Centro de Referência – Estudo sobre o consumo de drogas lícitas e ilícitas e sobre conhecimentos e atitudes em relação às DST/Aids, junto a estudantes de 1º e 2º Graus das Escolas Públicas do Rio de Janeiro.

Edital/Chamamento: 
Estratégico
Número do Projeto: 
262/1999

Pesquisador(es)

Pesquisador(es) Responsável(eis): 
Zélia Freire Caldeira

Instituição

Instituição: 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad), Sociedade de Estudos e Pesquisas em Drogadição.
Parcerias institucionais: 
PN-DST/AIDS do Ministério da Saúde; Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro; Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.
Período de Vigência: 
1999 - 2000
Situação: 
Concluída

Introdução e Justificativa

Foi desenvolvido um estudo, do tipo transversal (inquérito epidemiológico) sobre a prevalência do consumo de drogas lícitas e ilícitas numa amostra representativa da população de estudantes de 1º e 2º graus, regularmente matriculados em escolas públicas do Rio de Janeiro. Buscou-se, também, aferir os níveis de conhecimentos gerais da amostra estudada, em relação a aids e outras DST, além de suas crenças e atitudes acerca dessas doenças.

Objetivos

Identificar a presença de possíveis associações entre: freqüência de uso de drogas, atividade sexual, nível de informação sobre aids e outras DST, variáveis sociodemográficas e outras; Apresentar um diagnóstico da situação, com vistas a dar subsídios para um amplo projeto de prevenção ao abuso de drogas e à aids, voltado para a população escolar do Rio de Janeiro.

Materiais e Método

No estudo transversal, buscou-se estimar a prevalência do consumo de drogas lícitas e ilícitas em um momento qualquer da vida (lifetime prevalence) e nos 30 dias que antecederam a investigação. Considerando-se uma estimativa de prevalência entre 3 e 5% de consumo ao longo da vida (ALV) de qualquer droga, na população de 12 a 15 anos, e um erro amostral de 1%, uma amostra de 1.810 estudantes seria adequada. Com essa amostra seria possível detectarmos diferen-ças de até 5%, se uma delas chegasse a 10%, com um poder de teste de 90% e nível de significância de 5%. A amostra de “n” igual a 3.139 estudantes, quando um “n” de no mínimo 2.000 era recomendado, seguramente incrementou o poder de análise. Assim, a amostra foi dividida pelas escolas, levando-se em consideração aquelas com maior número de alunos matriculados. A amostra também foi subdividida por turmas, aleatoriamente, a fim de torná­la mais representativa. O instrumento aplicado foi um questionário do tipo fechado, de auto-preenchimento, elaborado com base no Consup (Consumo de Substâncias Psicoativas – baseado nos instrumentos padronizados criados pelas Nações Unidas para estudos desse tipo).

Resultados - Parciais ou Finais

Com relação ao consumo de drogas, tivemos os seguintes resultados: Uso ao Longo da Vida (ALV) – Álcool: 77%; Tabaco: 34,9%; Solventes/Inalantes: 9,2%; Tranqüilizantes: 7,1%; Maconha: 6,3%; Cocaína: 1,9%. Uso nos Últimos Trinta Dias (UTD) – Álcool: 19,5%; Tabaco: 4,6%; Solventes/Inalantes: 2,8%; Tranqüilizantes: 1,6%; Maconha: 2,0%;Cocaína: 0,6%. A idade média de início de consumo variou entre 12 e 13,8 anos. No que se refere ao comportamento e atitudes com relação às DST/aids, 87,6% responderam que lembravam de alguma campanha sobre aids, sendo que 22,8% disseram não ter entendido completamente as mensagens veiculadas. Sendo a média etária dos entrevistados de 14,57 anos, 28,7% destes referiram atividade sexual no último semestre e 37,2% alguma vez na vida. Quanto ao n° de parceiros, tivemos os seguintes resultados: Nenhum: 62,8%; um parceiro: 14,6%; dois a três parceiros: 10,3%; quatro ou mais: 12,3%. A idade média da primeira relação sexual ficou em torno de 12,6 anos (sd= 2.41). Ocorrência de DST na amostra: Tricomoníase: 6,8%; Herpes: 3,1%; Gonorréia: 2,2%; Sífilis: 1,6%; Condiloma: 1%; Candidíase: 0,9%; Cancro: 0,7%. Sobre o risco de se contaminarem com o vírus da aids, 50,8% disse não correr qualquer risco; 26,4% disse correr algum risco e 22,8% disse ter dúvidas sobre esta possibilidade.
Palavras-Chave: 
Drogas. DST. Aids. Estudantes.

Divulgação e/ou Publicações

CALDEIRA, Z.F. Prevenção Ideal X Prevenção Possível (apresentação oral). In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE AS TOXICOMANIAS, 3., 2000, Rio de Janeiro.

__. Prevenção Ideal versus Prevenção Possível. In: BAPTISTA, M.; INEM, C. (Orgs.). Toxicomanias: Uma Abordagem Multidisciplinar. Rio de Janeiro: Nepad/Uerj; Sette Letras, 1997.

__. Uma Proposta de Trabalho Preventivo: Da Teoria à Prática. Rio de Janeiro: CN DST/AIDS MS/UNDCP, Nepad/Uerj, 1998.

TELLES, P.R.; CALDEIRA, Z.F. The prevalence of drug use in elementary and high school students in Rio de Janeiro (oral communication: Paulo R. Telles). In: INTERNATIONAL INSTITUTE ON THE PREVENTION AND TREATMENT OF DEPENDENCIES – ICAA, 40., 1996, Amsterdam.