O Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI – SVS/MS) realiza nesta quarta-feira (16) e quinta-feira (17), em Brasília, a reunião de coordenadores de 26 estados e Distrito Federal e mais representantes de 27 capitais que gerenciam a gestão dos programas das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), HIV/Aids e das hepatites virais no país.

No primeiro dia da reunião, os principais assuntos em pauta trataram das estratégias para ampliação da cobertura vacinal da Hepatite B e do plano de eliminação da Hepatite C. Incluídos também os temas referentes a agenda estratégica para população-chave e o plano da área de comunicação para divulgar informações relevantes no “Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites virais”, data instituída para ser celebrada em 28 de julho pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Na abertura do encontro, o Secretário de Vigilância em Saúde (SVS/MS), Osnei Okumoto, realçou a importância de alinhar e aperfeiçoar as ações das três esferas de governo, federal, estadual e municipal, no sentido de fortalecer a integração da vigilância em saúde. “A questão da prevenção, diagnóstico e tratamento é o que nós temos de mais relevante na SVS. Os investimentos aumentaram nesta área em relação aos anos anteriores. Temos todas as condições para realizar as ações de saúde previstas. É o momento de estreitar ainda mais as nossas relações para alcançar os objetivos estratégicos de cada unidade da federação”.

O Secretário observou também a importância de executar as diretrizes aprovadas na I Conferência Nacional de Vigilância em Saúde, efetivando as propostas apresentadas por estados, municípios e das conferências livres, unificando a política nacional de vigilância em saúde no pais. “Este é um momento muito especial para que a gente possa materializar todas essas propostas com a participação de todos vocês que atuam na ponta em suas regiões”. 

A diretora do DCCI, Adele Benzaken, também destacou a importância do trabalho articulado e a participação de todos na construção de ações efetivas no enfrentamento desses agravos, principalmente ampliando a testagem e a vacinação.  “Esse encontro é importante para que possamos discutir com todos os coordenadores estaduais e municipais como a gente vai implementar e aprimorar as estratégias de controle e eliminação das hepatites virais”.

Em seguida, Adele apresentou a “Agenda Estratégica para Populações-chave”, que cita o papel dos Coordenadores Estaduais e Municipais, que consiste em estimular a criação de agendas locais para a ampliação do acesso das populações-chave às ações de prevenção combinada e cuidado integral, considerando os contextos e especificidades de cada território.

A médica Elisa Cattapan, que atua na área de hepatites virais do DCCI, ressaltou “é importante estarmos abertos para ouvir e trabalhar juntos em nossas ações, buscando um único resultado, que é levar a cura e o bem-estar a toda a população acometida pela hepatite C”. Em seguida, foi apresentada a proposta preliminar do Plano de Eliminação da Hepatite C, que será implementado gradualmente. Os objetivos gerais expostos no plano consistem no estabelecimento de estratégias específicas no âmbito da prevenção, diagnóstico e tratamento dessa infecção, em nível nacional. E os objetivos mais específicos visam diminuir o número de novas infecções por esses vírus, aumentar o número de diagnosticados e tratados, aumentar o nível de percepção da população em relação à presença desse vírus e seus mecanismos de transmissão, e reduzir a mortalidade e morbidade a ele associadas.

Entre as estratégias expostas no plano, destacam-se a simplificação do diagnóstico e avaliação de novas tecnologias, o mapeamento das populações prioritárias a serem testadas, e a realização dos testes-diagnósticos e atendimento dos indivíduos infectados em diferentes populações, além do fortalecimento de linha de cuidado no atendimento às hepatites viras. 

Vera Carvalho da Silva, da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI), apresentou a estratégia para ampliação da cobertura vacinal da Hepatite B, e destacou que os principais desafios para avançar e ampliar a vacinação é garantir a autossuficiência na produção de imunobiológico e a disponibilidade do produto na rede pública, além de melhorar o acesso à vacina HBV em todo o pais.

A diretora do DCCI, Adele Benzaken, observou que é necessário melhorar a cobertura vacinal de Hepatite B, principalmente na região norte. “ É importante estreitar a interlocução de estados e municípios com objetivo de alinhar as ações e os calendários vacinais”.

Comunicação – Na reunião,  foi também exposto o plano de comunicação para divulgar o “Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites virais”, visando levar mais conhecimento e informações sobre este tema para a população. A data é celebrada em 28 de Julho. Este marco mundial foi criado a partir de iniciativa brasileira, em maio de 2012, com o objetivo de chamar a atenção para as hepatites, ampliar as políticas públicas e fortalecer a ações de saúde em todo o mundo.    

O encontro prossegue na quinta-feira (17) com os coordenadores estaduais e municipais que gerenciam as estratégias para IST, HIV/Aids. Os temas a serem abordados referem-se a assistência e tratamento das pessoas vivendo com HIV/Aids, a agenda estratégica para população-chave, com enfoque em IST, HIV/Aids e auto teste para HIV, e as ações de comunicação para 2018.

Serão apresentados também os resultados do 1º trimestre de implantação da PrEP e as propostas estaduais para expansão da rede desta profilaxia. O projeto interfederativo de resposta rápida à sífilis nas redes de atenção e as questões relacionadas à coinfecção de tuberculose e HIV também serão abordados no segundo dia do encontro.

Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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