Adesão aos Anti-retrovirais em Crianças: Um Estudo da Prevalência e Fatores Associados – Porto Alegre, 2003.

Edital/Chamamento: 
Pesquisas Científicas - Set/2001
Número do Projeto: 
702/2001

Pesquisador(es)

Pesquisador(es) Responsável(eis): 
Mirtha Delia Sendic Sudbrack

Instituição

Instituição: 
Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre, Coordenação de DST/Aids.
Parcerias institucionais: 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Jair Ferreira, professor-adjunto de Epidemiologia).
Período de Vigência: 
2002 - 2003
Situação: 
Concluída

Introdução e Justificativa

Muitos pacientes não conseguem obter os benefícios dos avanços da terapêutica anti-retroviral em razão da não-adesão, problema ainda pouco conhecido na área pediátrica. Este estudo transversal contemporâneo pretendeu estimar a prevalência da não-adesão aos anti-retrovirais entre crianças residentes em Porto Alegre e identificar os fatores associados. A amostra inicial foi de 216 crianças, porém apenas 202 atenderam aos critérios de inclusão. Foram entrevistados 194 cuidadores, utilizando-se técnica que permitiu detectar perdas por falhas no entendimento sobre o uso correto do esquema e perdas conscientes de doses. Foi definido como não aderente a criança que ingeriu menos de 80% das doses prescritas para 24 horas, no dia anterior à entrevista. A prevalência geral da não-adesão encontrada foi de 49,5%, superior à estimada (30%). Considerando-se os tipos de cuidadores, não institucionais e institucionais, no primeiro a prevalência foi de 55,7% e, no segundo, de 22,2%. Na análise multivariável, a escolaridade do cuidador apresentou associação limítrofe com o desfecho (p=0,07).

Objetivos

Pretendeu-se, com este estudo, estimar a prevalência da não-adesão aos anti-retrovirais entre crianças residentes em Porto Alegre e identificar os fatores correlacionados ao problema.

Materiais e Método

Estudo transversal contemporâneo com amostra inicial de 216 crianças. Entretanto, apenas 202 crianças com critérios de inclusão compareceram aos ambulatórios de infectologia pediátrica entre fevereiro e novembro de 2002. Destas 202 crianças, foram entrevistados 194 cuidadores, através de entrevista estruturada e de técnica que permitiu detectar tanto perdas por falha no entendimento sobre o uso correto do esquema prescrito quanto a perdas conscientes de doses. Foi definida como não aderente a criança que ingeriu menos de 80% das doses prescritas para 24 horas, no dia anterior à entrevista.

Resultados - Parciais ou Finais

A prevalência geral da não-adesão, entre as crianças do estudo, foi de 49,5% (IC95%= 41,5% a 56,5%), superior à estimada previamente (30%). A não adesão variou conforme o grau de relação/parentesco do cuidador com a criança, apresentando prevalência de 58,7%, quando mãe/pai biológico; 60,0%, quando outro parente; 38,5%, quando mãe/pai substituto/adotivo; e 22,2%, quando cuidador institucional. Na análise multivariável, a escolaridade do cuidador apresentou associação no limiar da significância estatística com o desfecho não adesão (p=0,07). A categoria “cuidador institucional” apresentou associação estatisticamente significativa para proteção contra a não adesão em todas as variáveis do modelo (p
Palavras-Chave: 
Adesão. Crianças. Terapia anti-retroviral. Aids. HIV.

Divulgação e/ou Publicações

WACHHOLZ, N.I.R. Adesão aos Anti-retrovirais em Crianças: Um Estudo da Prevalência e Fatores Associados. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2003.

WACHHOLZ, N.I.R.; FERREIRA, J. Adesão aos Anti-retrovirais em Crianças: Um Estudo da Prevalência e Fatores Associados. Porto Alegre, 2003. Submetido a Cadernos de Saúde Pública.