Prevenção de Incapacidades Físicas

O diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a investigação de contatos que convivem ou conviveram, residem ou residiram, de forma prolongada, com caso novo diagnosticado de hanseníase são as principais formas de prevenção.

 Prevenção de Incapacidades Físicas causadas pela hanseníase

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado da doença e de suas complicações, além das orientações quanto à prática do autocuidado, configuram as principais formas de prevenção das incapacidades físicas decorrentes da hanseníase. A prevenção de incapacidades físicas inclui um conjunto de medidas visando evitar a ocorrência de danos físicos, emocionais, espirituais e socioeconômicos. 

Devido ao comprometimento neurológico, a hanseníase é uma doença com potencial incapacitante, podendo causar deficiências (deformidades) e incapacidades físicas antes do diagnóstico e durante e após o tratamento com a Poliquimioterapia Única (PQT-U).

Consideram-se como componentes da Prevenção de Incapacidades Físicas (Trevo) os seguintes elementos:

  • Educação em Saúde
  • Diagnóstico precoce, tratamento regular com PQT-U e aplicação de BCG em contatos
  • Detecção precoce e tratamento adequado das reações e neurites
  • Apoio a manutenção da condição emocional e integração social (família, estudo, trabalho, grupos sociais) 
  • Realização de autocuidados.

As práticas do autocuidado são técnicas e exercícios que o indivíduo, devidamente apoiado, incentivado e orientado, deverá realizar regularmente no próprio domicílio e em outros ambientes, durante o tratamento e após a alta. A demonstração dessas práticas pode fazer parte das orientações de rotina do atendimento mensal e das reuniões dos Grupos de Autocuidado (GAC), e devem ser avaliadas sistematicamente por profissional da unidade de saúde, para evitar piora do dano neural por execução inadequada.

O monitoramento da função neural para prevenir as incapacidades físicas e a piora do dano neural não deve ser dissociado do tratamento PQT-U; deve, ao contrário, fazer parte da rotina dos serviços de saúde, sendo recomendado a todos os pacientes.

A Avaliação Neurológica Simplificada (ANS) para monitoramento da função neural, avaliação do Grau de Incapacidade Física (GIF) e orientação das condutas a serem adotadas deve ser realizada:

No início do tratamento:

A cada três meses durante o tratamento, se não houver queixas;

Sempre que houver queixas, tais como: dor em trajeto de nervos, diminuição da força muscular, início ou piora de queixas parestésicas;

No controle periódico de pacientes em uso de corticoides, em estados reacionais e neurites;

Na alta do tratamento;

No acompanhamento pós-operatório de descompressão neural, com 15, 45, 90 e 180 dias.

Vale lembrar que a manifestação da maioria das incapacidades físicas e as demais complicações podem ser evitadas com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da doença. Assim, quando necessário, a pessoa acometida pela hanseníase deverá ser encaminhada para reabilitação, visando corrigir e/ou compensar danos físicos, emocionais e socioeconômicos, considerando a realidade, a capacidade e a necessidade de cada indivíduo, melhorando a qualidade de vida e promovendo a inclusão social.

Para saber mais sobre as complicações da doença, consultar o “Manual de Prevenção de Incapacidades”, do Ministério da Saúde, disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_prevencao_incapacidades...

Para saber mais sobre o tratamento das reações, consultar as “Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública”, do Ministério da Saúde, disponíveis em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/fevereiro/04/diretrizes-...

Assista ao vídeo “Avaliação Neurológica Simplificada em Hanseníase”, disponível em: https://youtu.be/zGQOmgZtYEg

Conheça um pouco mais sobre Prevenção de Incapacidades Físicas a partir da oficina virtual: 

https://youtu.be/IBtUsA9FqBQ