Programa de Avaliação Externa da Qualidade para laboratórios da rede do Departamento de DST Aids e Hepatites Virais para: testes rápidos, testes sorológicos para hepatites virais, HIV e sífilis, testes moleculares de carga viral do HIV dos vírus das hepatites B e C, genotipagem do HIV e contagem de células CD4/CD8.

Edital/Chamamento: 
Chamamento Público nº 01/2012
Número do Projeto: 
TC 249/2012

Pesquisador(es)

Pesquisador(es) Responsável(eis): 
Maria Luiza Bazzo

Instituição

Instituição: 
Laboratório de Biologia Molecular, Microbiologia e Sorologia; Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Endereço: 
Rua Profª. Maria Flora Pausewang, s./nº, Trindade - Florianópolis, SC, Brasil.
Parcerias institucionais: 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo da Matta (FUAM); Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/AIDS e das Hepatites Virais; Secretaria de Vigilância em Saúde; Ministério da Saúde.
Período de Vigência: 
2012-2017
Situação: 
Concluída

Introdução e Justificativa

O diagnóstico das infecções sexualmente transmissíveis é um desafio às instituições dos programas de saúde pública do Brasil. As políticas de acesso ao diagnóstico e as estratégias de prevenção da transmissão vertical da infecção pelo HIV e sífilis têm encorajado o uso dos testes rápidos (TR). Embora os TR sejam simples e de fácil execução, quando executados por profissionais treinados, necessitam de verificação regular da qualidade dos resultados por meio da participação em Programas de Avaliação Externa da Qualidade (AEQ). O Programa AEQ-TR integra o Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade para a rede de Diagnóstico e Monitoramento da infecção pelo HIV, Sífilis e Hepatites Virais, e vem contribuindo para aumentar a confiabilidade e credibilidade dos resultados dos TR, para a difusão da cultura da qualidade entre os profissionais da saúde e indicando necessidades de intervenções (treinamentos, avaliação de lotes de kits) pelas autoridades de saúde.

Objetivos

Avaliar, individualmente, cada profissional que realiza TR e avaliar a qualidade de todos os serviços que executam TR no Brasil.

Materiais e Método

Por ser o Brasil um país continental que apresenta enorme desafio logístico no envio de amostras clínicas, devido às diferenças climáticas significativas, com altas e baixas temperaturas, umidade elevada e clima árido, foi escolhida a metodologia DTS, do inglês Dried Tube Specimens [amostras secas em tubo] para a confecção dos painéis AEQ-TR. Dessa forma, as amostras são estáveis para serem enviadas por correio com qualidade, contemplando a participação de profissionais de todo o País. Atualmente, integram o programa AEQ-TR, hospitais, maternidades, serviços de assistência especializada, Centros de Testagem e Aconselhamento, Distritos Sanitários Especiais Indígenas e Unidades Básicas de Saúde, entre outros. Para este trabalho, foram analisados os relatórios de oito rodadas AEQ-TR (2014 e 2016) que apresentam a síntese dos resultados, segundo os dados inseridos no sistema “Quali-tr” pelos participantes. O desempenho dos profissionais foi calculado de acordo com a concordância entre os resultados inseridos e os esperados para as amostras dos painéis.

Resultados - Parciais ou Finais

A média de instituições cadastradas nas oito rodadas foi de 347 unidades. Na sexta rodada AEQ-TR participaram 499 instituições, pois pela primeira vez os hospitais e maternidades foram incluídos. No entanto, embora 257 instituições de alta complexidade tenham se cadastrado na 6AEQ-TR, apenas 45% inseriram resultados no sistema. As instituições que se abstiveram na AEQ-TR foram excluídas das rodadas posteriores. Nas oito rodadas verificou-se média de 843 profissionais avaliados; esse número vem aumentando a cada rodada (545-1075). Quanto ao desempenho, em média, 87% obtiveram excelência na avaliação das amostras para sífilis, enquanto para HIV apenas 61%. Na avaliação para HIV, os profissionais também são avaliados quanto ao conhecimento e adoção da legislação para diagnóstico recomendada pelo Ministério da Saúde brasileiro. O desconhecimento dessa legislação parece estar comprometendo o êxito nas avaliações.
Conclusões: 
O programa AEQ-TR tem contribuído para percepção da relevância da qualidade nos TR executados no Brasil e está em constante monitoramento, para atender novas demandas e suprir as necessidades dos profissionais participantes.
Palavras-Chave: 
Testes rápidos. Qualidade. HIV. Sífilis. Avaliação Externa da Qualidade. Ensaio de proficiência.

Divulgação e/ou Publicações

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BENZAKEN, A. S. et al. External quality assurance with dried tube specimens (DTS) for point-of-care syphilis and HIV tests: experience in an indigenous populations screening programme in the Brazilian Amazon. Sexually Transmitted Infections (Print), v. 89, p. 1-5, 2013.

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BAZZO, M. L. et al. Avaliação de conjuntos diagnósticos para sífilis registrados na ANVISA e comercializados no Brasil, 2015. (Relatório Técnico).

MACHADO, H. M. Avaliação dos efeitos da conversão do plasma sobre reatividade e estabilidade de painéis sorológicos para diagnóstico da sífilis. Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. 2017.

Aplicabilidade para o SUS

Com treinamento e medidas de correção sugeridas nos relatórios, o Programa AEQ-TR fornece subsídios para que cada profissional reflita sobre suas práticas, execute os testes com segurança, forneça resultados confiáveis aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e que gestores tenham uma visão objetiva do desempenho da rede.