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Ministério da Saúde promove webinar sobre atualizações no tratamento da tuberculose drogarresistente
WEBINAR
Ministério da Saúde promove webinar sobre atualizações no tratamento da tuberculose drogarresistente
Evento abordou principais mudanças no protocolo de tratamento das pessoas com tuberculose drogarresistente
15.09.2021 - 17:09
última modificação:
04.11.2022 - 10:44
O Ministério da Saúde promoveu, nessa terça-feira (14), o webinar “Atualização do tratamento da tuberculose drogarresistente (TB DR): o que mudou e como organizar a rede? ”. A reunião contou com mais de 300 participantes. Organizado pela Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas (CGDR/DCCI/SVS/MS), o evento teve como objetivo informar estados, municípios e unidades de referência de tuberculose a respeito das principais mudanças no protocolo de tratamento das pessoas com tuberculose drogarresistente.
O webinar foi moderado pela médica do Ambulatório Referência de TB do Rio Grande do Sul (Hospital Sanatório Partenon SES/RS), Gisela Unis, e teve como palestrantes a tecnologista da CGDR, Patrícia Bartholomay, a médica e coordenadora-geral da CGDR, Fernanda Dockhorn, e o médico pneumologista do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (Fiocruz), Jorge Luiz da Rocha.
Patrícia Bartholomay abriu a reunião e apresentou breve panorama sobre a notificação da TB DR no Brasil, explorando conteúdos sobre o fluxo de informações entre o Sinan e o SITE-TB, sendo esse último o principal sistema para vigilância da TB DR. Algumas particularidades foram destacadas a respeito da notificação dos casos de TB DR.
Sobre os dados epidemiológicos, foi apresentada uma nova ferramenta do SITE-TB, composta por um dashboard com nove abas distintas. Essa ferramenta facilitará o monitoramento da situação epidemiológica da TB DR pelos estados, municípios e serviços de referência para TB. Atualmente, o país apresenta uma taxa de detecção de casos de TB multidrogarresistente ou resistente à rifampicina (MDR/RR) de 42,7%. Isso quer dizer que foram encontrados menos da metade dos casos estimados de TB MDR/RR para o país. A implantação do Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB) possibilitou uma melhoria na taxa de detecção, mas ainda é necessário avançar para diagnosticar e tratar todos os casos estimados.
Em seguida, a coordenadora-geral da CGDR iniciou a discussão sobre as principais mudanças do tratamento, com a incorporação da bedaquilina e delamanida. A coordenadora relembrou os princípios do tratamento da TB, as origens da resistência e a atualização e reclassificação das drogas pela Organização Mundial da Saúde no tratamento da TB DR. Os efeitos adversos da bedaquilina e delamanida também foram objetos de discussão, além da posologia adequada de uso e as suas contra-indicações.
O pneumologista e tisiologista Jorge Rocha ressaltou a alteração do esquema injetável para os tratamentos orais. Com relação à redução do tempo no uso de medicamentos, o especialista ressaltou que 18 meses de tratamento ainda é bastante longo e aguarda pelo desenvolvimento de novos fármacos. Destacou também o esforço que o Ministério da Saúde está fazendo para que haja disponível bedaquilina e delamanida para otimizar o tratamento da TB DR no Brasil.
Em sua apresentação, Jorge Rocha também destacou a importância dos esquemas padronizados e como montar esquemas individualizados, quando necessário. Segundo ele, é primordial que as equipes estejam atentas às interações medicamentosas e às necessidades específicas de cada pessoa em tratamento. Para o pneumologista, outros aspectos que devem ser levados em consideração pelas coordenações de tuberculose e as equipes de referências são a gestão do caso clínico, a importância das estratégias de adesão e a modulação das drogas.
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
Típo da notícia: Notícias do DCCI