PRODUÇÃO CIENTÍFICA

Estudo coordenado pelo Ministério da Saúde busca compreender a transmissão sexual do vírus zika

O ZikaBra é realizado em colaboração com OMS e o Instituto de Pesquisa Walter Reed Army no Rio de Janeiro, Recife e Manaus.

14.06.2018 - 18:50
04.11.2022 - 10:42

 

[node:title]Grupo de especialistas que integram o estudo ZikaBra estiveram reunidos, nesta terça-feira (12), em Brasília, em encontro técnico para discutir o andamento da pesquisa e as próximas etapas do estudo. O ZikaBra é um grande estudo de coorte, realizado em três capitais brasileiras – Rio de Janeiro, Recife e Manaus – que investiga a persistência do vírus zika nos fluidos corporais, a partir da coleta e análise do sangue, saliva e urina de pacientes infectados pelo vírus. O estudo é coordenado pelo Ministério da Saúde, em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e com Walter Reed Army Institute of Research (WRAIR) – instituto de pesquisa biomédica do Departamento de Defesa dos Estados Unidos –, e é conduzido localmente pela Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro e de Pernambuco, e pela Fundação de Medicina Trocipal Dr. Heitor Vieira Dourado, no Amazonas.

Durante o encontro técnico, a diretora do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, lembrou que o ZikaBra faz parte dos componentes da resposta estratégica brasileira ao vírus zika, o que inclui a parceria científica entre instituições nacionais e internacionais. A diretora do DCCI, destacou a importância da parceria entre os centros de pesquisas brasileiros e o instituto WRAIR americano, principalmente na transferência de tecnologia, não só para melhorar a resposta brasileira ao zika, mas também a outros agravos. “Espero que trabalhemos juntos não só nesse programa do ZikaBra, mas também em outras iniciativas do Ministério da Saúde”, reforçou Adele Benzaken.

O chefe da área de Doenças Infecciosas Emergentes do Walter Reed Army Institute of Research, Kayvon Modjarrad, também destacou a parceria entre as instituições. “Estamos muito felizes em colaborar com este estudo e esperamos contribuir para construção das bases laboratoriais dessa investigação”, destacou Modjarrad. Durante o encontro o representante do instituto de pesquisa americano fez uma breve apresentação sobre WRAIR. Criado em 1893 pelo exército americano, WRAIR foi a primeira escola de saúde pública dos Estados Unidos e hoje é um dos centro de pesquisa que lideram os esforços globais no desenvolvimento de vacinas, testes diagnósticos e medicamentos contra doenças infecciosas de alto impacto no mundo, como malária, HIV/aids, ebola e dengue. Em 2015, o WRAIR iniciou o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus zika, que atualmente encontra-se em fase de testagem em seres humanos (ensaios clínicos fase I adicionais) para avaliar dosagem e esquemas de vacinação.  

Participando, por webconferência, Nathalie Broutet, do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa da OMS em Genebra, destacou a importância do encontro para definir os próximos passos da pesquisa “É importante discutirmos como será o futuro dessa pesquisa, avaliarmos o que fizemos até aqui e o que é preciso ser feito para dar continuidade a esse estudo e também a novas propostas relacionados ao ZikaBra”.

A estrutura da Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública – composta por um laboratório de referência nacional e seis estaduais – o armazenamento e análise das amostras coletas dos pacientes com suspeita de zika foram detalhadas pelo representante da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB) do Ministério da Saúde, Emerson Araújo. “Desde a criação da Renezika – Rede Nacional de Especialistas em Zika  – estamos estruturando um banco nacional de amostras. Já temos alguns centros que estão armazenando e documentando essas amostras que servirão para pesquisas futuras sobre o zika”, explicou o representante da CGLAB. 

Em seguida, também via webconferência, os pesquisadores Camila Bôtto de Menezes, da Fundação de Medicina Tropical (AM); Ana Maria Bispo, da Fiocruz Rio de Janeiro; e Rafael França, da Fiocruz Pernambuco; apresentaram um resumo do andamento do estudo ZikaBra em cada um dos sítios de pesquisa e um panorama dos dados e amostras coletados até agora. 

Também estiveram presentes no encontro Casey Storm, pesquisador do laboratório de doenças infecciosas do Walter Reed Army Institute of Research;  Carolina Santeli, representante do CDC (sigla em inglês para o Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos); Edna Kara, coordenadora do estudo ZikaBra pela OMS; Pamela Bermudez, consultora da Organização Pan-Americana da Saúde para o ZikaBra; Maryane Campos, técnica da coordenação geral de epidemiologia do Ministério da Saúde; além do coordenador-Geral de Ações Estratégicas em Infecções Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais, do DCCI, Gerson Pereira, e técnicos de departamento.

SOBRE O ZIKABRA - O estudo de persistência do vírus Zika nos fluidos corporais de pacientes com infecção pelo zika (ZikaBra) começou a ser desenhado no ano passado, como parte da resposta à infecção pelo zika.  Esse estudo é um dos primeiros passos na busca de evidencias científicas para tentar responder algumas das muitas perguntas relacionadas a infecção e a transmissão sexual do vírus, como por exemplo: quanto tempo o zika persiste em diferentes fluidos corporais após a infecção? O zika pode permanecer inativo em uma pessoa e reaparecer em fase posterior? É possível se reinfectar? Há diferenças na persistência viral entre indivíduos infectados sintomáticos e assintomáticos? Respostas que ajudarão a OMS  e o Brasil a refinar suas recomendações sobre a melhor forma de prevenir a infecção pelo zika.

Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis
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