EVENTO

"Sífilis Não" reúne apoiadores para oficina de formação e definir expansão do projeto aos 100 municípios prioritários até 2019

Atualmente 72 municípios são atendidos pelo projeto. Participantes expuseram as experiências iniciais em seus territórios.

25.10.2018 - 18:09
04.11.2022 - 10:43

 

[node:title]Apoiadores do Projeto Interfederativo de Resposta à Sífilis nas Redes de Atenção (Sífilis Não) participaram, entre 17 e 19 de outubro, em Brasília, de oficina de formação e apresentaram resultados das ações nos territórios de atuação. O projeto tem como meta chegar aos 100 municípios prioritários para a resposta brasileira à sífilis. O projeto iniciou suas atividades em abril deste ano, contando com a participação de 52 apoiadores que cobrem 72 dos 100 municípios prioritários.  Durante o evento foi debatido o plano de trabalho, realizadas atividades em grupo com avaliação dos pontos críticos encontrados e estratégias já praticadas e as que devem ser desenvolvidas para avançar no combate à sífilis e o alcance do projeto aos 100 municípios prioritários. Outras pautas da oficina foram as ações para populações-chave e prioritárias para a sífilis e as perspectivas de trabalho para o último trimestre de 2018 e as diretrizes para 2019.

A atenção e o esforço dos apoiadores foram destacadas pela diretora do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Adele Benzaken. “Mais do que a informação desses trabalhos iniciais, é uma grata surpresa notar o esforço dos articuladores, do que já foi realizado nos territórios”, afirmou. “Daqui por diante, é preciso que vocês tenham persistência e eficácia para os trabalhos que teremos a partir de 2019, com base nas experiências já coletadas, a fim de reverter o quadro que relataram para o Departamento”.

Adele Benzaken ressaltou que a sífilis pode ser controlada, a partir das ações imediatas dos apoiadores. “A sífilis é um agravo que pode impactar a curto prazo, o tratamento é rápido e tem cura. Precisamos investir no convencimento às pessoas, mas não adianta educar se não formamos uma rede, uma linha de cuidado à população, principalmente às crianças expostas à doença”.

Destacam-se neste ciclo de monitoramento realizado para esta Oficina ,  a expansão de articulações dos apoiadores e apoiadoras em relação ao período entre abril e setembro, com o reconhecimento dos esforços de fortalecimento da integração entre atenção básica e vigilância; ações de superação de entraves à dispensação de penicilina na atenção básica ; as ações de expansão da testagem rápida , de qualificação da prática clínica e de notificação; o desenvolvimento de ações de mobilização social, educação e prevenção realizadas em espaços comunitários; a qualificação das programações e a priorização das ações de enfrentamento à sífilis pelas áreas técnicas e gestores municipais e estaduais ; a necessidade de fortalecimento da articulação junto aos COSEMS e a inserção da pauta sífilis nos espaços de gestão como CIB, CIR em destaque a necessidade deste movimento face os calendários de planejamento e renovação de planos/programações municipais de saúde.

Ações futuras – Dentre os trabalhos previstos para 2019 estão a ampliação da cobertura de apoio aos municípios prioritários, passando de 72 para 100 cidades; a definição da modelagem de redes de atenção à sífilis; pautas sobre resposta rápida à sífilis; desenvolvimento e oferta de módulos educacionais para diagnóstico, tratamento e vigilância; ampliação e cobertura de diagnóstico e de tratamento; implantação dos comitês de Investigação de Transmissão Vertical; qualificação das ações de vigilância; integração entre vigilância e atenção; ações de comunicação; implementação das salas de situação.

“Temos a necessidade de trabalhar extramuros, de lançarmos o desafio de irmos até as comunidades, estar onde o povo está, vincular essas pessoas visitadas ao Ministério da Saúde”, afirmou a diretora do DCCI. “É importante o mapeamento também de onde estão as populações-chave nos territórios em que os apoiadores atuam, saber onde há ou se há locais para tratamento”.

Adele Benzaken lembrou, ainda, da participação conjunta com a sociedade civil. “É importante a articulação com as ONG’S, pois a educação com os pares favorece os trabalhos devido à facilidade de comunicação entre os pares”, disse.

Projeto – O Projeto de Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção é fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde (por meio do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis/DCCI), o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Os 52 apoiadores selecionados têm curso superior completo em diversas área do conhecimento, atuando como mediadores entre a gestão e os serviços de saúde de estados e municípios para a elaboração do plano de trabalho local de implementação do projeto. São considerados o perfil epidemiológico e as necessidades de cada região, as atividades executadas, o monitoramento de trabalhos e a avaliação de resultados. Também participam da implantação dos Comitês de Investigação para prevenção da transmissão vertical de HIV e sífilis e da formação e apoio para a operacionalização do Grupo de Acompanhamento Local (GAL).

