The Guardian cita êxitos do Brasil na testagem da população para o HIV
Jornal britânico destacou o protagonismo do país em seminário promovido durante a recente conferência IAS 2017, em Paris
O jornal britânico The Guardian destacou avanços da resposta brasileira ao HIV em matéria publicada no último dia 9 de agosto, como parte da seção Global Development Professionals Network – na qual ONGs, trabalhadores humanitários e profissionais de desenvolvimento compartilham conhecimento e experiências. O artigo é resultado de um seminário (The Future of HIV Research: How Can We Ensure Treatment Leaves No One Behind?) organizado pelo The Guardian durante a 9ª Conferência Internacional sobre Pesquisa do HIV (IAS 2017), realizada em Paris entre os dias 23 e 26 de julho. O seminário ocorreu em torno de uma pergunta básica: quais avanços em prevenção, testagem, tratamento e cuidados são necessários para alcançar as metas 90-90-90 do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids)? Os especialistas presentes concordaram que a luta contra o vírus deve contar com o envolvimento da comunidade – e especialmente dos jovens.
Em Um impulso para acabar com a epidemia global de HIV (A push to end the global HIV epidemic), o jornal cita o Brasil quanto à testagem entre pares promovida pelo projeto Viva Melhor Sabendo, que vem alcançando pessoas que ainda não conhecem seu status virológico. “No Brasil, onde cerca de 830 mil pessoas vivem com HIV, o Ministério da Saúde está realizando um projeto trienal de testes rápidos a nível nacional, em parceria com ONGs, nas quais pessoas pertencentes a populações-chave são encorajadas a se testarem em locais que frequentam como meio de remover o estigma inerente à busca de diagnóstico”, diz a matéria – explicando que “até o momento, 120 mil pessoas foram testadas desta forma” e citando a diretora do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), Adele Benzaken: “Uma das coisas mais importantes é que 50% das pessoas que fizeram o teste por meio do projeto nunca haviam sido testadas antes; isso revela que estamos no caminho certo”.
De acordo com o texto, o engajamento dos jovens é crucial. “Não teríamos 19 milhões de pessoas em tratamento agora sem os ativistas”, disse da coordenadora de prevenção e testagem de HIV da Organização Mundial da Saúde (OMS), Rachel Baggaley.
Segundo a matéria, “o número de mortes relacionadas à aids caiu para quase metade desde 2005 – e, em países de alta renda, a expectativa de vida das PVHA se aproxima daquela de pessoas que vivem sem o vírus”. “O tratamento está funcionando, mas certos renitentes desafios permanecem. As pessoas continuam a se infectar, cerca de um milhão de pessoas ainda morrem do vírus todos os anos e, apesar de 53% das pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) agora terem acesso ao tratamento, o mesmo não se pode dizer sobre grande número delas. No momento, a comunidade mundial de pesquisadores, formuladores de políticas e profissionais de saúde do HIV está trabalhando no sentido de alcançar as metas 90-90-90 do Unaids. Essas metas estabelecem que, até 2020, 90% das pessoas vivendo com HIV conhecerão seu status; 90% dos que são HIV positivos estarão em TARV; e 90% de todas as pessoas que recebem tratamento alcançarão a supressão viral – em que o HIV é indetectável.”
O seminário contou também com a participação da especialista em infecções pediátricas, HIV e saúde pública do Instituto de Virologia Humana, Nigéria, Nadia Sam-Agudu; do consultor científico sênior do Unaids Peter Godfrey-Faussett; da pesquisadora do Centro de Pesquisa da Aids da Cruz Vermelha da Tailândia Reshmie Ramautarsing; e do vice-presidente de desenvolvimento e gerenciamento de programas em mercados emergentes, Gilead Sciences, Papa Salif Sow.
Leia a matéria na íntegra – em inglês – em: https://www.theguardian.com/global-development-professionals-network/2017/aug/09/a-push-to-end-the-global-hiv-epidemic
Assessoria de Comunicação
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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