O segundo dia da Reunião de coordenadores de Programas Estaduais e Municipais de Saúde prosseguiu na quinta-feira (17), em Brasília, com temas sobre IST, HIV/Aids.

O Secretário de Vigilância em Saúde (SVS/MS), Osnei Okumoto, participou do encontro e reafirmou a importância da interlocução e receptividade entres os gestores federais, municipais e estaduais de saúde como um dos pontos fortes dentro da política do Ministério da Saúde e Secretaria de Vigilância em Saúde. “Nós acreditamos nesse alinhamento, porque quando as políticas se alinham as coisas acontecem com energias positivas e efetividade”, afirmou.

Osnei Okumoto observou os avanços na política de diagnóstico, prevenção e tratamento do HIV/Aids no Brasil. “Hoje temos medicamentos de última geração que permitem ao portador de HIV que ele tenha uma vida plena, com carga viral indetectável”. O secretário reafirmou também o compromisso com as deliberações da I Conferência Nacional de Vigilância em Saúde, realizada em 27 de fevereiro, em Brasília. “As propostas que foram apresentadas na Conferência terão o crivo e o conhecimento do vocês para que nós elaboremos um documento com diretrizes claras e com muito embasamento técnico e social”.

A diretora do Departamento de Vigilância, Controle e Prevenção das IST, HIV/Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken, também enfatizou a política de interlocução constante que há no DCCI com todas as coordenações. “Juntos podemos traspor todas as barreiras, juntos nós podemos enfrentar melhor estigmas, preconceitos e todos os empecilhos para dar uma assistência de qualidade para as pessoas vivendo com HIV (PVHIV)”.

Em seguida, Adele Benzaken apresentou e explicou a importância da “Agenda Estratégica para Populações-Chave”, e enfatizou que se trata de um instrumento político para ações concretas e efetivas. “A Agenda é uma forma de gerir a nossa política de ações. É uma forma com que o DCCI tem de priorizar os temas, e a priorização se dá num formato de ações articuladas com todos os atores possíveis”.

A diretora do DCCI destacou a presença do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), do Ministério da Saúde, na reunião. “Nós precisamos lançar um novo olhar para essa questão da infecção latente de tuberculose e a profilaxia dela em pessoas vivendo com HIV”.

O médico infectologista Filipe Perini apresentou o tema que se refere à coinfecção da tuberculose com HIV (TB/HIV). Ele explicou que serão elaboradas ações conjuntas entre as coordenações de HIV e Tuberculose para o enfrentamento da morbimortalidade, cujo objetivo é reduzir a coinfecção em pessoas com maior risco de morte e otimizar a prática preventiva para a tuberculose ativa nas PVHIV. Além disso, há o objetivo em fortalecer a proteção contra a coinfecção com o tratamento da infecção latente da tuberculose (ILTB) associado a TARV.

A diretora do DCCI expos que será lançada uma nota informativa conjunta entre o DCCI e o PNCT sobre a coinfecção, e chamou a atenção sobre a nova diretriz que será exposta na nota. “Esta é uma nova atitude diante da coinfecção, que exige ampliar o nosso olhar e fortalecer ações para o enfrentamento desses agravos”. A diretora comentou, “É uma “via-crucis” para a PVHIV que procura fazer os exames de tuberculose. Hoje, estamos dando um grande passo no estreitamento dos programas de HIV e Tuberculose. A nossa ação conjunta causará impacto positivo em breve na questão que afeta essa coinfecção TB/HIV”.

Adele Benzaken anunciou o edital de chamada pública CNPq/MS-DCCI nº 11/2018 que foi publicado no dia 15 de maio e ficará aberto até 09 de julho. Entre os três eixos de pesquisa do projeto, está incluída a realização de estudos de custo-efetividade de testes de diagnóstico do bacilo da tuberculose.

Confira aqui o Edital. 

Durante a reunião, foi apresentado também os resultados do 1º trimestre de implementação da PrEP e as orientações de expansão da rede de oferta dessa profilaxia na rede de serviços de saúde. Hoje a PrEP está disponível em 65 serviços de 46 municípios, em 27 estados.

Confira aqui todas as informações sobre PrEP:  

No período da tarde, a diretora Adele Benzaken, apresentou o “Projeto Interfederativo Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção”, também denominado “Sífilis Não”, cujo objetivo principal é reduzir a sífilis adquirida, em gestantes e congênita no Brasil. Segundo a área de Logística do DCCI, com o contrato vigente hoje haverá pleno abastecimento de penicilina benzatina e cristalina até julho de 2019.

Outro tema da reunião, apresentado pela área de assistência e tratamento do DCCI, expôs as recomendações de ampliação do uso do medicamento dolutegravir contidas na Nota Informativa nº 3/2018. Um dos critérios para substituição para esquemas com DTG é a importância de avaliação individualizada e avaliação dos benefícios da substituição, visando evitar exposição a evento adversos desnecessários. A área informou que estão previstos para o segundo semestre uma oficina para formação de médicos referenciais de genotipagem e também uma reunião com as câmaras técnicas.

Confira aqui a Nota Informativa nº 3/2018

Comunicação - Na reunião foi abordada a necessidade de ampliar a rede de comunicação entre o DIAHIV e as coordenações estaduais e municipais de saúde. Foi anunciada a campanha que está em produção com equipe técnica exclusiva do DCCI. O projeto prevê a realização de vídeos com pessoas que vivem com HIV, mostrando a qualidade de vida de cada um deles, como vivem e o que pensam sobre este agravo nos tempos atuais.

Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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