministrou a aula Cuidado Integral à Pessoa com Sífilis: história natural da doença, prevenção, diagnóstico e tratamento. (Veja aqui a apresentação.)

Para o coordenador do LAIS/UFRN, Ricardo Valentin, o Projeto de Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção vai muito além da pesquisa. “O projeto está configurando não apenas como pesquisa aplicada, mas como projeto de desenvolvimento científico e tecnológico”, afirmou. Valentin também se referiu às expectativas que cercam o projeto: “Queremos nos tornar uma referência internacional para o controle e o combate à sífilis, por meio da integração dos pesquisadores das outras universidades que vão participar das pesquisas”.

Já a diretora do Departamento de Ações e Projetos Estratégicos (Dapes) do Ministério da Saúde, Thereza De Lamare, destacou para os apoiadores a importância da integração entre a assistência e a vigilância. “É fundamental que as duas áreas atuem juntas no território; assim poderemos atingir os objetivos dessa iniciativa extremamente desafiadora”, disse.


APOIADORES – Um dos 52 apoiadores, o enfermeiro de São Luiz (MA) Luís Saulo Souza Santos, 26, celebra a oportunidade de trabalhar em um projeto ousado que atuará nas redes de atenção à Saúde em seu estado – e já teve experiência com o agravo. “Trabalhei como enfermeiro no interior do estado, em atendimento à população na assistência básica”, contou.

 

 

Também apoiadora, a carioca Brena Gabriela Tostes de Cerqueira, 31, é enfermeira com especialidade em Saúde da Família no Rio de Janeiro (RJ) – e faz mestrado cujo tema é a melhoria da assistência à sífilis na gestação. Brena diz nutrir grandes expectativas quanto ao projeto: “Espero que nossa ação consiga colaborar com os municípios e tenha impacto na redução da sífilis no Brasil”.

 

Já a apoiadora e especialista em Saúde Indígena Taís Cruz Andrade – mestranda em Saúde Coletiva –, 32, de Tefé (AM), está de mudança para Manaus para trabalhar no Projeto de Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção. “Eu me sinto privilegiada por integrar a equipe dos apoiadores, porque gosto de trabalhar com infecções sexualmente transmissíveis”, disse, acrescentando gostar também da “troca de experiências com as outras regiões do país”. De acordo com Taís, tanto a sífilis quanto outras infecções sexualmente transmissíveis são um grave problema em sua região, principalmente entre as populações indígenas, “sobretudo porque, em algumas etnias, há barreiras culturais para abordar as questões da sexualidade e do uso do preservativo, o que cria um grande desafio para o trabalho”. “Mas eu me sinto pronta”, garantiu.

AGENDA – O Projeto de Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção faz parte da Agenda de Ações Estratégicas para Redução da Sífilis no Brasil, lançada em 2016 e repactuada em 2017. A agenda é um esforço conjunto do Governo Federal, de estados e municípios para intensificar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis, assim contendo o avanço do agravo no país.

Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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