A prevalência de Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST – e de características do comportamento sexual: A tendência em mulheres usuárias de uma Unidade Básica de Saúde no município de São Paulo.

Edital/Chamamento: 
Estratégico
Número do Projeto: 
406/1999

Pesquisador(es)

Pesquisador(es) Responsável(eis): 
Carla Gianna Luppi

Instituição

Instituição: 
CEALAG - Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão.
Parcerias institucionais: 
.
Período de Vigência: 
1999 - 2000
Situação: 
Concluída

Introdução e Justificativa

Estudo de corte transversal, com a medida seriada da prevalência de DST e uso de preservativos em mulheres que freqüentaram uma unidade básica de saúde, onde foi implantado um subprograma de prevenção, diagnóstico e atendimento de DST, incluído no Programa de Saúde Integral da Mulher. Buscou-se avaliar o impacto das atividades de prevenção comparando-se a prevalência de DST e o uso de preservativos em dois cortes transversais, com intervalo de 18 meses. Essas variáveis fizeram parte da análise, associadas aos fatores sociodemográficos, comportamento sexual e história de vida reprodutiva. Foram investigadas 180 mulheres em 1998 e 168 mulheres em 2001. Todas as mulheres avaliadas eram previamente matriculadas no serviço. Obtiveram-se as prevalências de qualquer DST de 45,5% em 1998 e de 30,2% em 2001. Em 1998, 69,5% já haviam falado sobre DST com o parceiro atual/em 2001 esse percentual foi de 61%.

Objetivos

Avaliar o impacto da implantação de intervenção em DST/aids em mulheres que freqüentaram uma unidade básica de saúde, comparando a prevalência de DST e a freqüência do uso de preservativo obtida em dois anos consecutivos; Descrever a prevalência das DST (infecção por Tricomonas vaginalis, Clamída, Haemopylus vaginalis, Gonococo, HIV, Sífilis e hepatite B); Avaliar a associação de fatores sociodemográficos e do comportamento sexual com as prevalências de DST obtidas; Avaliar o impacto das atividades de prevenção às DST desenvolvidas nesse serviço, sob a prevalência das DST e dos comportamentos sexuais de risco, comparando as prevalências de DST obtidas em dois anos consecutivos.

Materiais e Método

Pesquisa realizada no Centro de Saúde Escola Barra Funda, onde estava implantada a atividade de intervenção em DST/aids, incluída no Programa de Saúde da Mulher. O tamanho da amostra calculado para cada corte transversal foi de 200 mulheres, que foi assim calculada para possibilitar a comparação da prevalência de DST nos dois cortes de prevalência. Para esse cálculo, considerou-se a prevalência inicial aproximada de DST nessa população (que já colheu exame pelo menos uma vez), que é de 25%, e esperando uma redução de 10% na prevalência das mulheres no segundo corte, após a intervenção; com erro tipo 1=0,05 e erro tipo 2= 20%, o tamanho da amostra necessária para cada corte da intervenção foi de 200 mulheres, que já colheram exame pelo menos uma vez. Foram incluídas mulheres que já realizaram coleta de citologia pelo menos uma vez nesse serviço, e essa característica foi a mesma nos dois cortes de prevalência realizados. As mulheres que procuraram o serviço, no período delimitado, foram avaliadas com relação à necessidade de encaminhamento para a coleta de citologia. No dia agendado para a coleta de citologia, foi preenchida uma entrevista, antes da realização do exame, na qual constava, dos fatores a serem investigados e realizados, as coletas de sorologia, material de secreção vaginal e cervical, exame a fresco e exame físico específico. As DST pesquisadas foram: Tricomoníase; Haemophylus vaginalis; Clamydia; Hepatite B; Herpes genital; Sífilis; Gonorréia; HPV e HIV. No dia da inclusão, a paciente era orientada em atividade educativa a respeito da disponibilidade de preservativos no serviço. Na oportunidade do resultado, as pacientes receberam novas orientações sobre práticas sexuais seguras. Todos os instrumentos do estudo foram identificados com as iniciais do nome da paciente, o número do prontuário e o número da entrevista.

Resultados - Parciais ou Finais

Em 1998, das 200 mulheres convidadas a participar da investigação, 187 foram efetivamente incluídas. Encontrou-se pelo menos uma infecção do trato reprodutivo (DST) em 45,5%, das quais 24,9% com vaginose bacteriana. Dessas mulheres, 70,1% referiram ter conversado com o parceiro sexual atual a respeito da prevenção à aids e 69,5% já utilizaram preservativo com o seu parceiro atual para evitar HIV/aids. Em 2001, das 200 mulheres convidadas, 162 foram incluídas na análise. Encontrou-se 30,2% das mulheres com alguma ITR, 21,6% vaginose bacteriana. Dessas mulheres, 73% relataram conversar com o parceiro sexual e 61% utilizavam preservativo com o seu parceiro atual para evitar HIV/aids. A redução da prevalência de DST nesses dois anos foi estatisticamente significante χ2=8,49, p
Palavras-Chave: 
IST. Prevenção de HIV. Mulheres. Saúde reprodutiva.

Divulgação e/ou Publicações

ANDRADE, M.C. et al. Atenção primária e saúde da mulher: ainda um locus estratégico. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SAÚDE COLETIVA, 7., 2003, Brasília. Proceedings... Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Saúde Coletiva, 2003. v.8. p.773.

__. Incorporação da prevenção de DST/AIDS na rotina do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher. O preservativo como opção contraceptiva. In: FORUM 2000 - FÓRUM E CONFERÊNCIA DA COOPERAÇÃO TÉCNICA HORIZONTAL DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE, 1./2., 2000, Rio de Janeiro. Proceedings... Brasília, Ministério da Saúde: 2000.

LUPPI, C.G. et al. Infecções transmissíveis em mulheres: Intervenção em atenção básica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EPIDEMIOLOGIA, 6., 2004, Recife. Revista Brasileira de Epidemiologia, 2004.

__. Utilização do condom em usuárias do programa de saúde das mulheres: Avaliação da introdução do aconselhamento na coleta rotineira do papanicolau. In: CONGRESSO PAULISTA DE SAÚDE PÚBLICA, 6., 1999, Águas de Lindóia. Proceedings... São Paulo: Associação Brasileira de Saúde Coletiva, 1999.