Avaliação de algoritmo utilizando fluido oral seguido por quantificação rápida de linfócitos T CD4+ como modelo para implantação da estratégia “Testagem e Tratamento”, em indivíduos que aguardam coleta de sangue em laboratório clínico de Unidades de Saúde (US) pública.

Edital/Chamamento: 
Chamamento Público nº 20/2013
Número do Projeto: 
Convênio 796215/2013

Pesquisador(es)

Pesquisador(es) Responsável(eis): 
Luís Cristóvão Moraes Sobrino Pôrto

Instituição

Parcerias institucionais: 
UERJ - Hospital Universitário Pedro Ernesto; Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP).
Período de Vigência: 
2013-2016
Situação: 
Concluída

Introdução e Justificativa

A testagem de HIV com testes rápidos (TR) é importante para a expansão do diagnóstico. Os TR adotados no País utilizam sangue total, obtido por punção da polpa digital (PD) e fluido oral (FO). O TR permitiu que a testagem do HIV fosse realizada fora das Unidades de Saúde (US). É importante observar que no modelo anterior, em que o resultado não era imediato, havia uma perda de 20% a 25% de indivíduos que não retornavam à US. Apesar dos progressos, a expansão do diagnóstico do HIV só será realmente eficaz quando associada à retenção do indivíduo HIV positivo, a fim de garantir sua assistência de saúde. É possível que uma parcela da população brasileira não tenha acesso ao diagnóstico do HIV. No que concerne a este projeto, é particularmente interessante o contingente que aguarda atendimento em laboratórios. Neste cenário, as oportunidades para intervenções são múltiplas. Assim, foi proposta uma intervenção para avaliar algoritmo de testagem utilizando TR associado à quantificação rápida de linfócito T CD4+ em indivíduos positivos.

Objetivos

Avaliar algoritmo de TR para HIV, empregando TRPD e TRFO; avaliar a eficácia de utilizar a testagem rápida de linfócitos T CD4+ para determinar a carga viral seguido por agendamento de consulta em US; avaliar a preferência e/ou aceitação dos TR.

Materiais e Método

Os voluntários foram testados em duas situações: laboratório do SUS e no campus de uma Universidade. Foi aplicado um questionário para avaliar a experiência com o TR antes e após a testagem. Os indivíduos com resultado negativo foram liberados, e aqueles positivos foram encaminhados para aconselhamento, quando foi realizada a quantificação rápida de CD4 (PIMA, Alere S.A.). Seguiu-se agendamento para consulta clínica. Como padrão-ouro, foram realizados testes sorológicos (ELISA+WB/NAT). Os indivíduos com mais de 18 anos de idade e que aceitaram participar do estudo assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto.

Resultados - Parciais ou Finais

Foram recrutados 2.105 participantes. A preferência prévia foi: 459 (21,8%) TRFO, 254 (12,1%) TRPD e 1.392 (66,1%) não tiveram preferência pelos testes. Após a vivência, do grupo cuja preferência prévia era pelo TRFO, 332 (72,3%) mantiveram a preferência, enquanto 24 (5,2%) e 103 (22,4%) mudaram suas opções para TRPD ou para não ter preferência, respectivamente. Do grupo cuja preferência prévia era pelo TRPD, 156 (61,4%) mantiveram a opção, e 41 (16,1%) e 57 (22,4%) mudaram suas opções para TRFO e para a não ter preferência, respectivamente. Entre os que não tinham preferência prévia, 226 (16,2%) e 122 (8,8%) optaram pelo TRFO e TRPD, respectivamente. Ao final, 599 (28,5%) preferiram TRFO, 302 (14,3%) preferiram TRPD e 1.204 (57,2%) não tiveram preferência pelos testes. Entre os voluntários que tiveram a preferência final pelo TRFO, 85,8% relataram ser um teste mais confortável/menos doloroso, e dos que optaram pelo TRPD, 57,6% acreditam ser este mais confiável.
Conclusões: 
Estes resultados mostram uma aceitabilidade do TRFO comparável ou superior ao TRPD. O TRFO é um teste não invasivo e abre a oportunidade de expansão do diagnóstico através da estratégia de autotestagem. Estas contribuições poderão subsidiar intervenções do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério nas áreas de diagnóstico e vigilância de HIV/Aids.
Palavras-Chave: 
HIV. Teste rápido. Autotestagem.

Divulgação e/ou Publicações

11º Congresso de HIV/Aids e 4 Congresso de Hepatites Virais. (Apresentação de trabalho/Pôster).

Aplicabilidade para o SUS

Estas contribuições poderão subsidiar intervenções do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde nas áreas de diagnóstico e vigilância de HIV/Aids.