Experiência do 1º Programa de Referência de Gestantes Portadoras de Hepatite Virais B e C de um estado brasileiro.

Edital/Chamamento: 
Termo de Execução Descentralizada 04/2015
Número do Projeto: 
TED 04/2015

Pesquisador(es)

Pesquisador(es) Responsável(eis): 
Lia Laura Lewis-Ximenez de Souza Rodrigues

Instituição

Instituição: 
Ambulatório de Hepatites Virais/Laboratório de Hepatites Virais, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz; Coordenação das Hepatites-Virais da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro/RJ; Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels/Secretaria Estadual de Saúde, Rio de Janeiro/RJ.
Parcerias institucionais: 
Coordenação das Hepatites-Virais da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro/RJ
Período de Vigência: 
2016-2017
Situação: 
Em execução

Introdução e Justificativa

A infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) permanece um problema de saúde global cujas formas de transmissão são parenteral, sexual e vertical. No Brasil, apesar da introdução da vacina a partir de 1998 e de sua produção nacional autossuficiente, a transmissão vertical da hepatite B permanece um problema de saúde pública. A taxa de transmissão de até 90% compreende as gestantes HBsAg/HBeAg reagentes naqueles recém-natos (RN) sem imunoprofilaxia, uma vez que tais gestantes apresentam frequentemente intensa replicação viral. Valores de HBV-DNA no soro acima de 106UI/mL conferem risco elevado de transmissão vertical e está indicada a administração da terapia antiviral à gestante em associação à imunoprofilaxia ativa e passiva do RN (imunoglobulina humana para HBV associada à vacinação). O programa de Referência de Gestantes Portadoras de Hepatite B, através do convênio da Secretaria Municipal (SMS) do Rio de Janeiro com o Ambulatório de Hepatites Virais, teve início em dezembro de 2016 no intuito de detectar gestantes com indicação de tratamento antiviral, promover/monitorar a adequada imunoprofilaxia do RN, além de manter seguimento da HBV da gestante no pré- e pós-parto e do RN em que a profilaxia não seja eficaz.

Objetivos

Relatar o perfil de gestantes encaminhadas na fase inicial deste programa.

Materiais e Método

Analisar a evolução de 630 pacientes com diagnóstico inicial de HBV aguda, acompanhados em Ambulatório de Hepatites Virais de 1997 a 2016. Avaliar perfil epidemiológico e desfecho clínico, por meio da revisão de bancos de dados do ambulatório e prontuários

Resultados - Parciais ou Finais

O agendamento da consulta especializada ocorreu em tempo médio de 9 dias, fundamental para adequado tratamento das gestantes com HBV. Foram admitidas 17 pacientes com teste rápido positivo para HBV entre dezembro de 2016 e abril de 2017, com média de idade de 30 anos, cujas nacionalidades eram: 13 brasileiras (81%), 2 (dois) angolanas (13%), 1 (uma) haitiana (6%) e 1(uma) chinesa (6%) e a média de idade gestacional era de 21 semanas. À primeira avaliação, a pesquisa HBsAg e dos anticorpos anti-HBc e anti-HBs foi negativa em 1 (uma) paciente, tratando-se de falso positivo de teste rápido do pré-natal; as outras 16 gestantes tiveram HBsAg confirmados. A prevalência de pacientes com positividade para ambos os antígenos HBsAg e HBeAg foi de 19% (n=3), sendo que 2 (duas) pacientes (67%) apresentavam HBV-DNA superior a 106 UI/ml já à admissão, no segundo trimestre, enquanto em 1 (uma) gestante (33%) o HBV-DNA era inferior a 106 UI/ml no segundo trimestre, mas era superior a este valor no terceiro trimestre, indicando terapia antiviral. Todas em que estava indicado Tenofovir (n=3) receberam terapia antiviral em tempo adequado. Havia disponível até a análise de dados, sorologias para hepatite D (anti-HDV IgG) de 3 (três) (18%) pacientes, sendo todas não reagentes.
Conclusões: 
A implementação do programa conseguiu detectar gestantes com indicação de tratamento antiviral, diminuindo assim a chance de transmissão intrauterina.
Palavras-Chave: 
Transmissão vertical. Hepatite B. Tenofovir. Recém-nascidos. Imunoprofilaxia.

Divulgação e/ou Publicações

FERREIRA, Fernanda Couto; POTTES, Barbara Costa Rodrigues; PALMA, Louise Deluiz Verdolin di; BALASSIANO, Natalia; SANTOS, Mariana Leal de Oliveira; MOURA, Flavia Murillo de; SOUZA, Caroline Baldin de; CARIUS, Luciana Pereira; PEREIRA, Gustavo Henrique Santos; PINTO, Laura Cristina Machado; MELLO Vinicius da Motta de; SANTOS, Alanna Calheiros; CASCARDO, Elaine Ferraz; MARQUES, Vanessa Alves; GINUINO, Cleber Ferreira; FERNANDES, Carlos Augusto da Silva; CERQUEIRA, Luciana Pereira dos Santos; CORREA, Poliana Fernandes; BARROS, Tairine Monteiro de; LEWIS-XIMENEZ, Lia Laura. Experiência do 1º Programa de Referência de Gestantes Portadoras de Hepatite virais B e C de um Estado brasileiro. In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE HEPATOLOGIA SBH 2017, 2017, Recife. Arquivos de Gastrenterologia. Anais do XXIV Congresso Brasileiro de Hepatologia. Brasil: Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisa em Gastrenterologia e Outras Especialidades. IBEPEGE, 2017. v. 4. p. 455-455. (Publicação de Trabalho/Resumo).

FERREIRA, Fernanda Couto; POTTES, Barbara Costa Rodrigues; PALMA, Louise Deluiz Verdolin di; BALASSIANO, Natalia; SANTOS, Mariana Leal de Oliveira; MOURA, Flavia Murillo de; S SOUZA, Caroline Baldin de; CARIUS, Luciana Pereira; PEREIRA, Gustavo Henrique Santos; PINTO, Laura Cristina Machado; MELLO Vinicius da Motta de; SANTOS, Alanna Calheiros; CASCARDO, Elaine Ferraz; MARQUES, Vanessa Alves; GINUINO, Cleber Ferreira; FERNANDES, Carlos Augusto da Silva; CERQUEIRA, Luciana Pereira dos Santos; CORREA, Poliana Fernandes; BARROS, Tairine Monteiro de; LEWIS-XIMENEZ, Lia Laura. In: Experiência do 1º Programa de Referência de Gestantes Portadoras de Hepatite virais B e C de um Estado brasileiro, 2017. (Apresentação de Trabalho/Congresso).

SANTOS, Alanna Calheiros. Perfil de hepatite B em gestantes encaminhadas para o Ambulatório de Hepaties Virais da Fiocruz do Rio de Janeiro (PIBIC/CNPq).

Aplicabilidade para o SUS

Reduzir a transmissão vertical de hepatite B e monitorar a imunoprofilaxia dos recém-nascidos, cujas mães são portadores de hepatite B.