Consultores do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) e da sociedade civil participaram nesta quinta-feira (13), em Brasília, da “Reunião Técnica para Qualificação das Ações da Agenda Estratégica para Ampliação do Acesso e Cuidado Integral às Trabalhadoras do Sexo”, quando foram discutidas a Agenda Estratégica para Ampliação do Acesso e Cuidado Integral às Populações-Chave no Brasil. 

Na programação, diálogos no contexto de trabalho sexual com temas sobre violência de Género e saúde, racismo institucional na epidemia de IST e Aids e direitos sexuais. As trabalhadoras do sexo também debateram a agenda própria e os desafios para ampliação do acesso às ações de Prevenção Combinada. Outro tema da reunião foi a comunicação em saúde em Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e em Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), com produtos construídos durante a 1ª Oficina com as trabalhadoras do sexo realizada em março de 2018.

Segundo a diretora do DIAHV, Adele Benzaken, “o Departamento tem feito esforços enormes com reuniões pontuais com as populações mais vulneráveis no sentido de que se coloque na agenda ações efetivas para esse público”. 

A aproximação com as trabalhadoras do sexo, segundo a diretora do DIAHV, permite o debate acerca das necessidades e urgências dessa população. “É preciso listar ações e responsabilizar as instituições envolvidas nesse processo. Atualmente há maior presença das trabalhadoras do sexo, se compararmos com o início da epidemia de HIV, quando essa população não estava organizada”, afirmou.

De acordo com o Estudo RDS de abrangência nacional de comportamentos, atitudes, práticas e prevalência de HIV, Sífilis e Hepatites B e C entre mulheres profissionais do sexo, 73,9% das entrevistadas são pretas e pardas; 46% realizam pontos na rua; 25,9% delas estão inseridas no Programa Bolsa Família; 38,7% já sofreu algum tipo de violência verbal; 19,9% foi vítima de algum tipo de violência física.

A atuação conjunta, segundo Adele Benzaken, contribui também para o fortalecimento dos movimentos sociais. “Temos necessidade de atuar em parceria. Assim, as trabalhadoras do sexo podem atuar com proximidade da sua população. As pessoas precisam ser acolhidas para que as entidades da sociedade civil se fortaleçam”, afirmou.

Como resultados as participantes tiveram aumentados conhecimentos acerca da Agenda Estratégica seus objetivos, eixos e componentes, identificação dos entraves para implementação qualificada nos territórios dentro das estratégias da Prevenção Combinada e produção de recomendações sobre a temática junto ao MS.

Participantes – Representaram o DIAHV os consultores da área de Prevenção Gilvane Casimiro da Silva, Américo Yuti Mori, Damiana Oliveira Neto, Leila Barreto, Irene Valderrama, Thiago Monteiro Pithon, Marcos de Freitas Guimarães e Nara Fagundes; pela Área de Ações Estratégicas Claudia Spindola Costa e Inocência Maria Negrão; e pela área de Comunicação Luana Carvalho e Salete Barbosa

Pelos movimentos sociais participaram os membros da Articulação Nacional de Profissionais do Sexo Maria da Paz Soares e Maria de Fátima Medeiros Costa ; pela Central Única de Trabalhadores e Trabalhadoras Sexuais, Aricelina Silva Gomes e Irenilde dos Santos; pela Rede Brasileira de Prostitutas, Maria Aparecida Menezes Vieira e Maria de Lourdes Araújo Barreto; e pela Rede de Redução de Danos e Profissionais do Sexo do Distrito Federal e Entorno – Tulipas do Cerrado- Juma Santos; a professora associada da Universidade de Brasília do Laboratório de ensino, pesquisa e extensão em Gênero , Política Social e Serviços Sociais (GENPOSS/UnB) Marlene Teixeira Rodrigues; e o professor da Faculdade de Sáude Publica da Universidade de São Paulo (USP), José Miguel Nieto Olivar.

Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
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