Agenda da Diretora

Formas de acolhimento no sistema de saúde são propostas no encerramento da II Oficina de Saúde Integral

Diretora do DDAHV propõe que o SUS seja o primeiro local de apoio às mulheres vítimas de violência e que se derrubem o estigma e preconceito no atendimento por parte dos profissionais de saúde

25.08.2016 - 07:47
04.11.2022 - 10:37

Formas de acolhimento no sistema de saúde são propostas no encerramento da II Oficina de Saúde IntegralA acolhida às pessoas pelos profissionais e serviços de saúde foi abordada pela diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken, no segundo e último dia da II Oficina de Saúde Integral das Mulheres Jovens e Adultas Vivendo com HIV/Aids, nesta quarta-feira, 10. Na sua participação no painel “Exposição sobre saúde das mulheres”, a diretora enalteceu a importância do perfil do público atendido e a forma de se direcionar a ele. “Há questões que precisamos trabalhar para superar o estigma e a discriminação. Em muitas ocasiões, as pessoas sabem dos locais em que podem ser atendidas, mas não vão até eles por receio devido à sua condição”, afirmou. “É preciso lembrar que muitas dessas pessoas pertencem a grupos de homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, travestis, mulheres negras, mulheres pobres que não querem ser identificadas, ou que, devido ao baixo grau de instrução ou situação socioeconômica, se sentem inferiores”. De acordo com Adele Benzaken, situações como esta prejudicam o trabalho de detecção de novos casos de doenças. “Por essas razões, as pessoas não têm sua situação avaliada. Nos tempos atuais, ninguém tem mais que morrer por causa específica da aids”, disse. A diretora do DDAHV adiantou, também, que está sendo elaborado estudo específico sobre o perfil do HIV/aids para travestis. “Precisamos de dados específicos dessa população para termos outras iniciativas que sejam mais contundentes na questão do HIV/aids”, afirmou. A transmissão vertical foi outro tema exposto por Adele Benzaken. “Precisamos de apoio da sociedade civil no combate a esse tipo de transmissão. Temos que conscientizar as mulheres, principalmente as jovens, de que o pré-natal não pode acontecer apenas quando ela repara que a barriga está crescendo. No HIV, por exemplo, o tratamento se inicia no momento do diagnóstico. Por isso é importante a testagem, o uso de preservativos e de outras formas de prevenção como a PEP”, salientou. “Portanto, o preservativo feminino precisa ser mais divulgado, precisa ter mais atenção das próprias mulheres, derrubando tabus e mostrando que ele previne tanto quando a camisinha masculina”, reforçou. Adele Benzaken também deu ênfase aos desafios do SUS na atenção às mulheres em situação de violência. Segundo ela, o SUS deve ser o primeiro lugar para que a maioria das mulheres em tal situação procure apoio, cabendo ao sistema público de saúde identificar a violência a que a vítima está submetida. “Ao prestar atenção qualificada e humanizada, poderemos encaminhar as vítimas aos outros pontos da rede”. A violência obstétrica também foi lembrada pela diretora do DDAHV. “Muitas mulheres sofrem agressões física, moral, verbal, simbólica e sexual durante o atendimento”, ressaltou. Por fim, Adele Benzaken reforçou a vacina contra o HPV e a testagem de hepatite B e C. “Queremos que vocês participem do coro para estimular meninas e mulheres a se prevenirem”, disse às participantes. DINÂMICA - A oficina teve sequência com uma dinâmica incluindo quatro temas: “Saúde sexual e saúde reprodutiva”; “Atenção às mulheres em situação de violência”; “Imunização para prevenção das IST (HPV/Hepatite B) + Prevenção ao câncer (mama e colo de útero)”; “Prevenção combinada”. Divididas em grupos para cada tema, as participantes tiveram a oportunidade de atuar em sistema de rodízio a fim de se inserir em todos os temas propostos. A última atividade do evento foi “A comunicação popular nos territórios da saúde das mulheres”, em que foi debatida a relação de entidades e ativistas com veículos e profissionais de comunicação. “A minha participação neste evento oportunizou que eu leve à minha cidade, aos meus grupos, novas informações sobre prevenção e ações em prol da saúde da mulher e das jovens”, disse Thaise Luz, da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids. “Aqui, eu pude ver outras realidades que não eram de meu conhecimento, como a das populações de rua e indígenas, e isso contribui para que eu leve essas experiências à nossa comunidade”, concluiu. Assessoria de Comunicação Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais Conheça também a página do DDAHV no Facebook: https://www.facebook.com/DSTAidsHV

Típo da notícia: Notícias do DCCI