PESQUISA

DCCI, OMS, OPAS e parceiros internacionais lançam estudo que avalia a persistência do Zika nos fluidos corporais de pacientes infectados

Lançamento contou com a presença do secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Adeilson Cavalcante

06.04.2017 - 17:16
04.11.2022 - 10:38

“Queremos enfrentar as questões do vírus Zika com coragem – e por isso esse tipo de pesquisa é tão importante”, disse na última terça-feira (04/04) o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), Adeilson Cavalcante, ao abrir o evento que lançou o grande estudo de coorte “Persistência do vírus Zika nos fluidos corporais de pacientes com infecção pelo vírus Zika – Estudo ZikaBra”, a ser realizado exclusivamente no Brasil. O lançamento ocorreu no Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) com a presença da diretora do Departamento, Adele Benzaken; de Nathalie Broutet, do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS); de pesquisadores e especialistas; e de membros das instituições patrocinadoras e coordenadoras.

O Estudo ZikaBra está sendo coordenado pelo Ministério da Saúde em colaboração com a OMS, com a Walter Reed Army Institute of Research (WRAIR, escola de saúde pública mais antiga dos Estados Unidos) e com o Wellcome Trust, e será realizado ao longo de 18 meses em três sítios de intervenção: Rio de Janeiro (Fundação Oswaldo Cruz/Fiocruz); Recife (Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães); e Manaus (Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado). 

A pesquisa é um dos componentes da resposta estratégica ao vírus Zika (ZIKV) no Brasil (Ciência, Tecnologia e Inovação). Esse componente encoraja as iniciativas de coordenação e pesquisa com instituições nacionais e internacionais, a fim de acelerar a geração de conhecimento para melhorar a resposta ao ZIKV e à microcefalia.

Trata-se de um primeiro passo para compreender a transmissão sexual do Zika – e para tentar responder algumas das muitas perguntas relacionadas à infecção pelo vírus. Por exemplo: quanto tempo o ZIKV persiste em diferentes fluidos corporais após a infecção? O ZIKV pode permanecer inativo em uma pessoa e reaparecer em fase posterior? É possível se reinfectar? Há diferenças na persistência viral entre indivíduos infectados sintomáticos e assintomáticos? As coinfecções influenciam a persistência viral? Respostas a essas e outras perguntas ajudarão a OMS a refinar suas recomendações sobre a melhor forma de prevenir a infecção pelo ZIKV.

“Esse projeto é de difícil execução, porque precisa de continuidade durante um longo período – queremos saber por quanto tempo o vírus permanece nos fluidos corporais –, mas ele é extremamente importante para a tomada de decisões do Ministério da Saúde”, afirmou Adele Benzaken, lembrando que o estudo foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e pelo Comitê Científico e de Ética em Pesquisa da OMS (Research Ethics Review Committee/ERC).

No Rio de Janeiro, o treinamento de pessoal foi iniciado em 6 de março. O recrutamento de participantes começou dez dias depois, no dia 16 de março. Os mesmos processos serão realizados em Manaus e Recife.

ZIKV – Durante quase meio século, o vírus Zika foi tido como o agente causador de infecções humanas esporádicas. Recentemente, a infecção por ZIKV obteve atenção global e se tornou uma importante causa de preocupação de saúde pública devido à suspeita de relação causal entre ZIKV e microcefalia, entre outras manifestações neurológicas.

No Brasil, os primeiros casos de infecção pelo ZIKV foram registrados em abril de 2015. Estima-se que, no mesmo ano, entre 500 mil e um milhão e 500 mil pessoas foram afetadas.

Em fevereiro de 2016, antecipando que o ZIKV continuaria a se espalhar e chegaria aos países onde o vetor é encontrado – e para guiar a resposta internacional ao controle da infecção pelo vírus, suas complicações e consequências –, a OMS e seus parceiros desenvolveram o plano de resposta estratégica ao Zika. O plano inclui atividades de vigilância e resposta e salienta a necessidade urgente de pesquisa para melhor caracterizar a infecção.

Assessoria de Comunicação
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis

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