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Emoção e comprometimento marcam a Oficina Regional de Prevenção Combinada com Jovens – Região Sul em Florianópolis

Encerrada no último dia 5 de julho, a Oficina da Região Sul reuniu futuros multiplicadores de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul

13.07.2017 - 11:58
04.11.2022 - 10:39

Foram três dias de muito trabalho – cheios de demonstrações de comprometimento, gratidão e esperança – à beira da linda e deserta praia de Morro das Pedras, em Florianópolis (SC). Em círculo, com música, abraços, sorrisos e muita emoção, os 50 jovens que participaram da Oficina Regional de Prevenção Combinada com Jovens – Região Sul encerraram o encontro no último dia 5 com a certeza de que têm o poder de mudar o mundo.

“Eu acredito na juventude – e isso é acreditar na mudança”, resumiu Douglas Alberto da Silva, 25, da Associação Fênix, ONG de Curitiba (PR) que trabalha com violência sexual, conflito familiar e HIV/aids. “Nós somos a transformação; somos os que podem quebrar todos os paradigmas”, garantiu, com um sorriso.

A ideia por trás da oficina era mesmo essa: capacitar jovens de 18 a 26 anos – sobretudo aqueles que pertençam às populações-chave e prioritárias para o HIV – para atuarem como multiplicadores em ações de prevenção combinada do HIV em seus respectivos territórios e comunidades, a partir da elaboração de uma agenda de intervenção local com foco na educação entre pares.

O encontro foi fruto de uma parceria entre o DCCI e a Coordenação Estadual de DST, HIV/Aids e Hepatites Virais de Santa Catarina, com apoio das coordenações estaduais de DST/Aids do Paraná e do Rio Grande do Sul e municipais de DST/Aids de Florianópolis e Curitiba; da Coordenação Municipal de Saúde do Adolescente e de Juventude de Florianópolis; do Programa Saúde na Escola (PSE); de ONG que trabalham com a temática das populações-chave no âmbito do HIV/aids e outras IST – e do Departamento de Apoio à Gestão Participativa e Estratégica (DAGEP) e da Coordenação Geral de Saúde do Adolescente e do Jovem (DAPES), também do Ministério da Saúde.

Esta Oficina Regional de Prevenção Combinada com Jovens foi a primeira; estão previstas duas para a Região Sudeste, duas para a Região Nordeste, uma para a Região Norte e uma para a Região Centro-Oeste.

A prevenção combinada é o grande mote da resposta brasileira ao HIV/aids em 2017, em consonância com outros países que são vanguarda no enfrentamento global do agravo.

INCENTIVO – A Oficina Regional de Prevenção Combinada com Jovens – Região Sul foi oportunidade de incentivo e aprendizado para todos os envolvidos, tanto entre os jovens quanto entre os técnicos e gestores. “Eu estou no movimento social desde pequena e já tinha quase desistido da luta – mas agora, depois desse encontro, sinto mais e mais sede de aprender”, disse Morgana Bleichovel Borges, 18, de Criciúma (SC), que adquiriu o HIV por transmissão vertical. A jovem Yura Espíndola, 24, de Porto Alegre (RS), concorda: “Estou no movimento social há dois anos, desde que eu descobri o HIV – e, aqui, foi muito gratificante participar e compartilhar a minha história de vida pessoal, até para ajudar um pouco no diagnóstico, caso aconteça; para mostrar que não é o fim do mundo”.

Morgana, Yura e todos os demais – com histórias e origens muito diversas – surpreenderam os técnicos do DCCI com a força e a doçura de seu comprometimento.  A jovem Thaís Souza, 23 – acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Rede de Mulheres Negras do Paraná –, por exemplo, foi um exemplo de participação intensa. Ela falou do valor da interação que ocorreu na oficina: “É essa troca que constrói a nossa militância. Eu sempre militei no movimento negro, e agora vou começar a executar no Paraná um projeto de prevenção combinada por meio de oficinas, sempre com recorte racial – então essa formação foi uma grande oportunidade de me aproximar do tema”, disse. Para Thaís, “dar o protagonismo ao jovem” é crucial nesse processo. Já o secretário de Juventude – para o estado de Santa Catarina – da União de Negros pela Igualdade (Unegro) Marcos Paulo Ferreira, 22, de Florianópolis (SC), contou o quanto que a oficina o ajudou em sua militância: “Eu trabalho para empoderar a juventude preta, e para desconstruir o racismo nas pessoas não pretas”, afirmou.

PREVENÇÃO COMBINADA – As estratégias de prevenção sempre tiveram papel destacado na resposta brasileira à epidemia de HIV/aids e são resultado de uma atuação conjunta do governo brasileiro, de profissionais de saúde e de movimentos sociais. Nos últimos anos, essas estratégias foram sendo reestruturadas, resultando na prevenção combinada – um conjunto de estratégias preventivas que inclui a testagem regular para o HIV; a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP); a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP); a testagem durante o pré-natal e o tratamento da gestante que vive com o vírus; a redução de danos para o uso de álcool e outras drogas, silicone industrial e hormônios; a testagem e o tratamento de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) e das hepatites virais; o uso de preservativo masculino e feminino; imunizações; conhecimento dos marcos legais e outros aspectos estruturais e o tratamento antirretroviral para todas as pessoas infectadas com HIV.

As informações e conhecimentos adquiridos fortalecem os jovens e possibilitam que estes, uma vez capacitados por meio das oficinas, atuem nos contextos municipais e estaduais e em suas comunidades. É fundamental potencializar o protagonismo dos jovens na construção de respostas às altas prevalências de HIV/aids nessa faixa etária. Assim, ao término das oficinas, esses jovens serão parceiros estratégicos para promover ações de prevenção combinada para o enfrentamento do HIV/aids e demais infecções sexualmente transmissíveis.

Assessoria de Comunicação
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis

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