Prevalência de HIV e Hepatite B e C na população carcerária das penitenciárias do Estado do Paraná.

Edital/Chamamento: 
Chamamento Público nº 20/2013
Número do Projeto: 
Convênio 797322/2013

Pesquisador(es)

Pesquisador(es) Responsável(eis): 
Lirane Elize Defante Ferreto de Almeida

Instituição

Instituição: 
Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Curso de Medicina; Campus de Francisco Beltrão.
Endereço: 
Rua Maringá, 1200, Vila Nova, Francisco Beltrão, PR, Brasil.
Parcerias institucionais: 
Departamento Penitenciário do Estado do Paraná; Universidade de São Paulo; Curso de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto/SP.
Período de Vigência: 
2013-2018
Situação: 
Concluída

Introdução e Justificativa

Pessoas submetidas às penas de privação de liberdade podem ser considerados de alto risco para infecção do Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV) e hepatites virais, devido às condições oportunistas encontradas dentro das prisões para a propagação de doenças, por exemplo, superlotação, promiscuidade, sexo desprotegido em relações homossexuais, a partilha de lâminas de barbear, para uso de drogas ilícitas e a tatuagem em condições inseguras.

Objetivos

Medir a prevalência de HIV e hepatite B e C e suas associações em presos do sistema prisional do Paraná.

Materiais e Método

Levantamento epidemiológico transversal para infecção pelo vírus da hepatite C realizado em nove penitenciárias masculinas do Paraná no período de maio de 2015 a dezembro de 2016. O estado do Paraná apresenta 23 estabelecimentos penitenciários masculinos fechados, com uma população carcerária de 16.657 homens encarcerados em regime fechado. Os estágios da investigação incluíram aconselhamento, informações sobre intervenção, orientação sobre infecções sexualmente transmissíveis, Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para a coleta de dados e amostragem de sangue para o teste de marcadores para hepatite B, C e HIV realizada em um laboratório certificado. No caso do HIV, para os casos positivos foi realizado um segundo exame Wester Bloot. A análise dos dados foi baseada nas estimativas de predominância com intervalos de confiança.

Resultados - Parciais ou Finais

No total, 1.192 homens foram dirigidos; 1.133 (95%) foram submetidos a um diagnóstico para o teste de HIV, hepatite B e C. A prevalência da infecção pelo HIV a partir desta avaliação em diante foi de 1,59% (intervalo de 95% [IC]: 0,86-2,32%), da infecção de hepatite C foi de 2,7% (IC 95% [IC]: 1,8% - 3,8%) e hepatite B foi de 11,9% (IC 95% [IC]: 10,2% - 13,9%). A infecção nas prisões no Paraná de HIV variou de 0% (PEF – Francisco Beltrão, PEP I e PEP II, em Curitiba) para 3,17% na Penitenciária Estadual em Curitiba (IC 95%: 0,86-5,48%). No caso da hepatite B, variou de 3,2% (PEP II em Curitiba) a 31,1% na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, e a infecção da hepatite C variou de 0% (CCL-Londrina, PEP I e CCJ em Curitiba) a 11,1% na Penitenciária Estadual de Piraquara II.
Conclusões: 
Os resultados revelaram uma preocupante situação de saúde, apresentando uma alta prevalência de hepatite B, C e HIV/Aids na população encarcerada no estado do Paraná; o fato agrava-se diante da disponibilidade de vacina para hepatite B na rede pública de saúde. Fica evidente a necessidade de medidas urgentes na redução da infecção destas doenças dentro do sistema carcerário, sendo estes dados de extrema importância no desenvolvimento de estratégias públicas no controle e combate à infecção.
Palavras-Chave: 
Prisões. Prisioneiros. Hepatites virais. HIV/Aids. Fatores de risco.

Divulgação e/ou Publicações

LED, Ferreto de Almeida et al. Prevalenceos HIV infections between incarcerated men in Brazil: cross-sectional study at the Paraná state penitentiary system. Journal of the International AIDS Society, v. 20, p. 26-27, 2017.

HOLLER, F.de O. et al. Doenças infectocontagiosas no sistema prisional do Paraná e suas implicações para a saúde pública. In: XX CONGRESSO BRASILEIRO DE INFECTOLOGIA, 2017. (Apresentação de trabalho/Congresso).

LED, Ferreto de Almeida et al. Hepatite B em uma população encarcerada do sexo masculino no Estado do Paraná. In: 11º CONGRESSO de HIV/AIDS e 4º CONGRESSO DE HEPATITES VIRAIS, Curitiba, 2017. (Publicação de trabalho/Anais).

LED, Ferreto de Almeida et al. Prevalência de hepatite C entre homens encarcerados no estado do Paraná. In: 11º CONGRESSO DE HIV/AIDS e 4º CONGRESSO DE HEPATITES VIRAIS, Curitiba, 2017. (Apresentação de trabalho/Congresso).

OLIVEIRA, F. H. de. et al. Doenças infecciosas no sistema prisional do Paraná e suas implicações para saúde pública. In: II CONGRESSO NACIONAL DE CIÊNCIAS APLICADAS À SAÚDE, Anais... Unioeste, 2017. (Publicação de trabalho/Anais).

TEBALDI, G. D. et al. Hepatite B na população carcerária do estado do Paraná. In: II CONGRESSO NACIONAL DE CIÊNCIAS APLICADAS À SAÚDE, Anais... Unioeste, 2017. (Publicação de trabalho/Anais).

COL, Sara Honke Dal. Estimativa de custo da hepatite B no sistema prisional paranaense. Programa de Pós-Graduação em Gestão e Desenvolvimento Regional, linha de pesquisa desenvolvimento regional, Período 2017 a 2019.

HOLLER, Fabiana; TEBALDI, Daniel. Doenças infecciosas no sistema prisional do Paraná e suas implicações para saúde pública.

SILVA, Tania Maria Pazin Marques. Estudo de controle de caso para identificar fatores de risco para infecção por vírus da hepatite C no sistema prisional do Paraná. 2009. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Medicina, linha de pesquisa fisiopatologia.

Aplicabilidade para o SUS

Contribuir para que políticas públicas sejam elaboradas e executadas, para o monitoramento das doenças infectocontagiosas, em especial hepatite B, C e HIV/Aids, e estabelecer uma rede de investigação e monitoramento com vistas a manter a saúde do prisioneiro, diminuindo, assim, os custos do SUS para o tratamento das morbidades, para o sistema econômico, a viabilidade de um indivíduo egresso com condições de trabalhar e socialmente capaz de se inserir na sociedade.