Comunicação – No último dia do evento, foi realizada a Oficina de Comunicação. Os participantes foram desafiados a, em grupos, propor ações de trabalho próximas às populações-chave e prioritárias.

Dentre as cinco propostas estão a ação na rua, realizada a partir de experiência já em prática em João Pessoa. Entidades da sociedade civil e órgãos governamentais realizam testagem de fluído oral às populações-chave na orla da praia. A periodicidade seria contínua, a cada três meses, independentemente de campanhas convencionais. O público-alvo é o de trabalhadores e trabalhadoras do sexo.

Outro grupo propôs parceria com empresas de aplicativos de transporte com estratégias para chamar a atenção de motoristas e passageiros para realizar a testagem de sífilis. A proposta englobaria os meses de outubro (devido ao Dia Nacional da Sífilis e da Sífilis Congênita), novembro (novembro azul, em alusão ao câncer de próstata) e dezembro (Dia Nacional de Luta Contra a Aids).

A terceira ideia é a de sensibilizar a população jovem via mídias sociais, com a construção de aplicativo de jogo com perguntas e respostas sobre a sífilis. Outras ações seriam vídeos para mídias sociais com rodas de conversa com informações sobre sífilis e folder com QR Code para distribuição nas escolas.

Ações na rua com o objetivo de dar visibilidade à epidemia da sífilis foi o mote do quarto grupo a se apresentar. A proposta é a de publicar informações sobre a doença em busdoor (anúncios em janelas de ônibus do transporte coletivo local); em coletes de mototaxistas; em perfurate (película para aplicação em vidros de veículos); plotagem em carros oficiais. Seriam utilizadas as cores do semáforo de trânsito para chamar a atenção do público, com as cores vermelho (para testagem), amarelo (tratamento) e verde (cura).

O último grupo sugeriu atividades na rua, nos fins de tarde, a fim de atender ao público que frequenta bares e restaurantes para o happy hour. A campanha teria destaque nos porta-copos, Spencer de camisinhas com adesivos, tendo como tema o lembrete para realização da testagem.

Presença – Participaram da oficina de formação Adriana Fagundes Duarte Rodrigues da Costa (Distrito Federal); Adriana Paula da Silva Olinda (Pernambuco); Aldelice Gomes Ferreira (Acre); Americo Yuiti Mori (São Paulo); Ana Cristina Braga Chaves (Pará); Angela Cavalcanti Marcondes (Pernambuco); Angela Parrela Guimarães (Minas Gerais); Carla de Almeida Vieira Azenha (São Paulo); Carla Zilio (Rio Grande do Sul); Caroline Schweitzer de Oliveira (Santa Catarina); Cassia Valeria Carneiro (Goiás); Chyrly Elidiane de Moura (Rio Grande do Norte); Cintia Michele Gondim de Brito (Pernambuco); Danielli Botarelli Fragoso (São Paulo); Debora Cristina de Lima (Paraná); Decio de Castro Alves (Distrito Federal); Érica Ribeiro de Lima Silva (Rondônia); Gabriela Fonte Pessanha (Rio de Janeiro); Gabrielle Almeida Rodrigues (Roraima); Gilmar Correia Dias (Pernambuco); Glaydes Maria dos Reis Alves (Rio de Janeiro); Katherine Jeronimo Lima (Ceará); Isabelle Mendes de Oliveira (Mato Grosso do Sul);  José Carlos Veloso Pereira da Silva (São Paulo); José Maria Ximenes Guimarães (Ceará); Karinna Alves Amorim de Sousa (Piauí); Leila Maria Ribeiro (São Paulo); Liliana pereira coelho (Espírito Santo); Louanne Aires Pereira (Ceará); Luciane de Fátima Fernandes de Carvalho (Paraíba); Luís Saulo Sousa Santos (Maranhão); Magda Ferreira Queiroga (Ceará); Marco Aurélio de Oliveira Goes (Sergipe); Maria Angelica Duarte Silva (Rio de Janeiro); Maria de Fátima Brito de Rezende (Rio de Janeiro); Maria Lia Silva Zerbini (Rio Grande do Sul); Marileide Florêncio Martins (Tocantins); Michelle Ribeiro de Sequeira (Rio de Janeiro); Michelly Luana da Silva (Minas Gerais); Miriam Estela de Souza Freire (Mato Grosso); Neide Gravato da Silva (São Paulo); Neyla Campos Almeida Cordeiro de Menezes (Alagoas); Paula Guidone Pereira Sobreira Mesquita (Rio de Janeiro); Rita Ana da Silva Lima (Minas Gerais); Rozangela Locateli Armini (Espírito Santo); Sandro Rogério Mendes da Silva (Macapá); Sofia Campos dos Santos (Bahia); Solange Setta Machado (Rio Grande do Sul); Tais Rangel Cruz Andrade (Amazonas); Vania Priamo (Bahia).

Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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