Prevalência de HBV oculta após hepatite aguda sintomática em um centro de referência em hepatites.

Edital/Chamamento: 
Termo de Execução Descentralizada 04/2015
Número do Projeto: 
TED 04/2015

Pesquisador(es)

Pesquisador(es) Responsável(eis): 
Lia Laura Lewis-Ximenez de Souza Rodrigues

Instituição

Instituição: 
Ambulatório de Hepatites Virais/Laboratório de Hepatites Virais, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz; Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels/Secretaria Estadual de Saúde.
Parcerias institucionais: 
Instituto Oswaldo Cruz; Fundação Oswaldo Cruz.
Período de Vigência: 
2016-2017
Situação: 
Em execução

Introdução e Justificativa

A infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) é um problema de saúde pública mundial. A forma aguda da doença no adulto pode evoluir para cura em até 95% dos casos, enquanto os demais evoluem para forma crônica, sendo uma dessas a infecção oculta pelo HBV (IOB). A IOB é caracterizada pela ausência do antígeno de superfície (HBsAg), associada à baixa viremia. A prevalência de IOB pode variar entre 0-52% no contexto de infecção crônica nos países asiáticos, onde a infecção pelo HBV é endêmica. No Brasil, essa prevalência é pouco conhecida. A detecção da IOB tem como impacto na saúde a possibilidade de evolução para formas graves como cirrose ou hepatocarcinoma.

Objetivos

Determinar a prevalência dos casos agudos que evoluem para hepatite B crônica oculta.

Materiais e Método

Foi realizado estudo observacional, com avaliação retrospectiva de banco de dados de pacientes com hepatite B aguda, admitidos entre 1997 e 2017, em um centro de referência do Rio de Janeiro.

Resultados - Parciais ou Finais

Foram identificados 641 pacientes com HBV aguda, sendo selecionados 258, por terem acompanhamento superior a seis meses. Análise estatística foi obtida pelo programa SPSS versão 20. Dentre os 258 casos de hepatite B aguda sintomática, 20 (7,7%) evoluíram para IOB, após os seis meses de acompanhamento. Destes, 20% eram mulheres (4/20), e 80% (16/20) eram homens. A média de idade foi de 40,6 anos (variando entre 23 e 65 anos); 20% das amostras (4/20) possuíam coinfecção HIV/HBV, 65% (13/20) eram anti-HIV negativo e em 15% (3/20) essa informação era desconhecida. Em relação à orientação sexual, 25% (5/20) declaravam-se homossexuais, 55% (n=11) heterossexuais e em 20% dos casos (4/20) não havia tal informação. A média de acompanhamento desses pacientes foi de 34,3 meses (variando entre sete até 146 meses). As cargas virais variaram entre 10-221 UI/ml em 90% dos pacientes (18/20); em 5% (1/20) não foi quantificada, mas foi positiva em teste qualitativo; e em 5% (1/20) superior a 2000 UI/ml. Este último paciente, quando diagnosticado HBV oculto, apresentou soroconversão para HIV
Conclusões: 
A prevalência de 7,7% de IOB corroborou com os dados encontrados na literatura. O presente estudo ressalta a importância de manter seguimento prolongado na população com hepatite B aguda, com coleta de HBV DNA mesmo após a negativação do HBsAg. Dessa forma, é possível diagnosticar esta entidade clínica, com mecanismos ainda pouco entendidos, mas que pode trazer complicações clínicas potencialmente graves.
Palavras-Chave: 
Hepatite B oculta. Hepatite aguda. Prevalência.

Divulgação e/ou Publicações

LEWIS-XIMENEZ, Lia Laura et al. Prevalência de HBV oculta após hepatite aguda sintomática em um centro de referência de hepatites. In: 11º CONGRESSO DE HIV/Aids; 4º CONGRESSO DE HEPATITES VIRAIS PREVENÇÃO COMBINADA: MULTIPLICANDO ESCOLHAS, 2017, Curitiba. Anais... Brasília: Ministério da Saúde, 2017. v. 1. p. 167-167. (Publicação de Trabalho/Anais).

LEWIS-XIMENEZ, Lia Laura. et al. Prevalência de HBV oculta após hepatite aguda sintomática em um centro de referência de hepatites, 2017. (Apresentação de Trabalho/Congresso).

LEWIS-XIMENEZ, Lia Laura. et al. Prevalência de HBV oculta após hepatite aguda sintomática em um centro de referência em hepatites. In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE HEPATOLOGIA? SBH 2017, 2017, Recife. Arquivos de Gastrenterologia. Anais... IBEPEGE, 2017. v. 4. p. 497-498. (Publicação de Trabalho/Anais).

Aplicabilidade para o SUS

Assistência médica e monitoramento da hepatite B aguda no Rio de Janeiro é essencial para identificar os casos de hepatite B oculta com mecanismos ainda pouco entendidos, mas que pode trazer complicações clínicas potencialmente graves. Assim, com um diagnóstico preciso, pode auxiliar na seleção do tratamento adequado e medidas preventivas de controle da mesma.