O diretor substituto do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, João Paulo Toledo, participa hoje e amanhã (16 e 17) do lançamento de pesquisa sobre o dolutegravir na República dos Camarões.

Trata-se de um estudo que será realizado com o objetivo de avaliar o uso de dolutegravir em combinação com TDF/3TC como tratamento antirretroviral inicial em 600 pessoas vivendo com HIV/aids naquele país africano.

A iniciativa é um projeto conjunto de Unitaid, do qual o Brasil é co-fundador e doador, e da Agência Francesa Nacional de Pesquisa sobre a aids (ANRS), através do projeto ANRS 12313-NAMSAL. 

A inovação do projeto está no fato de que o dolutegravir - antirretroviral da classe dos inibidores de integrasse - nunca ter sido utilizado em contexto de países com recursos limitados. Os resultados desses estudos permitirão avaliar a eficácia, segurança e tolerabilidade daquele ARV em outro contexto que não o de países desenvolvidos. 

O dolutegravir foi recentemente incorporado no SUS para tratamento antirretroviral em PVHA. A expectativa é que o medicamento esteja disponível já no início de 2017, inicialmente para pessoas iniciando tratamento, com falha terapêutica ou com intolerância a medicamentos de primeira linha e com perspectivas de ampliação do uso no decorrer do ano. 

DADOS - Segundo informações do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/Aids (Unaids), de 2014, os primeiros casos de HIV/aids notificados na República dos Camarões são de 1986. Com população de 20,1 milhões, o país tem uma prevalência do HIV de 4,5%. As mulheres jovens, entre 19 e 24 anos, são as mais atingidas, somando 75% das infecções. O número de novas infecções por mulheres de 15 a 49 anos está estabilizado em torno de 21 mil. Por meio de apoio financeiro internacional, o tratamento para a doença é fornecido gratuitamente desde 2007 e inclui medicamentos de primeira e segunda linhas e, também, para infecções oportunistas. Camarões triplicou a cobertura da profilaxia antirretroviral nos últimos anos, diminuindo em 30% as novas infecções entre crianças, de 8,2 para 5,8 mil de 2009 a 2012.

Assessoria de Comunicação
Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais
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