Na semana do Dia Mundial da Tuberculose, comemorado em 24 de março, dois eventos marcaram a preocupação com a doença que, somente no Brasil, registrou 73 mil novos casos novos em 2018: a reinstalação da Frente Parlamentar de Luta contra a Tuberculose, na terça-feira, 26, na Câmara dos Deputados, e a Reunião Técnica sobre o Projeto Prisões Livres de Tuberculose, na quarta-feira, 27, no auditório Tancredo Neves, no Ministério da Justiça.

Segundo o diretor do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Viras (DCCI/SVS/MS), Gerson Pereira, o relançamento da Frente vai estimular o país a atuar na redução dos indicadores da doença. “Temos que nos esforçar para não deixar o brasileiro adoecer e morrer de tuberculose”, afirmou. O objetivo da Frente, presidida pelo deputado federal Antonio Brito (PSD-BA), é combater o preconceito contra a doença e conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico e do tratamento adequado. “A tuberculose é uma doença de caráter social. Ela nos afeta como cidadãos”, alertou a Coordenadora Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose e diretora substituta, Denise Arakaki, durante a sessão de reinstalação da Frente Parlamentar pela Luta Contra a Tuberculose.

Também participaram da mesa da reinstalação da Frente Parlamentar de Luta contra a Tuberculose o deputado federal Antonio Brito (PSD-BA); Pedro Silva (Rede TB); Jair Brandão (Parceria Brasileira contra a Tuberculose); o médico Fabio Moherdaui, representando a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

Já na Reunião Técnica sobre o Projeto Prisões Livres de Tuberculose, Denise Arakaki apresentou dados que expõem a situação da doença no país e no sistema prisional brasileiro. “Não é preciso ser especialista para verificar que, dentre outras questões, os presídios são locais que reúnem condições para a expansão da tuberculose”, afirmou. Durante sua apresentação, Arakaki propôs a parceria com o Departamento Penitenciário Nacional para o enfrentamento conjunto da tuberculose no sistema prisional com o objetivo de alcançar as metas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, aprovada em 2015 por representantes de 193 estados-membros na ONU. “Precisamos reafirmar nosso compromisso para acabar com a tuberculose como problema de saúde pública no Brasil e avançar com a parceria entre saúde e segurança para o enfrentamento da doença”, disse.

TUBERCULOSE E HIV - A tuberculose é a doença infecciosa mais frequente nas pessoas vivendo com HIV e tem grande impacto na qualidade de vida e na mortalidade dessa população. Uma pessoa vivendo com HIV tem 28 vezes mais chances de contrair o bacilo do que uma pessoa que não tem o vírus. No Brasil, a proporção da coinfecção TB-HIV é de 8,7%, ou seja, dos 73 mil novos casos de tuberculose registrados em 2016, 6,3 mil também apresentaram resultado positivo para o HIV.
A coinfecção TB-HIV é a principal causa de morte entre as doenças infecciosas definidas em pacientes com aids. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda que, em todas as oportunidades de atendimento às pessoas vivendo com HIV, seja feita a investigação para tuberculose. Da mesma forma, todas as pessoas diagnosticadas com tuberculose devem ser testadas para o HIV. Outra recomendação é a prevenção da infecção por tuberculose latente (ILTB). A tuberculose é latente quando a pessoa teve contato com o bacilo causador da TB, mas não tem a doença ativa. O tratamento da ILTB reduz o risco de reativação da doença em mais de 60%.

Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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