Avaliação do impacto da compartimentalização celular do vírus HIV-1 no perfil de resistência genotípica às drogas anti-retrovirais e na imunopatogenicidade da infecção pelo HIV-1.

Edital/Chamamento: 
Pesquisas Científicas - Set/2001
Número do Projeto: 
750/2001

Pesquisador(es)

Pesquisador(es) Responsável(eis): 
Rodrigo Ribeiro Rodrigues

Instituição

Instituição: 
Universidade Federal do Espírito Santo, Núcleo de Doenças Infecciosas, Laboratório de Imunologia Celular e Molecular.
Parcerias institucionais: 
.
Período de Vigência: 
2002 - 2003
Situação: 
Concluída

Introdução e Justificativa

Este projeto tem por objetivo comparar o fenótipo viral, ou seja, os receptores presentes em partículas virais no plasma de pacientes com falha terapêutica com fenótipo do vírus encontrado em pacientes respondendo ao tratamento ou pelo menos em vírus com genótipo selvagem para resistência a drogas. O que aumentará o conhecimento sobre os compartimentos celulares de origem das cepas do HIV resistentes aos anti-retrovirais, fundamental na definição de novas estratégias de tratamento bem como no desenvolvimento de novas drogas.

Objetivos

Avaliar pela imunofenotipagem a presença de receptores específicos para células T e monócitos/macrófagos em partículas virais livres no plasma de pacientes em falha terapêutica e comparar esses achados com o “fenótipo” viral encontrado em pacientes com cepas selvagens do HIV-1.

Materiais e Método

Estudo sobre variabilidade genética e marcadores imunológicos. Foram convidados a participar do estudo pacientes portadores de infecção pelo HIV de ambos os sexos, acima de 18 anos, que procuraram o ambulatório de doenças infeccio-sas da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, espontaneamente ou encaminhados por outras clínicas ou serviços de hemoterapia. Foram arrolados 10 pacientes virgens de tratamento e um grupo de 10 pacientes com resistência genotípica às drogas anti-retrovirais. Amostras de plasma colhidas desses pacientes foram utilizadas para a seleção de vírus HIV-1, por meio de marcação com anticorpos monoclonais específicos para células T CD4 ou para monócitos e posterior purificação desses vírus através de “beads”paramagnéticos. Considerando-se que ao emergir da célula infectada o HIV adquire marcadores de superfície, como por exemplo o CD26 (específico para linfócitos T) e o CD36 e CD14 (específicos para monó-citos). Após selecionarmos essas populações virais fenótipo específicas, o RNA foi isolado e utilizado em reações de RT-PCR e seqüenciamento para determinarmos qual origem celular está associada à resistência genotípica do HIV.

Resultados - Parciais ou Finais

Foram arrolados 10 pacientes virgens de tratamento e 10 pacientes HIV positivos com resistência genotípica aos anti-retrovirais. Amostras de plasma dos dois grupos foram submetidas à separação imunofenotípica das partículas virais utili-zando anticorpos monoclonais (MAb) anti-CD26 (Células T) ou anti-CD36 ou a combinação anti-CD14/anti-CD36 (específicos para monócitos). Durante nossos experimentos não obtivemos sucesso na separação de partículas virais marcadas com MAbs anti-CD14 ou anti-CD36, e apenas partículas virais marcadas com MAb anti-CD26 puderam ser separadas. Dados da literatura corroboram nosso insucesso uma vez que outros autores conseguiram isolar partículas virais CD36/CD14 positivas oriundas de amostras de líquido pleural, mas não de plasma. Nossos dados suportam nossa hipótese de que a resistência genotípica tem origem na circulação periférica a partir de células T. Os grupos de pacientes virgens de tratamento e os com resistência genotípica não apresentaram diferenças quanto à origem celular, sendo em ambos isolados apenas vírus CD26 positivos. A compartimentalização celular necessita ser mais estudada através de culturas separadas de monócitos ou células T de pacientes HIV+ e caracterização das partículas virais emergentes.
Palavras-Chave: 
Pacientes HIV positivos virgens de tratamento ou em tratamento com anti-retrovirais.