Pesquisador(es)
Pesquisador(es) Responsável(eis):
Rosilane de Lima Brito Magalhães
Instituição
Instituição:
Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Endereço:
Campus Universitário Ministro Petrônio Portella, Bairro Ininga (Departamento de Enfermagem), Teresina, PI, Brasil.
Homepage:
Parcerias institucionais:
Universidade Federal do Piauí; Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP/USP); Universidade Federal do Ceará (UFC); Universidade Federal de Goiás (UFG).
Período de Vigência:
2013-2015
Situação:
Concluída
Introdução e Justificativa
De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids, existem atualmente cerca de 35 milhões de pessoas infectadas pelo HIV no mundo. No que se refere à hepatite B, cerca de dois bilhões de pessoas já foram infectadas pelo vírus da hepatite B, e 240 milhões são portadoras crônicas. Mulheres profissionais do sexo apresentam elevado risco para essas infecções, pois se encontram em condições desfavoráveis, quando fazem um acordo verbal com seus clientes; na maioria das vezes, realizam suas atividades em ambientes poucos seguros, e em algumas situações deixam de usar o preservativo durante a relação sexual. A vacina contra hepatite B é a medida mais eficaz para prevenção dessa infecção. Embora seja recomendada e disponível gratuitamente para profissionais do sexo, uma baixa cobertura vacinal tem sido observada nesta população.
Objetivos
Analisar os incidentes críticos positivos e negativos relacionados ao HIV e à hepatite B relatados por mulheres profissionais do sexo e verificar as condições de saúde de mulheres profissionais do sexo relacionadas à infecção pelo HIV e hepatite B.
Materiais e Método
Inicialmente, realizou-se um estudo transversal. A seguir, foi formada uma coorte de mulheres para vacinação contra hepatite B. Para o recrutamento das participantes, foi realizado contato com a Associação de Mulheres Profissionais do Sexo do Estado do Piauí, e em seguida, foram selecionadas sete mulheres dessa população-alvo, denominadas de “sementes”, que apresentaram características diversificadas, para buscar uma amostra representativa. Um total de 416 mulheres participou do estudo. Todas foram entrevistadas, utilizando-se um instrumento que foi validado quanto à forma e conteúdo. A seguir, foram testadas para o HBsAg e anti-HIV pelo teste rápido.
Resultados - Parciais ou Finais
A maioria era jovem; possuía baixa escolaridade; solteiras e referiu parceria fixa e/ou casual remunerada na prostituição, parceria afetiva fora da prostituição e uso inconsistente do preservativo com parceria fixa. O consumo do álcool foi elevado (81,5%), sendo o crack a principal droga. Doze mulheres nunca realizaram o exame para prevenção do câncer do colo uterino. Todas as participantes aceitaram realizar os testes rápidos, e foram detectados 12 (2,9%) casos positivos para anti-HIV, e dois casos (0,4%) para HBsAg. As mulheres com resultados positivos foram encaminhadas para o Serviço de Assistência Especializado de Teresina. Do total, somente 28,3% referiu vacinação prévia contra hepatite B. Das mulheres que iniciaram o esquema vacinal, 16,3% concluíram as três doses. A prevalência do anti-HIV nas profissionais do sexo de Teresina foi quase nove vezes maior do que a encontrada em gestantes do Estado do Piauí (2.9% versus 0.33%), acrescido da elevada frequência de comportamentos de risco evidencia o risco de infecção pelo HIV nesta população-chave.
Conclusões:
A elevada aceitabilidade da primeira dose da vacina, associada à baixa completude do esquema vacinal em profissionais do sexo, evidenciam a necessidade de estratégia mais persuasiva que vá além da oferta da vacina no local de trabalho.
Palavras-Chave:
Profissionais do sexo. Mulher. Hepatite B. HIV. Aids. Vacina.
Divulgação e/ou Publicações
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Aplicabilidade para o SUS
Os resultados demonstram ainda a necessidade de garantir o acesso de populações de maior vulnerabilidade em unidade de saúde. Garantir capacitação de profissionais referente à realização de testes rápido em diferentes níveis de atenção. A detecção de 12 casos de HIV poderá ser impactante na redução de novos casos. Um aumento da vacinação contra hepatite B poderá ter impacto na redução de novos casos de novas infecções.
Urge investir na promoção da saúde com vista à realização de educação em saúde sobre a prevenção de vários agravos que esta população está exposta; ampliar estratégia de rastreamento de casos de HIV e hepatite B, C e sífilis nesta população; desenvolver melhor acolhimento dos casos detectados nos Serviço Ambulatorial Especializado e também nas Unidades Básicas de Saúde, para melhor adesão do tratamento do HIV e redução da transmissibilidade.