O Ministério da Saúde define, como o próprio nome sugere, que “Prevenção Combinada” remete à conjugação de diferentes ações de prevenção, tanto em relação ao HIV e outras IST quanto aos fatores associados às infecções. Essa combinação é feita de acordo com as necessidades e escolhas de cada pessoa. As abordagens são centradas nas pessoas, suas relações e seus contextos de vida. As estratégias de prevenção abrangentes partem do pressuposto de que diferentes abordagens devem ser conciliadas de forma conjunta e individualizada. Nesse sentido, pressupõe-se a combinação de três abordagens possíveis na formulação de estratégias de prevenção: a abordagem biomédica, a comportamental e a estrutural.
Intervenções biomédicas
São consideradas intervenções biomédicas as iniciativas focadas em reduzir a exposição ao HIV e outras IST, tais como o uso de preservativos masculinos e femininos e de gel lubrificante, a imunização contra a hepatite B e o HPV, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), a prevenção da transmissão vertical e os tratamentos para as pessoas que vivem com HIV/aids e/ou com outras IST e/ou hepatites virais. O tratamento também é uma forma de prevenção, pois as pessoas que vivem com HIV/aids e que realizam o tratamento de forma adequada atingem a carga viral indetectável, o que significa um nível tão baixo do vírus que a pessoa não é capaz de transmiti-lo.
Essa abordagem baseia-se em situações conhecidas, e consolidadas cientificamente, de risco de infecção.
Intervenções comportamentais
As intervenções comportamentais são dirigidas às práticas sexuais, crenças e subjetividades das pessoas em relação aos cuidados para evitar a transmissão ou retransmissão do HIV e de outras IST.
Consistem em oferecer às pessoas e segmentos sociais um conjunto amplo de informações e conhecimentos, de maneira que elas possam desenvolver estratégias de enfrentamento ao HIV/aids, a fim de melhorar sua capacidade de gerir os diferentes graus de risco a que estão expostas.
Nesse sentido, é imprescindível aprimorar as percepções quanto ao entendimento e mensuração dos riscos que as pessoas vivenciam em termos da exposição ao HIV, e que estão relacionados às suas práticas cotidianas, envolvam elas ou não aspectos relativos às práticas sexuais, ao uso de álcool e outras drogas ou a outro comportamento que signifique risco de infecção pelo vírus.
Uma intervenção comportamental se apoia em grande medida na ideia de vulnerabilidades, divididas em três dimensões – individual, social e programática:
Consistem em ações programáticas relacionadas aos fatores sociais, econômicos e culturais que aumentam as vulnerabilidades, tais como determinantes sociais, racismo e aspectos jurídicos legais associados ao estigma e discriminação. Estes podem potencializar vulnerabilidades em determinados segmentos.
Intervenções desse tipo incidem nas causas ou estruturas-chave que influenciam direta ou indiretamente os riscos e as vulnerabilidades relacionadas ao HIV e as outras IST.
O objetivo das intervenções estruturais é minimizar o impacto desses fatores no acesso aos cuidados disponíveis e na superação de preconceitos, discriminações e intolerância em relação a determinadas pessoas ou segmentos.
As intervenções estruturais também estão relacionadas à defesa de direitos e à dignidade humana.
Veja abaixo alguns exemplos de situações que requerem intervenções estruturais:
Camisinha: fundamental, mas não é a única forma de prevenção
O uso do preservativo de barreira – conhecido também como camisinha – é o método de prevenção mais usual contra o HIV e outras IST. Comprovadamente eficaz, essa estratégia segue estimulada por entidades da área de saúde, independentemente de serem adotadas outras medidas de prevenção.
Quais outros métodos podem ser combinados?
Além do preservativo, há vários métodos que contribuem para o combate ao HIV e outras IST. Confira a seguir uma lista com diferentes métodos que podem compor uma prevenção combinada: