INTERNACIONAL

DCCI apresenta resultado do estudo sobre resistência do gonococo e participa de reuniões da OMS sobre futuros estudos de testagens rápidas para as IST em Dublin

O Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais apresentou contribuições brasileiras às pesquisas sobre diagnóstico e tratamento da gonorreia e outras infecções sexualmente transmissíveis

29.06.2018 - 09:36
04.11.2022 - 10:42

 

[node:title]A situação mundial da resistência do gonococo e pesquisas sobre o uso dos testes rápidos para diagnóstico de  HIV, sífilis, clamídia, gonorreia e trichomonas vaginalis foram os temas debatidos pela diretora do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), Adele Benzaken, na última quarta-feira (27) durante sessões pré-congresso do IUSTI 2018 World + European Congress. O evento organizado pela International Union against Sexually Transmitted Infections/IUSTI (União Internacional contra Infecções Sexualmente Transmissíveis) começa nesta quinta-feira (28) e segue até sábado (30), em Dublin, Irlanda do Norte.

Durante a sessão, promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Global Antibiotic Research & Development Partnership/GARDP (Parceria Global de Pesquisa e Desenvolvimento de Antibióticos, sobre a situação mundial da resistência do gonococo – bactéria causadora da gonorreia – aos antimicrobianos, o Brasil foi citado como um dos países que estão iniciando testes moleculares com cepas de gonococos. A menção fez referência ao projeto SenGono – estudo nacional de vigilância da resistência das cepas de gonorreia circulantes no Brasil – coordenado pelo DCCI em parceria com o Laboratório de Biologia Molecular e Microbactérias da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a OMS.

Em 2016, o Projeto SenGono analisou 550 cepas de gonococo em todas as regiões do país; constatou-se elevada resistência da bactéria à penicilina, à tetracilina e à ciprofloxacina. Os estudos moleculares com as cepas estão sendo realizados em parceria com o Laboratório de Referência em Gonorreia e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis da Universidade de Örebro (Suécia).

As ações para o enfrentamento da gonorreia e também da resistência aos antimicrobianos foram apresentados pela OMS e pelo Centers for Disease Control/CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA, como os avanços nos estudos epidemiológicos de biologia molecular e no desenvolvimento de testes rápidos para detecção de resistência aos antimicrobianos.

A OMS também salientou a urgência da situação atual – ocorrência de casos da “supergonorreia” em vários países geograficamente distantes como a Inglaterra, a Austrália, o Japão, a Dinamarca e a França – e reforçou a necessidade de análises sistemáticas dos dados mundiais sobre gonorreia para dar mais agilidade à emissão de alertas mundiais sobre a doença, especialmente em situações de emergência.  

À tarde, Adele Benzaken participou de encontro promovido pelo Departamento de Pesquisa em Saúde Reprodutiva da OMS, que reuniu pesquisadores e co-investigadores de uma pesquisa de point of care que está acontecendo em vários países, em parceria com a Organização Mundial de Saúde. Point of care, ou POC, é um termo que denomina uma série de tecnologias de cuidado no ponto de atenção, que incluem testes laboratoriais remotos e testagem rápida, que permitem o diagnóstico de doenças de forma ágil e mais acessível.  

Os estudos têm por finalidade subsidiar futuramente as recomendações da OMS para o uso dos testes rápidos para diagnóstico das IST. O Brasil participará desses estudos com envolvimento do Ministério da Saúde e de pesquisadores e profissionais de saúde da UFSC e do Instituto Evandro Chagas, no Pará. Serão analisados os testes GeneXpert para clamídia, gonorreia e trichomonas vaginalis; e SD BIOLINE HIV/Syphilis Duo (Abbott) e DPP® HIV-Syphilis Assay (Chembio) para sífilis.

Adele Benzaken participou ainda de encontro da diretoria do IUSTI, quando foi anunciada a realização de encontro da organização, em setembro de 2019, em Foz do Iguaçu – tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. O Brasil é o coordenador latino-americano da IUSTI.

Brasil também coordenou sessão plenária sobre sífilis congênita onde foi citado o papel de liderança do Brasil ao ser o primeiro país do mundo a notificar OMS e OPAS sobre o desabastecimento de penicilina e tomar as providências técnicas cabíveis. Atualmente mais de 20 países vivenciam o desabastecimento por falta da escassa produção do insumo farmacêutico ativo produzido na China. 

Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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Típo da notícia: Notícias do DCCI