Américo nunes
Diretor e fundador do Instituto Vida Nova, Américo Nunes costuma dizer que o vírus convive com ele há 30 anos. “Descobri minha sorologia em 1988, de uma maneira inesperada. Estava a caminho do trabalho e resolvi passar em uma unidade de saúde para fazer o exame. Meu companheiro à época tinha alguns amigos que estavam falecendo de aids”.
Américo recebeu o resultado dos exames como uma sentença de morte. “Foi uma morte social, porque falar sobre o diagnóstico envolvia falar sobre minha orientação sexual”. Somente depois de alguns meses ele encontrou forças para contar a uma amiga, que foi sua “válvula de escape” e lhe deu apoio total nesse primeiro momento.
Inicialmente, Américo buscou informações para saber o que estava acontecendo com ele. Achou uma ONG e, para sua surpresa, começou a doar seu tempo como voluntário. “Foi muito interessante, porque passei a ter mais conhecimento e informações. E também transmitia esse conhecimento para outras pessoas que estavam na mesma situação que eu ou até mais grave”. Assim Américo começou a fazer visitas domiciliares o que acabou por também a ajudar no seu fortalecimento contra a doença.
O tempo passou e a ONG convidou Américo para coordenar a instituição. Isso o fortaleceu e ali acabou permanecendo por mais 11 anos, de onde saiu como vice-presidente. “A partir daí eu estava inserido nos movimentos de luta contra a aids.
Em maio de 2000 por incentivo de voluntários fundou a ONG Instituto Vida Nova. Hoje são 30 anos de convivência com soropositivos. “Costumo dizer que
o HIV veio positivo para mim em dois aspectos: enquanto infecção e também como nova
proposta de vida.”
Ele deixou de ser um jovem que só pensava em trabalho e roupas de grife e passou a se preocupar com sua saúde, com sua qualidade de vida e com o próximo.
Hoje, ele está indetectável.
Após 30 anos com HIV e com a evolução do tratamento, hoje ele está indetectável.
“Hoje a pessoa que vive com HIV e está em tratamento, e com carga viral indetectável tem muitas coisas para transmitir menos o HIV”.